O poder do vício e o vício em poder | Gabor Maté | TEDxRio+20
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0:10 - 0:14Vim hoje falar sobre vício,
sobre o poder do vício, -
0:14 - 0:16mas também sobre vício em poder.
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0:17 - 0:20Trabalho como médico
em Vancouver, no Canadá, -
0:20 - 0:22e tenho trabalhado com pessoas
extremamente viciadas, -
0:22 - 0:26pessoas que usam heroína,
que injetam cocaína, -
0:27 - 0:29que bebem, usam metanfetamina
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0:29 - 0:31e todo tipo de droga
que se possa imaginar. -
0:31 - 0:33Essas pessoas sofrem.
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0:33 - 0:38Se o sucesso de um médico for mensurado
pelo tempo de vida de seus pacientes, -
0:38 - 0:40então sou um fracasso,
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0:40 - 0:44pois meus pacientes morrem muito jovens,
relativamente falando. -
0:44 - 0:46Morrem de AIDS,
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0:46 - 0:48morrem de hepatite C,
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0:48 - 0:50morrem de infecções
nas válvulas do coração, -
0:50 - 0:53morrem de infecções no cérebro,
na coluna vertebral, -
0:53 - 0:56no coração e no sangue.
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0:56 - 1:02Morrem de suicídio, de overdose,
por violência ou em acidentes. -
1:02 - 1:04Quando olhamos pra eles,
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1:05 - 1:09vêm-nos à mente as palavras do grande
novelista egípcio Naguib Mahvouz, -
1:09 - 1:10que escreveu:
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1:10 - 1:13"Nada registra mais explicitamente
os efeitos de uma vida triste -
1:13 - 1:15do que o corpo humano".
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1:15 - 1:17Porque essas pessoas perdem tudo:
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1:17 - 1:20a saúde, a beleza,
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1:20 - 1:24os dentes, a riqueza,
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1:24 - 1:26relacionamentos
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1:26 - 1:28e, por fim, geralmente perdem a vida.
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1:28 - 1:32Ainda assim, nada os faz deixar o vício.
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1:32 - 1:35Nada consegue forçá-los
a abrir mão do vício. -
1:35 - 1:36Os vícios são poderosos,
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1:36 - 1:39e a pergunta é: por quê?
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1:39 - 1:41Um dos meus pacientes me disse:
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1:41 - 1:45"Não tenho medo de morrer.
Tenho mais medo de viver". -
1:45 - 1:50A pergunta que devemos fazer é:
por que as pessoas têm medo da vida? -
1:50 - 1:54Se quisermos entender o vício,
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1:54 - 1:56não podemos olhar
para o que há de errado no vício. -
1:56 - 1:58Temos que analisar o que há de certo.
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1:58 - 2:00Em outras palavras,
o que a pessoa ganha com o vício? -
2:00 - 2:03O que estão ganhando
que não têm sem o vício? -
2:03 - 2:08O que os viciados ganham
é o alívio da dor. -
2:08 - 2:12Ganham uma sensação de paz,
uma sensação de controle, -
2:13 - 2:16uma sensação de calma,
muito, muito temporária. -
2:16 - 2:20A pergunta é: por que essas coisas
estão em falta na vida deles? -
2:20 - 2:22O que aconteceu pra que ficassem assim?
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2:22 - 2:27Se analisarmos drogas como a heroína,
como a morfina, como a codeína, -
2:28 - 2:32ou como a cocaína, como o álcool,
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2:32 - 2:34todas são analgésicas.
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2:34 - 2:36De uma forma ou de outra,
todas aliviam a dor. -
2:36 - 2:40Por isso, a verdadeira questão no vício
não é: "Por que o vício?" -
2:40 - 2:42A questão é: "Por que a dor?"
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2:42 - 2:46Bem, acabei de ler
a biografia de Keith Richards, -
2:46 - 2:48o guitarrista dos Rolling Stones.
