Como devem soar os carros elétricos?
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0:01 - 0:04Comecemos pelo silêncio.
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0:11 - 0:15O silêncio é uma das condições
mais preciosas para os humanos, -
0:16 - 0:19porque permite-nos sentir
a profundidade da nossa presença. -
0:20 - 0:23Esta é uma das razões pela qual
o aparecimento dos carros elétricos -
0:23 - 0:26tem gerado muito entusiasmo
entre as pessoas. -
0:27 - 0:31Pela primeira vez, podemos associar
o conceito de carro -
0:31 - 0:33com a experiência do silêncio.
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0:34 - 0:36Finalmente, os carros
podem ser silenciosos: -
0:37 - 0:38paz nas ruas,
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0:38 - 0:41uma revolução silenciosa nas cidades.
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0:45 - 0:48(Som do carro)
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0:54 - 0:56Mas o silêncio também
pode ser um problema. -
0:57 - 1:01A ausência de som, de facto,
no que toca a carros, -
1:01 - 1:02pode ser muito perigosa.
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1:03 - 1:05Pensem nas pessoas cegas,
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1:05 - 1:08que não conseguem ver
um carro aproximar-se. -
1:09 - 1:12E se este for elétrico,
nem sequer o ouvem. -
1:12 - 1:15Ou pensem em todos nós
enquanto caminhamos pela cidade, -
1:15 - 1:20absorvidos pelos nossos pensamentos,
e desligados do que nos rodeia. -
1:21 - 1:26Nestas situações, o som pode tornar-se
um companheiro precioso. -
1:27 - 1:31O som é um dos mais extraordinários
dons do universo. -
1:31 - 1:33O som é emoção
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1:33 - 1:35e o som é sublime,
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1:36 - 1:40e no que toca a carros,
o som é também informação. -
1:42 - 1:44Para proteger os pedestres
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1:44 - 1:47e para dar resposta acústica
aos condutores, -
1:47 - 1:51governos de todo o mundo
introduziram várias regulamentações -
1:51 - 1:55que prescrevem a presença
de um som para veículos elétricos. -
1:55 - 1:59Isto é, requerem níveis mínimos de som
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1:59 - 2:01em bandas de frequência específicas
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2:01 - 2:04até à velocidade de 30 km/h.
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2:06 - 2:07A velocidades superiores,
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2:07 - 2:11o barulho natural do carro
é considerado suficiente. -
2:13 - 2:17Estas regulamentações
geraram diferentes reações -
2:17 - 2:21entre aqueles a favor do som
e os que temem a presença -
2:21 - 2:23de demasiado som nas cidades.
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2:24 - 2:29No entanto, eu não o vejo
como barulho do carro. -
2:30 - 2:33Mas vejo-o como a voz do carro.
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2:34 - 2:38E este é um dos meus maiores desafios,
e privilégios, em simultâneo. -
2:39 - 2:42Eu concebo a voz dos carros elétricos.
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2:44 - 2:47Todos sabemos como soa
um motor a combustão, -
2:47 - 2:51e também sabemos como soa
um motor elétrico. -
2:51 - 2:53Pensem num comboio elétrico.
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2:53 - 2:55Assim que se movimenta,
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2:55 - 2:58cria um som de passo
de alta frequência ascendente, -
2:59 - 3:01a que chamamos "apito".
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3:02 - 3:05Contudo, se apenas
amplificássemos este som, -
3:05 - 3:09não seriamos capazes
de cumprir os requisitos legais. -
3:09 - 3:13É também por isso que precisamos
de compor um novo som. -
3:13 - 3:16Como é que o fazemos?
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3:17 - 3:21Em muitas cidades, o trânsito
já é muito caótico, -
3:21 - 3:23e não precisamos de mais caos.
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3:23 - 3:28Mas as ruas do século XXI
são um bom estudo de caso -
3:28 - 3:33repletas de transitoriedade,
propósitos cruzados e desordem. -
3:33 - 3:37Esta paisagem proporciona
uma grande oportunidade -
3:37 - 3:41para desenvolver novas soluções
de modo a reduzir este caos. -
3:43 - 3:47Eu concebi uma nova abordagem
que tenta reduzir o caos -
3:47 - 3:49ao introduzir harmonia.
