O poder extraordinário da família e da escola | Roberta Bento | TEDxSaoPauloSalon
-
0:18 - 0:22Eu passei pelo menos 30 anos da minha vida
-
0:23 - 0:25viajando pelo mundo
-
0:25 - 0:30pra estudar e pra buscar experiências
bem-sucedidas na educação -
0:31 - 0:33que eu pudesse trazer pro Brasil,
-
0:33 - 0:36pra inspirar a nossa educação
-
0:36 - 0:41e pra tentar responder
questões que são fundamentais -
0:41 - 0:47pra que nós possamos mudar
essa relação tão negativa -
0:47 - 0:49que nossos alunos têm com os estudos.
-
0:49 - 0:52Minha mãe teve um problema
no momento do meu parto, -
0:52 - 0:56em virtude desse problema,
eu tive uma paralisia cerebral. -
0:56 - 0:59A informação que os médicos
levaram para os meus pais -
0:59 - 1:02foi de que eles deviam se preparar
-
1:02 - 1:05porque eu teria uma vida
de muitos desafios, -
1:05 - 1:08provavelmente dificuldade
de fala e audição, -
1:08 - 1:11e certamente dificuldade de aprendizagem.
-
1:12 - 1:17E as outras sequelas, meus pais teriam
que ajudar os médicos a descobrir. -
1:17 - 1:22Foi assim que, quando chegou a fase
que eu deveria começar a andar, -
1:22 - 1:27meus pais descobriram uma sequela
muito forte nos membros inferiores. -
1:28 - 1:30Eu comecei uma série de cirurgias
-
1:30 - 1:34e passei a minha primeira
infância toda entre cirurgias -
1:34 - 1:37e por isso eu não pude ir
pra educação infantil. -
1:37 - 1:40Eu entrei na escola
direto no primeiro ano, -
1:40 - 1:42com o ano letivo já começado.
-
1:42 - 1:44Naquele momento,
-
1:44 - 1:49tanto os médicos quanto os meus pais
perceberam que a fala e a audição -
1:49 - 1:51não haviam sido afetadas.
-
1:51 - 1:53Eu entrei na escola
-
1:54 - 1:59com um esforço muito grande dos meus pais
pra que a escola me aceitasse. -
2:00 - 2:04A primeira escola disse:
"Não. Ela não vai conseguir acompanhar". -
2:04 - 2:08Meus pais foram para uma próxima escola
e prometeram que eles iam ajudar -
2:08 - 2:11no que fosse preciso
se a escola me aceitasse. -
2:12 - 2:14E foi assim que duas coisas aconteceram.
-
2:14 - 2:19Primeira: eu me apaixonei pela escola.
-
2:19 - 2:21Eu amava ir para a aula.
-
2:21 - 2:26E a segunda foi que,
pra surpresa de todos, -
2:26 - 2:30muito rapidamente eu tirei
a defasagem que eu tinha -
2:30 - 2:34em relação aos meus colegas de classe
que tinham feito a educação infantil -
2:34 - 2:37e que tinham começado
o ano letivo desde o início. -
2:37 - 2:43Daquele ponto em diante da minha vida,
eu sempre fui a melhor aluna da sala. -
2:44 - 2:47Decidi que eu queria ir
pra área da educação, -
2:47 - 2:50porque eu queria muito
devolver pra educação -
2:50 - 2:53a oportunidade que ela me deu.
-
2:53 - 2:56Decidi que eu queria fazer letras,
porque eu sempre amei gramática, -
2:56 - 2:58língua portuguesa, literatura.
-
2:58 - 3:02Mas no meio do meu trajeto
no ensino fundamental, -
3:03 - 3:06o professor chamou meu pai,
quando eu cheguei no quinto ano, -
3:06 - 3:11e disse que eu tinha muita facilidade
pra aprender a língua inglesa, -
3:11 - 3:15e perguntou pros meus pais se eu tinha
alguém em casa que estava me ajudando. -
3:15 - 3:18Meu pai era um pedreiro,
minha mãe era uma dona de casa, -
3:19 - 3:22e a língua inglesa nunca tinha
nem passado perto de casa. -
3:22 - 3:24Quando meu pai ouviu isso na escola,
-
3:24 - 3:29ele saiu e foi atrás
de vários cursos de línguas -
3:29 - 3:32até que ele achou um
que aceitou a proposta dele, -
3:33 - 3:38que foi: trocar serviços de manutenção
pelo curso de inglês para mim. -
3:38 - 3:41Era só assim que meu pai podia pagar,
-
3:41 - 3:43com o trabalho que ele fazia.