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2:48 - 2:50Como vocês provavelmente sabem,
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2:50 - 2:54todos ainda ficam surpresos
com o fato de Richards ainda estar vivo, -
2:54 - 2:57porque ele foi extremamente viciado
em heroína durante muito tempo. -
2:57 - 3:03Em sua biografia, ele revela que o vício
tinha tudo a ver com esquecimento, -
3:03 - 3:05com uma busca por esquecer.
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3:05 - 3:08Ele diz: "As contorções
pelas quais passamos -
3:08 - 3:12só pra não sermos quem somos
por algumas horas". -
3:12 - 3:14Eu mesmo entendo muito bem essa sensação,
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3:14 - 3:17porque conheço esse tipo
de desconforto comigo mesmo, -
3:17 - 3:20conheço esse desconforto
de estar na minha própria pele, -
3:20 - 3:24conheço esse desejo de escapar
da minha própria mente. -
3:24 - 3:30O grande psiquiatra britânico
R. D. Laing disse -
3:30 - 3:32que existem três coisas
das quais as pessoas têm medo: -
3:32 - 3:37da morte, de outras pessoas
e de suas próprias mentes. -
3:38 - 3:42Durante muito tempo, quis me distrair
da minha própria mente. -
3:42 - 3:45Eu tinha medo de ficar
com meus próprios pensamentos. -
3:45 - 3:46E como eu me distraía?
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3:46 - 3:50Bem, nunca usei drogas,
mas me distraía trabalhando, -
3:51 - 3:54me enchendo de atividades.
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3:54 - 3:57Também me distraía comprando:
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3:57 - 4:02no meu caso, comprando música clássica,
CDs de música clássica. -
4:02 - 4:04Eu era viciado nisso.
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4:04 - 4:07Uma semana, gastei US$ 8 mil
em CDs de música clássica, -
4:07 - 4:09não porque eu quisesse,
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4:09 - 4:12mas porque não conseguia
parar de voltar à loja. -
4:12 - 4:14Como médico, já fiz diversos partos.
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4:14 - 4:17Uma vez, deixei uma gestante
em trabalho de parto no hospital -
4:17 - 4:21e saí pra comprar
um CD de música clássica. -
4:22 - 4:26Eu conseguiria voltar ao hospital a tempo,
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4:26 - 4:28mas, depois de entrar na loja,
eu não conseguia sair, -
4:28 - 4:33por causa daqueles vendedores
de CDs malvados nos corredores: -
4:33 - 4:37"Ei, amigão, já ouviu o ciclo sinfônico
mais recente de Mozart?" -
4:37 - 4:38Não? Então..."
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4:38 - 4:40Então, perdi o parto do bebê.
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4:40 - 4:43Quando voltei pra casa,
menti pra minha esposa a respeito. -
4:43 - 4:47Como qualquer viciado, eu mentia
e ignorava meus próprios filhos -
4:47 - 4:50por causa da minha obsessão
por trabalho e por música. -
4:50 - 4:53Então, sei bem como é
essa fuga de si mesmo. -
4:53 - 4:55Minha definição de vício
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4:55 - 4:59é qualquer comportamento
que te dê alívio temporário, -
4:59 - 5:01prazer temporário,
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5:01 - 5:05mas que, a longo prazo, prejudique,
traga consequências negativas -
5:05 - 5:07e que você não consiga largar,
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5:07 - 5:09apesar das consequências negativas.
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5:09 - 5:12A partir dessa perspectiva,
podemos compreender -
5:12 - 5:16que existem diversos tipos de vício.
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5:16 - 5:18Sim, existe o vício em drogas,
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5:18 - 5:21mas também o vício em consumo,
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5:21 - 5:24o vício em sexo,
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5:24 - 5:26em internet,
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5:26 - 5:28em compras,
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5:28 - 5:29em comida.
