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    Saudações, encrenqueir@s
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    Bem-vindos à Trouble..
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    meu nome não é importante.
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    No ano de 1990, minha comunidade, os Mohawks de Kanienkehaka
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    começaram a lutar contra a construção de um campo de golfe
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    que destruiria um de nossos territórios sagrados.
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    Fizemos petições, protestos e, por fim, pegamos armas contra
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    o exército quebequense e, posteriormente, canadense, para proteger nossa terra.
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    Após um impasse de 78 dias.. nós vencemos!
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    O cemitério e os pinheiros nos arredores, que seriam removidos e usados
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    por ricos para jogar golfe, ainda estão aqui.
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    Avançando 26 anos depois.
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    A comunidade Standing Rock, em Dakota, enfrentando uma empresa de infraestrutura petrolífera,
  • 0:37 - 0:42
    a Energy Transfer Partners, contra sua tentativa de construir o Oleoduto de Acesso de Dakota, ou DAPL (Dakota Access Pipeline)
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    no seu território, sob o Rio Missouri.
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    Um oleoduto que, se construído, quase certamente romper e contaminar
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    A água de milhões de pessoas nos EUA.
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    A luta contra a DAPL já se tornou uma lenda.
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    Milhares de indígenas e assentamentos aliados convergiram para Dakota do Norte para barrar o projeto
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    contra todas as probabilidades.
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    Eles ficaram conhecidos como os protetores da água e, em novembro de 2016, tiveram uma vitória temporária,
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    quando o então presidente Obama negou a permissão de uma parte central da construção.
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    Para alguns, esta ação executiva parecia validar uma estratégia particular
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    e um conjunto de táticas correspondente.
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    Mas a história já provou que os Estados nunca teve escrúpulos em quebrar
  • 1:18 - 1:20
    as inúmeras promessas feitas aos indígenas.
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    Para aqueles que esqueceram ou negligenciaram esse fato,
  • 1:23 - 1:25
    Donald Trump não perdeu tempo em lembra-los.
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    Ao mesmo tempo,
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    houveram muitos protetores da água que viram essa manobra política
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    como um truque sujo, e continuaram a enfatizar
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    a necessidade de uma estratégia baseada em confronto físico e ação direta.
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    Durante os próximos 30 minutos, nós traremos as vozes de alguns desses indivíduos,
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    para relatarem sua experiência na luta contra a serpente negra..
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    e causando muita encrenca!
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    É difícil até mesmo usar a palavra "guerreiro" quando se fala sobre
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    o que significa ser um guerreiro.
  • 2:33 - 2:39
    Porque, enquanto indígenas, nós nascemos nessa vida e cremos que é nosso dever
  • 2:39 - 2:43
    e responsabilidade de defender nossa terra, da qual flui
  • 2:43 - 2:46
    nossa linguagem, nossa cultura e nossa existência.
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    Não há como nos separar de nossa terra.
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    É uma conexão espiritual que vai fundo desde o início do nosso povo.
  • 2:54 - 2:56
    Enquanto guerreiros, nós somos defensores.
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    Nós somos protetores.
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    E enquanto guerreiros, faremos de tudo, seja o que for, para proteger e defender nosso povo
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    de tudo que ficar no caminho disso —
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    e aqui, estamos falando da contaminação da água da qual muitas pessoas dependem.
  • 3:12 - 3:16
    Estou aqui desde a metade de setembro.
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    E aqui para prestar solidariedade para com as pessoas que estão combatendo o Oleoduto de Acesso de Dakota.
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    Do outro lado do rio está o acampamento Sacred Stone, onde tudo começou.
  • 3:32 - 3:35
    Havia um punhado de pessoas lá fazia um tempo.
  • 3:35 - 3:41
    Quando esses caras chegaram aqui e começaram a construir e destruir a terra,
  • 3:41 - 3:44
    todo mundo começou a vir para a região muito rapidamente.
  • 3:44 - 3:47
    E a cada dia crescia mais e mais.
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    Antes que você soubesse, o acampamento Sacred Stone já estava transbordando
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    Eu vim pra cá em resposta a um chamado para apoio médico.
  • 3:57 - 4:03
    Nós recebemos um convite de algumas das matriarcas e lideranças indígenas desse
  • 4:03 - 4:08
    território de Dakota para vir e ajudar a combater a serpente negra, a combater o oleoduto.
  • 4:08 - 4:11
    E, nas palavras de algumas matriarcas, "por qualquer meio necessário."
  • 4:11 - 4:16
    E num espírito de resistência coletiva, utilizando a diversidade de táticas para fazê-lo.
  • 4:16 - 4:20
    Há centenas de acampamentos no acampamento maior de Standing rock que é chamado
  • 4:20 - 4:21
    acampamento Oceti Sakowin.
  • 4:21 - 4:24
    O acampamento chegou a cerca de 20 mil pessoas.
  • 4:24 - 4:29
    Mas muitas das pessoas que estão aqui
    manteram seus acampamentos.
  • 4:29 - 4:31
    Tem o acampamento High Star,
    o acampamento Wild Oglala
  • 4:31 - 4:35
    Então isso é uma grande mobilização massiva.
    Tem muita gente aqui
  • 4:35 - 4:37
    e elas querem parar o oleoduto.
  • 4:37 - 4:43
    Eramos só alguns de nós em pequenos grupos
    saindo e fechando os oleodutos
  • 4:43 - 4:45
    onde quer que pudéssemos, sabe?
  • 4:45 - 4:47
    Eram múltiplos canteiros de
    obras por dia.. tudo!
  • 4:47 - 4:48
    Nós estávamos em todos!
  • 4:48 - 4:51
    Assassinos da Serpente Negra!
