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Uma dose de realidade sobre medicamentos genéricos

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    Em 2008, recebi um telefonema incomum
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    de um cara chamado Joe Graedon.
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    Ele disse que estava sendo
    metralhado com queixas de pacientes
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    que recentemente haviam mudado
    para medicamentos genéricos.
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    Joe era farmacologista formado
  • 0:18 - 0:20
    e coapresentador
    de um programa de rádio na NPR.
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    Pacientes disseram que genéricos estavam
    causando efeitos colaterais indesejados
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    ou até recaídas.
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    Joe acreditou nas reclamações deles.
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    Mas quando relatou essas queixas à FDA,
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    os funcionários de lá argumentaram:
    "Provavelmente era psicossomático.
  • 0:40 - 0:44
    Os pacientes ficam chateados com pílulas
    que parecem diferentes das antigas".
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    Joe não cai nessa.
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    Queria alguém com poder
    de fogo investigativo
  • 0:51 - 0:53
    para se aprofundar nisso,
  • 0:53 - 0:55
    e como eu era jornalista investigativa,
  • 0:55 - 0:56
    ele me ligou.
  • 0:58 - 1:00
    E então fez uma pergunta
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    que eu não consegui tirar da minha cabeça:
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    "Katherine, o que há de errado
    com os medicamentos?"
  • 1:13 - 1:18
    Passei os dez anos seguintes
    tentando achar a resposta.
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    Nosso sistema de saúde
    depende dos genéricos.
  • 1:21 - 1:23
    Minha família também.
  • 1:24 - 1:26
    Mas uma década de entrevistas,
  • 1:26 - 1:28
    reuniões com denunciantes,
  • 1:28 - 1:32
    relatórios no local em quatro continentes
  • 1:32 - 1:34
    e milhares de arquivos confidenciais
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    da FDA,
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    de empresas de medicamentos genéricos
  • 1:38 - 1:40
    e dos tribunais,
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    todos me apontaram na mesma direção:
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    um grande número de fabricantes
    de medicamentos genéricos
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    em certos países estrangeiros
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    aprovam medicamentos abaixo do padrão
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    como genéricos legítimos
  • 1:58 - 2:00
    por lucro.
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    Estão desrespeitando deliberadamente
    os regulamentos e normas da FDA.
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    Basicamente, estão cometendo fraudes.
  • 2:12 - 2:18
    No processo, estão arriscando a saúde
    de pacientes em todo o mundo,
  • 2:18 - 2:22
    ou até colocando em risco a vida deles.
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    Uma empresa líder na Índia já fechou
    por causa dessa atividade ilícita.
  • 2:28 - 2:30
    Eu queria saber:
  • 2:30 - 2:33
    "Essa empresa foi um caso isolado
  • 2:34 - 2:36
    ou a ponta do iceberg?"
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    O que eu descobri é inquietante,
  • 2:40 - 2:45
    e quem toma medicamentos genéricos tem
    o direito de se preocupar profundamente.
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    Se você é cético em relação a isso,
  • 2:51 - 2:52
    está certo.
  • 2:52 - 2:57
    Eu via genéricos como uma das grandes
    inovações em saúde pública mundial,
  • 2:57 - 3:00
    uma vitória gigante
    para pacientes no mundo todo.
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    Hoje, 90% dos medicamentos são genéricos.
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    Genéricos para o HIV/AIDS
    salvaram muitas vidas na África.
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    Nos EUA,
  • 3:10 - 3:13
    programas como "Medicare",
    "Medicaid" e "Affordable Care Act"
  • 3:13 - 3:15
    dependiam deles.
  • 3:15 - 3:18
    Em um mercado de medicamentos muito caro,
  • 3:18 - 3:21
    os genéricos eram o azarão heroico.
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    Mas minha maior suposição
    era baseada na garantia da FDA
  • 3:26 - 3:30
    de que medicamentos genéricos
    adequadamente regulamentados
  • 3:30 - 3:32
    não são apenas seguros e eficazes,
  • 3:32 - 3:34
    mas bioequivalentes,
  • 3:34 - 3:37
    intercambiáveis com a marca e entre si.
  • 3:38 - 3:40
    Bem, isso é verdade,
  • 3:41 - 3:45
    se as empresas seguirem as regras.
  • 3:46 - 3:49
    Mas dentro de fábricas remotas,
  • 3:49 - 3:54
    descobri um conjunto diferente
    de regras não escritas.
  • 3:56 - 4:00
    Comecei minha investigação
    focando a estrutura regulatória.
  • 4:01 - 4:04
    Imediatamente, um fato me surpreendeu:
  • 4:05 - 4:10
    a FDA não examina as inscrições
    do fabricante testando os medicamentos.
  • 4:10 - 4:14
    Em vez disso, analisa os dados da empresa.
  • 4:16 - 4:21
    Como o diretor de medicamentos
    genéricos da FDA me disse:
  • 4:22 - 4:27
    "O sistema de aprovação requer
    o comportamento ético do candidato.
  • 4:28 - 4:33
    Caso contrário, todo
    o castelo de cartas cairá".
  • 4:34 - 4:35
    Sério?
  • 4:36 - 4:39
    É o sistema de honra?
  • 4:39 - 4:40
    (Risos)
  • 4:42 - 4:47
    Após nove meses de investigação, publiquei
    meu primeiro artigo sobre genéricos.