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5:30 - 5:33Os budistas creem na ideia
de espíritos famintos. -
5:33 - 5:37Os espíritos famintos são criaturas
com estômagos enormes e vazios -
5:37 - 5:40e pescoços pequenos e magros
e bocas minúsculas, -
5:40 - 5:41que nunca conseguem se saciar,
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5:41 - 5:44nunca conseguem preencher
esse vazio que têm dentro de si. -
5:44 - 5:47Somos todos espíritos famintos
nesta sociedade, -
5:47 - 5:48todos temos esse vazio,
-
5:48 - 5:52e muitos de nós tentamos
preenchê-lo de fora pra dentro. -
5:52 - 5:57O vício se resume a tentar
preencher esse vazio de fora pra dentro. -
5:58 - 6:03Se quisermos descobrir
por que as pessoas estão sofrendo, -
6:03 - 6:06não podemos analisar sua genética.
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6:06 - 6:08Temos que analisar suas vidas.
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6:08 - 6:12No caso dos meus pacientes,
os extremamente viciados, -
6:12 - 6:14a razão por que sofrem é bem clara.
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6:14 - 6:16Eles sofreram abusos durante toda a vida.
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6:16 - 6:19Começaram a sofrer abusos
desde a infância. -
6:19 - 6:22Todas as mulheres com quem trabalhei
por mais de 12 anos, centenas delas, -
6:22 - 6:25todas haviam sido abusadas
sexualmente na infância. -
6:25 - 6:27Os homens também haviam sofrido traumas:
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6:27 - 6:32tinham sido abusados sexualmente,
sofrido negligência, violência física, -
6:32 - 6:36sido abandonados e emocionalmente
feridos repetidas vezes. -
6:36 - 6:38Por isso sofrem.
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6:38 - 6:40E há mais uma razão:
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6:41 - 6:42o cérebro humano.
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6:42 - 6:48O cérebro humano, como sabemos,
desenvolve uma interação com o ambiente. -
6:48 - 6:50Ele não é apenas geneticamente programado.
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6:50 - 6:53O tipo de ambiente em que uma criança vive
-
6:53 - 6:57irá moldar o desenvolvimento
de seu cérebro. -
6:57 - 7:00Posso contar a vocês sobre dois
experimentos feitos com camundongos. -
7:00 - 7:07Coloque comida na boca de um camundongo
e ele vai comer, saborear e engolir, -
7:07 - 7:11mas, se colocar a comida no chão,
a alguns centímetros de seu nariz, -
7:11 - 7:13ele não vai andar pra comer.
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7:13 - 7:16Vai morrer de fome, em vez de comer.
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7:16 - 7:17Por quê?
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7:17 - 7:19Geneticamente falando,
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7:19 - 7:23eles não possuem receptores pra uma
substância no cérebro chamada dopamina. -
7:23 - 7:26A dopamina é a substância
da motivação, do incentivo. -
7:26 - 7:29A dopamina flui no corpo
sempre que estamos motivados, -
7:29 - 7:33empolgados, vibrantes,
curiosos em relação a algo, -
7:33 - 7:35quando buscamos comida
ou um parceiro sexual. -
7:35 - 7:38Sem a dopamina, não temos motivação.
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7:38 - 7:40O que vocês acham
que os viciados ganham? -
7:40 - 7:41Quando consomem cocaína,
-
7:41 - 7:45cristais de metanfetamina
ou praticamente qualquer outra droga, -
7:45 - 7:47ganham um pico de dopamina no cérebro.
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7:47 - 7:52A pergunta é: o que deixou
o cérebro deles assim? -
7:52 - 7:55Porque é um mito dizer
que as drogas são viciantes. -
7:55 - 7:57As drogas em si não são viciantes,
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7:57 - 8:01pois a maioria das pessoas experimenta
muitas drogas e nunca se viciam. -
8:01 - 8:02Então, a pergunta é?
