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Como a África pode usar seus saberes tradicionais para progredir

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    Alguns meses atrás, eu estava visitando
    uma cidade da África Oriental,
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    e estávamos presos no trânsito.
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    De repente, um ambulante
    se aproximou da janela
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    vendendo um cartaz com letras do alfabeto.
  • 0:17 - 0:21
    Dei uma olhada no cartaz,
    e pensei na minha filha,
  • 0:21 - 0:25
    de como seria legal colocá-lo no chão
    e brincar com ela em cima daquele cartaz
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    enquanto ela aprendia o alfabeto.
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    Os carros andaram um pouco,
    rapidamente comprei uma cópia,
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    e fomos embora.
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    Quando tive tempo de abrir o cartaz
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    e dar uma olhada com calma,
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    eu vi que não ia usar aquilo
    para ensinar minha filha.
  • 0:43 - 0:45
    Eu me arrependi da minha compra.
  • 0:46 - 0:48
    Mas por quê?
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    Olhar aquele alfabeto me lembrou o fato
  • 0:51 - 0:53
    de que nada tinha mudado muito
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    no currículo escolar na África.
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    Algumas décadas atrás, eu tinha aprendido
    o alfabeto num cartaz parecido.
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    E, por causa disso, lutei durante anos
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    para conciliar minha realidade
    com a educação formal que tinha recebido
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    nas escolas que frequentei.
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    Tive uma crise de identidade.
  • 1:15 - 1:18
    Fiquei pensando na minha realidade.
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    Pensei nos meus ancestrais,
    na minha linhagem, com desrespeito.
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    Tive pouca paciência com o que a vida
    ao meu redor me ofereceu.
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    Por quê?
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    "M de maçã."
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    "M de maçã."
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    "M de maçã" é para a criança
    que vive em lugares do mundo
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    onde maçãs são cultivadas;
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    que leva maçã de merenda pra escola;
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    (Risos)
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    que vai ao mercado com a mãe
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    e vê maçãs vermelhas, verdes, amarelas,
    de todas formas, cores e tamanhos.
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    Portanto, alfabetizar essa criança
  • 1:59 - 2:01
    com um alfabeto como esse
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    preenche uma das maiores
    funções da educação,
  • 2:05 - 2:08
    que é ensinar o aluno
  • 2:08 - 2:12
    a apreciar o seu meio,
  • 2:12 - 2:16
    estimulando-o a explorar mais,
    de modo a agregar valor.
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    No meu caso específico,
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    quando e onde cresci na África,
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    maçã era uma fruta exótica.
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    Duas ou três vezes por ano,
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    eu conseguia algumas maçãs amareladas
    com manchas marrons,
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    o que significava milhares de quilômetros
    viajados, estocadas em depósitos,
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    até chegarem às minhas mãos.
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    Cresci na cidade
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    e com pais com uma situação
    financeira confortável,
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    assim, tive uma realidade digna,
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    e, exatamente da mesma forma
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    que pratos como "cassava fufu"
    ou "ugali" não eram comuns
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    numa dieta norte-americana,
    chinesa ou indiana,
  • 2:57 - 3:00
    maçãs não eram parte da minha realidade.
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    Então, para mim, ter sido
    alfabetizada com "M de maçã"
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    fez da alfabetização uma abstração.
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    Fez dela algo fora do meu alcance,
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    um conceito estrangeiro,
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    um fenômeno no qual eu teria,
    de forma constante e perpétua,
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    de buscar a validação das pessoas
    às quais isso pertencia,
  • 3:21 - 3:24
    para progredir dentro dele e com ele.
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    Isso é difícil para uma criança;
    e seria difícil para qualquer pessoa.
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    À medida que cresci
    e avancei academicamente,
  • 3:31 - 3:36
    minha realidade ficou cada vez
    mais distante da minha educação.
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    Nas aulas de história, fui ensinada
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    que o explorador escocês Mungo Park
    descobriu o Rio Níger.
