"Sem título" (Caveira) de Jean-Michel Basquiat
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0:04 - 0:11Em 1982, apenas com 22 anos
Jean Michel Basquiat fez esta pintura -
0:11 - 0:14uma imagem poderosa e alucinante
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0:14 - 0:17que mistura texto, cor,
simbolismo e grafismos, -
0:17 - 0:21numa explosão crua e sem censuras
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0:22 - 0:24Numa só pintura recorreu
ao seu poder instintivo -
0:24 - 0:26de usar a linguagem visual
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0:26 - 0:31para dizer tudo o que queria dizer
acerca da América, da arte -
0:31 - 0:33e acerca de ser negro
em ambos os mundos -
0:51 - 0:54A ascensão meteórica
de Basquiat no início dos anos 80 -
0:54 - 0:56teve repercussões por todo
o meio artístico de Manhattan -
0:57 - 0:59Demarcou-se
no meio nova-iorquino da altura -
0:59 - 1:03não só por ser um negro
num meio artístico branco -
1:03 - 1:06mas também por ser um artista
que chamou a atenção -
1:06 - 1:08para o desequilíbrio étnico desse meio
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1:08 - 1:10e iria tornar-se
um dos poucos pintores negros -
1:10 - 1:13a abalar a consciência internacional
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1:14 - 1:18Sei que as pessoas negras nunca
são retratadas de forma realista, -
1:19 - 1:22nem sequer são retratadas
o suficiente na arte moderna. -
1:24 - 1:28Basquiat mostraria os rostos
e diria os nomes de milhões de pessoas -
1:28 - 1:31nunca antes tidas em conta
na História da Arte. -
1:32 - 1:34Ele abanaria o mundo da arte
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1:34 - 1:36com pinturas que retrataram
a experiência negra, -
1:36 - 1:39pinturas que seriam colocadas em museus
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1:39 - 1:41projetados para um público
completamente diferente -
1:42 - 1:441982 foi o ano de Basquiat.
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1:44 - 1:47Era uma estrela que ascendia
no auge do seu talento -
1:48 - 1:52e esta seria a sua obra mítica,
e a mais procurada -
1:52 - 1:55Uma pintura que, após a sua venda inicial
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1:55 - 1:58não voltou a ser vista em público
nos 30 anos seguintes -
1:58 - 2:03De facto, só uma pequena foto sobreviveu
como prova de que alguma vez existira. -
2:04 - 2:08Então, em 2017 surgiu num leilão
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2:10 - 2:14A Nova York a que Basquiat chegou em 1978
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2:14 - 2:17era uma cidade de rendas baixas,
de alta criminalidade e falida. -
2:18 - 2:20A baixa suja de Manhattan era uma Meca
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2:20 - 2:23para artistas, músicos
e realizadores de cinema -
2:23 - 2:27Todos eram criativos
e todos iriam ter êxito. -
2:29 - 2:33As pessoas partiram do princípio
que Basquiat era um artista de graffiti -
2:33 - 2:37sem educação ou cultura vindo dos guetos,
com um talento quase sobrenatural -
2:37 - 2:40Em parte, este foi um mito que
ele próprio construiu deliberadamente -
2:40 - 2:44E em parte, correspondia às expetativas
das pessoas do que poderia ser -
2:44 - 2:47um artista de ar descuidado,
com rastas e negro -
2:47 - 2:51Mas ele não era o selvagem
que a imprensa gostava de retratar -
2:51 - 2:55Pelo contrário, era um
ambicioso jovem de classe média, -
2:55 - 2:57com conhecimentos de História de Arte,
-
2:57 - 3:01particularmente no que
tocava à presença ou ausência -
3:01 - 3:03de negritude na arte ocidental
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3:04 - 3:07Basquiat nasceu de um pai haitiano
e uma mãe porto-riquenha -
3:07 - 3:11num ambiente de sólida classe média
em Brooklyn. -
3:11 - 3:14Com uma educação privada,
foi uma criança dotada -
3:14 - 3:17que aos quatro anos já lia e escrevia
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3:17 - 3:19e falava três línguas fluentemente
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3:19 - 3:23Era muito próximo da sua mãe
que encorajava o seu lado artístico -
3:23 - 3:28Levou-o a ver a Guernica
em criança no Museu de Arte Moderna -
3:29 - 3:32e inscreveu-o como membro
do Museu de Arte de Brooklyn -
3:33 - 3:36O jovem Basquiat passava
o tempo a desenhar -
3:37 - 3:40Infelizmente, a sua mãe foi internada
num hospital psiquiátrico -
3:40 - 3:42quando ele tinha 13 anos
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3:42 - 3:45e ele abandonaria de vez
a sua casa aos 17 anos. -
3:46 - 3:49A princípio, teve uma vida dura
nas ruas de Manhattan -
3:49 - 3:50e em hotéis de má qualidade
-
3:50 - 3:53ou pelos sofás e camas
de amigos e namoradas. -
3:53 - 3:58Em 1978 começou uma parceria
com um antigo amigo de escola, Al Diaz -
3:58 - 4:02e formaram o duo de Streeet Art “Samo”
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4:04 - 4:06A carreira de Basquiat começou pelo texto.