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3:51 - 3:55Uma vez que muita gente não sabe
como pode soar um carro elétrico, -
3:55 - 3:59tenho de definir, primeiro,
um novo mundo sonoro, -
3:59 - 4:03algo que não pertença
à nossa experiência anterior, -
4:03 - 4:06mas que crie uma referência
para o futuro. -
4:07 - 4:11Em conjunto com uma equipa pequena,
criámos muitas texturas sónicas -
4:11 - 4:15que são capazes de transmitir emoção.
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4:16 - 4:18Tal como um pintor com as cores,
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4:18 - 4:23somos capazes de conectar
sentimentos e frequências -
4:23 - 4:25para que, quando um carro se aproxima,
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4:25 - 4:27possamos sentir uma emoção
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4:27 - 4:31que, para além de cumprir
os requisitos legais, -
4:31 - 4:35também represente o carácter
e identidade do carro. -
4:38 - 4:41Eu chamo a este paradigma
"genética do som". -
4:42 - 4:47Com genética do som, eu defino,
primeiro, um espaço estético de som, -
4:48 - 4:52e ao mesmo tempo,
procuro novos métodos inovadores -
4:52 - 4:56para gerar paisagens sonoras
que não conhecemos; -
4:57 - 5:01paisagens sonoras que nos permitam
visionar mundos abstratos, -
5:02 - 5:05tornando-os tangíveis e audíveis.
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5:06 - 5:10A genética do som
baseia-se em três passos. -
5:10 - 5:14O primeiro é a definição
de um organismo sónico, -
5:15 - 5:19o segundo é a descrição
de variações sónicas, -
5:20 - 5:24e o terceiro é a composição
de genes sonoros. -
5:27 - 5:32A descrição de um organismo sónico
baseia-se num grupo de propriedades -
5:32 - 5:36que todos os sons
que eu componho devem ter. -
5:39 - 5:40[O som é emocionante]
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5:40 - 5:46Transfiro para uma pequena
entidade sonora, como o som de um carro, -
5:46 - 5:49o poder da emoção da música,
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5:49 - 5:51para que o som também emocione.
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5:52 - 5:54[O som é representação]
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5:54 - 5:56E tal como um bailarino em palco,
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5:56 - 6:00o som irá projetar
trajetórias de som no ar. -
6:02 - 6:03[O som é memória.]
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6:03 - 6:06E isto não é apenas sobre
o som de um carro. -
6:06 - 6:10É a memória do meu pai
voltando para casa. -
6:12 - 6:13[O som é hipnotizante]
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6:13 - 6:18O som tem o poder de criar
uma sensação inesperada de maravilha, -
6:19 - 6:21que hipnotiza.
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6:22 - 6:23E, finalmente,
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6:23 - 6:25[O som é sobre-humano]
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6:25 - 6:27o som vai para além da condição humana,
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6:27 - 6:30porque nos permite transcender.
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6:33 - 6:37Como segundo passo,
definimos as variações sónicas. -
6:37 - 6:39[Prisma de identidade]
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6:39 - 6:43Tal como os humanos, em que
diferentes corpos geram diferentes vozes, -
6:43 - 6:48também diferentes formatos de carro
têm um comportamento acústico diferente, -
6:48 - 6:51que depende da sua geometria e materiais.
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6:52 - 6:58Por isso, temos de saber, primeiro,
como o carro propaga o som no exterior -
6:58 - 7:00por meio de medições acústicas.
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7:02 - 7:07E tal como como uma única voz é capaz
de produzir diferentes tons e timbres, -
7:07 - 7:11ao mesmo tempo, produzimos
diferentes variações sónicas -
7:11 - 7:15num espaço de oito palavras
que eu defini. -
7:16 - 7:19Algumas delas são, para mim,
muito importantes, -
7:19 - 7:21tal como o conceito de "visionário",
-
7:21 - 7:25de "elegância", de "dinâmica"
e de "abrangência". -
7:28 - 7:31Assim que definimos estes dois aspetos,
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7:31 - 7:34temos o que eu chamo
o "prisma de identidade" -
7:34 - 7:39que é algo como a carta
de identidade sónica de um carro. -
7:41 - 7:46E como terceiro passo,
entramos no mundo do "design" sonoro, -
7:47 - 7:50em que os genes sonoros são trabalhados
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7:50 - 7:53e se concebe um novo arquétipo.
