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Criando mentes bilíngues | Naja Ferjan Ramirez | TEDxLjubljana

  • 0:13 - 0:16
    Quantos de vocês falam duas línguas?
  • 0:18 - 0:21
    A maioria de vocês,
    afinal estamos na Europa.
  • 0:21 - 0:23
    Agora, deixe-me perguntar:
  • 0:24 - 0:29
    quantos de vocês diriam que são
    totalmente fluentes em duas línguas
  • 0:29 - 0:33
    e que podem arrumar um emprego
    ou sonhar em qualquer uma delas?
  • 0:35 - 0:36
    Não muitos.
  • 0:37 - 0:38
    Por quê?
  • 0:39 - 0:44
    Creio que todos podemos concordar
    que ser fluente em duas línguas é bom.
  • 0:45 - 0:49
    Aumenta suas perspectivas de trabalho.
    Nos permite falar com mais pessoas.
  • 0:50 - 0:54
    Esta habilidade também está ligada
    a vários avanços cognitivos e sociais,
  • 0:54 - 0:57
    e atrasa o aparecimento
    da doença de Alzheimer.
  • 0:58 - 1:01
    Então, porque não somos
    todos bilíngues fluentes?
  • 1:02 - 1:05
    Aqueles que estudaram
    uma língua estrangeira na escola
  • 1:05 - 1:09
    devem se lembrar, como era difícil
    e o quanto sofremos.
  • 1:10 - 1:12
    Certamente, falo por experiência.
  • 1:13 - 1:15
    Comecei a aprender inglês
    em torno dos dez anos de idade,
  • 1:15 - 1:18
    na escola, aqui em Ljubljana.
  • 1:19 - 1:23
    E depois de uns nove anos,
    quando fui estudar nos Estados Unidos,
  • 1:23 - 1:28
    achava que meu inglês era bom,
    eu conseguia fazer meu dever numa boa,
  • 1:28 - 1:31
    mas também me lembro
    de jantar com colegas
  • 1:31 - 1:35
    e de não acompanhar a conversa deles,
  • 1:35 - 1:38
    ou de sair para meu primeiro
    encontro nos Estados Unidos
  • 1:38 - 1:41
    e só entender metade
    do que o rapaz me falava.
  • 1:43 - 1:49
    Tenho certeza que muitos de vocês têm
    sua história com uma língua estrangeira,
  • 1:49 - 1:53
    mas a maioria dessas histórias
    têm uma coisa em comum:
  • 1:54 - 1:56
    aprender uma língua estrangeira é difícil.
  • 1:56 - 1:59
    Leva muito tempo e esforço,
  • 2:00 - 2:03
    e parece que, mesmo que estudemos muito,
  • 2:03 - 2:06
    raramente conseguimos
    a fluência de um nativo.
  • 2:07 - 2:12
    mesmo nos casos em que usamos
    uma língua estrangeira há anos,
  • 2:12 - 2:14
    ainda mantemos o sotaque estrangeiro.
  • 2:16 - 2:17
    Tem que ser tão difícil?
  • 2:19 - 2:20
    Eu acho que não.
  • 2:21 - 2:25
    O que vou dizer a vocês hoje
    é que o cérebro humano é capaz
  • 2:25 - 2:29
    de alcançar a fluência nativa
    em duas línguas ao mesmo tempo,
  • 2:29 - 2:33
    e não precisamos sofrer pra chegar lá.
  • 2:34 - 2:39
    Então o que precisamos fazer
    para criar mentes bilíngues?
  • 2:40 - 2:44
    Acho que um começo promissor
    é estudarmos os cérebros
  • 2:44 - 2:47
    de quem é muito bom em aprender línguas.
  • 2:49 - 2:50
    Bebês.
  • 2:51 - 2:53
    Os bebês são gênios linguísticos,
  • 2:53 - 2:55
    e em todo o mundo,
  • 2:55 - 2:59
    os bebês aprendem sua língua nativa
    natural e espontaneamente
  • 2:59 - 3:02
    sem ninguém de fato
    ensiná-los a fazer isso.
  • 3:03 - 3:05
    Mas fica ainda melhor.