-
3:44 - 3:48Em virtude disso, quando eu entrei
na faculdade de Letras, aos 17 anos, -
3:48 - 3:50eu já falava inglês,
-
3:50 - 3:52e quando eu terminei a faculdade,
-
3:52 - 3:56eu ganhei uma bolsa pra fazer
uma especialização na Inglaterra. -
3:56 - 3:57Quando eu voltei pro Brasil,
-
3:57 - 4:02eu fui trabalhar coordenando
algumas unidades de um ensino de línguas -
4:02 - 4:07e fui convidada para corrigir as provas
de mestrado e doutorado de inglês -
4:07 - 4:10de uma das primeiras
universidades do Brasil -
4:10 - 4:13a receber internet de alta velocidade.
-
4:13 - 4:17Quando eu vi a internet na universidade,
o computador na escola, -
4:17 - 4:21eu tive uma ideia
e juntei toda essa tecnologia -
4:21 - 4:25pra ajudar a melhorar o ensino de línguas,
-
4:25 - 4:30a proporcionar que mais alunos tivessem
acesso ao ensino de inglês. -
4:30 - 4:33Isso gerou uma reportagem
em dois grandes jornais -
4:33 - 4:35de estados diferentes do Brasil.
-
4:35 - 4:40E essas reportagens culminaram
em um convite que eu recebi -
4:40 - 4:43para trabalhar numa empresa
que estava chegando no Brasil -
4:43 - 4:46com a proposta de fazer
integração da tecnologia -
4:46 - 4:49em todas as áreas do conhecimento.
-
4:50 - 4:52Eu entrei nessa empresa
como assistente pedagógica -
4:52 - 4:57e fiz todo um caminho até que eu me tornei
vice-presidente dessa empresa -
4:57 - 5:00que estava em 89 países.
-
5:00 - 5:04E eu comecei a viajar
pras convenções internacionais -
5:04 - 5:07e pra buscar respostas
-
5:07 - 5:10nos países que têm a melhor qualidade
de educação no mundo, -
5:10 - 5:14de como nós poderíamos
conseguir envolver os alunos, -
5:14 - 5:19ajudar o professor a lidar
com essa frustração tão grande -
5:19 - 5:20de preparar uma aula,
-
5:20 - 5:25de chegar animado e ir embora triste,
porque não conseguiu envolver o aluno. -
5:25 - 5:29Quanto mais eu conhecia escolas modelo,
-
5:29 - 5:34mais eu buscava inspiração
e vinha pro Brasil implantar os projetos. -
5:34 - 5:37Então, depois de algum tempo,
-
5:38 - 5:43apesar do "não vai ouvir, não vai falar,
não vai aprender", eu estava ali, -
5:43 - 5:45profissionalmente muito realizada,
-
5:45 - 5:48cumprindo a minha missão
na área de educação. -
5:48 - 5:54Então chegou a hora que bateu a vontade
de realizar meu sonho de vida -
5:54 - 5:55que era ser mãe.
-
5:56 - 5:59E quando eu decidi que estava na hora
de realizar esse sonho -
5:59 - 6:04eu recebi a informação
de que eu não ia poder realizar o sonho -
6:04 - 6:06de gerar um filho.
-
6:06 - 6:10Pelas sequelas que eu ainda tenho
da paralisia cerebral, -
6:10 - 6:13eu não teria problema para engravidar,
-
6:13 - 6:16mas não conseguiria levar
uma gestação até o final. -
6:17 - 6:21Eu levei um tempo
processando essa informação, -
6:22 - 6:25mas um dia eu pensei o seguinte:
-
6:25 - 6:30essa mesma pessoa para quem a medicina
está dizendo que não vai ser possível -
6:30 - 6:32realizar o sonho de gerar um filho,
-
6:32 - 6:36também foi a pessoa
para quem um dia disseram: -
6:36 - 6:39"Não vai andar, não vai falar,
não vai aprender". -
6:39 - 6:41E eu estava ali fazendo tudo isso.
-
6:41 - 6:45Então, eu decidi que eu ia tentar
realizar o sonho de ser mãe. -
6:45 - 6:49Eu engravidei, e do quinto mês em diante,
-
6:49 - 6:52eu entendi o que os médicos
estavam tentando me dizer -
6:53 - 6:56e eu tive realmente
uma gravidez muito complicada, -
6:56 - 6:57de altíssimo risco,
-
6:58 - 7:01quatro meses de repouso absoluto.
