Qual é o som do universo? Uma viagem musical
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0:01 - 0:03Gostava que todos fechassem os olhos...
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0:05 - 0:09e se imaginassem sentados
no meio de um grande campo aberto -
0:10 - 0:12com o sol a pôr-se à vossa direita.
-
0:12 - 0:14Imaginem que, quando o sol se põe,
-
0:14 - 0:16hoje à noite, não vêem só
as estrelas a aparecer, -
0:16 - 0:19mas ouvem as estrelas a aparecer
-
0:19 - 0:21sendo as estrelas mais brilhantes
as notas mais altas -
0:21 - 0:25e as estrelas mais quentes e mais azuis
a produzirem notas agudas. -
0:26 - 0:29(Música)
-
0:48 - 0:51Como cada constelação é constituída
por diferentes tipos de estrelas, -
0:51 - 0:54cada uma vai produzir
a sua própria melodia, -
0:54 - 0:57como, por exemplo, a de Carneiro.
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0:59 - 1:01(Música)
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1:01 - 1:03Ou a de Orionte, o caçador.
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1:04 - 1:06(Música)
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1:07 - 1:09Ou até a de Touro.
-
1:10 - 1:11(Música)
-
1:14 - 1:16Vivemos num universo musical,
-
1:17 - 1:20e podemos usar isso para vivenciá-lo
através de uma nova perspectiva, -
1:20 - 1:24e partilhar essa perspectiva
com um número maior de pessoas. -
1:24 - 1:26É isto que quero dizer.
-
1:27 - 1:29Quando digo às pessoas
que sou astrofísico, -
1:29 - 1:31elas ficam muito impressionadas.
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1:31 - 1:34Depois digo que também sou músico
— todos dizem: "Ah, já sei". -
1:34 - 1:35(Risos)
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1:35 - 1:37Então, parece que todos sabem
-
1:37 - 1:39que há uma grande ligação
entre a música e a astronomia. -
1:39 - 1:41É uma ideia bastante antiga;
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1:41 - 1:44remonta a Pitágoras
com mais de 2000 anos. -
1:44 - 1:46Talvez conheçam o Pitágoras de teoremas
-
1:46 - 1:48como o teorema de Pitágoras.
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1:48 - 1:49(Risos)
-
1:50 - 1:51Ele disse:
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1:52 - 1:54"Há geometria no soar das cordas,
-
1:54 - 1:57"há música no espaçamento das esferas."
-
1:57 - 1:58Ele pensava, literalmente,
-
1:58 - 2:01que o movimento dos planetas
pela esfera celeste -
2:01 - 2:03criava uma música harmoniosa.
-
2:03 - 2:05Se lhe perguntassem:
"Porque não ouvimos nada?" -
2:05 - 2:07ele diria que não ouvimos
-
2:07 - 2:09porque não sabemos
o que é não a ouvir; -
2:09 - 2:11não conhecemos o silencio genuíno.
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2:11 - 2:14É só depois de não termos electricidade
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2:14 - 2:16que ouvimos como o frigorífico
é tão irritante. -
2:16 - 2:18Talvez acreditem,
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2:18 - 2:22mas nem todos acreditavam,
incluindo nomes como Aristóteles. -
2:22 - 2:25(Risos)
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2:25 - 2:26Palavras exactas.
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2:26 - 2:27(Risos)
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2:27 - 2:29Parafraseando as palavras exactas.
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2:29 - 2:31Parecia-lhe uma boa ideia,
-
2:31 - 2:34mas se algo tão amplo e vasto
como o firmamento -
2:34 - 2:35se mexesse e fizesse sons,
-
2:35 - 2:37não seria apenas audível,
-
2:37 - 2:39seria esmagadoramente alto.
-
2:39 - 2:43Nós existimos, logo
não há música das esferas. -
2:44 - 2:47Ele também pensava que o único propósito
do cérebro era esfriar o sangue, -
2:47 - 2:48portanto...
