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O desejo de Sylvia Earle para o Prémio TED: proteger os nossos oceanos

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    Há 50 anos, quando comecei
    a explorar o oceano,
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    ninguém — nem Jacques Perrin,
    nem Jacques Cousteau ou Rachel Carson —
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    imaginaria que nós pudéssemos fazer
    algo que prejudicasse o oceano
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    com o que depositamos nele ou lhe tiramos.
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    Parecia ser, naquela época,
    um mar do Éden,
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    mas agora sabemos,
    e agora enfrentamos o paraíso perdido.
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    Quero partilhar convosco
    a minha visão pessoal
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    das mudanças no mar
    que nos afetam a todos nós,
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    e considerar porque é importante
    que, em 50 anos, tenhamos perdido
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    — na verdade, tenhamos tirado, comido —
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    mais de 90% dos grandes peixes do mar;
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    porque é que nos devemos importar
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    por metade dos recifes de coral
    ter desaparecido;
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    porque é que uma misteriosa rarefação
    de oxigénio em amplas áreas do Pacífico
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    deva preocupar não só as criaturas
    que estão a morrer,
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    mas realmente preocupar-nos a todos.
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    Também nos diz respeito.
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    Persegue-me o pensamento do que
    Ray Anderson chama "crianças de amanhã".
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    perguntando porque é que
    nós não fizemos nada
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    para salvar os tubarões
    e os atuns-rabilho,
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    as lulas, os recifes de coral
    e o oceano vivo,
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    enquanto ainda havia tempo.
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    Bem, chegou agora a altura.
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    Tenho esperança na vossa ajuda
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    para explorar e proteger o oceano selvagem
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    de maneiras que lhe restaurem a saúde
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    e, assim procedendo, assegurem
    a esperança para a humanidade.
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    A saúde dos oceanos
    significa saúde para nós.
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    Espero que o desejo de Jill Tarter
    de envolver terráqueos,
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    inclua os golfinhos e as baleias
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    e outras criaturas do mar
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    nesta demanda em encontrar vida inteligente
    noutro lugar no universo.
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    E Jill, espero que um dia
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    encontremos provas
    de que existe vida inteligente
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    entre os seres humanos neste planeta.
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    (Risos) (Aplausos)
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    Eu disse isso? Acho que sim.
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    Para mim, como cientista,
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    tudo começou em 1953,
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    quando experimentei mergulhar
    pela primeira vez.
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    Foi quando vi, pela primeira vez,
    peixes a nadar
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    de forma diferente do que
    sobre fatias de limão e manteiga.
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    Eu adoro mergulhar à noite.
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    Vemos muitos peixes
    que não vemos durante o dia.
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    Mergulhar dia e noite
    foi fácil para mim em 1970,
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    quando chefiei uma equipa de aquanautas
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    que viviam debaixo de água
    durante semanas seguidas,
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    na mesma altura em que os astronautas
    estavam a deixar as suas pegadas na lua.
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    Em 1979 tive a oportunidade de deixar
    as minhas pegadas no fundo do oceano,
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    quando usava este submersível
    pessoal chamado Jim.
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    Foi a mais de 9000 km da costa
    e a 380 metros de profundidade.
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    É um dos meus fatos de banho preferidos.
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    Desde então, usei cerca
    de 30 tipos de submarinos
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    e abri três empresas e uma fundação
    sem fins lucrativos, chamada "Deep Search"
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    para desenhar e construir sistemas
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    para ter acesso ao fundo do mar.
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    Durante cinco anos, chefiei uma expedição
    da National Geographic,
  • 3:11 - 3:13
    as expedições "Sustainable Seas".
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    utilizando estes pequenos submarinos.
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    São tão fáceis de conduzir
    que até um cientista consegue.
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    E eu sou uma prova viva.
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    Tanto astronautas como aquanautas
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    apreciam a importância do ar,
    da comida, da água, da temperatura,
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    de todas as coisas de que precisamos
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    para permanecermos vivos
    no espaço ou debaixo do mar.
  • 3:33 - 3:35
    Ouvi o astronauta Joe Allen explicar
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    como teve de aprender tudo o que pôde
    sobre o seu sistema de suporte de vida
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    e depois, fazer tudo o que podia
  • 3:41 - 3:44
    para cuidar do seu sistema
    de suporte de vida.
  • 3:44 - 3:49
    Depois apontou para isto e disse:
    "Sistema de suporte de vida."
