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O OURIÇO NO NEVOEIRO
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Durante as noites,
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o ouriço visitava o filhote
de urso para contar estrelas.
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Eles sentavam sobre a viga,
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e tomavam chá observando
o céu estrelado.
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Que pendia sobre o telhado,
bem atrás da chaminé.
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A direita dela eram estrelas
do urso e a esquerda do ouriço.
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Então direi a ele:
“Trouxe geléia de framboesa”.
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e ele dirá: “O bule já esfriou
é preciso pôr mais lenha.
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“Como se chama…?
…zimbro.
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e então eu digo a ele…
então eu digo…
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“Interessante.”, pensou o ouriço.
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Se um cavalo se deitar para
dormir, se sufocaria no nevoeiro?
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E aos poucos começou
a descer do morro,
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para alcançar o nevoeiro
e avistar como era por dentro.
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Mas assim nem
minha pata consigo ver.
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Olá cavalo.
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Porém o cavalo não respondeu.
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Estranho.
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Ouriço!
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Ouriço!
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Ouriço!
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“Estou no rio!
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O próprio Rio me leva”
assim resolveu o ouriço.
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Suspirou tão forte quanto pode,
e flutuou conforme a correnteza.
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Ouriço!
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Me molhei todo. A qualquer
momento me afundarei.
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De repente,
alguem tocou em sua pata.
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“Com licença!”,
declarou em siléncio.
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Quem é você
e como chegou aqui?
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Sou um ouriço.
Eu cai no rio.
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Suba na minha costa,
que eu o levarei a margem.
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Obrigado.
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“De nada” disse ele.
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Oriço!
Onde você estava?!
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Lhe chamei e lhe chamei,
mas você não respondeu.