  • 3:05 - 3:10
    Os bebês que têm chance de ouvir
    e interagir em duas línguas,
  • 3:10 - 3:11
    aprendem ambas,
  • 3:12 - 3:15
    e podem ser falantes nativos de ambas.
  • 3:16 - 3:18
    Você e eu não conseguimos isso,
  • 3:20 - 3:22
    e os computadores também não conseguem.
  • 3:23 - 3:27
    Então, por que e como os bebês
    são tão bons em aprender línguas?
  • 3:29 - 3:30
    Eu sou pesquisadora
  • 3:30 - 3:34
    no Instituto de Aprendizado e Ciências
    do Cérebro da Universidade de Washington,
  • 3:34 - 3:35
    I-LABS, abreviado.
  • 3:36 - 3:39
    Estudo o processamento
    cerebral da linguagem
  • 3:39 - 3:41
    em bebês de zero a três anos de idade.
  • 3:42 - 3:44
    Foco especialmente aqueles bebês
  • 3:44 - 3:47
    que estão aprendendo duas línguas
    ao mesmo tempo, bebês bilíngues.
  • 3:48 - 3:51
    A abordagem que temos
    para estudar o cérebro do bebê
  • 3:51 - 3:53
    é chamada magnetoencefalografia.
  • 3:53 - 3:54
    Abreviando, MEG.
  • 3:56 - 3:58
    Chamamos de secador de cabelo de Marte.
  • 3:58 - 4:03
    Mas é importante entender
    que a máquina é totalmente segura,
  • 4:03 - 4:08
    não invasiva e silenciosa,
    bem amigável para bebês.
  • 4:09 - 4:13
    Usamos a magnetoencefalografia
    para estudar o cérebro de bebês,
  • 4:13 - 4:16
    e a máquina de MEG que temos no instituto
  • 4:16 - 4:20
    é uma das poucas no mundo
    configurada especialmente para bebês.
  • 4:21 - 4:24
    Temos também uma equipe
    de assistentes treinados
  • 4:24 - 4:27
    cujo trabalho é manter os bebês
    felizes e distraídos
  • 4:27 - 4:29
    enquanto estudamos seus cérebros.
  • 4:30 - 4:34
    Uma questão que estudamos
    recentemente com a MEG foi:
  • 4:34 - 4:38
    o que acontece no cérebro dos bebês
    que crescem em lares
  • 4:38 - 4:42
    em que duas línguas são faladas
    ao mesmo tempo por nativos?
  • 4:44 - 4:48
    Se olharmos o cérebro dos bebês
    antes mesmo de eles começarem a falar,
  • 4:49 - 4:52
    eles são diferentes daqueles
    que ouvem apenas uma língua?
  • 4:54 - 4:56
    Foi assim que testamos estas questões.
  • 4:57 - 4:59
    Trouxemos os bebês ao laboratório.
  • 4:59 - 5:01
    Metade deles de famílias bilíngues
  • 5:01 - 5:04
    em que um dos pais era
    falante nativo de espanhol
  • 5:04 - 5:06
    e o outro era falante nativo de inglês.
  • 5:06 - 5:09
    A outra metade de bebês era de famílias
  • 5:09 - 5:11
    em que ambos os pais
    eram falantes nativos de inglês,
  • 5:11 - 5:14
    então o inglês era a única
    língua falada na casa.
  • 5:15 - 5:17
    Então, para preparar os bebês para a MEG,
  • 5:17 - 5:20
    usamos canetas digitais
    e toucas especiais.
  • 5:20 - 5:25
    Este procedimento nos permite
    traçar o formato da cabeça dos bebês
  • 5:25 - 5:29
    para que possamos continuamente
    monitorar os movimentos dos bebês
  • 5:29 - 5:31
    quando a cabeça está no capacete MEG.
  • 5:32 - 5:34
    Quando trazemos os bebês
    para a sala de MEG,
  • 5:34 - 5:37
    onde eles sentam
    numa cadeira alta especial,
  • 5:37 - 5:41
    a cabeça entra direto no capacete,
    e os pais se sentam ao lado deles
  • 5:42 - 5:43
    enquanto olhamos o cérebro.