-
8:02 - 8:05por que algumas pessoas
são vulneráveis ao vício? -
8:05 - 8:08Da mesma forma, a comida não vicia,
mas é um vício pra alguns; -
8:08 - 8:11as compras não viciam,
mas são um vício pra alguns; -
8:11 - 8:14a televisão não vicia,
mas é um vício pra alguns. -
8:14 - 8:17A pergunta é: por que algumas pessoas
têm essa suscetibilidade? -
8:19 - 8:22Há outro pequeno experimento
feito com camundongos -
8:22 - 8:26em que filhotes de camundongo,
quando separados de suas mães, -
8:26 - 8:27não chamam por elas.
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8:27 - 8:29O que isso significa na natureza?
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8:29 - 8:31Eles morreriam,
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8:31 - 8:34pois só as mães protegem
e alimentam as crias. -
8:34 - 8:35Por quê?
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8:35 - 8:38Porque, geneticamente,
eles não possuem os receptores, -
8:38 - 8:42as áreas de ligação química,
no cérebro, para as endorfinas. -
8:42 - 8:47As endorfinas são substâncias incríveis,
parecidas com a morfina. -
8:47 - 8:50As endorfinas são
nossos analgésicos naturais. -
8:52 - 8:56As endorfinas também tornam possível
a experiência do amor. -
8:56 - 8:59Tornam possível a experiência
de apego dos filhos aos pais -
8:59 - 9:01e dos pais aos filhos.
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9:01 - 9:05Esses pequenos camundongos,
sem receptores de endorfina no cérebro, -
9:05 - 9:07não chamarão por suas mães.
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9:07 - 9:09Em outras palavras,
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9:09 - 9:14o vício nessas drogas,
e na heroína e na morfina... -
9:14 - 9:18Essas drogas agem no sistema de endorfina.
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9:18 - 9:19Por isso elas "funcionam".
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9:20 - 9:21Então,
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9:22 - 9:23a pergunta é:
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9:23 - 9:27o que faz com que as pessoas precisem
dessas substâncias, de fora pra dentro? -
9:27 - 9:30Bem, o que acontece é que,
como sofreram abuso na infância, -
9:30 - 9:33esses circuitos não
se desenvolvem nessas pessoas. -
9:33 - 9:36Quando não temos amor
e ligação afetiva na vida -
9:36 - 9:38quando somos muito jovens,
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9:38 - 9:42esses importantes circuitos cerebrais
não se desenvolvem de forma apropriada. -
9:43 - 9:46Sob condições de abuso, as coisas
não se desenvolvem adequadamente. -
9:46 - 9:52O cérebro dessas pessoas
fica então suscetível ao uso de drogas. -
9:52 - 9:54Elas se sentem normais,
sentem alívio do sofrimento, -
9:54 - 9:56sentem amor.
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9:56 - 10:00Uma paciente uma vez me disse:
"A primeira vez que usei heroína, -
10:00 - 10:03foi como um abraço gostoso e caloroso,
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10:03 - 10:05como o de uma mãe abraçando seu bebê".
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10:09 - 10:11Já tive esse mesmo vazio,
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10:11 - 10:13não tão grande quanto
o dos meus pacientes. -
10:13 - 10:18No meu caso, eu nasci em 1944,
em Budapeste, na Hungria, -
10:18 - 10:19de pais judeus,
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10:19 - 10:22pouco antes de os alemães
ocuparem a Hungria. -
10:22 - 10:26E todos sabem o que aconteceu
com os judeus no leste europeu. -
10:26 - 10:30Eu tinha dois meses de idade
quando os alemães invadiram Budapeste. -
10:30 - 10:34Um dia depois de fazerem isso,
minha mãe ligou para o pediatra -
10:34 - 10:35e disse:
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10:35 - 10:39"Por favor, venha ver o Gabor,
porque ele não para de chorar". -
10:39 - 10:42O pediatra então disse:
"Claro, vou até aí para vê-lo, -
10:42 - 10:45mas preciso dizer que todos
os bebês judeus estão chorando". -
10:46 - 10:47Mas por quê?
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10:47 - 10:51O que os bebês sabem sobre Hitler,
sobre o genocídio ou sobre a guerra? -
10:51 - 10:52Nada.
