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O problema do desejo nos casais que moram juntos | Isabelle Constant | TEDxVaugirardRoad

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    Eu vou lhes falar
  • 0:11 - 0:16
    sobre uma queixa que eu escuto,
    regularmente, no meu consultório,
  • 0:16 - 0:21
    e que é dita, indistintamente,
    por homens e mulheres,
  • 0:21 - 0:25
    e que pode se resumir a:
    "Eu amo meu marido,
  • 0:25 - 0:27
    eu amo minha mulher,
  • 0:27 - 0:30
    eu gosto de fazer amor,
  • 0:30 - 0:35
    mas, eu não tenho nenhum desejo sexual".
  • 0:36 - 0:42
    Geralmente, a pessoa me pede para ajudá-la
    a recuperar seu desejo sexual, claro.
  • 0:43 - 0:48
    Então, esta é uma situação que, talvez,
    alguns de vocês conheçam,
  • 0:48 - 0:52
    na qual alguém é o problema, é o culpado.
  • 0:52 - 0:57
    Aliás, ele será criticado pelo outro.
  • 0:58 - 1:01
    Então, ele se sente culpado.
  • 1:01 - 1:05
    Culpado por essa falha.
  • 1:05 - 1:09
    Culpado por não conseguir
    recuperar o seu desejo.
  • 1:10 - 1:15
    E culpado por fazer sofrer
    a pessoa que ele ama.
  • 1:16 - 1:20
    E culpado por colocar
    sua relação em perigo.
  • 1:23 - 1:24
    E para o outro,
  • 1:24 - 1:28
    bom, é também muito difícil
  • 1:29 - 1:33
    porque, primeiramente,
    ele se sente frustrado, sexualmente,
  • 1:35 - 1:37
    e ainda, se sente rejeitado.
  • 1:37 - 1:41
    Porque mesmo se diferenciamos
  • 1:41 - 1:46
    o fato de ser rejeitado e recusado,
  • 1:47 - 1:49
    nada impede que, na realidade,
  • 1:49 - 1:53
    a pessoa se sinta, geralmente,
    rejeitada e mal amada.
  • 1:55 - 1:57
    E no mais, de tanto ouvir recusas,
  • 1:57 - 2:01
    ela não sabe mais
    como se aproximar do outro.
  • 2:01 - 2:03
    Ela começa a duvidar,
  • 2:03 - 2:07
    a duvidar de sua capacidade de sedução,
  • 2:07 - 2:11
    a duvidar de si mesma,
  • 2:12 - 2:17
    a duvidar até da legitimidade
    de seu próprio desejo.
  • 2:17 - 2:20
    E para algumas mulheres,
  • 2:20 - 2:25
    isso pode ser vivido,
    essa situação de mendigar,
  • 2:25 - 2:29
    como algo extremamente humilhante.
  • 2:31 - 2:35
    Então, isso é uma situação tão difícil
  • 2:35 - 2:39
    que, evidentemente,
    cada um utiliza um meio para evitá-la.
  • 2:40 - 2:43
    Pode ser não ir para a cama
    no mesmo horário,
  • 2:44 - 2:49
    ter várias coisas importantíssimas
    a fazer no computador
  • 2:49 - 2:51
    até uma hora da manhã.
  • 2:53 - 2:56
    Ir para a cama, subitamente,
    às nove e quinze da noite.
  • 2:56 - 3:01
    Estar com dor nas costas, dor de cabeça,
    enfim, todos os tipos de coisas
  • 3:01 - 3:05
    que permitirão evitar
    esses momentos de intimidade
  • 3:05 - 3:08
    quando a questão surgirá:
  • 3:08 - 3:11
    "Fazemos amor ou não?"
  • 3:12 - 3:17
    "Teremos desejo ou não?"
  • 3:17 - 3:22
    "E se tivermos, ele vai durar até o fim?"
  • 3:24 - 3:28
    E algumas vezes, é como se o desejo
  • 3:28 - 3:34
    fosse um tipo de avalista
    que deveria trazer a prova
  • 3:34 - 3:39
    de que somos uma mulher de verdade
    ou um homem de verdade,
  • 3:39 - 3:44
    que existe realmente amor,
    que somos um casal de verdade,
  • 3:44 - 3:46
    nos esquecendo, completamente,
  • 3:46 - 3:50
    que podemos ter desejo
    por alguém que não amamos
  • 3:50 - 3:53
    e com quem não temos
    a intenção de formar um casal!
  • 3:53 - 3:54
    Mas, bom...
  • 3:55 - 4:01
    nada impede que o desejo esteja
    carregado de muitas implicações
  • 4:02 - 4:06
    que fazem com que a espera de sua chegada
  • 4:07 - 4:10
    seja vivida com angústia, com apreensão,
  • 4:11 - 4:14
    acabando, geralmente, em brigas,
  • 4:15 - 4:19
    fazendo, finalmente, com que o casal
    pare de ter uma sexualidade.