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    E aquilo me aborrecia.
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    Meus tataravós cresceram
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    perto da margem do Rio Níger.
  • 3:50 - 3:52
    (Risos)
  • 3:52 - 3:58
    E foi preciso vir alguém da Europa,
    de milhares de quilômetros de distância,
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    para descobrir um rio bem
    debaixo do nosso nariz?
  • 4:01 - 4:03
    (Risos)
  • 4:03 - 4:05
    Não!
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    (Aplausos) (Vivas)
  • 4:10 - 4:12
    O que eles ficavam fazendo?
  • 4:12 - 4:14
    (Risos)
  • 4:14 - 4:17
    Jogando, assando batata-doce,
  • 4:17 - 4:18
    se digladiando em lutas tribais?
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    Eu sabia que minha educação
    estava me preparando para ir a outro lugar
  • 4:23 - 4:27
    e trabalhar e dar a um outro meio
    o que lhe pertencia.
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    Não era para o meu meio, onde cresci.
  • 4:31 - 4:32
    E isso continuou.
  • 4:32 - 4:34
    Essa filosofia embasou meus estudos
  • 4:34 - 4:37
    o tempo todo em que estudei na África.
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    Foram necessárias
    muitas experiências e alguns estudos
  • 4:40 - 4:44
    para eu começar a mudar
    meu modo de pensar.
  • 4:44 - 4:47
    E quero compartilhar
    alguns dos mais importantes com vocês.
  • 4:48 - 4:50
    Eu estava na capital
    dos EUA, em Washington,
  • 4:50 - 4:52
    fazendo meu doutorado,
  • 4:52 - 4:56
    e era consultora do Banco Mundial
    na superintendência da África,
  • 4:57 - 4:59
    Eu me lembro de que um dia,
  • 5:00 - 5:04
    conversando com meu chefe,
  • 5:04 - 5:07
    ele mencionou um projeto
    específico do Banco Mundial,
  • 5:07 - 5:12
    uma irrigação em larga escala,
    de milhões de dólares,
  • 5:12 - 5:14
    na República da Nigéria,
  • 5:14 - 5:17
    com pouca sustentabilidade.
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    Ele disse que esse projeto
    não era tão sustentável,
  • 5:19 - 5:23
    e isso incomodava aqueles
    que instituíram o pacote todo.
  • 5:24 - 5:27
    E depois me falou de um outro projeto,
  • 5:28 - 5:32
    um método de irrigação tradicional,
    que era um sucesso,
  • 5:32 - 5:36
    na mesma República da Nigéria
    onde o projeto do banco estava falhando.
  • 5:37 - 5:38
    E isso me fez pensar.
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    Então, fui pesquisar o assunto
  • 5:42 - 5:44
    e descobri o "tassa".
  • 5:46 - 5:50
    Tassa é um método de irrigação tradicional
  • 5:50 - 5:56
    em que buracos de aproximadamente
    25cm de profundidade por 25cm de largura
  • 5:56 - 5:59
    são cavados no campo a ser cultivado.
  • 5:59 - 6:03
    E aí um pequeno dique
    é construído ao redor do campo
  • 6:04 - 6:08
    onde é feito o cultivo
    ao longo da superfície.
  • 6:08 - 6:11
    Assim, quando a chuva cai,
  • 6:11 - 6:14
    os buracos conseguem armazenar água
  • 6:14 - 6:18
    e distribuí-la na medida
    da necessidade da planta.
  • 6:18 - 6:21
    A planta consegue absorver
    apenas a quantidade de água necessária
  • 6:21 - 6:23
    até a época da colheita.
  • 6:25 - 6:28
    A Nigéria tem 75% de áreas desérticas,
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    portanto trata-se
    de uma questão de vida ou morte,
  • 6:31 - 6:33
    e esse método tem sido usado por séculos.
