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Ironia situacional: O oposto do que pensamos — Christopher Warner

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    Imaginem:
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    vocês e um amigo estão a assistir
    a uma telenovela.
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    Um figurante atrevido entra numa sala,
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    transportando um bolo de casamento
    de quatro andares.
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    Tropeça, cai,
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    e enfia a cara no bolo.
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    O vosso amigo ri,
    agarrado à barriga, e diz:
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    "É tão ridículo! Tao irónico!"
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    Rápido, o que é que vocês fazem?
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    Acompanham os risos da gravação
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    e deixam passar este penoso
    conceito errado de ironia?
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    Ou põem de lado a prudência
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    e explicam o verdadeiro sentido de ironia?
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    No vosso lugar,
    eu escolhia a última coisa.
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    Infelizmente, a ironia tem vindo a ser
    muito mal interpretada.
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    Há a tendência de empregar este termo
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    sempre que se vê uma coisa
    engraçada ou uma coincidência.
  • 0:58 - 1:01
    Embora muitos exemplos da verdadeira
    ironia possam ser engraçados,
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    não é essa a razão de ser da ironia.
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    Uma situação só é irónica,
    se o que acontece
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    é o oposto exato
    do que se espera que aconteça.
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    Se esperamos que aconteça A
    e acontece B,
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    então, sim, temos ironia.
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    Vejamos o exemplo do bolo.
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    Quando alguém aparece,
    a equilibrar com dificuldade
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    qualquer coisa que não devia
    transportar sozinho,
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    tropeça. cai e faz uma trapalhada,
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    é engraçado, mas não é irónico.
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    Provavelmente, seria de esperar
    que uma pessoa sozinha
  • 1:31 - 1:33
    a transportar um enorme bolo
    possa tropeçar.
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    Se isso acontece, a realidade
    corresponde à expetativa
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    e, portanto, não há ironia.
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    E se o figurante atrevido entrasse
    com uma medalha de ouro ao peito
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    que tinha ganho na prova
    de corrida com um bolo
  • 1:45 - 1:47
    nos Jogos Olímpicos de Atlanta de 1996?
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    E se o figurante fosse um transportador
    profissional de bolos?
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    Aí, talvez houvesse
    uma expetativa razoável
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    de que ele fosse mais competente
  • 1:55 - 1:58
    a transportar aquele bolo
    ridiculamente grande.
  • 1:58 - 2:03
    Quando uma expetativa razoável
    não é cumprida pelo figurante
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    temos um exemplo de ironia.
  • 2:05 - 2:06
    Outro exemplo.
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    Um cidadão idoso a enviar mensagens
    e a publicar num blogue.
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    A expetativa normal e razoável
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    de homens e mulheres mais "maduros"
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    é que não gostem ou não saibam tecnologia,
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    que tenham dificuldade
    em ligar um computador,
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    ou que tenham o velho telemóvel tijolo
    dos anos 80.
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    Não seria de esperar que eles
    se interligassem,
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    usassem alta tecnologia,
    ou tenham experiência
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    de enviar mensagens
    ou de publicar em blogues,
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    o que pode parecer
    uma coisa ultramoderna
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    que eles não tinham "no meu tempo".
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    Portanto, quando a Avó
    puxa do seu Smartphone,
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    para enviar fotos da sua dentadura
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    ou dos netos,
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    há uma situação de ironia.
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    A expetativa razoável da situação
    não se concretiza.
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    Isso é ironia.
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    Enquanto o transporte do bolo
    possa não ser irónico,
  • 2:52 - 2:55
    há todo o tipo de situações
    na vida que o são.
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    Vão para a rua e encontrem
    esses reais exemplos de ironia.
Title:
Ironia situacional: O oposto do que pensamos — Christopher Warner
Speaker:
Christopher Warner
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/situational-irony-the-opposite-of-what-you-think-christopher-warner

Há uma grande distância que separa aquilo que é irónico e aquilo que muitas pessoas dizem que é irónico. Christopher Warner quer pôr tudo em pratos limpos: Uma coisa só é irónica se for o oposto exato daquilo que pensamos.

Lição de Christopher Warner, animação de Ben Pearce.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
03:12

Portuguese subtitles

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