  • 4:21 - 4:24
    Geralmente, isso é sentido
    como um fracasso,
  • 4:24 - 4:27
    e um fracasso cruel,
  • 4:29 - 4:32
    pois a sociedade, as mídias,
  • 4:32 - 4:36
    nossa época nos dizem que,
    se quisermos vencer na vida,
  • 4:36 - 4:40
    temos que ter uma vida sexual de sucesso.
  • 4:41 - 4:45
    Então, quando vejo chegar um casal
  • 4:46 - 4:49
    preso nesse círculo vicioso,
  • 4:49 - 4:52
    tanto um casal homossexual,
  • 4:52 - 4:56
    como um casal heterossexual,
    isso é a mesma coisa,
  • 4:56 - 5:01
    primeiro, eu lhes explico que essa busca,
  • 5:01 - 5:06
    essa perseguição do desejo,
    impede a vinda de qualquer desejo.
  • 5:06 - 5:09
    Isso é simplesmente impossível.
  • 5:09 - 5:13
    Não é preciso ter
    uma patologia particular.
  • 5:13 - 5:19
    Qualquer pessoa equilibrada
    que se vê numa situação
  • 5:19 - 5:23
    na qual é obrigada a ter desejo sexual,
  • 5:24 - 5:28
    seguindo o ideal do casal: uma vez,
    duas, três, quatro vezes por semana,
  • 5:29 - 5:30
    regularmente,
  • 5:30 - 5:32
    espontaneamente,
  • 5:32 - 5:34
    definitivamente,
  • 5:34 - 5:37
    senão ela fracassa na sua vida sexual,
  • 5:37 - 5:42
    não é completamente um homem
    ou completamente uma mulher,
  • 5:42 - 5:45
    e ainda coloca sua relação em perigo,
  • 5:46 - 5:49
    não pode ter desejo sexual.
  • 5:49 - 5:51
    Isso é simplesmente impossível.
  • 5:51 - 5:58
    Quanto mais tentamos trazer esse desejo,
    mais o fazemos desaparecer.
  • 6:01 - 6:05
    Então, precisamos pensar
    no problema de outra maneira.
  • 6:06 - 6:11
    Precisamos parar de esperar esse desejo,
  • 6:11 - 6:15
    precisamos até aceitar ficar sem ele,
  • 6:15 - 6:22
    e para isso, bom,
    vamos decidir fazer amor.
  • 6:22 - 6:23
    Quando falo em fazer amor,
  • 6:23 - 6:29
    quero dizer ter relações sexuais juntos,
    ter prazer sexual juntos.
  • 6:31 - 6:36
    E então, vamos decidir,
    principalmente, quando faremos amor.
  • 6:36 - 6:40
    E como teremos decidido juntos,
  • 6:41 - 6:44
    estaremos compromissados, um com o outro,
  • 6:44 - 6:50
    bom, será obrigatório,
    com ou sem desejo, faremos amor.
  • 6:51 - 6:56
    Então, neste caso, geralmente,
    a primeira reação que tenho é:
  • 6:56 - 6:59
    "Ah, não, isso não é
    possível de jeito nenhum!"
  • 6:59 - 7:03
    "Isso não é possível.
    Eu não quero ser obrigado!"
  • 7:03 - 7:05
    "O que eu quero
  • 7:05 - 7:09
    é que o outro me deseje,
    que o outro me queira...
  • 7:11 - 7:15
    É disso que eu tenho vontade!
    Não quero que seja obrigatório!"
  • 7:17 - 7:20
    Então, isso é muito difícil de dizer.
  • 7:20 - 7:25
    E no entanto, se quisermos sair
    desse círculo vicioso,
  • 7:25 - 7:28
    precisamos mudar essa postura.
  • 7:28 - 7:33
    Porque essa postura:
    "Eu quero... que você queira",
  • 7:33 - 7:37
    bem, ela sela o círculo vicioso.
  • 7:37 - 7:42
    E se quisermos recuperar
    o prazer juntos, na sexualidade,
  • 7:43 - 7:47
    precisamos abandonar essa postura.
  • 7:48 - 7:52
    E então, a segunda reação
    que eu tenho também é:
  • 7:52 - 7:55
    "Ah, não, isso também não é possível,
  • 7:55 - 7:58
    porque não podemos
    programar esse tipo de coisa,
  • 7:58 - 8:02
    não é possível, será artificial;
  • 8:02 - 8:07
    precisa ser natural e espontâneo,
    eu não quero programar isso".