    Assassinos da Serpente Negra!
  • 5:13 - 5:15
    Certo, agora daqui.
  • 5:15 - 5:16
    No três, a gente vai!
  • 5:16 - 5:18
    Um, dois, três!
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    Vai! Vai! Vai!
  • 5:20 - 5:27
    Diversidade de táticas é um mote que
    representa o fato de que para cada pessoa
  • 5:27 - 5:32
    na linha de frente e que tá resistindo
    e tomando bala de borracha,
  • 5:32 - 5:33
    tem muitas pessoas por trás!
  • 5:33 - 5:39
    Sejam essas pessoas médicos, pessoal
    da logística, ou o pessoal da cozinha
  • 5:39 - 5:41
    que os alimentou naquele dia.
  • 5:41 - 5:46
    Creio que a única forma que qualquer um poderia
    se organizar é pela diversidade de táticas
  • 5:46 - 5:50
    porque nós somos pessoas muito diversas.
  • 5:50 - 5:55
    Onde mais você conseguiria unir milhares
    de pessoas para agir em conjunto e formar
  • 5:55 - 6:02
    essa comunidade na qual as pessoas não
    estão, sabe.. se matando?
  • 6:02 - 6:04
    Veja o resto da sociedade!
  • 6:04 - 6:05
    Nós precisamos de tudo!
  • 6:05 - 6:10
    Precisamos de gente litigando nos tribunais,
    gente fazendo petições, gente rezando
  • 6:10 - 6:12
    e também de pessoas executando
    ações diretas.
  • 6:12 - 6:13
    Muitas pessoas faziam muita coisa
    diferente!
  • 6:13 - 6:20
    Elas iam pros tribunais, pro Capitólio,
    gente bloqueando as máquinas e
  • 6:20 - 6:24
    e de fato barrando fisicamente a
    construção e as máquinas durante o dia.
  • 6:24 - 6:29
    Eram feitas caravanas massivas exclusivamente
    para se fazer presente e parar a construção.
  • 6:29 - 6:33
    Parando em todo lugar possível..
    do jeito que desse.
  • 6:33 - 6:38
    Usando nossos corpos, bloqueando, mostrando
    força e assustando os trabalhadores.
  • 6:46 - 6:51
    Só a presença de 400 protetores da água
    e pessoas nativas
  • 6:51 - 6:54
    já barrava a DAPL naquele dia.
  • 6:54 - 6:57
    E algumas vezes eles corriam para
    os caminhões.
  • 6:57 - 7:01
    Porque eles sabem que o que eles tão fazendo
    é errado. Eu estaria assustada também.
  • 7:01 - 7:04
    Em certo momento, os bloqueios eram
    realmente efetivos.
  • 7:04 - 7:07
    Conseguiam parar a construção, conseguiam
    parar o que estava acontecendo no dia
  • 7:07 - 7:09
    nos prospectivos canteiros de obra.
  • 7:09 - 7:11
    Mas chegou um momento em que
    tava tão militarizado.
  • 7:11 - 7:16
    E os recursos que estávamos enfrentando,
    não importava que tivéssemos a intenção
  • 7:16 - 7:17
    de ir e bloquear alguma coisa.
  • 7:17 - 7:18
    Não era mais uma opção.
  • 7:18 - 7:23
    Então as pessoas precisavam reavaliar a situação
    e se perguntar o que significa ser efetivo,
  • 7:23 - 7:28
    olhe a violência que está sendo perpetrada
    neles, e então se voltar coletivamente
  • 7:28 - 7:30
    e decidir quais táticas que iriam utilizar.
  • 7:30 - 7:35
    Então as pessoas começaram a ver coisas como
    carros em chamas nas estradas, e o que mais fosse possível
  • 7:35 - 7:40
    Porque, muitas vezes, aquele fogo sagrado
    era a única coisa protegendo as pessoas da
  • 7:40 - 7:45
    loucura dos policiais e dos militares de
    chegar e destruir tudo.
  • 7:47 - 7:51
    O climax de tudo que eu testemunhei
    enquanto estive aqui,
  • 7:51 - 7:54
    foi quando a polícia tomou o
    acampamento da linha de frente.
  • 7:54 - 7:58
    As pessoas sacrificaram veículos
    naquele dia, para bloquear.
  • 7:58 - 8:00
    "O que isso significa, sacrificar veículos?"
  • 8:00 - 8:01
    Botaram fogo.
  • 8:01 - 8:08
    Se não fosse pelas pessoas que foram treinadas
    para esses tipos de desobediência civil não-violenta
  • 8:08 - 8:13
    situações de confronto..
    aquele oleoduto já teria sido construído.
  • 8:18 - 8:22
    O sucesso em barrar um oleoduto ou qualquer
    outro grande projeto de infraestrutura
  • 8:22 - 8:24
    depende de inúmeros fatores.
  • 8:24 - 8:29
    E, contrário ao que muitas pessoas querem crêr..
    Likes no Facebook não é um deles.
  • 8:29 - 8:34
    Um coração forte, paciência e determinação
    por parte dos defensores da terra são cruciais.
  • 8:34 - 8:37
    Mas timing e planejamento adequado são
    igualmente importantes.
  • 8:37 - 8:41
    É importante ir para a frente do oleoduto,
    tanto fisicamente quanto sabendo
  • 8:41 - 8:43
    quando e onde tomar sua posição.
  • 8:43 - 8:47
    Na costa oeste de Turtle Island, nos
    territórios não-cedidos da nação Wet'swet'en
  • 8:47 - 8:52
    na chamada "Colúmbia Britância", guerreiros
    e anciãos tribais do clã Unis'tot'en
  • 8:52 - 8:55
    têm barrado a construção de múltiplos
    oleodutos em seus territórios
  • 8:55 - 8:56
    por cerca de sete anos.