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4:07 - 4:09Sob o pseudónimo de Samo,
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4:09 - 4:12Basquiat e Diaz começaram
a pintar com spray -
4:12 - 4:14os edifícios
da Baixa Oriental de Manhattan -
4:14 - 4:18Mas enquanto o graffiti
era sobre “tags”, marcar o território -
4:18 - 4:21Samo escrevia mais que um nome.
-
4:21 - 4:24Se era graffiti, era muito diferente
-
4:25 - 4:27Eram poetas e provocadores
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4:27 - 4:31escrevendo mensagens crípticas
em paredes perto de galerias de arte -
4:33 - 4:36Mas para Basquiat, isto era
um meio para atingir os fins. -
4:36 - 4:39Queria ser rico e famoso
-
4:39 - 4:42e Samo era uma forma
de ser conhecido pela imprensa e público -
4:42 - 4:48Em 1980, no auge da fama, o duo
desfez-se e Basquiat continuou sozinho. -
4:48 - 4:53Nunca viu Samo como graffiti,
para ele eram tomadas de posição e poemas -
4:54 - 4:57mas mesmo quando já tinha
um enorme sucesso -
4:57 - 5:00Basquiat era descrito
como artista de graffiti -
5:00 - 5:02ou ex-artista de graffiti
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5:02 - 5:05Um termo que ele via
como ligando o seu trabalho -
5:05 - 5:07a falta de instrução e de sofisticação
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5:07 - 5:11Um termo que considerava
simplista e racista. -
5:11 - 5:14Mudou-se para a parte oriental
com Alexis Adler -
5:15 - 5:19Como não tinha dinheiro para telas,
pintava nos pavimentos, nas paredes, -
5:19 - 5:21nas portas e na mobília
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5:21 - 5:25Depois começou a fazer postais
que vendia por um dólar na rua -
5:26 - 5:29Foi enquanto vendia postais no Soho
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5:29 - 5:32que Basquiat viu Andy Warhol
num restaurante -
5:32 - 5:34Era um grande fã de Warhol
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5:34 - 5:37e ficou delirante
quando lhe vendeu um postal -
5:37 - 5:40intitulado “Stupid Games, Bad Ideas”
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5:40 - 5:44Incluía o Jogo do Galo
que mais tarde incorporará em “Untitled” -
5:45 - 5:49Warhol ficou intrigado com este
miúdo de rua salpicado de tinta -
5:49 - 5:52e um par de anos mais tarde
iniciará uma colaboração -
5:52 - 5:55pendurando-se na estrela
ascendente de Basquiat -
5:55 - 5:57Havia um glamour rentável
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5:57 - 5:59em ser um prodígio rebelde
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5:59 - 6:02mas para Basquiat, era uma atuação
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6:02 - 6:04As suas referências
eram artistas plásticos -
6:04 - 6:06como Saith Wambley e Jean Dubuffet
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6:06 - 6:08Escritores como Jack Kerouac,
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6:08 - 6:10Alan Ginsberg e William Burroughs
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6:10 - 6:14e músicos como David Bowie e Miles Davis
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6:15 - 6:18Basquait observaria como os rappers
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6:18 - 6:20que apareciam na altura
usavam o "sampling" -
6:20 - 6:23a aplicaria isso no seu trabalho
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6:23 - 6:25e da mesma forma que os músicos
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6:25 - 6:27pediam emprestado a James Brown,
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6:27 - 6:30ele pedia a Rauschenberg,
Picasso, arte africana -
6:30 - 6:34e usava referências da sua herança
haitiana e porto-riquenha -
6:35 - 6:37Pintava várias telas ao mesmo tempo
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6:37 - 6:39tinha dúzias de livros
de referência em volta -
6:39 - 6:41ouvia música no máximo
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6:41 - 6:43e TV ao mesmo tempo
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6:43 - 6:46As suas referências
nesta altura eram muitas e ecléticas: -
6:46 - 6:49anatomia, poesia, jazz, TV-lixo
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6:49 - 6:52tipografia e História da Arte
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6:52 - 6:55Permitiam-lhe criar colagens visuais
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6:55 - 6:57que eram profundamente originais
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6:57 - 7:00e em simultâneo enraizadas
numa história linguística rica. -
7:01 - 7:04Ele fundia palavras e texto
instintivamente -
7:04 - 7:06como um músico
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7:06 - 7:09Mas era a cor que unificava o seu trabalho
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7:09 - 7:11Basquiat era um mestre da cor,
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7:11 - 7:13usava pastéis de óleo com tinta em spray
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7:13 - 7:15lápis de cera e acrílicos
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7:15 - 7:18cores primárias puras sucedendo-se
em camadas de rápida transição. -
7:18 - 7:21Construía as figuras reforçando
-
7:21 - 7:24e desenhando por cima das linhas e formas.