  • 8:08 - 8:11
    Então, essa é uma ideia pronta
  • 8:13 - 8:16
    que é falsa e traz muitos problemas.
  • 8:17 - 8:23
    Quando você tem um encontro
    com sua amante ou seu amante,
  • 8:24 - 8:27
    quarta-feira, das 14h às 18h,
  • 8:29 - 8:30
    está programado!
  • 8:30 - 8:31
    (Risos)
  • 8:31 - 8:35
    Você sabe que vai fazer amor,
  • 8:35 - 8:37
    e geralmente, isso não é um problema...
  • 8:37 - 8:39
    (Risos)
  • 8:40 - 8:46
    Quando seu namorado que mora em Marselha
    vem passar o final de semana em Paris,
  • 8:47 - 8:51
    você sabe que vocês vão fazer amor,
    na primeira noite,
  • 8:51 - 8:54
    e provavelmente, no dia seguinte também.
  • 8:54 - 8:58
    Estar previsto não é uma desvantagem,
    pode ser até algo a mais.
  • 9:00 - 9:04
    Quando sei que daqui a 15 dias
    eu vou esquiar,
  • 9:04 - 9:06
    durante 15 dias
  • 9:06 - 9:10
    eu vou sonhar, vou pensar
    e até mesmo experimentar
  • 9:10 - 9:14
    minhas botas de esqui, na minha cozinha,
  • 9:14 - 9:18
    e daqui a 15 dias,
    nas pistas, sentirei prazer.
  • 9:18 - 9:21
    Mas isso não é a mesma coisa.
  • 9:23 - 9:24
    De fato,
  • 9:25 - 9:30
    trata-se de uma retomada
  • 9:30 - 9:34
    do direito de pensar
    sobre a sua sexualidade,
  • 9:34 - 9:39
    em vez de delegá-la somente ao desejo.
  • 9:40 - 9:47
    E de pensar na sexualidade
    não como um problema a ser resolvido,
  • 9:48 - 9:51
    mas, como um projeto
    que construímos a dois.
  • 9:52 - 9:55
    Fazemos vários projetos
    quando somos um casal.
  • 9:55 - 9:59
    Programamos de ir ao teatro,
    de assistir a uma palestra TED
  • 9:59 - 10:04
    de ir ao restaurante, de sair de férias,
  • 10:05 - 10:08
    e não esperamos ficar com fome
  • 10:08 - 10:12
    ou cansados para agirmos.
  • 10:13 - 10:15
    Conversamos, discutimos,
  • 10:15 - 10:17
    decidimos,
  • 10:18 - 10:21
    reservamos os lugares, e então, vamos.
  • 10:21 - 10:24
    Bom, então, vamos fazer a mesma coisa.
  • 10:25 - 10:27
    E se por exemplo,
  • 10:27 - 10:30
    decidimos fazer amor,
  • 10:32 - 10:34
    na quinta à noite não,
    porque tem palestra TED,
  • 10:34 - 10:36
    (Risos)
  • 10:36 - 10:38
    mas, na terça-feira,
  • 10:40 - 10:44
    primeiro, teremos muitas vantagens nisso,
    pois quer dizer que, segunda à noite,
  • 10:44 - 10:46
    não faremos amor.
  • 10:49 - 10:52
    Então, na segunda à noite,
    poderemos ficar juntos,
  • 10:52 - 10:55
    poderemos, talvez,
    nos deitar no mesmo momento,
  • 10:55 - 10:57
    poderemos trocar carinhos
  • 10:57 - 11:01
    sem ficar com medo de provocar uma ereção
  • 11:02 - 11:05
    com a qual não saberíamos lidar,
  • 11:05 - 11:09
    ou sem medo de provocar uma ereção
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    que não estaríamos certos
    que iria durar até o fim,
  • 11:11 - 11:14
    ou sem pensar:
    "Eu tenho que ter uma ereção".
  • 11:14 - 11:17
    Poderemos ficar tranquilos,
    poderemos ficar juntos,
  • 11:17 - 11:22
    porque nosso compromisso amoroso
    com nosso parceiro é na terça-feira.
  • 11:24 - 11:26
    E, então, na terça-feira de manhã,
  • 11:26 - 11:33
    talvez, não peguemos
    a primeira lingerie que encontramos,
  • 11:33 - 11:37
    iremos, talvez, pensar um pouquinho
    antes de escolher o sutiã...
  • 11:38 - 11:42
    E os homens vão, talvez,
    fazer a barba mais rente,
  • 11:42 - 11:44
    colocar um perfume cheiroso,
  • 11:44 - 11:50
    porque hoje à noite há o encontro amoroso.
  • 11:51 - 11:55
    E, é claro, não há o risco da rejeição,
  • 11:55 - 12:01
    porque chegamos a um acordo juntos
    e decidimos juntos que, na terça à noite,
  • 12:01 - 12:05
    teremos prazer sexual juntos.