  • 5:44 - 5:46
    Durante os estudos MEG,
  • 5:46 - 5:49
    os bebês normalmente ouvem
    os sons de línguas,
  • 5:49 - 5:52
    neste caso, os sons vieram
    do espanhol e do inglês,
  • 5:52 - 5:54
    então vamos ouvir como eram os sons.
  • 5:54 - 5:55
    (Vídeo)
  • 5:55 - 5:56
    Da.
  • 5:57 - 5:58
    Ta.
  • 5:58 - 5:59
    Ta.
  • 6:00 - 6:01
    Ta.
  • 6:01 - 6:02
    Tha.
  • 6:02 - 6:03
    Ta.
  • 6:04 - 6:06
    (Fim do vídeo)
  • 6:06 - 6:09
    Alguns destes sons são específicos
    do inglês, e alguns do espanhol,
  • 6:09 - 6:12
    e alguns são comuns às duas línguas.
  • 6:12 - 6:15
    Todos os bebês do estudo tinham 11 meses.
  • 6:15 - 6:17
    Normalmente, esta é a época
  • 6:17 - 6:20
    em que os bebês começam
    a falar suas primeiras palavras,
  • 6:20 - 6:22
    mas ainda não estão falando.
  • 6:22 - 6:24
    Então o que descobrimos?
  • 6:26 - 6:29
    Descobrimos que o cérebro
    de bebês monolíngues
  • 6:29 - 6:33
    é especializado em processar sons
    do inglês, sua língua nativa,
  • 6:33 - 6:36
    e não especializado em processar
    os sons do espanhol,
  • 6:36 - 6:38
    língua à qual eles não foram expostos.
  • 6:40 - 6:42
    E o cérebro dos bebês bilíngues?
  • 6:43 - 6:46
    Bem, o cérebro de bebês bilíngues
  • 6:46 - 6:51
    é especializado em processar sons
    das duas línguas, espanhol e inglês.
  • 6:51 - 6:55
    O que isso quer dizer, e por que
    estou tão animada com isso?
  • 6:56 - 6:59
    Isto quer dizer que o cérebro
    dos bebês se especializa
  • 6:59 - 7:05
    em processar quaisquer línguas
    presentes em seu ambiente.
  • 7:05 - 7:07
    O cérebro dos bebês que ouvem uma língua
  • 7:07 - 7:09
    se especializa em processar uma língua,
  • 7:09 - 7:12
    mas o cérebro dos bebês
    que ouvem duas línguas
  • 7:12 - 7:14
    se especializa em processar as duas.
  • 7:16 - 7:19
    Há mais uma descoberta neste estudo
    que eu gostaria de contar.
  • 7:20 - 7:23
    Há uma parte do cérebro
    chamada córtex pré-frontal.
  • 7:23 - 7:26
    Está destacada em verde
    neste esquema que você vê.
  • 7:27 - 7:29
    Mas fica bem aqui,
    bem na frente do cérebro.
  • 7:30 - 7:34
    Usamos esta parte do cérebro
    para direcionar a atenção,
  • 7:34 - 7:39
    para alternar entre diferentes tarefas
    e para pensar com flexibilidade.
  • 7:39 - 7:43
    Podemos concordar que são
    todas tarefas muito importantes
  • 7:43 - 7:45
    no século 21.
  • 7:47 - 7:50
    Tivemos curiosidade de comparar
    os dois grupos de bebês
  • 7:50 - 7:53
    em termos de atividade cerebral
    nestas áreas pré-frontais.
  • 7:55 - 7:57
    O interessante é que descobrimos
  • 7:57 - 8:01
    que os bebês bilíngues tinham
    atividade cerebral mais forte,
  • 8:01 - 8:03
    respostas mais fortes
    aos sons das línguas,
  • 8:03 - 8:06
    especificamente nestas
    regiões pré-frontais.
  • 8:07 - 8:09
    Por que seria assim?
  • 8:10 - 8:12
    Uma explicação é
    que alternar constantemente
  • 8:12 - 8:15
    entre as duas línguas diferentes
  • 8:15 - 8:17
    exercita o cérebro,
  • 8:18 - 8:22
    e isso fortalece as redes cerebrais
    que participam da alternância de atenção,
  • 8:22 - 8:26
    o que oferece aos bilíngues
    um aumento cognitivo.