  • 8:56 - 9:01
    A âncora dessa defesa terrestre tem sido o acampamento Unis'tot'en, uma comunidade de resistência
  • 9:01 - 9:06
    construída exatamente no trajeto proposto
    para o oleoduto-- parecido com o Oceti Sakowin,
  • 9:06 - 9:09
    conhecido como acampamento Sacred Stone,
    que tem servido como base
  • 9:09 - 9:12
    para os protetores da água lutando para
    bloquear o Oleoduto de Dakota.
  • 9:12 - 9:16
    Aqui, a porta-voz do acampamento Freda Huson,
    expulsando policiais do seu território.
  • 9:16 - 9:20
    As pessoas não podem simplesmente entrar aqui
    porque nós estamos bloqueando oleodutos.
  • 9:20 - 9:21
    Estamos bloqueando todo mundo de fora.
  • 9:21 - 9:22
    Eu não sou um oleoduto.
  • 9:22 - 9:25
    E aqui ela de novo, expulsando
    trabalhadores que ilegalmente
  • 9:25 - 9:27
    entraram no território para realizar
    uma inspeção.
  • 9:27 - 9:30
    Tem algum motivo para vocês não
    terem ido embora ainda?
  • 9:33 - 9:37
    E aqui ela está negando acesso à executivos
    da Chevron, que tiveram a audácia de
  • 9:37 - 9:40
    oferecer água engarrafada corporativa
    e tabaco industrial.
  • 9:40 - 9:47
    Estamos aqui hoje para falar com vocês sobre
    trabalhar na sua terra e estamos requisitando
  • 9:47 - 9:48
    acesso ao seu território.
  • 9:48 - 9:53
    Nós já falamos NÃO para esses projetos e
    nenhum oleoduto vai entrar no nosso território.
  • 9:56 - 10:01
    Em novembro de 2016, o primeiro-ministro
    do Canadá, Justin Trudeau,
  • 10:01 - 10:04
    assinou uma ordem cancelando o
    oleoduto de Northern Gateway,
  • 10:04 - 10:08
    um dos oleodutos que cruzava o caminho
    dos Unis'tot'en.
  • 10:08 - 10:11
    Mas na mesma conferência na qual ele assinou
    o certificado de morte do Northern Gateway,
  • 10:11 - 10:16
    Trudeau anunciou a aprovação de outros dois
    oleodutos, incluindo o Embridge's Line 3
  • 10:16 - 10:18
    e Kinder Morgan's Trans Mountain
  • 10:18 - 10:22
    -- que se espera enfrentar séria resistência
    nos meses e anos que virão.
  • 10:22 - 10:26
    Além de considerações logísticas, aqueles
    que visam bloquear um oleoduto precisam
  • 10:26 - 10:31
    estar preparados para lidar com dinâmicas internas,
    e com possíveis desacordos internos sobre as táticas
  • 10:31 - 10:34
    para semear discórdia e desunião.
  • 10:45 - 10:49
    Aqui você tem centenas de pessoas diferentes
    e centenas de tribos distintas
  • 10:49 - 10:51
    que estão se juntando.
  • 10:51 - 10:55
    Pessoas com visões diferentes sobre
    como vamos combater esse oleoduto.
  • 10:55 - 10:58
    As pessoas crêem que a unica forma pela qual
    vamos combater esse oleoduto é se encararmos
  • 10:58 - 11:00
    e quando lutamos diretamente.
  • 11:00 - 11:03
    Algumas pessoas pensam que a melhor forma
    é a rota jurídica.
  • 11:03 - 11:06
    Outras pessoas sentem que rezar é
    a ferramenta mais poderosa
  • 11:06 - 11:10
    e que é a única forma pela qual
    vamos vencer.
  • 11:10 - 11:16
    Mas enquanto indígenas, temos que entender
    que nós viemos do respeito.
  • 11:16 - 11:18
    Sabe.. é quem nós somos, enquanto
    um povo indígena.
  • 11:18 - 11:22
    Respeitando a forma como as pessoas crêem.
  • 11:22 - 11:27
    Tem um grupo desde que a gente chegou aqui,
    sabe, que queria que alguns de nós fosse embora.
  • 11:28 - 11:30
    Mas nós continuamos aqui.
  • 11:30 - 11:32
    Nós não queríamos ir e nós não vamos
    para lugar algum porque sabíamos
  • 11:32 - 11:35
    que nada mais ia acontecer se nós
    fossemos embora.
  • 11:35 - 11:37
    Teve muita briga que ocorreu porque
    eles não queriam que nosso acampamento
  • 11:37 - 11:39
    executasse mais ações.
  • 11:39 - 11:44
    Eles não entendem a ação direta e daí
    eles simplesmente não querem, sabe?
  • 11:44 - 11:48
    Não queriam a tribo, o conselho e todo mundo.
  • 11:48 - 11:50
    Tem ocorrido muitos problema com a
    "polícia pacificadora" e como as pessoas
  • 11:50 - 11:51
    têm combatido esse problema.
  • 11:51 - 11:54
    Mesmo quando são só bloqueios.
  • 11:54 - 12:00
    A polícia pacificadora, tanto nos territórios tratados,
    quanto nos contextos urbanos e demonstrações
  • 12:00 - 12:07
    que tenho visto ao longo dos anos, são pessoas que
    tendem a, por algum motivo,
  • 12:07 - 12:13
    pensar que a preocupação deles pela segurança
    das pessoas se sobressaí à qualquer tática e à
  • 12:13 - 12:17
    qualquer indivíduo que conscientemente
    se coloca numa situação de perigo.