-
7:25 - 7:29Aqui, as palavras foram raspadas
e pintadas por cima -
7:29 - 7:31no uso consciente de uma antiga técnica
-
7:31 - 7:33conhecida por "pentimento".
-
7:33 - 7:37Este era um elemento que fazia parte
da assinatura de Basquiat que disse: -
7:37 - 7:40"risco as palavras
para que as vejam melhor" -
7:40 - 7:43"o facto de serem obscurecidas,
faz-vos querer lê-las" -
7:43 - 7:46Usou o seu trabalho
para dar a conhecer heróis negros -
7:46 - 7:49e o duplo A que vemos em "Untitled"
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7:49 - 7:51poderá representar "Aaron"
-
7:51 - 7:52uma referência a Hank Aaron,
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7:52 - 7:55o célebre jogador de basebol
afro-americano, -
7:55 - 7:58um ídolo da infância de Basquiat
-
7:58 - 8:00e o primeiro dos seus heróis a ser coroado
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8:00 - 8:03ou santificado nas suas pinturas pinturas
-
8:05 - 8:09As coroas na Arte ocidental
têm uma carga histórica poderosa. -
8:09 - 8:11E Basquiat usaria o símbolo da coroa
-
8:11 - 8:14para desafiar conceitos de raça e poder
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8:14 - 8:16Coroaria os heróis negros
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8:16 - 8:19para ele, a coroa de três pontas que usava
-
8:19 - 8:23representava sobretudo atletas,
músicos e escritores -
8:24 - 8:28A coroa ergue os despojados de direitos
à realeza. -
8:28 - 8:30até ao estatuto de Santos
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8:31 - 8:34Outro símbolo que usa
é o símbolo de Copyright -
8:34 - 8:38Usa-o como um ataque irónico
aos mecanismos do mercado da arte -
8:38 - 8:42e como sinal de reclamar autoria.
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8:42 - 8:45As linhas com espigões
que vemos nos trabalhos -
8:45 - 8:47lembram arame farpado
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8:47 - 8:50uma visão comum na Nova York dos anos 80
-
8:51 - 8:54Também foram interpretadas como
linhas de metro -
8:54 - 8:58Mas é a caveira que mais
associamos a Basquiat -
8:59 - 9:02Em 1968, aos sete anos
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9:02 - 9:04Basquiat foi gravemente atropelado
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9:04 - 9:06enquanto brincava na rua
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9:06 - 9:08e tiveram que lhe remover o baço
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9:08 - 9:11Enquanto recuperava, a mãe comprou-lhe
-
9:11 - 9:14o livro "Anatomia de Grey"
que ele memorizou -
9:14 - 9:17A anatomia tornar-se-ia um tema central
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9:17 - 9:19na prática do artista
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9:19 - 9:22Essa obsessão é particularmente marcante
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9:22 - 9:24na sua representação de caveiras humanas
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9:24 - 9:27Estas são as caveiras
de gerações de escravos, -
9:27 - 9:31as caveiras vudo do Haiti
e as máscaras africanas primitivas -
9:31 - 9:34apropriadas há muito pela arte ocidental
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9:35 - 9:40A carreira de Basquiat coincide
com a chegada do Neo-expressionismo -
9:40 - 9:45um regresso à pintura
e o ressurgir da figura humana -
9:45 - 9:47E esta figura brutal e poderosa
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9:47 - 9:51anunciaria a chegada
do jovem artista desconhecido -
9:51 - 9:54como uma das figuras de proa do movimento
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9:55 - 9:58Após terminar "Untitled"
em Janeiro de 1982 -
9:58 - 10:01a galerista de Nova York Annina Nosei
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10:01 - 10:03deu-lhe um atelier na cave da sua galeria
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10:03 - 10:07para ele poder trabalhar com ela
na sua primeira exposição individual. -
10:07 - 10:10Começou um rumor
de que um selvagem negro fugitivo -
10:10 - 10:14produzia obras de arte
enquanto era mantido na cave -
10:15 - 10:18Isto é desagradável...