  • 12:05 - 12:10
    Então, se o homem não tem desejo,
    bom, isso não é um problema.
  • 12:10 - 12:14
    Não tem problema se ele não tem ereção.
    Isso não é um problema.
  • 12:14 - 12:18
    Existem outros meios
    de dar prazer à sua companheira.
  • 12:19 - 12:24
    E a mulher, se ela não tem prazer,
    se ela não fica lubrificada rapidamente,
  • 12:24 - 12:28
    não tem problema,
    existem vários cremes formidáveis,
  • 12:28 - 12:31
    muito agradáveis e cheirosos,
    para serem usados.
  • 12:32 - 12:35
    O objetivo é ter prazer juntos,
  • 12:36 - 12:38
    e então, quando acabar,
  • 12:38 - 12:44
    bom, eles discutirão e decidirão
    quando terão vontade de recomeçar.
  • 12:46 - 12:50
    Então, a construção desse projeto a dois
  • 12:51 - 12:57
    vai resultar em um monte de conversas
    interessantes entre o casal,
  • 12:57 - 13:02
    porque será preciso chegar a um acordo,
    então, será preciso escutar,
  • 13:02 - 13:07
    será preciso escutar o outro,
    será preciso ser sincero.
  • 13:07 - 13:11
    Então, se um diz:
    "Eu quero recomeçar amanhã",
  • 13:11 - 13:14
    e o outro diz: "Eu prefiro
    na próxima semana",
  • 13:15 - 13:19
    então, será preciso chegar
    a um acordo, juntos,
  • 13:19 - 13:24
    estabelecer regras, modalidades.
  • 13:24 - 13:25
    Por exemplo,
  • 13:26 - 13:29
    "O que faremos se brigarmos
    duas horas antes?"
  • 13:29 - 13:31
    "Teremos direito a passar a vez?"
  • 13:31 - 13:36
    "Podemos adiar por quanto tempo?
    24, 48 horas?"
  • 13:36 - 13:41
    Todo tipo de coisa será pensada
    e discutida pelo casal.
  • 13:44 - 13:49
    Eu queria lhes falar
    da minha maneira de abordar o tema,
  • 13:49 - 13:54
    pois acho que, se vivemos juntos,
  • 13:54 - 13:57
    depois de mais de três ou seis meses,
  • 13:58 - 14:03
    corremos o risco de, talvez,
    entrar neste círculo vicioso,
  • 14:04 - 14:06
    porque já que podemos
    fazer amor todo o tempo,
  • 14:06 - 14:10
    não sabemos quando é um bom momento.
  • 14:10 - 14:14
    É como se nosso cérebro
    não tivesse tempo de se preparar.
  • 14:14 - 14:18
    E aliás, como vivemos
    em uma sociedade, em um mundo
  • 14:18 - 14:22
    que nos faz acreditar
    que é o desejo que deve mandar,
  • 14:22 - 14:24
    que deve dar força a tudo,
  • 14:25 - 14:28
    nos esquecemos que temos
    o direito de refletir,
  • 14:28 - 14:32
    o direito de pensar na nossa sexualidade,
  • 14:32 - 14:34
    e sobretudo, de refletir a dois
  • 14:34 - 14:39
    e de escolher o melhor ritmo,
    o melhor momento para nós,
  • 14:39 - 14:44
    o jeito de fazer que é melhor para nós.
  • 14:44 - 14:47
    Antes de concluir,
    preciso lhes advertir sobre um risco:
  • 14:47 - 14:52
    obviamente, de tanto ter prazer
  • 14:52 - 14:55
    o risco é que esse prazer volte.
  • 14:56 - 15:00
    E então, se o desejo voltar,
    é muito importante
  • 15:02 - 15:07
    conservar essa permissão de falar
    e refletir sobre a sexualidade a dois,
  • 15:07 - 15:10
    mesmo que o desejo esteja presente.
  • 15:10 - 15:12
    Obrigada.
  • 15:12 - 15:13
    (Aplausos)
Title:
O problema do desejo nos casais que moram juntos | Isabelle Constant | TEDxVaugirardRoad
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Isabelle Constant-Excoffier é uma psicoterapeuta que fala. Há mais de 20 anos, ela acompanha homens e mulheres em suas evoluções pessoais. Retomando o que uma criança lhe disse uma certa vez, sua profissão é ensinar às pessoas a serem felizes.

Aqui, ela nos apresenta uma abordagem paradoxal para resolver o problema do desejo que aparece, algumas vezes, nos casais que moram juntos.

Para maiores informações, visite o site:
www.isabelleconstant.fr

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Video Language:
French
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:22

Portuguese, Brazilian subtitles

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