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7:54 - 7:56Agora deixem-me mostrar-vos outro exemplo
-
7:56 - 8:00de como eu transformo
um campo de som numa melodia. -
8:02 - 8:05Imaginem-me como um violinista em palco.
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8:05 - 8:06Se eu começasse a tocar violino,
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8:06 - 8:10eu criaria um campo de som
que se iria propagar neste corredor, -
8:10 - 8:14e a algum momento, o campo de som
iria atingir as paredes laterais -
8:14 - 8:18e espalhar-se-ia ao longo deste espaço.
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8:18 - 8:19E isto é como isso iria parecer.
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8:19 - 8:26Há algum tempo, captei diversas maneiras
de o som atingir as paredes laterais. -
8:26 - 8:31E no ano passado, a Bavarian Radio
Symphony Orchestra pediu-me -
8:31 - 8:35para compor toques de telemóvel
que eles iriam tocar. -
8:35 - 8:39Num deles, tive a ideia de começar
a partir deste campo sonoro. -
8:40 - 8:42Peguei numa secção,
-
8:42 - 8:46sobrepus a secção à distribuição
dos músicos em palco, -
8:47 - 8:50e depois segui o espalhamento
do campo de som -
8:50 - 8:52através de três parâmetros:
-
8:52 - 8:54tempo, intensidade e frequência.
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8:55 - 9:00Depois, anotei todos os gradientes
de cada instrumento, -
9:00 - 9:02e, como podem ver, por exemplo,
-
9:02 - 9:06a peça irá começar com a secção
de cordas a tocar suavemente, -
9:06 - 9:12e depois terá um crescendo
enquanto os metais e as madeiras entram, -
9:12 - 9:16e a melodia irá acabar
com uma harpa e um piano -
9:16 - 9:19a tocar na escala mais alta.
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9:22 - 9:25Vamos ouvir como soava.
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9:28 - 9:29(Música etérea)
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9:42 - 9:44(Fim da música)
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9:48 - 9:51Isto é o som do meu despertador
de manhã. -
9:51 - 9:53(Risos)
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9:54 - 9:56Agora vamos voltar aos carros elétricos.
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9:57 - 10:03E vamos ouvir o primeiro exemplo
que eu vos mostrei. -
10:08 - 10:10(Som do carro)
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10:17 - 10:22Agora gostaria de mostrar-vos
como poderá soar um som potencial, -
10:22 - 10:26baseado na genética do som,
para carros elétricos. -
10:28 - 10:30(Música etérea)
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10:32 - 10:34(O tom aumenta com a aceleração)
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10:40 - 10:46Os carros são uma metáfora do tempo,
da distância e da viagem, -
10:47 - 10:50de sair e voltar,
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10:50 - 10:53de antecipação e de aventura,
-
10:53 - 10:58mas, ao mesmo tempo,
de inteligência e de complexidade, -
10:58 - 11:01de intuição humana e de realização.
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11:01 - 11:04O som tem de glorificar tudo isto.
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11:06 - 11:09Eu vejo os carros como criaturas vivas,
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11:10 - 11:14e como instalações de arte
performativa complexa. -
11:16 - 11:20Os sons que imaginámos
através da genética do som -
11:20 - 11:24permitem-nos não apenas
celebrar esta complexidade, -
11:25 - 11:29mas também tornar o mundo
num lugar mais elegante e seguro. -
11:30 - 11:31Obrigado.
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11:31 - 11:34(Aplausos)
- Title:
- Como devem soar os carros elétricos?
- Speaker:
- Renzo Vitale
- Description:
-
Os carros elétricos são extremamente silenciosos, proporcionando um silêncio bem-vindo às nossas cidades. Mas eles também representam novos perigos, uma vez que conseguem aproximar-se facilmente de pedestres distraídos. Que tipo de som devem estes carros fazer para garantir uma maior segurança para as pessoas? Tenham uma ideia do que o futuro poderá ser com o engenheiro e músico Renzo Vitale, que demonstra como está a compor a voz dos carros elétricos.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 11:51
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