-
7:02 - 7:05E no dia 30 de junho de 1989,
-
7:06 - 7:11o meu sonho maior se realizou:
minha filha nasceu forte, saudável, -
7:12 - 7:16e passou a me acompanhar
na minha missão na educação. -
7:16 - 7:19Então toda vez que ela estava
de férias na escola. -
7:19 - 7:23ela ia junto comigo pro país que eu fosse,
-
7:23 - 7:26pra cidade do Brasil que eu fosse
trabalhar na educação, -
7:26 - 7:29ela estava junto comigo
toda vez que ela estava de férias. -
7:30 - 7:32Quando chegou a hora de ela
ir para a faculdade, -
7:32 - 7:34pra minha felicidade,
-
7:35 - 7:38ela se formou em pedagogia na USP.
-
7:38 - 7:42Quando ela saiu da faculdade,
ela teve uma ideia -
7:43 - 7:48de ajudar as famílias que tanto nos pediam
-
7:49 - 7:55guia, soluções, ideias, para conseguir que
os filhos se envolvessem com a educação. -
7:55 - 7:57Então, ela começou um projeto
de ir na casa da família -
7:57 - 8:00e ajudar a fazer os ajustes
para que as crianças -
8:00 - 8:03se envolvessem mais com os estudos.
-
8:03 - 8:05E toda vez que ela ia atender uma família,
-
8:05 - 8:09ela me ligava, onde quer
que eu estivesse, e pedia ajuda. -
8:10 - 8:13E nós descobrimos que toda vez
que nós planejávamos juntas -
8:13 - 8:17o que a família ia fazer,
o sucesso era muito grande. -
8:17 - 8:18Aquele aluno,
-
8:18 - 8:20criança ou adolescente,
-
8:20 - 8:22conseguia estudar,
-
8:22 - 8:26conseguia ter um desempenho,
um envolvimento com aprendizagem, -
8:26 - 8:28que é o que a gente mais sonha.
-
8:28 - 8:31Então ela me fez um convite
para trabalhar com ela. -
8:32 - 8:35E foi assim que eu cheguei na empresa,
-
8:35 - 8:39onde eu estava há 18 anos e cinco meses,
-
8:39 - 8:41que eu tinha construído uma carreira,
-
8:41 - 8:48que eu tinha superado vários momentos
de preconceito porque eu sou mulher, -
8:48 - 8:50porque eu sou deficiente,
-
8:50 - 8:53não dentro da empresa, no mercado.
-
8:53 - 8:55Eu fui lá e pedi a demissão.
-
8:55 - 8:58Muitas pessoas acharam
que eu estava ficando maluca -
8:58 - 9:01de abrir mão de uma carreira
que eu construí com tanto suor, -
9:01 - 9:02mas eu sabia o que eu estava fazendo.
-
9:02 - 9:05Eu tinha duas motivações principais.
-
9:05 - 9:09Uma: no momento que minha filha
me chamou para trabalhar com ela -
9:09 - 9:12eu vi diante dos meus olhos,
-
9:12 - 9:16o meu sonho de vida se juntar
com a minha missão de vida. -
9:16 - 9:22A minha filha na educação
me convidando para trabalhar com ela. -
9:23 - 9:24Essa foi a primeira motivação.
-
9:24 - 9:30E a segunda foi o desejo
que eu tinha de descobrir -
9:31 - 9:37se a medicina tinha errado quando disse
que eu teria dificuldade de aprendizagem -
9:37 - 9:42ou, se esse diagnóstico foi correto,
-
9:42 - 9:45o que teria me permitido
superar esse desafio? -
9:45 - 9:47Nesse momento,
-
9:47 - 9:52Taís, minha filha, e eu fomos
estudar neurociência cognitiva, -
9:52 - 9:56pra descobrir o que acontece no cérebro
no momento da aprendizagem -
9:56 - 9:59e talvez achar a resposta para mim.
-
9:59 - 10:05Encontramos na neurociência
descobertas maravilhosas que trazem luz -
10:05 - 10:09pras questões que os professores
enfrentam todo dia na sala de aula, -
10:09 - 10:12que os pais enfrentam em casa
quando o filho não quer estudar, -
10:12 - 10:13não quer ir para a escola,
-
10:13 - 10:19e pros desafios que os nossos alunos
hoje enfrentam quando não conseguem -
10:19 - 10:22prestar atenção, focar, ter o desejo
-
10:22 - 10:26e a chama continuada por aprender.