  • 8:27 - 8:29
    Muitos outros estudos mostraram
  • 8:29 - 8:32
    que crianças bilíngues,
    e adultos bilíngues também,
  • 8:32 - 8:37
    têm vantagens em tarefas
    que requerem flexibilidade cognitiva,
  • 8:37 - 8:39
    mas o que é intrigante aqui
  • 8:39 - 8:42
    é que vemos diferenças cerebrais
    especificamente nestas áreas
  • 8:42 - 8:46
    relacionadas ao raciocínio flexível
    aos 11 meses de idade,
  • 8:46 - 8:49
    antes mesmo destes bebês falarem.
  • 8:50 - 8:52
    Então nossos estudos mostraram
  • 8:52 - 8:56
    que o cérebro de bebê é capaz
    de se especializar em duas línguas
  • 8:56 - 8:57
    ao mesmo tempo,
  • 8:57 - 9:00
    e que possivelmente há
    vantagens adicionais
  • 9:00 - 9:02
    que vêm junto com isso de graça.
  • 9:04 - 9:08
    Então com estas descobertas
    vocês devem estar pensando:
  • 9:08 - 9:11
    por que não criamos os bebês
    para serem bilíngues?
  • 9:11 - 9:15
    Tem que haver alguma desvantagem
    que eu não estou dizendo.
  • 9:16 - 9:17
    Alguns acham que sim.
  • 9:19 - 9:24
    Uma preocupação é que o bilinguismo
    torna o aprendizado de línguas mais lento.
  • 9:24 - 9:25
    Que acontece mais devagar.
  • 9:26 - 9:29
    As pesquisas não dizem isso.
  • 9:29 - 9:31
    Ao contrário, os estudos mostram
  • 9:31 - 9:34
    que se considerarmos os padrões
    do aprendizado bilíngue,
  • 9:34 - 9:37
    eles são, na verdade, muito parecidos
    com o aprendizado monolíngue.
  • 9:37 - 9:41
    Por exemplo, bebês bilíngues começam
    a produzir seus primeiros sons
  • 9:41 - 9:46
    e também suas primeiras palavras
    na mesma idade que bebês monolíngues.
  • 9:47 - 9:50
    Também sabemos que se dermos
    crédito às crianças bilíngues
  • 9:50 - 9:53
    por cada palavra que elas sabem
    nas suas duas línguas,
  • 9:53 - 9:56
    seu vocabulário é igual ou maior
  • 9:56 - 9:58
    que o das crianças monolíngues.
  • 10:00 - 10:04
    Outra preocupação comum
    é que o bilinguismo causa confusão.
  • 10:05 - 10:09
    Esta preocupação vem do fato
  • 10:09 - 10:12
    de que os bilíngues às vezes
    combinam as duas línguas
  • 10:12 - 10:15
    na mesma frase ou na mesma situação.
  • 10:15 - 10:18
    Isto se chama mudança de código
    ou mistura de código.
  • 10:19 - 10:23
    Será que mudança de código
    ou mistura de código indicam confusão?
  • 10:25 - 10:27
    A ciência sugere que não.
  • 10:27 - 10:32
    A maioria dos bilíngues muda o código
    e minha família não é exceção.
  • 10:33 - 10:36
    Na minha família, na verdade,
    nós falamos três línguas,
  • 10:36 - 10:40
    e às vezes ouvimos frases de nossos filhos
  • 10:40 - 10:44
    que combinam as três:
    esloveno, espanhol e inglês.
  • 10:46 - 10:48
    Será que isso significa
    que nossos filhos estão confusos?
  • 10:49 - 10:51
    Acho que não.
  • 10:51 - 10:54
    Deixem-me dar um exemplo
    para demonstrar o porquê disso.
  • 10:56 - 10:59
    Meu filho de quatro anos
    às vezes diz frases assim:
  • 10:59 - 11:03
    "Mãe, o papai está pod tušem?"
  • 11:04 - 11:06
    Significa: mãe, o papai está no banho?