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2:49 - 2:50(Risos)
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2:50 - 2:53Gostava de vos mostrar que ambos
estavam certos, à sua maneira. -
2:53 - 2:58Vamos começar por compreender
o que faz a música musical. -
2:58 - 3:00Pode parecer uma pergunta tonta,
-
3:00 - 3:02mas já pensaram porque é
-
3:02 - 3:06que certas notas, quando tocadas juntas,
soam relativamente agradáveis ou consonantes -
3:06 - 3:07como estas duas.
-
3:08 - 3:10(Duas notas)
-
3:10 - 3:13Enquanto outras são mais tensas
ou dissonantes, -
3:13 - 3:14como estas as duas.
-
3:14 - 3:16(Duas notas)
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3:16 - 3:18Não é?
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3:18 - 3:20Porquê? Porque há notas sequer?
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3:20 - 3:22Porque estamos ou não em sintonia?
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3:22 - 3:24Bem, a resposta a esta pergunta
-
3:24 - 3:27foi resolvida por Pitágoras.
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3:28 - 3:31Vejam a corda mais à esquerda.
-
3:32 - 3:34Se puxarem essa corda,
-
3:34 - 3:37ela produz uma nota, ao oscilar
rapidamente para a frente e para trás. -
3:38 - 3:40(Nota musical)
-
3:41 - 3:44Mas se cortarem a corda ao meio,
ficam com duas cordas, -
3:44 - 3:46cada uma oscilando
duplamente mais depressa, -
3:46 - 3:49produzindo assim uma nota relacionada.
-
3:49 - 3:51Ou três vezes mais depressa,
-
3:51 - 3:53ou quatro vezes
-
3:53 - 3:55(Notas progressivas)
-
3:59 - 4:03O segredo da harmonia musical
são no fundo proporções simples: -
4:03 - 4:05quanto mais simples for a proporção,
-
4:05 - 4:08tanto mais agradáveis ou consonantes
estas duas notas vão soar. -
4:08 - 4:12Quanto mais complexa for a proporção,
mais dissonantes irão soar. -
4:12 - 4:14É esta interacção
entre a tensão e a libertação, -
4:14 - 4:17ou entre a consonância e a dissonância,
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4:17 - 4:19que faz aquilo a que chamamos música.
-
4:20 - 4:23(Música)
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4:36 - 4:37(Aplausos)
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4:37 - 4:38Obrigado.
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4:38 - 4:41(Aplausos)
-
4:41 - 4:43Mas há mais.
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4:43 - 4:45(Risos)
-
4:46 - 4:50As duas características da música
a que chamamos altura e ritmo, -
4:50 - 4:52são na verdade duas versões
da mesma coisa, -
4:52 - 4:53e posso mostrar-vos.
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4:55 - 4:57É um ritmo, certo?
-
4:57 - 4:59Vejam o que acontece quando aceleramos.
-
5:00 - 5:03(Som a acelerar)
-
5:06 - 5:09(Tom a decrescer)
-
5:13 - 5:17Então quando um ritmo se repete
mais de 20 vezes por segundo, -
5:17 - 5:18o cérebro passa-se.
-
5:18 - 5:21Deixa de o ouvir como um ritmo
e começa a ouvi-lo como um tom. -
5:23 - 5:25Então qual é a ligação à astronomia?
-
5:25 - 5:28É aí que chegamos ao sistema TRAPPIST-1.
-
5:29 - 5:34Este sistema de exoplanetas
foi descoberto em Fevereiro de 2017, -
5:34 - 5:36e todos ficaram excitados
-
5:36 - 5:40porque são sete planetas similares à Terra
a orbitar uma estrela anã vermelha. -
5:40 - 5:42Pensamos que três dos planetas
-
5:42 - 5:44têm a temperatura certa para água líquida.
-
5:44 - 5:46Está tão perto que, nos próximos anos,
-
5:47 - 5:49devemos conseguir detectar
elementos nas suas atmosferas -
5:49 - 5:52como o oxigénio e metano
— sinais potenciais de vida. -
5:54 - 5:57Mas o sistema TRAPPIST é minúsculo.
-
5:57 - 6:00Aqui temos as órbitas
dos planetas rochosos interiores -
6:00 - 6:01do nosso sistema solar:
-
6:01 - 6:03Mercúrio, Vénus, Terra e Marte.