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10:18 - 10:20quer dizer, nunca estive fechado
em lado nenhum -
10:26 - 10:28se fosse branco diriam
"artista em residência" -
10:28 - 10:30em vez de dizer outras coisas.
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10:31 - 10:34Já se disse que a força motriz de Basquiat
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10:34 - 10:38era o desejo de ser aceite
após a rejeição do seu pai -
10:38 - 10:41A fama deu-lhe isso e imenso dinheiro
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10:41 - 10:44mas ele nunca seria totalmente aceite
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10:44 - 10:47Vendeu o primeiro quadro
a Debbie Harry dos Blondie -
10:47 - 10:49por 200 dólares
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10:49 - 10:53Ao fim de um ano,
vendia quadros a 200.000 dólares -
10:53 - 10:55mais depressa que os conseguia pintar
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10:55 - 10:58A sua exposição individual
na galeria de Annina Nosei -
10:58 - 11:00foi um enorme sucesso
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11:00 - 11:03E viu-se a pintar na Europa, na Califórnia
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11:04 - 11:06a viver com Madonna
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11:06 - 11:08e a ser amigo de Warhol
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11:08 - 11:11Pode ter vivido luxuosamente
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11:11 - 11:14mas ainda enfrentava
o racismo todos os dias -
11:14 - 11:16Saía de inaugurações de sucesso
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11:16 - 11:19e era impossível arranjar um táxi
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11:19 - 11:23Nas lojas, era seguido por um segurança
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11:23 - 11:27Era-lhe recusada a entrada
em restaurantes caros -
11:27 - 11:30e uma vez foi retido duas horas
num aeroporto -
11:30 - 11:33e interrogado sobre
como é que um negro de rastas -
11:33 - 11:35podia voar em primeira classe.
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11:36 - 11:39Para Basquiat, ter sucesso
não era fazer uma exposição, -
11:39 - 11:41ter um agente ou até fazer uma fortuna
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11:42 - 11:43Ele queria reconhecimento
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11:43 - 11:47dos principais críticos, curadores
e historiadores de arte -
11:48 - 11:49A instituição
-
11:50 - 11:52Mas existiam preconceitos contra ele
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11:52 - 11:56pela juventude, pela ligação ao graffiti,
por ser autodidata -
11:56 - 11:58e pelos temas que pintava
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12:01 - 12:04Reencontrou Warhol em 1982
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12:04 - 12:07desta vez para um almoço
combinado pelo seu agente -
12:07 - 12:10Basquiat sempre tinha admirado Warhol
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12:10 - 12:13E talvez tenha visto isto
como uma oportunidade -
12:13 - 12:16de alcançar o mundo da arte instituído
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12:16 - 12:18Depois do almoço, Basquiat foi para casa
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12:18 - 12:21e em duas horas pintou um quadro dos dois
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12:21 - 12:25que foi entregue, ainda fresco,
em casa de Warhol -
12:25 - 12:28Este quadro iniciou uma amizade
profunda entre os dois artistas -
12:28 - 12:30e deu início à sua colaboração
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12:32 - 12:36É um mito que a carreira de Basquiat
tenha descolado quando se ligou a Warhol -
12:37 - 12:42Ele já era famoso, ou Warhol
nunca se interessaria por ele -
12:42 - 12:46A sua relação profissional
e pessoal era simbiótica, -
12:46 - 12:48precisavam um do outro.
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12:48 - 12:52A carreira de Warhol tinha estagnado
e precisava de um sopro de vida. -
12:53 - 12:57E Basquiat precisava de acesso
à elite do mundo da arte -
12:58 - 13:01A sua segunda exposição
de pintura conjunta em 1985 -
13:01 - 13:05foi arrasada pelos críticos
e dilacerada pelos media. -
13:06 - 13:09Um crítico chamou a Basquiat
“a mascote de Warhol” -
13:09 - 13:12o que o afetou bastante
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13:12 - 13:17A amizade nunca recuperou
e Basquiat cortou relações com Warhol -
13:18 - 13:20Apesar dos ataques da imprensa
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13:20 - 13:23havia genuíno amor e respeito
entre os dois artistas -
13:23 - 13:26Warhol era uma
das poucas pessoas a que ele dava ouvidos -
13:26 - 13:29quando o assunto era refrear as drogas
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13:30 - 13:34Disse-se que Warhol amava
Basquiat como a um filho. -
13:35 - 13:37Após um ano do fim da amizade
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13:37 - 13:41Warhol morreu repentinamente
durante uma cirurgia de rotina -
13:42 - 13:45Basquiat ficou devastado
tornou-se cada vez mais isolado, -
13:46 - 13:49o vício da heroína e a depressão
ficaram fora de controlo. -
13:50 - 13:53Um ano mais tarde
também ele estaria morto -
13:54 - 13:567. VINTE E SETE
-
13:56 - 13:58Há alguma raiva em si?
