Ann Hamilton: "O evento de um fio" | "Exclusivo" | Art21

Episódio nº178: Filmado no quartel da Park Avenue, Manhattan. A artista Ann Hamilton conversa sobre sua instalação “O evendo de um fio”, que ocupou o cavernoso salão de treinamento do quartel. Hamilton, cujo trabalho artístico muitas vezes envolve conexões entre textos e tecidos, esteve presente no quartel todos os dias, ao longo do mês em que a instalação funcionou. Ao longo desse tempo, ela observou as várias formas de interação que os visitantes tinham com os diferentes, embora interconectados, elementos da obra.

O trabalho de Ann Hamilton é uma mistura única de performance, fotografia, vídeo, tecidos e escultura. Mais connhecida por seus sensuais e climáticas instalações, o trabalho de Hamilton muitas vezes combina elementos sensoriais como o sons, gostos, cheiros e toque. Ela tem interesse tanto pela linguagem verbal e escrita quanto pela visual, e vê as duas como elementos relaciondas e mutáveis.

Créditos: Produtor: Ian Forster. Consultor de produção: Wesley Miller & Nick Ravich. Entrevista: Ian Forster. Câmera: Stephanie Andreou, Ian Forster & Nick Ravich. Som: Stephanie Andreou. Editor: Morgan Riles. Cortesia artística: Ann Hamilton. Agradecimentos especiais: Quartel da Park Avenue.

[Ann Hamilton: "O evento de um fio'']

[Sons de interferência e a voz de uma mulher, vindos de um falante de rádio]

[Sons de interferência e a voz de um homem, vindos de um falante de rádio]

Minha primeira mão é a costura - a mão de tecelagem -

é uma conexão entre texto e têxteis.

O título do trabalho é "O evento de um fio",

e ele vem de Anni Albers, cuja descrição da tecelagem

é a de um cruzamento horizontal e vertical de linhas,

que é sensível ao toque e contato na interseção.

O pano levanta e abaixa com os balanços.

A presença de todos fica registrada de alguma forma nos materiais dele.

E isso produz as ondulações.

[Som do público reverberando pelo salão]

[Sons de interferência e a voz de uma mulher, vindos de um falante de rádio]

"Partes discordantes da ciência"

"A injustiça de um homem"

''É a injustiça de outro"

No começo, nos perguntávamos se as pessoas iriam mesmo balançar.

Estávamos dizendo "Espero que elas não fiquem só penduradas ali."

Algo acontece quando você balança.

Tenho certeza de que há uma explicação neurológica para o prazer que você sente,

e acho que as pessoas estão se entregando.

Ontem uma família ficou aqui durante quatro horas.

Meio que virou um parque.

Eu acho que esse é um lugar bem familiar,

e mesmo assim, é bem grande e anônimo --

tem essa qualidade de ser ermo abrigando uma congregação ou grupo de pessoas.

Eu acho que a impressão que passa é muito reconfortante,

e é de algo que precisamos.

No meio, embaixo do pano,

eu sabia que seria um lugar maravilhoso para se estar--

e deixar a turbulência e a liquidez do pano cair ao seu redor.

Mas eu estava despreparada para o fato de que as pessoas iriam deitar no chão

e ficar na horizontal por um bom tempo.

Eu decidi com antecedência que iria ficar durante a apresentação,

e todo dia era um pouco diferente,

todo o dia havia algum tipo novo de interação,

isso é quase... me mantêm mais envolvida com a obra.

Uma garota disse que se sentia selvagem e segura ao mesmo tempo.

Quando eu ouvi aquilo disse "Sim! Isso é ótimo."

Há tantas coisas desse tipo,

e você tenta dar ou cria uma oportunidade para esse tipo de experiência -

mas não determina o que ela é -

que em troca, há tantas coisas que voltam através

daquilo que as pessoas cedem ao trabalho.

Estar aqui e estar presente para sentir isso é muito prazeroso.

[ "Uou!"]