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    Precisamos de aprender tudo
    o que conseguirmos sobre isso
  • 3:52 - 3:55
    e fazer tudo o que conseguirmos
    para cuidar dele.
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    O poeta Auden disse:
    "Milhares têm vivido sem amor;
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    "mas ninguém vive sem água."
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    Os oceanos são 97% da água da Terra.
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    Sem azul não há verde.
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    Se vocês acham
    que o oceano não é importante,
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    imaginem a Terra sem ele.
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    Marte vem-nos à mente.
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    Sem oceano não há sistema
    de suporte de vida.
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    Eu fiz uma conferência, há pouco tempo,
    no Banco Mundial
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    mostrei esta maravilhosa
    imagem da Terra e disse:
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    "Aí está! O Banco Mundial!"
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    É ali que estão todos os bens!
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    E nós estamos a extraí-los mais depressa
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    do que os sistemas naturais
    os conseguem repor.
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    Tim Worth diz que a economia
    é uma subsidiária integral do ambiente.
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    A cada gota de água que bebemos,
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    a cada respiração,
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    estamos ligados ao mar.
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    Onde quer que vivamos na Terra.
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    A maior parte do oxigénio da atmosfera
    é gerado pelo mar.
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    Ao longo do tempo, a maior parte
    do carbono orgânico do planeta
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    tem sido absorvido e ali guardado,
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    a maior parte pelos micróbios.
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    O oceano comanda o clima e o tempo,
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    estabiliza a temperatura,
    modela a química da Terra.
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    A água do mar forma as nuvens
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    que retornam à terra e aos mares
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    como chuva, granizo e neve,
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    e proporciona o "habitat"
    para cerca de 97% da vida no mundo,
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    talvez mesmo do universo.
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    Sem água, não há vida.
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    Sem azul, não há verde.
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    Contudo, os seres humanos têm esta ideia
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    de que a Terra
    — toda ela: os oceanos, os céus —
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    é tão vasta e tão resistente
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    que o que lhe fizermos não é importante.
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    Isso talvez fosse verdade há 10 000 anos,
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    talvez mesmo há 1000 anos
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    mas, nos últimos 100,
    especialmente nos últimos 50 anos,
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    nós devastámos os bens,
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    o ar, a água, a vida selvagem
  • 5:45 - 5:48
    que tornam possível a nossa vida.
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    As novas tecnologias estão
    a ajudar-nos a compreender
  • 5:52 - 5:55
    a natureza da Natureza,
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    a natureza do que está a acontecer,
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    mostrando-nos o nosso impacto na Terra.
  • 6:01 - 6:04
    Quero dizer, primeiro temos de saber
    que temos um problema.
  • 6:04 - 6:06
    Felizmente, no nosso tempo,
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    aprendemos mais sobre os problemas
    do que em toda a história precedente.
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    E com o conhecimento
    vem o interesse em cuidar.
  • 6:12 - 6:15
    E com o interesse em cuidar,
    vem a esperança
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    de que possamos encontrar um lugar
    duradouro para nós mesmos
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    dentro do sistema natural
    que nos sustenta.
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    Mas primeiro temos de conhecer.
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    Há três anos conheci John Hanke,
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    que é o líder do Google Earth,
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    e disse-lhe como adorava
    poder ter o mundo nas minhas mãos
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    e poder explorá-lo indiretamente.
  • 6:34 - 6:37
    E perguntei-lhe:
    "Quando é que o vão concluir?
  • 6:37 - 6:39
    "Fizeram um excelente trabalho
    com a terra, o solo.
  • 6:40 - 6:42
    "Então e a água?"
  • 6:43 - 6:46
    Desde então, tive o imenso prazer
    de trabalhar com os Googlers,
  • 6:46 - 6:50
    com a DOER Marine,
    com a National Geographic,
  • 6:50 - 6:54
    com dezenas dos melhores institutos
    e cientistas de todo o mundo,
  • 6:54 - 6:56
    aqueles que podíamos recrutar,
  • 6:56 - 6:58
    para pôr o oceano no Google Earth.
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    E a partir desta semana,
    na última segunda-feira,
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    o Google Earth está agora completo.