  • 12:17 - 12:22
    Se sobressai à suas opiniões de escolherem
    se colocar numa situação de perigo.
  • 12:22 - 12:24
    Quem é a Polícia Pacificadora?
  • 12:24 - 12:26
    É uma combinação de pessoas que estão
    afiliadas à tribo,
  • 12:26 - 12:29
    pessoas que possuem interesses monetários
    em diferentes ONGs.
  • 12:29 - 12:33
    Então mesmo algumas pessoas que vieram aqui,
    que estavam em Ferguson e Baltimore,
  • 12:33 - 12:37
    que fizeram parte daquelas lutas, vieram aqui
    e se sentiram relativamente imobilizadas.
  • 12:37 - 12:42
    Porque elas tentaram ser boas companheiros
    ao deferir às lideranças indígenas.
  • 12:42 - 12:48
    Mas existe esse imbróglio entre diferentes
    grupos do tipo, quem é a liderança indigena
  • 12:48 - 12:51
    e o que significa estar aqui em um bom sentido.
  • 12:51 - 12:56
    E o que significa resistir de uma forma que
    seja benéfica à comunidade local.
  • 12:56 - 13:01
    Havia esse grupo de pessoas que veio aqui
    e só ficava falando "paz! paz!"
  • 13:01 - 13:05
    e estavam trazendo itens espirituais e
    tentavam usa-los contra as pessoas
  • 13:05 - 13:10
    e isso causou muita confusão e medo e,
    sei lá, raiva.
  • 13:11 - 13:12
    Não me toca!
  • 13:12 - 13:13
    Pra trás!
  • 13:13 - 13:16
    Pra trás!
  • 13:16 - 13:20
    Alguns dos nossos que estavam nos policiando,
    falavam para nossos guerreiros
  • 13:20 - 13:24
    e para os protetores da água que executavam
    uma ação direta, para recuar.
  • 13:24 - 13:25
    Para voltar pro acampamento.
  • 13:31 - 13:35
    "Sejam pacíficos!"
  • 13:35 - 13:39
    "Qual é, galera.. isso não tá certo"
    "A gente precisa ser pacífico!"
  • 13:39 - 13:45
    Você não pode pedir para as pessoas virem e lutar
    e usarem da desobediência civil e ações diretas
  • 13:45 - 13:52
    não violentas e ao mesmo tempo criticar o uso
    dessas táticas quando as pessoas
  • 13:52 - 13:56
    começam a apanhar ou quando a policia
    começa a responder com o tipo de violência
  • 13:56 - 13:57
    que as pessoas foram treinadas para se defender.
  • 13:57 - 14:02
    Quando, ao contrário, nós falamos para as pessoas
    que isso será atingido por meio dos tribunais,
  • 14:02 - 14:04
    ou que vai ser atingido por meio
    de orações..
  • 14:04 - 14:07
    então por que pedir pra tanta gente vir
    e estar fisicamente presente?
  • 14:07 - 14:14
    A polícia pacificadora, volta e meia
    interferem nas ações que estavam
  • 14:14 - 14:18
    no momento certo para serem bem sucedidas.
  • 14:18 - 14:19
    E foram prejudicadas.
  • 14:20 - 14:22
    "o amor vai encontrar uma saída!"
  • 14:24 - 14:28
    Se tem uma coisa boa que dá pra falar dos nazis,
    é que você sabe que eles são seus inimigos.
  • 14:28 - 14:29
    Não há dúvidas disso.
  • 14:29 - 14:32
    Você vê um desses racistas idiotas caminhando
    na rua, ou dando uma entrevista
  • 14:32 - 14:35
    com algum repórter, e você já quer socar
    a cabeça deles.
  • 14:36 - 14:37
    Ouch!
  • 14:37 - 14:40
    Mas dentro dos movimentos de libertação,
    existem integrantes dentro de nossas fileiras
  • 14:40 - 14:42
    que afirmam ser nossos aliados.
  • 14:42 - 14:46
    Colocando de lado policiais e informantes infiltrados,
    que representam uma ameaça real,
  • 14:46 - 14:50
    nós gostaríamos de falar sobre as
    Organizações Não-Governamentais, ou ONGs.
  • 14:50 - 14:55
    As ONGs possuem uma sórdida história de se
    infiltrarem, pacificarem e co-optarem movimentos.
  • 14:55 - 15:00
    Claro.. nem todas as ONGs se engajam nessas
    práticas e algumas prestam um bom serviço,
  • 15:00 - 15:04
    mas na memória recente, temos visto
    exemplos demais de ONGs ambientais
  • 15:04 - 15:07
    realmente fudendo alguns companheiros
    indígenas engajados na defesa das terras.
  • 15:07 - 15:12
    Tomem de exemplo a batalha pela Great Bear Rainforest, no oeste do Canadá, na qual o Greenpeace e a ForestEthics
  • 15:12 - 15:16
    se juntaram às bases indígenas de proteção
    florestal, para depois trai-los e negociarem com
  • 15:16 - 15:21
    empresas madeireiras para salvar uma fração
    de uma das mais importantes florestas tropicais
  • 15:21 - 15:22
    restantes no mundo.
  • 15:22 - 15:26
    O que as empresas madeireiras ganharam
    em retorno, foi uma promessa de que as ONGs
  • 15:26 - 15:29
    não iriam protestar ou se opor à
    exploração madeireira no oeste do Canadá.
  • 15:29 - 15:31
    Esse negócio se tornou o modelo para
    uma traição ainda maior.
  • 15:31 - 15:34
    O que estava em jogo desta vez era
    a Floresta Boreal Canadense,
  • 15:34 - 15:37
    uma das maiores florestas continuas
    no mundo.