-
6:03 - 6:06Os sete planetas do tamanho
da Terra do TRAPPIST-1 -
6:06 - 6:09cabem bem dentro da órbita de Mercúrio.
-
6:09 - 6:12Tenho de expandir isto 25 vezes
-
6:12 - 6:15para verem a órbita
dos planetas do TRAPPIST-1. -
6:17 - 6:21O tamanho é muito mais similar
ao nosso planeta Júpiter e às suas luas, -
6:21 - 6:25embora sejam sete planetas do tamanho
da Terra, a orbitar à volta de uma estrela. -
6:25 - 6:30Outro aspecto que deixou todos excitados
foram interpretações artísticas como esta. -
6:31 - 6:34Há alguma água líquida,
algum gelo, talvez alguma terra, -
6:34 - 6:37talvez possam ir dar um mergulho
neste incrível pôr-do-sol. -
6:38 - 6:39Todos ficaram excitados.
-
6:39 - 6:43Uns meses depois,
saíram alguns artigos -
6:43 - 6:46que disseram que o aspecto
seria mais como este. -
6:46 - 6:48(Risos)
-
6:52 - 6:53Havia sinais
-
6:53 - 6:56de que algumas das superfícies
poderiam ser lava derretida -
6:56 - 7:00e que havia raios X danosos
a emanar da estrela central, -
7:00 - 7:04raios X que vão esterilizar a superfície
da vida e até eliminar atmosferas. -
7:05 - 7:08Felizmente, há uns meses, já em 2018,
-
7:08 - 7:12foram publicados novos artigos
com medições mais apuradas, -
7:12 - 7:14e descobriram que o aspecto
será mais deste género. -
7:15 - 7:16(Risos)
-
7:17 - 7:20Agora sabemos que vários deles
têm grandes reservas de água -
7:20 - 7:22— oceanos globais —
-
7:22 - 7:24e alguns deles têm atmosferas espessas.
-
7:24 - 7:28Então, é o local correcto para procurar
potenciais sinais de vida. -
7:28 - 7:31Mas há algo ainda mais excitante
acerca deste sistema, -
7:31 - 7:32especialmente para mim.
-
7:33 - 7:36É o facto de o TRAPPIST-1
ser uma cadeia ressonante. -
7:36 - 7:39Significa que, por cada duas órbitas
de um planeta exterior, -
7:40 - 7:42o seguinte orbita três vezes,
-
7:42 - 7:44o seguinte quatro vezes
-
7:44 - 7:49e depois 6, 9, 15 e 24 vezes.
-
7:50 - 7:54São proporções muito simples
entre as órbitas destes planetas. -
7:55 - 7:58Se acelerarmos o movimento dele,
obtemos ritmo, não é? -
7:58 - 8:00Uma batida por cada vez
que um planeta dá a volta. -
8:01 - 8:04Agora sabemos que, se acelerarmos
ainda mais o movimento, -
8:04 - 8:06produzimos tons musicais.
-
8:06 - 8:08Neste caso em particular,
-
8:08 - 8:10esses tons trabalham juntos,
-
8:10 - 8:13criando uma harmonia quase humana.
-
8:14 - 8:16Então vamos ouvir o TRAPPIST-1.
-
8:17 - 8:20A primeira coisa que vão ouvir é uma nota
por cada órbita de cada planeta, -
8:20 - 8:22e lembrem-se
-
8:22 - 8:24que esta música vem do próprio sistema.
-
8:24 - 8:27Não estou a criar tons ou ritmos,
-
8:27 - 8:29estou apenas a adaptá-los
à capacidade de audição humana. -
8:29 - 8:31Depois dos sete planetas terem entrado,
-
8:31 - 8:33vão ver
-
8:33 - 8:36— bem, vão ouvir um rufar cada vez
que dois planetas se alinham. -
8:36 - 8:38Isto é quando eles se aproximam
uns dos outros -
8:38 - 8:41e dão um puxão gravitacional
uns aos outros. -
8:46 - 8:47(Uma nota)
-
8:54 - 8:56(Duas notas)
-
9:02 - 9:04(Três notas)
-
9:10 - 9:12(Quatro notas)
-
9:18 - 9:20(Cinco notas)
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9:26 - 9:28(Seis notas)
-
9:34 - 9:35(Sete notas)
-
9:42 - 9:43(Som de tambor)
-
10:21 - 10:24Este é o som da estrela
— a sua luz convertida em som. -
10:25 - 10:28Poderão perguntar-se como é
que isto é possível. -
10:29 - 10:32É bom pensar na analogia de uma orquestra.