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    Reparem: começando exatamente
    aqui no centro da convenção,
  • 7:07 - 7:09
    podemos encontrar o aquário mais próximo,
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    podemos olhar para onde estamos sentados,
  • 7:11 - 7:15
    e depois podemos viajar pela costa acima
    até ao grande aquário, o oceano,
  • 7:15 - 7:19
    e aos quatro santuários nacionais
    marinhos da Califórnia
  • 7:19 - 7:21
    e à nova rede de
    reservas marinhas do estado
  • 7:21 - 7:25
    que estão a começar a proteger
    e a repor alguns dos recursos.
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    Podemos sobrevoar o Havai
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    e ver as verdadeiras ilhas havaianas,
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    não só a pequena parte
    que surge à superfície,
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    mas também o que está por baixo.
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    Para ver — esperem um pouco,
    podemos ir (splash)!
  • 7:40 - 7:42
    ali mesmo, ah —
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    sob o oceano, ver o que as baleias veem.
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    Podemos ir explorar
    o outro lado das ilhas do Havai.
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    Podemos ir e nadar à volta,
    no Google Earth,
  • 7:56 - 7:59
    e visitá-lo, com as baleias corcundas.
  • 8:00 - 8:04
    Estes são os amáveis gigantes que eu tive
    o prazer de conhecer cara a cara
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    muitas vezes debaixo de água.
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    Não há nada como ser inspecionada
    pessoalmente por uma baleia.
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    Podemos escolher e voar
    até ao lugar mais profundo,
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    a 11 km de profundidade,
    a Fossa das Marianas,
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    onde só duas pessoas lá estiveram.
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    Imaginem isso. São só 11 quilómetros,
  • 8:23 - 8:25
    mas só duas pessoas
    lá estiveram, há 49 anos.
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    Viagens só de ida são fáceis.
  • 8:28 - 8:30
    Precisamos de novos submarinos
    de profundidade.
  • 8:30 - 8:33
    E que tal alguns Prémios X
    para a exploração do oceano?
  • 8:34 - 8:38
    Precisamos de ver as valas profundas,
    as montanhas submarinas,
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    e compreender a vida no mar profundo.
  • 8:41 - 8:44
    Podemos agora ir ao Ártico.
  • 8:44 - 8:48
    Há apenas 10 anos estive
    sobre o gelo no Polo Norte.
  • 8:49 - 8:54
    Um Oceano Ártico sem gelo
    pode vir a existir neste século.
  • 8:55 - 8:58
    São más notícias para os ursos polares.
  • 8:58 - 9:00
    São más notícias para nós também.
  • 9:00 - 9:03
    O excesso de dióxido de carbono
    não está só a levar ao aquecimento global,
  • 9:03 - 9:06
    mas está também a alterar
    a química do oceano,
  • 9:06 - 9:08
    tornando o mar mais ácido.
  • 9:08 - 9:12
    São más notícias para os recifes de coral
    e para o plâncton produtor de oxigénio.
  • 9:12 - 9:15
    Também são más notícias para nós.
  • 9:15 - 9:18
    Estamos a colocar centenas de milhões
    de toneladas de plástico
  • 9:18 - 9:21
    e de outro lixo no mar.
  • 9:21 - 9:23
    Milhões de toneladas
    de redes de pesca inutilizadas,
  • 9:23 - 9:26
    material que continua a matar.
  • 9:26 - 9:31
    Estamos a entupir o oceano, a envenenar
    o sistema circulatório do planeta,
  • 9:31 - 9:35
    e estamos a eliminar centenas de milhões
    de toneladas de vida selvagem.
  • 9:35 - 9:38
    todas elas unidades baseadas em carbono.
  • 9:39 - 9:44
    Barbaramente, estamos a matar tubarões
    para sopa de barbatana de tubarão,
  • 9:44 - 9:47
    a minar cadeias de alimentação
    que modelam a química planetária
  • 9:47 - 9:49
    e que regulam o ciclo do carbono,
    o ciclo do nitrogénio,
  • 9:49 - 9:53
    o ciclo do oxigénio, o ciclo da água
  • 9:53 - 9:55
    — o nosso sistema de suporte de vida.
  • 9:55 - 10:00
    Estamos ainda a matar atum-rabilho,
    verdadeiramente em perigo de extinção
  • 10:00 - 10:02
    que é muito mais valioso
    vivo do que morto.
  • 10:04 - 10:08
    Todas estas partes fazem parte
    do nosso sistema de suporte de vida.
