< Return to Video

Aki Sasamoto: An Artist Walks into a Bar | Art21 "New York Close Up"

  • 0:40 - 0:43
    [Aki Sasamoto: Um Artista Entra num Bar]
  • 0:56 - 0:59
    Tenho um problema de rins.
  • 1:01 - 1:03
    O médico proibiu-me de beber álcool
  • 1:03 - 1:05
    durante uns três meses.
  • 1:06 - 1:10
    Quando os três meses acabaram,
    descobri que estava grávida.
  • 1:10 - 1:13
    Portanto, não pude beber
    durante mais nove meses
  • 1:13 - 1:15
    e estava a entrar em parafuso.
  • 1:16 - 1:19
    Percebi que tinha de fazer
    um projeto para isto
  • 1:20 - 1:22
    e tentar preencher este tempo.
  • 1:25 - 1:27
    - Pode dar-me uns copos?
    - Claro.
  • 1:29 - 1:31
    Este aqui faz um som bonito.
  • 1:35 - 1:41
    Acho que a minha inspiração
    provém da minha vida diária.
  • 1:45 - 1:47
    Ninguém sabe
  • 1:48 - 1:50
    o que significa "espremer permanente".
  • 1:53 - 1:55
    - Pode dar-me um guardanapo?
    - Ok.
  • 1:57 - 1:59
    Por vezes, vou ao bar
  • 1:59 - 2:02
    e arranjo ali uma peça qualquer
  • 2:02 - 2:05
    e faço esta peça chamada
    "Hora Feliz Errada".
  • 2:08 - 2:10
    [Hora Feliz Errada, 2014]
  • 2:14 - 2:16
    Toda a premissa da exibição
  • 2:16 - 2:21
    era empurrar da prateleira
    todas estas garrafas de cerveja.
  • 2:24 - 2:30
    Relacionei isso com afastar
    todas as pessoas da minha vida romântica.
  • 2:30 - 2:34
    Quando esta justaposição
    funcionou, para mim,
  • 2:34 - 2:39
    percebi que tinha de empurrar cada garrafa
    e cada pessoa ao mesmo tempo.
  • 2:42 - 2:44
    (Som de garrafas a cair)
  • 2:48 - 2:49
    Ficas aqui?
  • 2:53 - 2:54
    Desaparece!
  • 2:56 - 2:58
    Vai-te embora!
  • 2:58 - 3:01
    Tratava-se de solidão e romance
  • 3:03 - 3:05
    e de procurar
  • 3:06 - 3:07
    uma ferramenta para estoirar isto.
  • 3:07 - 3:10
    - Tem um picador de gelo?
    - Tenho.
  • 3:17 - 3:19
    Quando eu estava na Índia,
    estava a fazer uma peça
  • 3:19 - 3:23
    e estava a pensar
    na minha amiga adolescente
  • 3:24 - 3:26
    que perdi para a morte.
  • 3:28 - 3:33
    Depois, encontrei um vendedor
    de gelo, na rua
  • 3:33 - 3:38
    e ele disse-me que a primeira coisa
    a fazer, quando alguém morre,
  • 3:38 - 3:40
    é encomendar gelo
  • 3:42 - 3:46
    para porem o corpo em gelo
  • 3:46 - 3:48
    e guardar o corpo no fresco.
  • 3:49 - 3:52
    Quando é que "corpo" se torna num objeto?
  • 3:53 - 3:55
    À medida que o corpo se decompõe
  • 3:56 - 3:58
    e se desfaz...
  • 4:01 - 4:03
    O que queres ser, quando morreres?
  • 4:04 - 4:06
    Acho que vou ser um copo,
  • 4:06 - 4:09
    mas não sei se será transparente
    ou totalmente opaco.
  • 4:13 - 4:17
    Hoje, quero tentar fazer
    um copo de uísque,
  • 4:18 - 4:20
    talvez com algumas manchas
  • 4:20 - 4:23
    como se esta parte seja
  • 4:24 - 4:26
    - Como se tivesse uísque lá dentro?
    - Sim, é isso.
  • 4:26 - 4:28
    Sim, acho que isto era o interior.
  • 4:32 - 4:36
    Vidro, um material muito minucioso.
  • 4:36 - 4:39
    Gosto do aspeto do vidro.
  • 4:42 - 4:46
    É exatamente aquilo em que
    estou interessada no meu estúdio.
  • 4:46 - 4:49
    Como controlar o incontrolável.
  • 4:51 - 4:54
    O material está sempre a resistir.
  • 4:59 - 5:01
    Estão a ver, esta coisa de fazer arte,
  • 5:02 - 5:04
    temos de conseguir
  • 5:05 - 5:07