-
10:32 - 10:35Quando todos se juntam
para tocar numa orquestra, -
10:35 - 10:37não podem começar logo, não é?
-
10:37 - 10:38Têm de se sintonizar;
-
10:38 - 10:40têm de se assegurar
-
10:40 - 10:42que o seu instrumento
está alinhado com o do vizinho. -
10:42 - 10:46Algo similar aconteceu com o TRAPPIST-1
no início da sua existência. -
10:46 - 10:48Quando os planetas se estavam a formar
-
10:48 - 10:51estavam a orbitar num disco de gás.
-
10:52 - 10:54Dentro desse disco,
-
10:54 - 10:56eles podem deslizar
-
10:56 - 10:58e ajustar a sua órbita à dos vizinhos
-
10:58 - 11:00até estarem completamente sintonizados.
-
11:00 - 11:03Ainda bem que o fizeram
porque este sistema é muito compacto -
11:03 - 11:05— muita massa num espaço apertado.
-
11:05 - 11:08Se nem todos os aspectos das órbitas
estivessem sintonizados, -
11:08 - 11:11iriam rapidamente perturbar
as órbitas uns dos outros, -
11:11 - 11:13destruindo todo o sistema.
-
11:13 - 11:16Então, é a música que está
a manter vivo o sistema -
11:16 - 11:18e os seus potenciais habitantes.
-
11:21 - 11:23Qual é o som do nosso sistema solar?
-
11:25 - 11:28Odeio ter de ser eu a mostrar-vos isto
mas não é bonito. -
11:28 - 11:30(Risos)
-
11:30 - 11:31Por uma razão.
-
11:31 - 11:34O nosso sistema solar está
numa escala bem maior. -
11:34 - 11:36Portanto, para ouvirmos os oito planetas,
-
11:36 - 11:39temos de começar com Neptuno
no fim do nosso alcance auditivo, -
11:39 - 11:41e depois Mercúrio fica bem lá em cima
-
11:41 - 11:43no topo do nosso alcance auditivo.
-
11:43 - 11:46Como os nossos planetas
não são muito compactos -
11:46 - 11:48— estão muito espalhados —
-
11:48 - 11:51não tiveram de se ajustar
às órbitas uns dos outros, -
11:51 - 11:54estão todos a tocar uma nota aleatória
ocasionalmente. -
11:54 - 11:57Por isso, desculpem, mas aqui está.
-
11:58 - 11:59(Nota)
-
11:59 - 12:00Isto é Neptuno.
-
12:01 - 12:02(Duas notas)
-
12:02 - 12:03Urano.
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12:04 - 12:05(Três notas)
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12:05 - 12:06Saturno.
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12:07 - 12:08(Quatro notas)
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12:08 - 12:09Júpiter.
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12:10 - 12:11E ali no meio, Marte.
-
12:12 - 12:13(Cinco notas)
-
12:13 - 12:14(Seis notas)
-
12:14 - 12:15Terra.
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12:16 - 12:17(Sete notas)
-
12:17 - 12:18Vénus.
-
12:19 - 12:20(Oito notas)
-
12:20 - 12:21E este é Mercúrio.
-
12:21 - 12:22Ok, ok, vou parar.
-
12:23 - 12:24(Risos)
-
12:24 - 12:28Este era o sonho de Kepler.
-
12:28 - 12:29Johannes Kepler foi a pessoa
-
12:29 - 12:31que desvendou as leis
do movimento planetário. -
12:32 - 12:34Ele estava fascinado pela ideia
-
12:34 - 12:37de haver uma ligação entre a música,
a astronomia e a geometria. -
12:37 - 12:40Ele gastou um livro completo
-
12:40 - 12:45para procurar uma harmonia musical
entre os planetas do sistema solar -
12:45 - 12:47e foi muito, muito difícil.