  • 10:09 - 10:14
    Matamos usando longas linhas,
    com anzóis espaçados por poucos metros
  • 10:14 - 10:16
    que podem alcançar 80 km ou mais.
  • 10:17 - 10:20
    Arrastões e dragas
    estão a raspar o fundo do mar
  • 10:20 - 10:23
    como escavadoras,
    arrancando tudo pelo caminho.
  • 10:24 - 10:26
    Usando o Google Earth
    podem observar os arrastões,
  • 10:26 - 10:31
    na China, no Mar do Norte,
    no Golfo do México,
  • 10:31 - 10:34
    a abalar as fundações do nosso
    sistema de suporte de vida,
  • 10:34 - 10:36
    deixando uma espuma de morte pelo caminho.
  • 10:36 - 10:39
    Da próxima vez que jantarem
    sushi — ou sashimi,
  • 10:39 - 10:41
    ou bife de peixe-espada,
    ou cocktail de camarão,
  • 10:41 - 10:45
    qualquer vida selvagem
    do oceano que apreciam,
  • 10:45 - 10:47
    pensem no seu custo real.
  • 10:47 - 10:50
    Por cada meio quilo,
    que vai para o mercado,
  • 10:50 - 10:53
    mais de 5 quilos, talvez mesmo 50 quilos,
  • 10:53 - 10:57
    podem ser deitados fora
    como captura acidental.
  • 10:57 - 11:00
    Isto é a consequência de não sabermos
  • 11:00 - 11:03
    que existem limites
    para o que podemos retirar do oceano.
  • 11:04 - 11:07
    Este gráfico mostra o declínio
    da vida selvagem no oceano
  • 11:07 - 11:11
    desde 1900 até 2000.
  • 11:11 - 11:13
    As altas concentrações estão a vermelho.
  • 11:13 - 11:15
    No meu tempo de vida, imaginem,
  • 11:15 - 11:18
    matámos 90% dos grandes peixes.
  • 11:18 - 11:22
    A maior parte das tartarugas,
    tubarões, atuns e baleias
  • 11:22 - 11:25
    diminuiu muito em número.
  • 11:25 - 11:27
    Mas, felizmente.
  • 11:27 - 11:30
    ainda permanecem 10% dos grandes peixes.
  • 11:30 - 11:32
    Ainda há algumas baleias azuis.
  • 11:32 - 11:34
    Ainda há krill na Antártida.
  • 11:34 - 11:36
    Há algumas ostras na Baía de Chesapeake.
  • 11:36 - 11:39
    Metade dos recifes de coral
    ainda está em muito boa forma,
  • 11:39 - 11:42
    um cinto de joias no meio do planeta.
  • 11:43 - 11:45
    Ainda há tempo, mas não muito,
  • 11:45 - 11:47
    para inverter as coisas.
  • 11:47 - 11:50
    Mas, se se mantivermos os hábitos,
    dentro de 50 anos,
  • 11:50 - 11:52
    podem já não existir recifes de coral,
  • 11:52 - 11:56
    nem comércio de peixe,
    porque já não existirão peixes.
  • 11:57 - 12:00
    Imaginem os oceanos sem peixe.
  • 12:00 - 12:04
    Imaginem o que significa para o nosso
    sistema de suporte de vida.
  • 12:04 - 12:07
    Os sstemas naturais em terra
    também estão com grandes problemas,
  • 12:07 - 12:10
    mas os problemas são mais óbvios.
  • 12:10 - 12:13
    Estão a ser tomadas ações
    para proteger as árvores,
  • 12:13 - 12:16
    as bacias hidrográficas e a vida selvagem.
  • 12:16 - 12:19
    Em 1872, com o Parque Nacional
    de Yellowstone,
  • 12:19 - 12:22
    os EUA começaram a instituir
    um sistema de parques
  • 12:22 - 12:26
    que terá sido a melhor ideia
    que os EUA alguma vez tiveram.
  • 12:27 - 12:31
    Cerca de 12% da terra à volta do mundo
    está agora protegida,
  • 12:31 - 12:35
    salvaguardando a biodiversidade,
    providenciando um escoadouro de carbono,
  • 12:35 - 12:38
    gerando oxigénio,
    protegendo as bacias hidrográficas.
  • 12:38 - 12:42
    Em 1972, esta nação começou
    a estabelecer uma contrapartida no mar,
  • 12:42 - 12:44
    os Santuários Nacionais da Marinha.