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10:52 - 10:56Na verdade, estávamos absorvendo
o estresse, os terrores -
10:56 - 10:58e a tristeza das nossas mães.
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10:58 - 11:03Isso, na verdade, molda
o cérebro da criança. -
11:04 - 11:07É claro que o que acontece
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11:07 - 11:10é que a mensagem que recebo
é a de que o mundo não me quer. -
11:10 - 11:14Se minha mãe não está feliz perto de mim,
é porque ela não me quer. -
11:15 - 11:18Por que me torno um viciado
em trabalho mais tarde? -
11:18 - 11:21Porque, se não me querem,
pelo menos vão precisar de mim. -
11:21 - 11:25Eu serei um médico importante,
e vão precisar de mim. -
11:25 - 11:26Assim, posso compensar
-
11:26 - 11:29a sensação de não ter sido
quisto na infância. -
11:29 - 11:31O que isso significa?
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11:31 - 11:35Significa que trabalho o tempo todo
e, quando não estou trabalhando, -
11:35 - 11:38tenho a necessidade de comprar música.
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11:38 - 11:40Que mensagem meus filhos
recebem com isso? -
11:40 - 11:43A mesma: de que eles não são quistos.
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11:43 - 11:47E, assim, passamos isso adiante,
passamos adiante o trauma, -
11:47 - 11:49passamos adiante o sofrimento,
inconscientemente, -
11:49 - 11:52de uma geração à outra.
-
11:53 - 11:56Obviamente, há muitas, muitas formas
de preencher esse vazio. -
11:56 - 11:59Cada pessoa tem uma forma diferente
de preencher esse vazio, -
11:59 - 12:01mas o vazio sempre se deve
-
12:01 - 12:07àquilo que não recebemos
quando éramos bem pequenos. -
12:08 - 12:11Aí, vemos um viciado em drogas
e dizemos a ele: -
12:11 - 12:13"Como você pode fazer isso consigo mesmo?
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12:13 - 12:17Como pode injetar essa substância
terrível em seu corpo, -
12:17 - 12:19que pode te matar?"
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12:19 - 12:21Mas vejam só o que estamos
fazendo com a Terra. -
12:21 - 12:24Estamos injetando
todo tipo de coisa na atmosfera, -
12:24 - 12:26nos oceanos,
-
12:26 - 12:28no meio ambiente,
-
12:28 - 12:31que estão nos matando,
que estão matando a Terra. -
12:31 - 12:33Qual dos vícios é pior?
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12:33 - 12:36O vício em petróleo? Em consumo?
-
12:36 - 12:38Qual desses vícios é mais prejudicial?
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12:38 - 12:40Mas julgamos o viciado em drogas
-
12:40 - 12:44porque, na verdade,
vemos que ele é como nós, -
12:44 - 12:45e não gostamos disso.
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12:45 - 12:49Aí dizemos: "Você é diferente,
é pior do que eu". -
12:49 - 12:51(Aplausos)
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12:56 - 13:01No voo para São Paulo e Rio de Janeiro,
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13:01 - 13:04vim lendo o "The New York Times",
no dia 9 de junho, -
13:04 - 13:06e havia um artigo sobre o Brasil.
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13:06 - 13:10O artigo falava sobre um homem
chamado Nísio Gomes, -
13:11 - 13:14líder do povo guarani, na Amazônia,
-
13:14 - 13:16que foi morto em novembro passado.
-
13:16 - 13:19Vocês provavelmente ouviram falar dele.
-
13:19 - 13:22Ele foi morto porque estava
protegendo seu povo -
13:22 - 13:25de grandes fazendeiros e empresas
-
13:25 - 13:29que estão tomando e destruindo
a floresta tropical -
13:29 - 13:32e destruindo o habitat
dos povos indígenas aqui no Brasil. -
13:32 - 13:36Posso dizer que o mesmo
aconteceu no Canadá. -
13:36 - 13:40Muitos dos meus pacientes
são nativos indígenas, -
13:40 - 13:41de povos indígenas nativos do Canadá.
