Como é que uma água-viva pica? — Neosha S Kashef
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0:07 - 0:11Estamos a nadar no oceano, quando
qualquer coisa roça pela nossa perna. -
0:11 - 0:12Quando começa um formigueiro,
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0:12 - 0:15percebemos que fomos picados
por uma água-viva. -
0:16 - 0:18Como é que estas bonitas
criaturas gelatinosas, -
0:18 - 0:21podem provocar uma picada tão dolorosa?
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0:21 - 0:24As águas-vivas são moles,
porque são 95% de água -
0:24 - 0:27e são feitas sobretudo
duma substância translúcida, -
0:27 - 0:29tipo gel, chamada mesogleia.
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0:29 - 0:31Com um corpo tão delicado,
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0:31 - 0:36dispõem de células irritantes
que contêm veneno, chamadas cnidócitos, -
0:36 - 0:38para proteção e captura de presas.
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0:38 - 0:42Até uma água-viva bebé, do tamanho
duma borracha na ponta de um lápis, -
0:42 - 0:43já pode picar.
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0:43 - 0:50As águas-vivas larvares, as éfiras,
parecem pequenas flores a pulsar no mar. -
0:50 - 0:53Quando crescem, tomam a forma
duma sombrinha com uma campânula no topo -
0:53 - 0:56e tentáculos descendentes
em volta das margens. -
0:56 - 0:59A maior espécie de águas-vivas,
a "juba de leão", -
0:59 - 1:02tem tentáculos que podem atingir
mais de 30 metros, -
1:02 - 1:04mais compridos do que uma baleia azul.
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1:04 - 1:07Estes tentáculos contêm
a maior parte das células irritantes, -
1:07 - 1:11embora algumas espécies
também as tenham na campânula. -
1:11 - 1:14O veneno é ejetado
através de um nematocisto, -
1:14 - 1:17um túbulo oco parecido com um chicote,
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1:17 - 1:21que se mantém enrolado
sob o efeito da pressão osmótica. -
1:20 - 1:25Quando estímulos mecânicos ou químicos
ativam um gatilho exterior, -
1:25 - 1:29a tampa da célula abre-se
deixando entrar a água do mar. -
1:29 - 1:33Isso força a disparar
um arpão farpado microscópico -
1:33 - 1:36que penetra na vítima
e lhe injeta o veneno. -
1:37 - 1:42A descarga do nematocisto pode ocorrer
em menos de um milionésimo de segundo, -
1:42 - 1:45ou seja, um dos processos biomecânicos
mais rápidos da Natureza. -
1:45 - 1:50Os nematocistos podem continuar a disparar
mesmo depois de a água-viva estar morta, -
1:50 - 1:54por isso é importante retirar tentáculos
que permaneçam agarrados à pele. -
1:54 - 1:58O vinagre, normalmente, torna inativos
os nematocistos ainda carregados. -
1:59 - 2:03A água do mar também pode ajudar
a retirar nematocistos residuais. -
2:03 - 2:06Mas não devemos usar água doce, porque
qualquer mudança no equilíbrio do sal -
2:06 - 2:09altera a pressão osmótica
no exterior do cnidócito -
2:09 - 2:12e faz disparar os nematocistos.
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2:12 - 2:16Por isso, urinar sobre a área afetada,
um remédio popular comum, -
2:16 - 2:21pode fazer mais mal do que bem,
consoante a composição da urina. -
2:21 - 2:25A maior parte das picadas das águas-vivas
são um inconveniente doloroso, -
2:25 - 2:27mas algumas podem ser mortais.
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2:27 - 2:30Uma cubozoa do Indo-Pacífico,
também chamada vespa-do-mar, -
2:30 - 2:33liberta veneno que pode causar
a contração dos músculos do coração -
2:33 - 2:36e uma morte rápida, se numa grande dose.
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2:36 - 2:39Há um antídoto,
mas o veneno atua rapidamente, -
2:39 - 2:41por isso é necessária
uma intervenção médica imediata. -
2:42 - 2:45Apesar do poder impressionante
dos seus tentáculos, -
2:45 - 2:47as águas-vivas não são invencíveis.
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2:47 - 2:51As células irritantes não penetram na
armadura dos predadores de pele espessa, -
2:51 - 2:54como a tartaruga-de-couro e o peixe-lua.
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2:55 - 2:59Estes predadores têm adaptações
que impedem as escorregadias águas-vivas -
2:59 - 3:02de fugirem depois de serem engolidas.
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3:02 - 3:06Há espinhos pontiagudos virados para trás
na boca e esófago das tartarugas -
3:06 - 3:09e dentes encurvados por detrás
das bochechas do peixe-lua. -
3:09 - 3:11As larvas escorregadias da lagosta
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3:11 - 3:13podem agarrar-se
à campânula duma água-viva -
3:13 - 3:14e apanhar uma boleia,
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3:14 - 3:18petiscando na água-viva enquanto
poupam energia para crescerem. -
3:18 - 3:23Os peixinhos ágeis usam as águas-vivas
como barreiras móveis como proteção, -
3:23 - 3:26atravessando pelo meio dos tentáculos
sem nunca lhes tocar. -
3:27 - 3:30Os nudibrânquios, que são lesmas do mar
cobertas com um lodo protetor, -
3:30 - 3:34podem roubar as defesas da água-viva,
comendo os cnidócitos -
3:34 - 3:38e guardando-os em sacos especializados
para uso posterior, -
3:38 - 3:40como armas contra os seus predadores.
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3:40 - 3:44Talvez um dia os homens possam
beneficiar da picada duma água-viva. -
3:44 - 3:47Os cientistas estão a trabalhar
na manipulação de cnidócitos, -
3:47 - 3:48para obter medicamentos,
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3:48 - 3:53com nematocistos com menos de 3%
do tamanho duma agulha de seringa vulgar. -
3:53 - 3:57Da próxima vez que estiverem no oceano,
tenham cuidado. -
3:57 - 4:01Mas percam uns instantes
a admirar as suas maravilhas.
- Title:
- Como é que uma água-viva pica? — Neosha S Kashef
- Description:
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Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-does-a-jellyfish-sting-neosha-s-kashef
Estamos a nadar no oceano quando qualquer coisa roça pela nossa perna. Quando começa um formigueiro, percebemos que fomos picados por uma água-viva. Como é que estas bonitas criaturas, gelatinosas, podem provocar uma picada tão dolorosa? Neosha S Kashef pormenoriza a ciência por detrás da picada.
Lição de Neosha S Kashef, animação de Cinematic.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:17
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Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How does a jellyfish sting? - Neosha S Kashef | |
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for How does a jellyfish sting? - Neosha S Kashef | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How does a jellyfish sting? - Neosha S Kashef | |
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