  • 12:44 - 12:46
    Esta é outra grande ideia.
  • 12:47 - 12:49
    Felizmente,
  • 12:49 - 12:52
    existem agora mais de 4000 locais
    no mar, em todo o mundo,
  • 12:52 - 12:55
    que têm uma certa proteção.
  • 12:54 - 12:57
    Podemos encontrá-los no Google Earth.
  • 12:56 - 12:58
    Infelizmente,
  • 12:58 - 13:00
    temos de os procurar bem
    para os encontrarmos.
  • 13:00 - 13:02
    Nos últimos três anos, por exemplo,
  • 13:02 - 13:05
    os EUA protegeram
    mais de 880 000 km quadrados
  • 13:05 - 13:08
    de oceano como monumentos nacionais.
  • 13:08 - 13:13
    Mas apenas aumentou de 0,6 de 1%
  • 13:13 - 13:16
    para 0,8 de 1% do oceano protegido,
    em termos mundiais.
  • 13:17 - 13:19
    As áreas protegidas voltam a recuperar
  • 13:19 - 13:22
    mas leva muito tempo a repor
    peixes com 50 anos
  • 13:22 - 13:25
    — bodiões ou tamboris,
    tubarões ou percas-do-mar —
  • 13:25 - 13:27
    ou um peixe-relógio com 200 anos.
  • 13:27 - 13:30
    Não consumimos vacas ou galinhas
    com 200 anos.
  • 13:32 - 13:34
    As áreas protegidas dão-nos a esperança
  • 13:34 - 13:38
    de que as criaturas do sonho de Ed Wilson
  • 13:38 - 13:42
    de uma enciclopédia de vida,
    ou o recenseamento da vida marinha,
  • 13:42 - 13:45
    vivam não só como uma lista,
  • 13:45 - 13:48
    como uma fotografia ou um parágrafo.
  • 13:49 - 13:52
    Com cientistas de todo o mundo,
    tenho observado os 99% do oceano
  • 13:52 - 13:54
    que estão abertos à pesca , à mineração,
  • 13:54 - 13:56
    à perfuração, ao despejo, etc.
  • 13:56 - 13:58
    à procura de pontos de esperança,
  • 13:58 - 14:01
    a tentar encontrar modos de lhes dar,
    a eles e a nós um futuro seguro.
  • 14:02 - 14:03
    Como o Ártico,
  • 14:03 - 14:06
    temos agora mesmo
    uma hipótese de acertar.
  • 14:07 - 14:10
    Ou a Antártida,
    onde o continente está protegido,
  • 14:10 - 14:13
    mas o oceano envolvente
    está a ser despojado
  • 14:13 - 14:16
    do krill, de baleias e de peixes.
  • 14:17 - 14:21
    O Mar dos Sargaços tem mais de 10 milhões
    de km quadrados de floresta flutuante
  • 14:21 - 14:24
    que está a ser apanhada
    para alimentar vacas.
  • 14:25 - 14:28
    Nas ilhas Galápagos,
    97% da terra está protegida,
  • 14:28 - 14:31
    mas o mar adjacente
    está a ser devastado pela pesca.
  • 14:32 - 14:34
    É igualmente verdade na Argentina.
  • 14:34 - 14:38
    na plataforma da Patagónia, que está
    atualmente com graves problemas.
  • 14:38 - 14:42
    O mar alto, onde viajam
    baleias, atuns e golfinhos
  • 14:42 - 14:46
    — os maiores e menos protegidos
    ecossistemas da Terra,
  • 14:46 - 14:48
    cheios de criaturas luminosas,
  • 14:48 - 14:52
    que vivem em águas escuras
    com 3 km de profundidade, em média,
  • 14:52 - 14:54
    brilha, cintila, e incandesce
  • 14:54 - 14:58
    com a sua própria bioluminescência.
  • 14:58 - 15:02
    Há ainda locais no mar tão intocados
    como eu os conheci quando era criança.
  • 15:02 - 15:04
    Os próximos 10 anos
    podem ser os mais importantes,
  • 15:04 - 15:08
    e os próximos 10 000 anos
    a melhor hipótese que a nossa espécie terá
  • 15:08 - 15:13
    de proteger o que resta
    dos sistemas naturais que nos dão vida.
  • 15:13 - 15:15
    Para lidar com a alteração climática,
  • 15:15 - 15:18
    precisamos de novas maneiras
    de gerar energia.