  • 6:33 - 6:35
    Num experimento realizado,
  • 6:36 - 6:42
    foram utilizados dois pedaços
    de terra semelhantes,
  • 6:42 - 6:46
    sendo que num deles
    não se usou o método tassa.
  • 6:46 - 6:50
    Terrenos semelhantes.
    No outro, ele foi usado.
  • 6:51 - 6:55
    Então, em ambos foram plantadas
    sementes semelhantes de painço.
  • 6:56 - 6:58
    Na colheita,
  • 6:58 - 7:01
    o terreno sem o método tassa
  • 7:01 - 7:06
    produziu 11 quilos de painço por hectare.
  • 7:07 - 7:09
    E o que utilizou o método
  • 7:09 - 7:15
    produziu 553 quilos de painço por hectare.
  • 7:16 - 7:18
    (Aplausos)
  • 7:18 - 7:22
    Olhei para aquela pesquisa
    e olhei para mim mesma
  • 7:22 - 7:26
    e falei: "Estudei agricultura por 12 anos,
  • 7:26 - 7:29
    do Fundamental até o "Senior Six",
    como dizemos na África Oriental,
  • 7:29 - 7:32
    SS3, na África Ocidental,
    ou terceiro ano do Ensino Médio.
  • 7:32 - 7:37
    Ninguém tinha me ensinado nenhuma forma
    de cultivo tradicional africana,
  • 7:37 - 7:39
    de colheita, de qualquer coisa,
  • 7:39 - 7:42
    que funcionasse atualmente,
    e que funcionasse bem,
  • 7:42 - 7:45
    onde seria preciso muito esforço
  • 7:45 - 7:48
    para que algo importado
    do Ocidente desse certo.
  • 7:48 - 7:51
    Foi aí que pensei no desafio,
  • 7:51 - 7:53
    no desafio do currículo na África.
  • 7:54 - 7:58
    Assim começou minha missão
    de dedicar uma vida de trabalho
  • 7:58 - 8:03
    a estudar e a pesquisar
    o sistema de saberes africanos
  • 8:03 - 8:06
    e ser capaz de defender a sua prevalência
  • 8:06 - 8:09
    na educação, na pesquisa e na política,
  • 8:09 - 8:11
    nos setores e nas indústrias.
  • 8:11 - 8:15
    Tive uma outra conversa
    e experiência no banco
  • 8:15 - 8:20
    que me ajudaram a decidir
    que rumo a tomar,
  • 8:20 - 8:24
    mesmo não sendo a pesquisa
    mais lucrativa a ser feita,
  • 8:24 - 8:26
    mas que era exatamente
    no que eu acreditava.
  • 8:27 - 8:32
    Um dia, meu chefe me disse
    que gostava de ir à África
  • 8:32 - 8:36
    negociar empréstimos
    e trabalhar em projetos do Banco Mundial.
  • 8:37 - 8:39
    Intrigada, perguntei por quê.
  • 8:39 - 8:41
    Ele respondeu: "Ah, quando vou à África,
  • 8:41 - 8:43
    é tudo tão fácil.
  • 8:43 - 8:48
    Eu preencho o pedido de empréstimo
    e minha proposta em Washington,
  • 8:48 - 8:51
    vou para a África e, chegando lá,
    todos eles são aprovados.
  • 8:51 - 8:54
    Consigo o melhor acordo,
    e volto para minha base.
  • 8:54 - 8:57
    E meus chefes ficam felizes comigo".
  • 8:57 - 9:01
    E aí ele completou:
    "Mas odeio ir para a Ásia ou..."
  • 9:01 - 9:04
    e ele citou um determinado país,
    Ásia e alguns países.
  • 9:04 - 9:08
    "Eles gostam de mim por isso, por tentar
    conseguir o melhor acordo para seu país.
  • 9:08 - 9:10
    Eles conseguem o melhor acordo e me falam:
  • 9:10 - 9:14
    'Ah, aquela cláusula não é boa
    para nosso contexto.