  • 11:07 - 11:09
    Por que ele fala frases como essa?
  • 11:10 - 11:11
    Há alguns motivos.
  • 11:12 - 11:14
    O primeiro é que ele pode.
  • 11:15 - 11:18
    Bilíngues, diferente de monolíngues,
  • 11:18 - 11:21
    têm outra língua da qual podem
    facilmente emprestar palavras,
  • 11:21 - 11:22
    e às vezes eles o fazem
  • 11:22 - 11:26
    porque às vezes conhecem palavras
    de uma língua melhor
  • 11:26 - 11:27
    do que em outra.
  • 11:27 - 11:28
    Por exemplo,
  • 11:28 - 11:33
    meu filho provavelmente conhece "banho"
    melhor em esloveno do que em inglês,
  • 11:33 - 11:35
    então ele usa isso por ser mais fácil.
  • 11:36 - 11:39
    O segundo motivo de usar frases assim
  • 11:39 - 11:42
    é que ele sabe que eu vou entendê-lo.
  • 11:43 - 11:45
    Ele raramente usa palavras
    em esloveno na pré-escola
  • 11:45 - 11:48
    porque sabe que seus amigos
    e sua professora
  • 11:48 - 11:51
    não saberão do que ele está falando.
  • 11:52 - 11:55
    Crianças bilíngues normalmente
    sabem muito bem
  • 11:55 - 11:57
    quando podem ou não misturar as línguas.
  • 11:57 - 11:59
    E estudos mostram
    que até crianças de dois anos
  • 11:59 - 12:03
    adaptam a língua para combinar
    com a de seu parceiro de conversa.
  • 12:05 - 12:08
    Há um ponto final sobre mistura de código
    que eu gostaria de explicar.
  • 12:09 - 12:11
    Apesar de chamarmos de mistura,
  • 12:11 - 12:15
    não é apenas mistura aleatória
    de palavras de diferentes línguas.
  • 12:15 - 12:17
    Isto segue regras gramaticais.
  • 12:18 - 12:23
    Eu raramente ouço frases como:
    "Mãe, o papai está pod tuš?"
  • 12:24 - 12:28
    Aqueles que são fluentes
    em esloveno e inglês
  • 12:28 - 12:31
    sabem que eu posso dizer:
    "Papai vai pod tuš",
  • 12:31 - 12:35
    mas "o papai está pod tuš" não funciona;
    teria que ser "pod tušem".
  • 12:37 - 12:40
    Isto porque o verbo "estar" indica estado,
  • 12:40 - 12:43
    e em esloveno, isso exige
    um caso diferente do verbo "ir",
  • 12:43 - 12:45
    que indica movimento.
  • 12:46 - 12:48
    Isso é complicado, certo?
  • 12:49 - 12:53
    A questão é esta:
    mistura de códigos não é fácil.
  • 12:53 - 12:57
    Requer muito conhecimento
    linguístico em ambas as línguas
  • 12:57 - 13:01
    assim como ser capaz de entender
    como combinar esse conhecimento
  • 13:01 - 13:02
    de forma significativa.
  • 13:03 - 13:05
    Então em vez de indicar confusão,
  • 13:05 - 13:08
    mistura de códigos é um sinal
    de sofisticação linguística.
  • 13:08 - 13:13
    Também é um comportamento perfeitamente
    normal e esperado em crianças bilíngues,
  • 13:13 - 13:17
    e também em adultos bilíngues
    plenamente fluentes nas duas línguas.
  • 13:19 - 13:22
    O bilinguismo não causa confusão
  • 13:22 - 13:24
    e também não retarda
    o aprendizado da língua.
  • 13:25 - 13:29
    Na verdade, a ciência sugere
    que há muitas vantagens,
  • 13:29 - 13:31
    e a demanda por educação bilíngue
  • 13:31 - 13:35
    está crescendo nos EUA e no mundo também.
  • 13:37 - 13:39
    As pessoas estão começando a perceber
  • 13:39 - 13:44
    que começar cedo pode ser a melhor solução
  • 13:44 - 13:46
    porque sabemos que, ao nascimento,
  • 13:46 - 13:50
    o cérebro humano é tão capaz
    de aprender duas línguas
  • 13:50 - 13:52
    quanto de aprender uma.