  • 15:37 - 15:41
    Dessa vez, Greenpeace e ForestEthics se juntaram
    com a Associação de Produtos Florestais do Canadá,
  • 15:41 - 15:44
    isto é, a industria madeireira, por uma
    troca similar.
  • 15:44 - 15:48
    Mais uma vez, comunidades indígenas que possuem
    terras na Floresta Boreal não foram consultadas
  • 15:48 - 15:52
    e as ONGs prometeram não só parar com as
    campanhas anti-exploração na Floresta Boreal,
  • 15:52 - 15:54
    mas também defender a indústria.
  • 15:54 - 15:58
    Uma parte interessante do acordo é,
  • 15:58 - 16:04
    com Greenpeace, David Suzuki, ForestEthics,
    Canadian Parks and Wilderness do nosso lado,
  • 16:04 - 16:07
    quando alguém vier e
    tentar nos intimidar,
  • 16:07 - 16:13
    o acordo requer que eles venham e nos
    ajude a repelir o ataque.
  • 16:13 - 16:16
    Nós poderemos dizer..
    lute contra mim, lute contra minha gangue.
  • 16:16 - 16:20
    O último acordo desse tipo foi assinado
    entre ONGs tipo a ForestEthics,
  • 16:20 - 16:22
    e a indústria Alberta's Tar Sands.
  • 16:22 - 16:26
    Dada a repercussão pública negativa
    dos dois últimos acordos, este último foi
  • 16:26 - 16:29
    feito a portas fechadas, assim
    nós não sabemos todos os detalhes.
  • 16:29 - 16:34
    O que nós sabemos é que companhia de petróleo
    concordaram em limitar as extrações em Tar Sands,
  • 16:34 - 16:38
    em troca dos ambientalistas retraírem suas oposições
    à construção dos oleodutos.
  • 16:38 - 16:41
    Agora nós mudamos nosso foco para outro
    movimento inimigo escondido à luz do dia.
  • 16:41 - 16:46
    Que são as tribos governamentais federalmente
    financiadas que governam e policiam comunidades indígenas.
  • 16:46 - 16:51
    Nos EUA, as chamadas "tribos soberanas" governam
    pedaços de terra cedidos pelo governo federal,
  • 16:51 - 16:54
    denominadas "reservatórios", ou "reservas"
    no caso do Canadá.
  • 16:54 - 16:57
    Seus líderes são membros da comunidade,
    escolhidos por meio de eleições,
  • 16:57 - 17:00
    e tem pouca ou nenhuma relação com as
    estruturas tradicionais das
  • 17:00 - 17:02
    comunidades indígenas que eles supervisam.
  • 17:02 - 17:06
    Historicamente, fora algumas exceções,
    oficiais tribais do governo estão mais propensos
  • 17:06 - 17:10
    a fechar acordos com setores de mineração,
    madeireira e outras indústrias de extração
  • 17:10 - 17:12
    para explorar territórios tradicionais
    pertencentes à nações indígenas.
  • 17:12 - 17:15
    São terras fora dos reservatórios e terras nas quais
    eles não possuem qualquer jurisdição.
  • 17:15 - 17:19
    Tanto nos EUA quanto no Canadá, Conselhos Tribais
    possuem sua própria força policial.
  • 17:19 - 17:24
    Não vamos esquecer que a Polícia Indiana
    matou o Chefe Sitting Bull no Reservatório Standing Rock.
  • 17:24 - 17:28
    E na minha comunidade de Kanehsatà:ke,
    a polícia Mohawk alvejou e alejou
  • 17:28 - 17:29
    o veterano da Oka Crisis, Joe David.
  • 17:29 - 17:31
    Ele faleceu posteriormente devido
    aos ferimentos.
  • 17:31 - 17:33
    Hoje vemos o mesmo acontecer
    em Standing Rock.
  • 17:33 - 17:37
    Nesse mês, policiais da Agência de Assuntos Indianos
    espancou brutalmente um protetor da água
  • 17:37 - 17:40
    que lutava para barrar a DAPL,
    em sua campanha para varrer
  • 17:40 - 17:43
    as últimas pessoas restantes
    nos acampamentos de protesto.
  • 17:44 - 17:54
    Eu creio, e é a minha crença, que qualquer tipo
    de Departamento de Assuntos Indianos,
  • 17:54 - 17:59
    ou Agência de Assuntos Indianos, como
    como Tribos Governamentais ou Conselheiros e Chefes
  • 17:59 - 18:04
    que recebem fundos federais do
    governo que paga suas contas,
  • 18:04 - 18:11
    que lhes dá um contracheque, não
    possui qualquer direito dentro do movimento.
  • 18:11 - 18:16
    Porque volta e meia nós vemos eles
    sendo co-optados.
  • 18:16 - 18:20
    E não é a verdadeira voz das pessoas.
  • 18:20 - 18:25
    E nós estamos lidando com isso na nossa luta
    contra o oleoduto Kinder Morgan
  • 18:25 - 18:32
    e vejo nós, enquanto indígenas batalhando
    isso direto por todo o hemisfério
  • 18:32 - 18:38
    aonde há pessoas nativas que se alinham
    com interesses corporativos.
  • 18:38 - 18:42
    E isso realmente provoca um dano ao
    nosso povo e nosso movimento.
  • 18:42 - 18:50
    E muitas vezes as pessoas temem expôr a
    corrupção dentro das tribos governamentais,
  • 18:50 - 18:54
    ou até mesmo aceitam essas tribos governamentais
    como seu próprio governo
  • 18:54 - 18:59
    -- quando, na verdade, foram inventadas pelo
    Estado Americano e Canadense
  • 18:59 - 19:01
    para continuar a controlar as pessoas.