  • 9:14 - 9:17
    Não é a nossa realidade;
    é ocidental demais'.
  • 9:17 - 9:21
    E eles me falam: 'Temos especialistas
    aqui para cuidar disso.
  • 9:21 - 9:24
    Vocês não têm conhecimento suficiente.
    Conhecemos nossa realidade'.
  • 9:24 - 9:28
    Eles vão apontando os problemas e, no fim,
    sim, eles conseguem o melhor acordo,
  • 9:28 - 9:31
    mas fico tão exausto que não consigo
    o melhor acordo para o banco,
  • 9:31 - 9:33
    e fechamos o negócio".
  • 9:33 - 9:35
    "Sério?" Pensei comigo: "Está bem".
  • 9:35 - 9:40
    Eu tive o privilégio de estar à mesa
    de negociação de um empréstimo
  • 9:40 - 9:41
    num país africano.
  • 9:41 - 9:44
    Pois eu dava essas consultorias
    nas minhas férias,
  • 9:44 - 9:47
    pois ainda era aluna do doutorado.
  • 9:47 - 9:51
    E então fui com a equipe do Banco Mundial,
  • 9:51 - 9:56
    mais para ajudar
    com questões organizacionais.
  • 9:56 - 9:59
    Mas participei da reunião de negociação.
  • 10:00 - 10:05
    Havia mais euro-americanos,
    e eu de Washington.
  • 10:05 - 10:10
    E olhei para o outro lado da mesa
    para meus irmãos e irmãs africanos.
  • 10:10 - 10:12
    Eu podia ver a intimidação no rosto deles.
  • 10:13 - 10:15
    Eles achavam que não
    tinham nada a oferecer
  • 10:15 - 10:17
    para os tataranetos de Mungo Park,
  • 10:17 - 10:20
    os donos do "M de maçã".
  • 10:20 - 10:23
    Ficavam lá assistindo:
    "Ah, me dê aqui para assinar.
  • 10:23 - 10:25
    Vocês têm o conhecimento, sabem tudo.
  • 10:25 - 10:27
    Onde é que a gente assina? Mostrem onde".
  • 10:27 - 10:30
    Eles não tinham voz;
    eles não acreditavam em si mesmos.
  • 10:35 - 10:36
    Desculpem.
  • 10:37 - 10:38
    Então,
  • 10:39 - 10:42
    eu já fazia aquilo havia uma década.
  • 10:42 - 10:45
    Estava conduzindo uma pesquisa
    sobre o sistema de saberes da África,
  • 10:45 - 10:47
    dos saberes originais,
    autênticos, tradicionais.
  • 10:47 - 10:50
    Nos poucos casos em que tinham
    sido implementados na África,
  • 10:51 - 10:53
    haviam sido um sucesso.
  • 10:53 - 10:55
    Penso em Gacaca.
  • 10:55 - 11:00
    Gacaca é o sistema judiciário
    tradicional de Ruanda,
  • 11:00 - 11:02
    que foi usado após o genocídio.
  • 11:02 - 11:05
    Em 1994, quando o genocídio acabou,
  • 11:06 - 11:09
    o sistema judiciário federal
    de Ruanda estava em farrapos:
  • 11:09 - 11:14
    sem juízes nem advogados para julgar
    milhares de casos de genocídio.
  • 11:14 - 11:18
    Assim, o governo de Ruanda teve a ideia
  • 11:18 - 11:21
    de ressuscitar um sistema judiciário
    tradicional conhecido como Gacaca.
  • 11:22 - 11:25
    Gacaca é um sistema judiciário
    baseado na comunidade,
  • 11:25 - 11:28
    no qual membros da comunidade se juntam
  • 11:28 - 11:32
    para eleger homens e mulheres
    de reconhecida idoneidade
  • 11:32 - 11:36
    para julgar crimes cometidos
    dentro dessas comunidades.