-
12:47 - 12:50Seria muito mais fácil se ele tivesse
vivido no TRAPPIST-1 -
12:51 - 12:53ou então...
-
12:53 - 12:55no K2-138.
-
12:55 - 12:59Este é um novo sistema descoberto
em Janeiro de 2018 -
12:59 - 13:00com cinco planetas.
-
13:00 - 13:01Tal como o TRAPPIST,
-
13:01 - 13:05estavam todos sintonizados
no início da sua existência. -
13:05 - 13:06Estavam sintonizados
-
13:06 - 13:09numa estrutura proposta
pelo próprio Pitágoras, -
13:09 - 13:11há mais de 2000 anos.
-
13:12 - 13:14Mas deram o nome do Kepler ao sistema,
-
13:14 - 13:16que foi descoberto
pelo telescópio espacial Kepler. -
13:16 - 13:19Nos últimos mil milhões de anos,
-
13:19 - 13:20eles perderam a sua sintonia,
-
13:20 - 13:22um pouco mais do que o TRAPPIST.
-
13:22 - 13:25Por isso vamos voltar atrás no tempo
-
13:25 - 13:27e imaginar como eles teriam soado
-
13:28 - 13:29quando se estavam a formar.
-
13:50 - 13:54(Várias notas repetidas)
-
14:27 - 14:28(Música)
-
15:07 - 15:08(Música termina)
-
15:11 - 15:14(Aplausos)
-
15:18 - 15:19Obrigado.
-
15:20 - 15:22Agora poderão estar a pensar:
até onde vai isto? -
15:22 - 15:25Quanta música há no espaço?
-
15:25 - 15:27Pensei nisso no Outono do ano passado
-
15:27 - 15:30quando trabalhava no planetário
da Universidade de Toronto. -
15:30 - 15:33Fui contactado por uma artista
chamada Robyn Rennie -
15:33 - 15:35e pela sua filha Erin.
-
15:35 - 15:36Robyn adora o céu nocturno,
-
15:36 - 15:39mas já não o vê há 13 anos
-
15:39 - 15:41devido à perda de visão.
-
15:41 - 15:44Elas perguntaram se havia algo
que eu pudesse fazer. -
15:44 - 15:47Juntei todos os sons do universo
que consegui -
15:48 - 15:52e integrei-os no que se tornou
"O Nosso Universo Musical". -
15:53 - 15:55É um espectáculo de planetário
baseado em sons -
15:55 - 15:58explorando o ritmo e a harmonia do cosmos.
-
15:58 - 16:01A Robyn ficou tão emocionada
com a apresentação -
16:01 - 16:02que, quando chegou a casa,
-
16:02 - 16:05pintou esta deslumbrante
representação da sua experiência, -
16:06 - 16:09que eu estraguei ao pôr Júpiter no póster.
-
16:09 - 16:11(Risos)
-
16:12 - 16:13Então...
-
16:15 - 16:18neste espectáculo, levo pessoas
de todos os níveis de visão -
16:18 - 16:21numa viagem auditiva do universo,
-
16:21 - 16:26do céu nocturno até ao fim
do universo observável. -
16:26 - 16:29Isto é apenas o início
de uma odisseia musical -
16:29 - 16:33para vivenciar o universo
com uma nova visão e audição. -
16:33 - 16:34Espero que se juntem a mim.
-
16:34 - 16:35Obrigado.
-
16:36 - 16:38(Aplausos)
- Title:
- Qual é o som do universo? Uma viagem musical
- Speaker:
- Matt Russo
- Description:
-
O espaço sideral é realmente um local silencioso e sem vida, como frequentemente descrito? Talvez não. O astrofísico e músico Matt Russo leva-nos numa viagem através do cosmos, revelando os ritmos e harmonias escondidos das orbitas planetárias. O universo está cheio de música, diz ele — só precisamos de aprender a ouvi-la.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:52
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