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13:41 - 13:44Eles estão extremamente viciados.
-
13:44 - 13:47Eles compõem uma pequena
parcela da população, -
13:47 - 13:50mas compõem grande parte
da população carcerária, -
13:50 - 13:51das pessoas viciadas,
-
13:51 - 13:53das pessoas com doenças mentais,
-
13:53 - 13:56das que comentem suicídio. Por quê?
-
13:56 - 13:57Porque suas terras lhes foram tiradas
-
13:57 - 14:02e porque foram mortos, violentados,
durante gerações e gerações. -
14:03 - 14:04A pergunta que faço é:
-
14:04 - 14:07se podemos entender o sofrimento
desses povos indígenas -
14:07 - 14:12e como esse sofrimento
os faz buscar alívio nos vícios, -
14:12 - 14:14e as pessoas que estão
causando esse sofrimento? -
14:14 - 14:16São viciadas em quê?
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14:16 - 14:18São viciadas em poder,
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14:18 - 14:19são viciadas em riqueza,
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14:19 - 14:21são viciadas em adquirir.
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14:21 - 14:23Querem se tornar maiores.
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14:23 - 14:26Quando busquei tentar entender
o vício em poder, -
14:26 - 14:29analisei algumas das pessoas
mais poderosas da história. -
14:29 - 14:33Analisei Alexandre, o Grande;
analisei Napoleão; analisei Hitler; -
14:33 - 14:36analisei Gengis Khan; analisei Stalin.
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14:36 - 14:39É muito interessante
analisar essas pessoas. -
14:39 - 14:42Primeiro, por que
precisaram tanto de poder? -
14:42 - 14:44Curiosamente,
-
14:44 - 14:46todos eram pessoas de baixa estatura,
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14:46 - 14:48como eu.
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14:49 - 14:51Ou menores; menores até.
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14:52 - 14:56Eles era "forasteiros",
-
14:56 - 14:59não faziam parte da população local.
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14:59 - 15:01Stalin era georgiano, não russo.
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15:01 - 15:04Napoleão era da Córsega, não francês.
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15:06 - 15:09Alexandre era macedônio, não grego.
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15:09 - 15:14Hitler era austríaco, não alemão.
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15:14 - 15:16Há uma grande sensação
de insegurança e inferioridade. -
15:16 - 15:20Eles precisavam de poder
para se sentirem bem consigo mesmos, -
15:20 - 15:21para se sentirem maiores,
-
15:21 - 15:24e, para obter esse poder,
se dispuseram a guerras, -
15:24 - 15:26a matar muita gente,
-
15:26 - 15:29só para manterem esse poder.
-
15:29 - 15:32Não estou dizendo que só
pessoas baixas são famintas por poder, -
15:32 - 15:35mas é interessante
analisar esses exemplos, -
15:35 - 15:37porque o poder, o vício em poder,
-
15:37 - 15:41sempre tem a ver com o vazio
que tentamos preencher de fora pra dentro. -
15:41 - 15:45Napoleão, mesmo em exílio
na Ilha de Santa Helena, -
15:45 - 15:47depois de perder seu poder, disse:
-
15:47 - 15:50"Eu amo o poder. Eu amo o poder".
-
15:50 - 15:53Ele não conseguia
se imaginar sem ter poder. -
15:53 - 15:57Ele era incapaz de se imaginar
sem ser poderoso externamente. -
15:57 - 15:59Isso é bem interessante
-
15:59 - 16:03quando comparado a pessoas
como Buda ou Jesus, -
16:03 - 16:06porque, se analisarmos as histórias
de Jesus e de Buda, -
16:06 - 16:08ambos foram tentados pelo diabo,
-
16:08 - 16:14e uma das coisas que o diabo
lhes ofereceu foi poder, poder terreno, -
16:14 - 16:16e ambos recusaram.
-
16:16 - 16:18Mas por que eles recusaram?