  • 13:53 - 13:55
    Então o que deveríamos fazer?
  • 13:56 - 13:59
    Como podemos oferecer
    a todos os bebês a oportunidade
  • 13:59 - 14:02
    de aprender duas línguas
    quando ainda são bem novos?
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    Em famílias como a minha,
    a resposta é simples,
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    porque os pais são falantes nativos
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    de línguas diferentes
    da que a criança ouve fora de casa.
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    Mas e quanto às outras pessoas?
  • 14:18 - 14:21
    Como especialista em desenvolvimento
    linguístico infantil,
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    frequentemente ouço pais
    ansiosos por oferecer a seus filhos
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    a oportunidade de aprender outra língua,
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    mas eles não são
    falantes nativos desta língua
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    e não podem pagar uma babá
    que seja falante nativa daquela língua.
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    Alguns pais acham que seu bebê
    pode aprender uma língua estrangeira
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    assistindo televisão.
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    Infelizmente, isso não ocorre.
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    Crianças mais velhas podem
    conseguir aprender palavras estrangeiras
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    com uma mídia eletrônica,
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    mas bebês aprendem brincando,
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    por interações sociais
    com seres humanos ao vivo,
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    usuários plenamente competentes
    e confortáveis da língua alvo.
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    Então a questão é mesmo esta:
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    podemos criar ambientes
    dentro da educação pública
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    através dos quais todos os bebês
    poderão aprender línguas estrangeiras
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    em idades precoces?
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    Se começarmos bem, bem cedo,
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    quanto e que tipo de exposição à língua
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    é necessária para criar
    uma mente bilíngue de fato?
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    Através de pesquisas,
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    sabemos que bebês podem aprender
    línguas surpreendentemente rápido,
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    mas ao mesmo tempo,
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    sabemos também que o tipo
    de língua que eles ouvem
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    é crítico para determinar quanto
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    e o quão rápido aprenderão.
  • 15:49 - 15:51
    Será que podemos fazer isto funcionar?
  • 15:52 - 15:54
    Acho que podemos.
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    Através de pesquisas,
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    sabemos que há seis princípios,
    seis ingredientes, se preferirem,
  • 16:00 - 16:02
    que aumentam a linguagem infantil.
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    Achamos que, se pegarmos
    a abordagem científica correta,
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    que combine estes seis ingredientes,
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    podemos criar programas educacionais
  • 16:12 - 16:17
    através dos quais todos os bebês possam
    aprender línguas estrangeiras brincando,
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    no contexto de centros
    educativos infantis públicos.
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    Recentemente, começamos a testar
    esta ideia em uma das capitais europeias
  • 16:26 - 16:30
    onde o governo está muito animado
    em promover aprendizado de línguas
  • 16:30 - 16:31
    para todos os bebês desde o nascimento.
  • 16:33 - 16:37
    Os resultados destes estudos são
    extremamente animadores e promissores.
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    Então fiquem ligados.
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    Achamos que esta abordagem tem o potencial
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    de mudar o jogo da educação bilíngue.
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    Esperamos aumentar o alcance
  • 16:47 - 16:51
    para permitir que um dia todos os bebês
    atinjam seu potencial pleno
  • 16:51 - 16:54
    e comecem a aprender duas línguas
    em idades bem precoces.
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    Obrigada.
  • 16:55 - 16:58
    (Aplausos)
Title:
Criando mentes bilíngues | Naja Ferjan Ramirez | TEDxLjubljana
Description:

A Dra. Naja Ramirez é uma pesquisadora que estuda o processamento cerebral da linguagem em bebês e crianças. Em sua palestra, ela demonstra as últimas técnicas para estudar o cérebro de bebês e explica por que eles têm pleno potencial de aprender duas línguas ao mesmo tempo. Ela discute os benefícios de ambientes bilíngues para o desenvolvimento da linguagem e do cérebro e descreve o que é preciso para criar mentes bilíngues.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx usando o formato de conferência TED mas foi organizada de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais acesse http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:03

Portuguese, Brazilian subtitles

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