  • 15:18 - 15:20
    Precisamos de novas e melhores maneiras,
  • 15:20 - 15:23
    de lidar com a pobreza,
    as guerras e a doença.
  • 15:23 - 15:25
    Precisamos de muitas coisas
  • 15:25 - 15:28
    para salvaguardar e manter
    o mundo como um lugar melhor.
  • 15:28 - 15:31
    Mas nada mais importa
  • 15:31 - 15:33
    se falharmos na proteção do oceano.
  • 15:34 - 15:37
    O nosso destino e o do oceano são um só.
  • 15:37 - 15:41
    Precisamos de fazer para o oceano
    o que Al Gore fez para os céus.
  • 15:41 - 15:44
    Um plano global de ação
  • 15:44 - 15:46
    com uma união mundial
    de conservação, a IUCN,
  • 15:46 - 15:48
    que está em curso
    para proteger a biodiversidade,
  • 15:48 - 15:53
    para mitigar e recuperar dos impactos
    da alteração climática,
  • 15:53 - 15:56
    no mar alto e nas áreas costeiras,
  • 15:56 - 16:00
    onde quer que possamos
    identificar lugares críticos.
  • 16:01 - 16:05
    São necessárias novas tecnologias
    para cartografar, fotografar e explorar
  • 16:05 - 16:08
    os 95% do oceano que ainda temos para ver.
  • 16:08 - 16:11
    O objetivo é proteger a biodiversidade,
  • 16:11 - 16:13
    para providenciar
    estabilidade e resiliência.
  • 16:13 - 16:16
    Precisamos de submarinos
    de grande profundidade,
  • 16:16 - 16:18
    novas tecnologias para explorar o oceano.
  • 16:19 - 16:21
    Precisamos, talvez, de uma expedição
  • 16:21 - 16:23
    — uma TED no mar —
  • 16:23 - 16:25
    que possa ajudar a descobrir
    os próximos passos.
  • 16:27 - 16:30
    Suponho que querem saber
    qual é o meu desejo.
  • 16:31 - 16:35
    Eu desejo que usem
    todos os meios ao vosso dispor
  • 16:35 - 16:39
    — filmes, expedições, a Internet,
    novos submarinos —
  • 16:39 - 16:41
    e campanhas para despertar o apoio público
  • 16:41 - 16:44
    para uma rede global
    de áreas marinhas protegidas.
  • 16:44 - 16:49
    pontos de esperança suficientemente grandes
    para salvaguardar e restaurar o oceano,
  • 16:49 - 16:51
    o coração azul do planeta.
  • 16:51 - 16:53
    Quanto?
  • 16:53 - 16:56
    Alguns dizem 10%, outros dizem 30%.
  • 16:56 - 17:00
    Vocês decidem:
    quanto do vosso coração querem proteger?
  • 17:02 - 17:03
    Seja o que for,
  • 17:03 - 17:06
    uma fração de 1% não é suficiente.
  • 17:08 - 17:10
    O meu desejo é um grande desejo,
  • 17:10 - 17:14
    mas se conseguirmos concretizá-lo,
    pode verdadeiramente mudar o mundo,
  • 17:14 - 17:16
    e ajudar a garantir a sobrevivência
  • 17:16 - 17:22
    da espécie que de facto é — como se vê —
    a minha espécie preferida
  • 17:22 - 17:24
    que somos nós.
  • 17:24 - 17:26
    Para as crianças de hoje,
  • 17:26 - 17:28
    para as crianças de amanhã
  • 17:28 - 17:32
    é agora a altura,
    que nunca se repetirá.
  • 17:32 - 17:33
    Obrigada.
  • 17:33 - 17:36
    (Aplausos)
Title:
O desejo de Sylvia Earle para o Prémio TED: proteger os nossos oceanos
Speaker:
Sylvia Earle
Description:

A lendária investigadora dos oceanos, Sylvia Earle, partilha imagens espetaculares do oceano — e estatísticas chocantes sobre o seu rápido declínio — enquanto formula o seu desejo para o Prémio TED: que nós nos juntemos a ela para proteger o coração azul vital do planeta.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:55
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for My wish: Protect our oceans
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for My wish: Protect our oceans
Ilona Bastos approved Portuguese subtitles for My wish: Protect our oceans
Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for My wish: Protect our oceans
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for My wish: Protect our oceans
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for My wish: Protect our oceans
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