-
16:18 - 16:24Recusaram porque tinham
poder dentro de si mesmos. -
16:24 - 16:26Não precisavam de poder externo.
-
16:26 - 16:29E ambos recusaram porque
não queriam controlar os outros, -
16:29 - 16:30mas ensinar os outros.
-
16:30 - 16:36Queriam ensinar os outros
através do exemplo, de palavras mansas, -
16:36 - 16:39da sabedoria, não da força.
-
16:39 - 16:41Por isso recusaram o poder.
-
16:41 - 16:44É muito interessante
o que eles disseram sobre isso. -
16:46 - 16:51Jesus disse que o poder, na realidade,
-
16:51 - 16:53não está no exterior, mas no interior.
-
16:53 - 16:57Ele disse que o reino de Deus
está aqui dentro. -
16:57 - 16:59Buda, antes de morrer
-
16:59 - 17:03e seus monges chorarem
sua morte e se comoverem, -
17:03 - 17:06disse: "Não chorem por mim,
e não me adorem. -
17:06 - 17:08Encontrem luz dentro de si mesmos.
-
17:08 - 17:13Sejam luz para si mesmos,
encontrem-na internamente". -
17:13 - 17:17Enquanto vemos esse mundo difícil,
com a perda do meio ambiente, -
17:17 - 17:22com o aquecimento global,
com a depredação dos oceanos, -
17:22 - 17:25não podemos esperar que as pessoas
no poder mudem esse cenário. -
17:25 - 17:28As pessoas no poder, arrisco dizer,
-
17:28 - 17:31geralmente estão
entre as mais vazias do mundo, -
17:31 - 17:33e não vão mudar as coisas por nós.
-
17:33 - 17:36Precisamos encontrar essa luz
dentro de nós mesmos, -
17:36 - 17:38precisamos encontrar a luz nas comunidades
-
17:38 - 17:42e em nossa própria sabedoria
e nossa própria criatividade. -
17:42 - 17:45Não podemos esperar que as pessoas
no poder melhorem as coisas pra nós, -
17:45 - 17:49porque nunca farão isso,
a não ser que as obriguemos a isso. -
17:53 - 17:58Dizem que a natureza humana é competitiva,
que a natureza humana é agressiva, -
17:58 - 18:00que a natureza humana é egoísta.
-
18:00 - 18:04É exatamente o contrário:
a natureza humana é cooperativa, -
18:04 - 18:09a natureza humana é generosa,
a natureza humana é voltada à comunidade. -
18:09 - 18:13O que vemos aqui nesta conferência,
com pessoas compartilhando informação, -
18:13 - 18:17pessoas recebendo informação,
pessoas comprometidas com um mundo melhor, -
18:17 - 18:19isso é que é a natureza humana.
-
18:19 - 18:20O que quero dizer a vocês
-
18:20 - 18:24é que, se encontrarmos essa luz interior
e nossa própria natureza, -
18:24 - 18:28seremos mais gentis com nós mesmos
e também com a natureza. -
18:28 - 18:29Obrigado.
-
18:29 - 18:32(Vivas) (Aplausos)
- Title:
- O poder do vício e o vício em poder | Gabor Maté | TEDxRio+20
- Description:
-
Se o sucesso de um médico for mensurado pela longevidade de seus pacientes, o psiquiatra Gabor Maté, canadense, nascido na Hungria após o genocídio nazista, é um fracasso. Como especialista em doenças terminais, dependentes químicos e pacientes soropositivos, o Dr. Maté é um escritor renomado e um colunista famoso por seu conhecimento sobre transtorno do déficit de atenção, estresse, doença crônica e relações parentais.
Seu tema no TEDxRio+20 foi o vício: do vício em drogas ao vício em poder. Da falta de amor ao desejo de fugir de si mesmo, da susceptibilidade do ser ao poder interior, nada escapa. Ele arrisca uma receita genérica e generosa: "Descubra a sua natureza e seja gentil consigo mesmo".
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:47