  • 11:37 - 11:43
    Assim, quando Gacaca concluiu o julgamento
    dos casos de genocídio, em 2012,
  • 11:44 - 11:51
    12 mil tribunais comunitários tinham
    julgado cerca de 1,2 milhão de casos.
  • 11:51 - 11:53
    É um recorde.
  • 11:53 - 11:56
    (Aplausos)
  • 11:58 - 12:04
    Mais importante é que Gacaca reforçou
    a filosofia tradicional de Ruanda
  • 12:04 - 12:07
    de reconciliação e reintegração,
  • 12:07 - 12:11
    em oposição à ideia de punição e banimento
  • 12:11 - 12:15
    que fundamenta o estilo ocidental de hoje.
  • 12:15 - 12:19
    Não é pra comparar, mas só pra dizer
    que isso realmente valorizou
  • 12:19 - 12:23
    o método filosófico tradicional de Ruanda.
  • 12:23 - 12:26
    E foi Mwalimu Julius Nyerere,
  • 12:26 - 12:28
    ex-presidente da Tanzânia,
  • 12:28 - 12:29
    (Aplausos)
  • 12:29 - 12:32
    quem disse que não podemos
    desenvolver as pessoas.
  • 12:33 - 12:36
    As pessoas têm de se
    desenvolver por si mesmas.
  • 12:37 - 12:38
    Concordo com Mwalimu.
  • 12:38 - 12:40
    Estou convencida
  • 12:40 - 12:44
    de que a transformação
    e o avanço da África
  • 12:44 - 12:48
    estão simplesmente na consciência,
    validação e institucionalização
  • 12:48 - 12:53
    dos próprios saberes tradicionais,
    autênticos, originais e nativos da África,
  • 12:53 - 12:58
    em educação, pesquisa,
    na elaboração de políticas e nos setores.
  • 12:59 - 13:01
    Não vai ser fácil para a África.
  • 13:01 - 13:05
    Não vai ser fácil para pessoas
    acostumadas a ouvir como pensar,
  • 13:05 - 13:07
    o que fazer, como fazer,
  • 13:07 - 13:10
    um povo submetido por tanto tempo
    à orientação intelectual
  • 13:10 - 13:12
    e sob a direção de outros,
  • 13:12 - 13:14
    fossem eles mestres coloniais,
  • 13:14 - 13:17
    ajuda industrial ou a mídia internacional.
  • 13:17 - 13:20
    Mas é uma tarefa que temos
    de enfrentar para progredir.
  • 13:20 - 13:23
    Sinto-me fortalecida
    pelas palavras de Joseph Shabalala,
  • 13:23 - 13:27
    fundador do coral africano
    Ladysmith Black Mambazo.
  • 13:27 - 13:32
    Ele disse que a tarefa à nossa frente
    nunca pode ser maior
  • 13:32 - 13:34
    do que o poder dentro de nós.
  • 13:34 - 13:36
    Nós podemos.
  • 13:36 - 13:38
    Podemos desaprender
    olhando para nós mesmos.
  • 13:38 - 13:42
    Podemos aprender a dar valor
    à nossa realidade e aos nossos saberes.
  • 13:42 - 13:43
    Obrigada.
  • 13:43 - 13:45
    (Suaíli) Muito obrigada.
  • 13:45 - 13:47
    (Aplausos)
  • 13:47 - 13:49
    Obrigada. Obrigada.
  • 13:49 - 13:51
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Como a África pode usar seus saberes tradicionais para progredir
Speaker:
Chika Ezeanya-Esiobu
Description:

Chika Ezeanya-Esiobu quer ver os africanos soltando sua criatividade reprimida e suas energias inovadoras através da consciência do significado de seus saberes tradicionais e autênticos. Nesta poderosa palestra, ela compartilha exemplos de saberes africanos nativos inexplorados, tanto na agricultura quanto na elaboração de políticas, convocando os africanos a buscar o progresso por meio da validação e da dignificação de sua própria realidade.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:27

Portuguese, Brazilian subtitles

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