-
10:26 - 10:31Conseguimos levar pros pais
a informação de que toda criança -
10:31 - 10:36precisa de uma responsabilidade
compartilhada dentro de casa, -
10:37 - 10:41senão ela não vai desenvolver
a paixão pelos estudos. -
10:42 - 10:44Uma criança que ouve dos pais a vida toda:
-
10:44 - 10:49"Meu filho, sua única obrigação
é estudar, o resto eu cuido", -
10:50 - 10:53não desenvolve senso de responsabilidade,
-
10:53 - 10:57autoestima, memórias
de procedimento e de fatos, -
10:57 - 11:01pra que ela consiga ter uma relação
positiva com a aprendizagem. -
11:01 - 11:03E eu descobri,
-
11:04 - 11:06que eu sou a prova viva
-
11:06 - 11:10de uma das descobertas
mais recentes da neurociência, -
11:10 - 11:12que é a neuroplasticidade.
-
11:13 - 11:17A neuroplasticidade é a capacidade
do cérebro se reestruturar, -
11:17 - 11:21se recompor em qualquer fase da vida,
-
11:21 - 11:25especialmente durante
a infância e a adolescência. -
11:26 - 11:32Um ambiente rico em estímulos
é capaz de fazer com que o cérebro -
11:32 - 11:37se regenere e gere comportamentos sociais
-
11:37 - 11:41cognitivos e motores
que jamais teriam acontecido -
11:42 - 11:45se esse aluno ou se esse filho
-
11:45 - 11:50não fosse exposto a desafios, a elogios,
-
11:50 - 11:54à crença de que ele é capaz.
-
11:56 - 12:00Eu descobri que a forma
como meus pais me educaram -
12:02 - 12:05fez de mim a pessoa que eu sou.
-
12:05 - 12:08Meus pais saíram da maternidade decididos
-
12:08 - 12:12que eles iam focar o meu potencial,
e não a minha deficiência. -
12:12 - 12:15Quando ele me levou pra escola
pela primeira vez, -
12:16 - 12:20eu ainda andava com muita dificuldade,
eu estava recém-saída de várias cirurgias. -
12:20 - 12:22Eu usava uma bota muito estranha,
-
12:22 - 12:25e quando ele passava comigo
na rua de mão dada, -
12:25 - 12:28as pessoas iam acompanhando, iam olhando.
-
12:28 - 12:31Quando tinha criança,
às vezes a criança apontava. -
12:31 - 12:36Toda vez que isso acontecia,
o meu pai olhava para mim e falava: -
12:36 - 12:39"Eles estão achando lindo o seu vestido".
-
12:40 - 12:44Ou: "Eles estão adorando a sua bota".
-
12:44 - 12:48Eu acreditava tanto nisso,
que erguia o pescoço e falava: -
12:48 - 12:50"Deixa eu caprichar, né?"
-
12:52 - 12:55Quando meu pai, num Natal,
-
12:55 - 13:00naquele tempo em que os pais compravam
um presente para todos os filhos, -
13:00 - 13:04eles se sentiam felizes
por esta conquista e os filhos também, -
13:04 - 13:07meu pai comprou uma bicicleta
de presente para nós quatro, -
13:07 - 13:10nós somos quatro irmãos.
-
13:10 - 13:14Meus irmãos abriram a bicicleta
e correram pra rua para andar. -
13:14 - 13:20Eu olhei pro meu pai e falei assim:
"Eu também quero andar de bicicleta". -
13:21 - 13:26E meu pai falou assim pra mim: "Então você
vai lá fora e pede ajuda pros seus irmãos. -
13:26 - 13:29Se eles não conseguirem te ajudar,
-
13:30 - 13:33você volta aqui que eu
vou lá e vou te ajudar". -
13:34 - 13:36O que eu me lembro,
-
13:36 - 13:39é do meu irmão me sentando na bicicleta,
-
13:39 - 13:42a minha irmã mais velha me segurando,
-
13:42 - 13:46o meu irmão caçula me empurrando,
e eu juro para vocês -
13:46 - 13:50que eu tenho a memória
de que eu andei de bicicleta. -
13:51 - 13:54Mais do que essas atitudes
e posturas dos meus pais, -
13:55 - 14:01eu tive a sorte de que
a escola que me aceitou, -
14:01 - 14:08embora nunca tivesse ouvido falar do termo
"inclusão" porque isso não existia ainda, -
14:08 - 14:10a escola realmente me incluiu.
-
14:11 - 14:15Todos os professores
realmente me aceitaram -
14:15 - 14:18como uma aluna capaz de aprender.