  • 19:02 - 19:06
    Enquanto as discussões sobre a DAPL
    continuam, o conselho tribal de Standing Rock
  • 19:06 - 19:10
    vai se aproveitar de todo apoio que
    conseguirem, na medida em que aderem
  • 19:10 - 19:11
    às regras de protestos pacíficos.
  • 19:12 - 19:17
    As pessoas que fetichizam demais os povos
    nativos de Turtle Island mas não
  • 19:17 - 19:22
    possuem um entendimento do sistema
    de reservatórios, ou que esses reservatórios
  • 19:22 - 19:28
    costumavam ser campos de prisioneiros de guerra,
    pensam que o Conselho Tribal é parte da
  • 19:28 - 19:33
    liderança tradicional, que só entra em jogo
    quando você vê membros do conselho tribal vestindo
  • 19:33 - 19:38
    cocares indígenas, quando na verdade eles
    não fizeram nada que é exigido pelo mandato tradicional
  • 19:38 - 19:42
    para a obtenção desse item sagrado.
  • 19:42 - 19:50
    Então há esse conflito fervilhante e
    constante entre
  • 19:50 - 19:56
    povos nativos tradicionais e os conselhos
    reconhecidos pelo governo que aparecem na mídia
  • 19:56 - 20:02
    que falam sobre o Presidente Dave Archambault,
    mas não falam sobre o Conselho Jovem Internacional,
  • 20:02 - 20:04
    ou os Jovens Corredores, ou a
    Ladonna Bravebull-Allard
  • 20:04 - 20:08
    que foram responsáveis pelo primeiro
    fogo sagrado em Sacred Stone.
  • 20:08 - 20:12
    Existem muitos "anciãos" auto-proclamados
    que são homens que geralmente não são da comunidade
  • 20:12 - 20:17
    ou que não deferem às matriarcas da
    comunidade que deveriam ter o poder.
  • 20:17 - 20:20
    O que criou um conflito e uma
    divisão que não precisamos.
  • 20:20 - 20:23
    O que é exatamente o que o governo quer
    e o que a COINTELPRO e merdas desse tipo fazem.
  • 20:23 - 20:32
    É como um amigo nosso perguntou e
    e se tornou a pergunta de ouro.. "qual ancião?"
  • 20:32 - 20:37
    Porque tem essas instâncias de pessoas que
    vem e afirmam estar falando
  • 20:37 - 20:39
    sob a autoridade dos "Anciãos."
  • 20:39 - 20:41
    Ou "um Ancião."
  • 20:41 - 20:44
    Mas muitas vezes eles nem se quer sabem
    o nome do dito "Ancião."
  • 20:44 - 20:48
    Então não dá pra deixar de se perguntar
    o quão eles estão operando beneficamente
  • 20:48 - 20:51
    se eles vem aqui dando ordens,
    mas nem ao menos sabem
  • 20:51 - 20:53
    quem primeiramente deu essas ordens.
  • 20:53 - 20:57
    "Os chefes nos pediram para vir perguntar
    para as pessoas--" "Não tem chefe aqui
  • 20:57 - 20:59
    Não tem chefe!"
  • 20:59 - 21:02
    "Ninguém está me ouvindo!
  • 21:02 - 21:06
    Os Anciãos pediram para vocês voltarem
    para o acampamento!"
  • 21:06 - 21:08
    "Viu.. sempre tem gente
    fazendo essas merdas.
  • 21:08 - 21:10
    Tentando dividir as pessoas."
  • 21:10 - 21:12
    Você vê claramente.
  • 21:12 - 21:17
    Os indivíduos que vem para tentar co-optar.
  • 21:17 - 21:21
    E nós temos sido capazes de apontar isso
    e de lidar com isso
  • 21:21 - 21:29
    de uma forma que vai expor, mas também
    eliminar a possibilidade de acontecer de novo.
  • 21:29 - 21:33
    "O que nós precisamos é estarmos
    orgulhosos do que fizemos.
  • 21:33 - 21:38
    Temos que honrar nossa vitória
    e agora chegou a hora.
  • 21:38 - 21:41
    É hora de ir pra casa."
  • 21:41 - 21:47
    Existem muitas ideias e discussões sobre
    porque o Dave Archambault
  • 21:47 - 21:49
    pediu às pessoas para voltarem pra casa.
  • 21:49 - 21:53
    Uma das coisas que foram ditas é que
    a tribo poderia ter sido responsabilizada
  • 21:53 - 21:54
    se ele não falasse isso publicamente.
  • 21:54 - 21:59
    Mas essa terra é o que eles chamam
    "Terra do Tratado de 1851."
  • 21:59 - 22:04
    Essa terra que o governo chama de
    "Território Army Corps" está fora da jurisdião
  • 22:04 - 22:08
    do Reservatório, então supostamente
    está fora da jurisdição do
  • 22:08 - 22:11
    Dave Archambault e
    do Presidente do Conselho.
  • 22:11 - 22:15
    Esse oleoduto que as pessoas se recusam a abandonar.
  • 22:15 - 22:19
    Não vai ser danoso para nossa nação.
  • 22:19 - 22:20
    Ele é um político.
  • 22:20 - 22:21
    É isso que ele é.
  • 22:21 - 22:24
    Tipo, é pra ele que as pessoas deferem
    aqui na comunidade
  • 22:24 - 22:26
    como a palavra final? Não.
  • 22:26 - 22:30
    As pessoas deferem às matriarcas da comunidade,
    ou aos Anciãos das tribos
  • 22:30 - 22:33
    que estão representando, que foram
    convidadas a estarem aqui.
  • 22:33 - 22:35
    E isso fez as pessoas irem embora?
    Óbvio que não.