    um controlo total.
  • 5:07 - 5:10
    antes de aceitarmos o caos que contém.
  • 5:10 - 5:14
    Pau, lembra-se de quando
    eu fiz aquela prateleira no quarto?
  • 5:15 - 5:17
    E estava talhada com perfeição
  • 5:17 - 5:19
    com uma dimensão perfeita para aquilo,
  • 5:19 - 5:21
    mas acabou por ser
    um canto da cozinha.
  • 5:21 - 5:23
    E ficava melhor ali.
  • 5:23 - 5:24
    Não percebo.
  • 5:24 - 5:28
    Temos de fazer um esforço tão grande
    para a fazer perfeita.
  • 5:29 - 5:34
    Depois, o objeto encontra o seu lugar
    e o seu próprio ritmo.
  • 5:51 - 5:54
    Espero que o meu filho
    venha a ser um artista,
  • 5:54 - 5:56
    mas acho que não posso controlar isso.
  • 6:05 - 6:07
    Podemos comê-lo de dentro para fora?
  • 6:08 - 6:10
    Podemos comê-lo de dentro para fora?
  • 6:11 - 6:13
    Sem o partir!
  • 6:13 - 6:15
    (Risos)
  • 6:15 - 6:16
    [Estranhos Atratores, 2010]
  • 6:16 - 6:18
    Só quero entrar lá dentro.
  • 6:24 - 6:25
    Oh!
  • 6:27 - 6:28
    Porquê os círculos?
  • 6:28 - 6:31
    Porquê os círculos?
    Porquê os círculos?
  • 6:34 - 6:37
    [O passado num tempo futuro, 2019]
  • 6:39 - 6:41
    Também fiquei a pensar no vídeo,
  • 6:41 - 6:43
    porquê um donute?
  • 6:45 - 6:48
    Não sei, não quero referir isso,
    é difícil.
  • 6:48 - 6:51
    Eu não podia beber, durante aquela época,
  • 6:52 - 6:55
    por isso, todo o espetáculo era
    sobre não poder beber
  • 6:55 - 6:57
    e querer beber álcool
  • 7:01 - 7:03
    Isto parece uma coisa alcoólica?
  • 7:03 - 7:05
    Não é nada!
  • 7:05 - 7:06
    Não acho.
  • 7:18 - 7:22
    Tenho de fazer objetos
  • 7:23 - 7:26
    de uma forma tão compulsiva,
  • 7:26 - 7:30
    e quando está tudo alinhado,
    começa a ter a sua própria lógica,
  • 7:31 - 7:33
    e deixo de ter controlo sobre ele.
  • 7:35 - 7:39
    Para mim, é outra forma
    de ser dominada por objetos.
  • 7:41 - 7:44
    Eles começam a contar
    a sua própria história.
  • 7:46 - 7:48
    Ok, Vou ligá-lo.
  • 7:52 - 7:54
    Esta é a ventoinha mais fraca,
  • 7:59 - 8:02
    por vezes, abranda e até para.
  • 8:03 - 8:08
    e, ao fim de cinco minutos,
    de repente, começa a girar outra vez.
  • 8:11 - 8:13
    Eu gosto disso.
  • 8:13 - 8:17
    quando os objetos começam
    a ter vida própria.
  • 8:18 - 8:20
    que não podemos controlar.
  • 8:20 - 8:22
    Depois, de repente, percebo
  • 8:22 - 8:26
    que é o que está a acontecer
    na minha vida.
  • 8:27 - 8:29
    (Choro de bebé)
  • 8:40 - 8:43
    Nunca pensei em ser mãe,
  • 8:43 - 8:45
    mas agoro sou.
  • 8:48 - 8:50
    Quando olho para o copo a girar,
  • 8:50 - 8:54
    nem sequer percebo
    quando tomei essa decisão.
  • 8:55 - 8:58
    Tudo está em movimento constante
  • 8:58 - 9:01
    Tudo aquilo que eu julgava controlar,
  • 9:01 - 9:03
    tudo aquilo que eu julgava ser,
  • 9:03 - 9:06
    muda à minha frente.
  • 9:06 - 9:09
    Isso, para mim, é excitante,
  • 9:09 - 9:11
    na vida e na escultura.
  • 9:15 - 9:17
    Vamos lá a ver. Eu não podia beber,
  • 9:18 - 9:20
    eu não podia beber...
  • 9:27 - 9:29
    Tradução de Margarida Ferreira
Title:
Aki Sasamoto: An Artist Walks into a Bar | Art21 "New York Close Up"
Description:

more » « less
Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"New York Close Up" series
Duration:
09:43

Portuguese subtitles

Revisions