-
14:18 - 14:22Nem mesmo da aula
de educação física eu fui dispensada. -
14:22 - 14:25A minha professora falava assim pra mim:
-
14:25 - 14:30"Roberta, eu preciso de ajuda
para arrumar os equipamentos e os jogos. -
14:31 - 14:36Enquanto seus colegas correm
ao redor da quadra, você pode me ajudar?" -
14:36 - 14:40Eu ajudava, feliz da vida,
cheia de orgulho. -
14:40 - 14:42Quando eu terminava, ela falava:
-
14:42 - 14:47"A última volta eu quero
que seja caminhando na quadra -
14:47 - 14:49e os seus colegas estão te esperando".
-
14:49 - 14:55Eu ia e eu chegava para a atividade
junto com os meus amigos, -
14:56 - 14:59e eu me sentia parte daquele grupo,
-
15:00 - 15:06eu me sentia parte daquela aula,
e eu me sentia capaz de aprender. -
15:06 - 15:10E o que eu descobri
na neurociência cognitiva -
15:10 - 15:17foi que a neuroplasticidade
é um processo que acontece -
15:18 - 15:24quando um pai fala pro filho: "Meu filho,
vai lá e tenta, eu sei que você é capaz". -
15:25 - 15:31Quando um professor fala para um aluno:
"Se você não conseguir, pede ajuda. -
15:31 - 15:33Eu vou ajudar você".
-
15:34 - 15:38Quando um professor fala pro aluno assim:
-
15:38 - 15:41"Se você não conseguiu fazer dessa forma,
-
15:41 - 15:46deve ter uma outra maneira
que, juntos, nós podemos conseguir". -
15:50 - 15:52E a neurociência cognitiva mostrou
-
15:52 - 15:57que a expectativa positiva
que um pai passa pro seu filho -
15:57 - 16:02em relação à capacidade que ele tem
de superar os desafios, -
16:02 - 16:04muda o cérebro fisicamente.
-
16:05 - 16:09A expectativa positiva
que vocês, professores, -
16:09 - 16:13passam pros seus alunos todos os dias,
-
16:13 - 16:17é isso que o seu aluno
vai levar pro resto da vida. -
16:17 - 16:21Muito mais do que o conteúdo
que você precisa ensinar, -
16:21 - 16:26ele precisa que você mostre pra ele
que você acredita que ele é capaz, -
16:26 - 16:31e, juntos, vocês vão achar o caminho
para que cada um aprenda no seu ritmo. -
16:32 - 16:34Desenvolva o seu potencial máximo.
-
16:35 - 16:41Então, a resposta que eu fui procurar
em tantos países diferentes do mundo, -
16:41 - 16:43já tinha sido me dada.
-
16:43 - 16:49Já tinha sido trazida para mim
por um pedreiro, por uma dona de casa. -
16:49 - 16:52Um pedreiro que fez
até o terceiro ano de escola, -
16:52 - 16:55a minha mãe que fez até o quinto ano,
-
16:55 - 17:00e os professores que nunca
tinham ouvido falar de inclusão, -
17:00 - 17:04mas realmente me tornaram
a mãe que eu sou hoje, -
17:05 - 17:10a professora que eu fui a vida toda,
a profissional que eu consegui ser. -
17:10 - 17:12E essa pessoa que hoje,
-
17:12 - 17:18humildemente vem agradecer
a todos os pais e professores, -
17:18 - 17:24que realmente são capazes
de fazer com que a educação mude, -
17:24 - 17:29com que os alunos realmente
descubram o prazer em aprender. -
17:29 - 17:30Obrigada.
-
17:30 - 17:32(Aplausos)
- Title:
- O poder extraordinário da família e da escola | Roberta Bento | TEDxSaoPauloSalon
- Description:
-
Roberta teve uma paralisia cerebral no momento do nascimento. A dificuldade de aprendizagem foi uma das sequelas previstas, dentre outros desafios que teria a enfrentar. Os anos se passaram e a neurociência trouxe uma descoberta que explica como aquela criança tão frágil conseguiu se tornar uma educadora reconhecida internacionalmente.
Unindo neurociência, educação e história de vida, ela mostra como pais e professores podem fazer a diferença na capacidade de aprendizagem das crianças para que elas desenvolvam seu potencial máximo! Graduada em Letras, com especialização em formação de professores de Línguas (International House, Inglaterra) e com pós-graduação em Marketing e em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Especialização em Aprendizagem Baseada no Funcionamento do Cérebro pela Universidade da Califórnia e Duke University, e em Aprendizagem Cooperativa pela Universidade de Minnesota e Universidade de San Diego (Estados Unidos).
This talk was given at a TEDx event using the TED conference format but independently organized by a local community. Learn more at https://www.ted.com/tedx
- Video Language:
- Portuguese, Brazilian
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 17:43