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O que o conflito produtivo pode oferecer ao ambiente de trabalho

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    Eu sou organizadora laboral
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    e, em 2013, fui cofundadora
    de uma organização chamada coworker.org,
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    que usa tecnologia para ajudar
    pessoas a se unirem com seus colegas
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    e se organizarem por melhorias
    nos ambientes de trabalho.
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    E há dois tipos de reação ao que eu faço.
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    Aliás, não, há três.
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    A primeira é uma total confusão
    sobre o que eu "organizo".
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    Quando meu médico perguntou
    o que eu fazia, e eu disse,
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    ele pensou que era organização
    ao estilo Marie Kondo.
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    (Risos)
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    Ele disse: "Ah, que legal,
    estou precisando disso aqui.
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    Seria ótimo arrumar
    as pastas dos meus pacientes".
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    E tive que explicar que não era
    esse tipo de organização.
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    Que era mais como se ele
    chegasse pra trabalhar,
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    e todas as enfermeiras
    do consultório tivessem se reunido
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    para pedir um aumento geral.
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    (Risos)
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    "Ah...", ele respondeu,
    e então ficou caladinho.
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    (Risos)
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    Pois é, e esse é o segundo tipo de reação:
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    a desconfortável.
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    As pessoas, em geral,
    se retiram da conversa
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    e procuram outra pessoa para conversar.
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    E, por fim, há a terceira reação,
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    a empolgada,
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    aquela: "Caramba, sim!
    Nós precisamos disso!"
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    E alguém sempre começa
    a me contar uma história.
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    É sempre uma história
    de um emprego, ou um colega,
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    ou um amigo que está passando
    por algo difícil no trabalho.
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    O que notei é que a reação
    ao que faço nunca é neutra.
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    Ou a pessoa sente repulsa,
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    ou é atingida por um raio de entusiasmo.
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    E por que meu trabalho
    incita reações tão fortes?
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    Meu palpite é que tenha a ver
    com a questão do conflito.
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    Quem tem poder no ambiente de trabalho,
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    talvez um CEO ou um tipo de líder sênior,
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    vai sentir um desconforto
    com o poder sendo desafiado.
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    Mas, quem não tem poder,
    ou conhece alguém que não tem e precisa,
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    talvez comece a me agarrar,
    abraçar, fica a mil.
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    Mas, na verdade, todos podemos
    nos beneficiar se entendermos
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    o que o conflito pode oferecer
    ao nosso ambiente de trabalho.
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    O desequilíbrio de poder
    em nossos empregos é real,
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    e está em constante mudança.
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    O poder oscila entre nós,
    dependendo de nossos cargos e status.
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    Mas isso às vezes parece
    política no escritório, não?
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    O que nunca é legal.
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    Mas, quando disputamos
    o poder com consciência
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    e junto com nossos colegas,
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    pode ser incrivelmente produtivo.
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    E é desse tipo de conflito produtivo
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    que quero falar com vocês hoje,
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    o tipo que pode deixar
    alguns de nós desconfortáveis.
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    Líderes empresariais deveriam aceitar
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    quando seus funcionários conflitam
    com políticas e decisões,
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    tanto pelo que isso nos ensina
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    quanto pelo que diz sobre
    nosso compromisso uns com os outros.
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    E o que quero dizer
    com "conflito produtivo"?
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    Bem, vou contar uma história.
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    Em 2016, uma funcionária de uma loja
    varejista de artigos de aventura,
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    vou chamá-la de "Alex",
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    chegou para o chefe e pediu um aumento.
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    E lhe foi dito que seu salário
    era padrão para seu cargo,
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    e seu chefe nem tinha autoridade
    para lhe dar tal aumento.
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    E aquilo deveria ser o fim da conversa.
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    Infeliz com a resposta,
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    a Alex chegou em casa e decidiu
    criar uma campanha no coworker.org
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    pedindo à sede corporativa
    um aumento para os funcionários de loja.
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    Em alguns dias,
    funcionários de todo o país
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    começaram a se unir à iniciativa da Alex
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    e contar suas próprias histórias
    sobre quanto ganhavam,
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    US$ 11, US$ 12, a hora,
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    e como esse salário impactava suas vidas.
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    Alguns até disseram
    que tinham se demitido recentemente
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    para trabalhar para concorrentes
    que pagavam melhor.
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    Eles também disseram
    que não queriam ter saído,
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    que gostavam do trabalho,
    acreditavam na missão da empresa,
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    mas, para eles, a questão do pagamento
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    era um problema crescente
    na vida profissional.
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    Semanas depois dessa onda
    de ativismo dos funcionários,
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    a empresa decidiu dar um aumento
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    de 5% a 15%, em cidades de todo o país.
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    E é isso que quero dizer
    com conflito produtivo:
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    pressionar contra as coisas
    que não funcionam para nós
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    quando não há outra maneira de seguir.
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    Outra coisa que aprendi com esse trabalho
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    é que as pessoas se envolvem
    em conflito produtivo
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    quando elas se importam
    com seu trabalho e seus colegas.
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    Isso me surpreendeu a princípio.
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    Eu esperava que os piores cargos,
    os piores trabalhos,
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    tivessem o maior ativismo no nosso site,
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    mas muitas vezes o contrário acontece.
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    Quando nos unimos,
    podemos realizar grandes coisas.
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    Numa determinada empresa,
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    havia mais de 50 campanhas
    de seus funcionários no site,
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    questões desde o código de vestuário
    até assuntos legítimos de segurança.
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    E vejam só:
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    essa mesma empresa tem
    a menor taxa de rotação voluntária
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    do que qualquer grande rede em seu setor.
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    E também tem uma das maiores
    taxas de produtividade.
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    Assim, líderes empresariais,
    não temam o conflito
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    nem tentem reprimi-lo
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    quando ele aparecer em seu pessoal.
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    Apesar de poder lançar incertezas
    com as quais possa ser difícil lidar,
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    essas incertezas estão tentando
    te dizer uma coisa
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    a respeito de um problema estrutural
    que precisa de sua atenção.
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    E acredito que isso seja
    especialmente importante agora
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    que a tecnologia transforma
    o trabalho de quase todos
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    e que as estruturas
    que contêm nosso trabalho
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    estão mudando a um ritmo nunca visto
    desde a Revolução Industrial.
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    Todos precisamos moldar o futuro
    e participar dele.
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    Todos precisamos desafiar e mudar
    as partes de nossa vida profissional
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    que não funcionam.
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    Então espero que, da próxima vez
    que um colega chamar
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    para fazer um abaixo-assinado ao chefe,
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    ou um grupo de funcionários
    pedir uma reunião
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    para discutir suas preocupações
    sobre o novo plano de saúde,
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    espero que vocês as considerem
    uma oportunidade
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    de construir um ambiente
    de trabalho melhor,
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    uma empresa mais forte
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    e uma economia
    que funcione para todos nós.
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    Obrigada.
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    (Aplausos) (Vivas)
Title:
O que o conflito produtivo pode oferecer ao ambiente de trabalho
Speaker:
Jess Kutch
Description:

Você tem uma ideia para melhorar seu ambiente de trabalho? Jess Kutch, organizadora laboral e bolsista TED, pode nos mostrar como colocar essa ideia em prática. Nesta palestra breve, ela explica como o "conflito produtivo", aquele quando as pessoas se organizam para desafiar e melhorar sua vida profissional, pode ser benéfico tanto para patrões quanto para empregados.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
06:17

Portuguese, Brazilian subtitles

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