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13:58 - 14:00Claro que há.
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14:00 - 14:03Pode-nos dizer a que se deve essa raiva?
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14:03 - 14:04Está zangado porquê?
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14:12 - 14:15Incapaz de lidar com as exigências da fama
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14:15 - 14:19em 1988, com a idade de apenas 27 anos
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14:19 - 14:20Jean-Michel Basquiat
-
14:20 - 14:23o mais bem-sucedido
artista negro da história -
14:23 - 14:26morreu de uma overdose de heroína
-
14:26 - 14:27A sua ascensão meteórica
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14:27 - 14:30e a sua carreira muitas vezes controversa
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14:30 - 14:31durou apenas sete anos.
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14:32 - 14:35Basquiat era um artista
dedicado ao seu ofício -
14:35 - 14:39e tão consciente do seu legado
como Miguel Ângelo ou Picasso -
14:40 - 14:44Como todos os artistas nesta série
de Grande Arte Explicada -
14:44 - 14:47Jean-Michel Basquiat
era fixado no seu propósito, -
14:47 - 14:49ambicioso e trabalhava arduamente
-
14:49 - 14:51Quando Madonna viveu com ele
-
14:51 - 14:54disse que era capaz
de acordar às 4 da manhã -
14:54 - 14:56e encontrá-lo ainda a pintar.
-
14:56 - 14:58Tinha uma necessidade desesperada de criar
-
14:58 - 15:03e na sua curta carreira
produziu mais de 2000 trabalhos, -
15:04 - 15:06mas nunca comprometeu
atingir o seu objetivo, -
15:06 - 15:09nunca diluiu a sua mensagem
-
15:09 - 15:11Os seus trabalhos crus e brutais
-
15:11 - 15:15retratando os problemas enfrentados
pelos afro-americanos nos EUA -
15:16 - 15:20são tão relevantes agora
como eram há 40 anos -
15:21 - 15:23Apesar da sua importância
-
15:23 - 15:26não há quase trabalhos nenhuns
dele em coleções públicas -
15:27 - 15:31Nem um só no Reino Unido
e muito poucos internacionalmente -
15:32 - 15:34“Untitled” esteve na mesma coleção privada
-
15:34 - 15:39desde que foi comprado
em 1984 por 19 000 dólares. -
15:39 - 15:42Quando apareceu num leilão em 2017
-
15:42 - 15:46alcançou o preço mais alto
pago por uma obra de arte, -
15:46 - 15:49não só por um feito por um artista negro,
mas por qualquer artista americano -
15:49 - 15:51incluindo Andy Warhol:
-
15:52 - 15:54110 milhões de dólares
-
15:57 - 16:01A sua arte está intimamente
ligada à sua vida -
16:01 - 16:03ao seu carisma e caminho,
-
16:03 - 16:06a sua etnia, o seu talento,
o seu fim prematuro. -
16:07 - 16:10Os seus trabalhos continuam
como um legado do seu talento -
16:10 - 16:14para colocar o imediatismo
do quotidiano na sua arte -
16:15 - 16:19A carreira de Jean-Michel Basquiat
foi breve e espetacular -
16:19 - 16:23mas continua a lançar
uma sombra sobre o mundo da arte -
16:23 - 16:26Tradução de Margarida Mariz
(setembro-2022)
- Title:
- "Sem título" (Caveira) de Jean-Michel Basquiat
- Description:
-
Em 1982, com apenas 22 anos, Jean-Michel Basquiat produziria este quadro. Uma imagem poderosa e deslumbrante que mistura texto, cor, simbolismo e marcas numa explosão crua e sem censura. Numa única pintura, ele usaria o seu poder instintivo de linguagem visual para dizer tudo o que queria dizer, sobre a América, sobre a arte, e sobre ser negro em ambos os mundos.
- Video Language:
- English
- Duration:
- 16:35
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Jean-Michel Basquiat's 'Untitled (Skull)': Great Art Explained | |
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