  • 22:35 - 22:40
    Então é óbvio que as pessoas que ainda estão aqui,
    pensam que é pura baboseira, ou já teriam ido embora.
  • 22:42 - 22:46
    Apesar dos nossos esforços.. algumas
    vezes os oleodutos acabam sendo construídos.
  • 22:46 - 22:51
    Só os EUA possuem mais de 4 milhões de Km
    de oleodutos de gás natural e petróleo.
  • 22:51 - 22:53
    Isso é oleoduto suficiente para dar a
    volta na Terra mais de 100 vezes.
  • 22:53 - 22:56
    Felizmente, existem inúmeras formas de
    barrar o fluxo de oleodutos existentes
  • 22:56 - 22:58
    para aqueles que sabem o que estão fazendo.
  • 22:58 - 23:02
    Ano passado, o oleoduto Embridge Line 9
    foi desativado 3 vezes por encrenqueiros
  • 23:02 - 23:05
    que invadiram as estações da Embridge
    e desligaram as válvulas manuais.
  • 23:05 - 23:09
    Isso aconteceu uma vez em Quebec,
    e duas vezes em Ontário.
  • 23:09 - 23:13
    Os ativistas usaram uma tática similar para
    desativar simultaneamente 5 oleodutos Tar Sands
  • 23:13 - 23:16
    que entravam nos EUA,
    numa ação coordenada
  • 23:16 - 23:19
    executada em solidariedade com os
    protetoras da água em Standing Rock.
  • 23:19 - 23:23
    Visto que eles cobrem imensos territórios, os oleodutos são extremamente vulneráveis à sabotagem.
  • 23:23 - 23:28
    Entre 2008-9, oleodutos da Encana
    nas redondezas das cidades de Dawson Creek
  • 23:28 - 23:33
    e Tomslake, no chamado BC,
    foram alvos de uma série de bombardeios.
  • 23:33 - 23:38
    No início do ano, alguém usou um maquinário
    pesado para cavar uma seção de dutos em Alberta,
  • 23:38 - 23:40
    causando meio milhão de doláres em dano.
  • 23:40 - 23:43
    Infraestruturas petrolíferas tem sido os
    alvos escolhidos por grupos rebeldes armados
  • 23:43 - 23:47
    tais como o ELN, e o Movimento de Emancipação
    de Niger Delta,
  • 23:47 - 23:48
    ou MEND, na Nigéria.
  • 23:48 - 23:53
    Claro, ao executar ações contra infraestruturas
    petrolíferas existentes, é muito importante
  • 23:53 - 23:56
    que se saiba o que está fazendo, e que
    se tenha consciência dos riscos envolvidos.
  • 23:56 - 24:00
    Os Estados tomam medidas extremas para
    criminalizar quem for pego danificando
  • 24:00 - 24:03
    o fluxo de gás natural e bruto, e vão
    tentar deter ativistas com a ameaça
  • 24:03 - 24:05
    de longas sentenças de prisão.
  • 24:05 - 24:09
    É meio óbvio, mas vale a pena enfatizar que
    o objetivo de desativar oleodutos
  • 24:09 - 24:10
    é para evitar danos ambientais.
  • 24:10 - 24:14
    Assim, é de vital importância que quem
    quer que execute tais ações tome
  • 24:14 - 24:19
    as precauções necessárias para não causar
    um vazamento acidental.
  • 24:19 - 24:21
    Dito isso.. estamos numa luta de alto risco.
  • 24:21 - 24:26
    O que parece ser uma derrota pode também ser a
    chance de reagrupar, refletir sobre o que aconteceu
  • 24:26 - 24:30
    e descobrir como adaptar nossas estratégias
    e táticas como for necessário.
  • 24:32 - 24:39
    O que aprendi aqui é que, indo pra casa e
    trabalhando junto à comunidade e à Nação,
  • 24:39 - 24:45
    nós precisamos fornecer um tipo de modelo ou
    forma de se organizar que vá respeitar
  • 24:45 - 24:48
    todo o escopo da diversidade de táticas.
  • 24:48 - 24:51
    E acredito que isso vai requerer educação
  • 24:51 - 24:55
    e, sabe.. vai requerer que sirvamos de exemplo,
  • 24:55 - 24:59
    pois não podemos permitir que a história se repita.
  • 24:59 - 25:02
    Existem reagrupamentos que precisam acontecer.
  • 25:02 - 25:07
    Recoletivização. E a maior parte, que volta
    para o que estávamos falando
  • 25:07 - 25:10
    é ou tentar remover a Polícia Pacificadora daqui
  • 25:10 - 25:15
    ou que se responsabilizem pelas suas ações,
    para que possam ver que o que estão fazendo
  • 25:15 - 25:18
    é realmente negativo para a luta em geral.
  • 25:18 - 25:22
    E é negativo para a construção da comunidade,
    e que eles não estão protegendo a comunidade.
  • 25:22 - 25:23
    Eles estão colocando-a em perigo.
  • 25:23 - 25:27
    Eles pensam que vão proteger a comunidade
    dos policiais e militares que estão vindo.
  • 25:27 - 25:30
    Mas o fato é que eles já estão aqui.
  • 25:30 - 25:31
    Eles vão construir essa coisa.
  • 25:31 - 25:35
    E eventualmente vai quebrar, romper,
    seja lá o que for, e vai machucar
  • 25:35 - 25:37
    e destruir ainda mais a comunidade.
  • 25:37 - 25:41
    Então, independente dos conflitos internos
    que ocorrem ou não ocorrem no acampamento,
  • 25:41 - 25:44
    ou as pessoas no "outro time"
    que a policia tá criando,
  • 25:44 - 25:49
    -- se nós pudermos lembrar que o que eles
    tão fazendo vai causar mais dano do que outra coisa,
  • 25:49 - 25:53
    isso pode nos ajudar a tomar decisões melhores
    enquanto uma resistência radical.
  • 25:53 - 25:59
    E pode nos ajudar a entender que tipo de
    ajuda nós devemos pedir.
  • 25:59 - 26:02
    E se não precisamos de ajuda, então
    onde enviar outras pessoas para serem mais efetivas
  • 26:02 - 26:07
    para que mais desses acampamentos possam
    surgir em outros locais dos EUA,
  • 26:07 - 26:08
    porque essa é a ideia.
  • 26:08 - 26:11
    Se aconteceu aqui, por que não poderia
    ocorrer em outro lugar?
  • 26:11 - 26:20
    As habilidades trazidas pelas pessoas que
    treinaram para combater oleodutos
  • 26:20 - 26:21
    foi crucial.
  • 26:21 - 26:26
    Em muitas das lutas futuras, veremos
    comunidades que vão resistir,
  • 26:26 - 26:30
    na medida em que vão entendendo
    como as companhias de gás e petróleo
  • 26:30 - 26:31
    e mineradores vão trata-las.
  • 26:31 - 26:35
    Mas elas não possuem as habilidades
    necessárias para colocar
  • 26:35 - 26:38
    uma resistência solida à essas coisas.
  • 26:38 - 26:44
    Enquanto as tramas jurídicas se desenrolam,
    enquanto os comentários públicos surgem,
  • 26:44 - 26:49
    não podemos continuar tendo fé no processo,
    porque o processo é fraudulento.
  • 26:49 - 26:51
    Nós precisamos chegar em conjunto.
  • 26:51 - 26:57
    E nós podemos esperar e rezar que a rota
    da papelada vai parar um projeto.
  • 26:57 - 27:02
    Mas também precisamos nos preparar e
    preparar a juventude nas táticas que
  • 27:02 - 27:07
    eles vão precisar para combater esses oleodutos
    ao contrário de esperar toda a papelada acabar,
  • 27:07 - 27:10
    os comentários públicos cessarem
    e a coisa for aprovada.
  • 27:10 - 27:14
    Essa não é a hora de começar a treinar
    as pessoas.
  • 27:14 - 27:16
    Essa é a hora que você precisa
    começar seu ataque.
  • 27:16 - 27:23
    Nós precisamos nos olhar por completo na medida
    em que toda nossa vida é dedicada ao movimento.
  • 27:23 - 27:28
    Para começar essa revolução para que possamos
    lutar pela nossa liberdade, para lutar
  • 27:28 - 27:32
    e atingir nossos objetivos:
    nossa terra, nossa água, nosso território.
  • 27:32 - 27:38
    Para vivermos onde queremos,
    caçarmos onde queremos, nadar onde queremos
  • 27:38 - 27:41
    como nossos ancestrais, antes
    do homem branco chegar.
  • 27:41 - 27:42
    É por isso que estamos aqui.
  • 27:46 - 27:51
    Em 24 de janeiro, Trump assinou uma ordem
    presidencial aprovando o resto
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    da construção do Oleoduto de Dakota.
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    E com a mesma canetada, deu a permissão
    para o oleoduto Keystone XL,
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    que foi arquivado pela administração do Obama
    em 2015, após um longo conflito
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    com ativistas anti-oleodutos
    e grupos ambientalistas.
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    Em 22 de Fevereiro, um grupo formado pelo exército
    e pela polícia do condado, apoiado por membros
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    da Guarda Nacional e o Departamento de Segurança
    Interna, expulsou os últimos grupos
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    de resistência no acampamento Oceti Sakowin,
    trazendo um fim amargo ao acampamento NoDAPL.
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    Enquanto entramos numa nova fase da luta,
    contra a produção crescente de combustíveis fósseis
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    e a militarização irrestrita da polícia,
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    as dinâmicas colocadas em prática em
    Sacred Stone fornecem valiosas lições
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    São lições que nossos movimentos
    precisam aprender e internalizar
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    para se preparar melhor para
    as batalhas que estão por vir.
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    Dito isso, espero que tenham gostado
    do primeiro episódio de Trouble.
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    Fiquem ligados para os próximos!
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    Esses filmes curtos são feitos para serem
    assistidos em grupo, para serem um recurso
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    para promover a discussão e organização coletiva.
  • 28:44 - 28:47
    Interessado em fazer projeções na sua área?
  • 28:47 - 28:48
    Se torne um Encrenqueiro!
  • 28:48 - 28:51
    Por 10$ por mês, a gente te envia uma
    cópia avançada do programa,
  • 28:51 - 28:55
    e um kit de projeção com recursos adicionais
    e questões que podem ser usadas
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    para estimular uma discussão.
  • 28:56 - 28:59
    Mas se não é possível fornecer apoio financeiro..
    não se preocupem!
  • 28:59 - 29:05
    Você pode transmitir e/ou baixar todo
    nosso conteúdo de graça no site: sub.media/trouble
  • 29:05 - 29:09
    Se tiver quaisquer sugestões de tópicos,
    ou se quiserem só fazer contato, prendam o grito
  • 29:09 - 29:11
    em trouble@submedia.tv
  • 29:11 - 29:16
    Nós produzimos esse documentário com a
    generosa ajuda da Cooperativa de Mídia
  • 29:16 - 29:18
    Mulheres Guerreiras da Costa Oeste e
    da Mídia Ajuda Mútua.
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    E agora.. vão pra rua causar alguma encrenca!
Title:
vimeo.com/.../208725635
Video Language:
English
Duration:
29:41

Portuguese, Brazilian subtitles

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