  • 4:47 - 4:50
    Escrevi sobre pacientes que haviam
    mudado para medicamentos genéricos
  • 4:50 - 4:52
    e sofreram contratempos médicos.
  • 4:53 - 4:54
    Citei médicos
  • 4:54 - 4:59
    que questionaram se os genéricos
    realmente eram bioequivalentes à marca.
  • 4:59 - 5:04
    Um mês depois, recebi um e-mail anônimo
  • 5:04 - 5:09
    de alguém que se denominava
    "Refil de US$ 4".
  • 5:10 - 5:11
    (Risos)
  • 5:11 - 5:15
    É o que se pagaria para preencher
    uma receita genérica no Walmart.
  • 5:17 - 5:20
    O meu denunciante trabalhava
    na indústria de medicamentos genéricos.
  • 5:21 - 5:25
    Ele disse que se eu realmente
    quisesse descobrir o problema,
  • 5:25 - 5:30
    era melhor procurar onde a maioria dos
    nossos medicamentos genéricos é fabricada:
  • 5:30 - 5:32
    na Índia e na China.
  • 5:33 - 5:35
    Meu denunciante estava certo:
  • 5:35 - 5:39
    80% das fábricas que produzem
    o ingrediente ativo
  • 5:39 - 5:42
    de todos os nossos medicamentos,
    de marca ou genérico,
  • 5:42 - 5:44
    estão no exterior,
  • 5:44 - 5:46
    principalmente na China e na Índia.
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    Qualquer empresa de medicamentos genéricos
    em qualquer lugar do mundo
  • 5:51 - 5:56
    querendo aprovação para vender
    medicamentos em nosso mercado
  • 5:56 - 6:02
    precisa seguir regras conhecidas
    como "Boas Práticas de Fabricação".
  • 6:03 - 6:07
    Eu decidi aprender todos os detalhes
  • 6:07 - 6:10
    de como fabricar um medicamento
    genérico legítimo.
  • 6:11 - 6:12
    Num laboratório de Nova Jersey,
  • 6:12 - 6:17
    observei enquanto os técnicos
    faziam testes em máquinas especializadas
  • 6:17 - 6:20
    e frascos usados que imitam
    as condições do estômago
  • 6:20 - 6:23
    para medir a dissolução de drogas.
  • 6:23 - 6:27
    Mas um fato notável se destacou.
  • 6:28 - 6:33
    O laboratório proibiu o uso do corretivo
    líquido "Wite-Out", o "branquinho",
  • 6:33 - 6:35
    em suas instalações.
  • 6:36 - 6:42
    Sob as regras da FDA, os dados
    servem como o pilar da qualidade.
  • 6:42 - 6:45
    Eles devem ser coletados
    em cada etapa da fabricação,
  • 6:45 - 6:48
    preservados e compartilhados
    com os reguladores.
  • 6:49 - 6:52
    O Wite-Out era de alto risco.
  • 6:52 - 6:54
    Permitia alteração.
  • 6:55 - 7:00
    Ficou claro que, para o regime
    regulatório da FDA ter sucesso,
  • 7:00 - 7:05
    qualquer empresa que solicita
    a aprovação deve ser ética,
  • 7:05 - 7:08
    e seus dados devem estar intactos.
  • 7:09 - 7:12
    Mas e se nenhum deles for verdadeiro?
  • 7:12 - 7:14
    E se o requerente não fosse ético?
  • 7:15 - 7:19
    E se os dados não estivessem intactos?
  • 7:22 - 7:26
    Comecei a escutar sobre uma empresa
    na Índia chamada Ranbaxy,
  • 7:26 - 7:28
    a maior empresa farmacêutica do país,
  • 7:28 - 7:31
    uma de suas primeiras
    multinacionais de sucesso
  • 7:32 - 7:36
    e um dos fornecedores de genéricos
    que mais cresce no mercado dos EUA.
  • 7:37 - 7:43
    Um denunciante estava fornecendo
    documentos internos da Ranbaxy à FDA.
  • 7:44 - 7:46
    Eu consegui cópias.
  • 7:49 - 7:53
    Decifrar tabelas, gráficos
    e números da empresa
  • 7:53 - 7:56
    revelou uma fraude chocante.
  • 7:57 - 8:02
    Eles substituíam ingredientes
    não aprovados e de menor pureza.
  • 8:03 - 8:08
    Produziam documentos
    como procedimentos operacionais padrão
  • 8:08 - 8:13
    que deixavam durante a noite num tipo
    de sauna para fazê-los parecer velhos.
  • 8:14 - 8:19
    Criavam estudos de estabilidade
    de 3, 6, 9 e 18 meses,
  • 8:21 - 8:23
    todos gerados no mesmo dia.
  • 8:26 - 8:32
    Gradualmente, pude descobrir a história
    por trás desse pesadelo regulatório.
  • 8:33 - 8:38
    Em 2004, a Ranbaxy contratou um novo
    diretor de pesquisa e desenvolvimento.
  • 8:39 - 8:42
    Ele suspeitou que algo estivesse errado.
  • 8:42 - 8:46
    Pediu a um jovem engenheiro
    chamado Dinesh Thakur
  • 8:46 - 8:49
    que estudasse os dados em todas
    as solicitações de medicamentos
  • 8:49 - 8:52
    para descobrir se eram reais ou falsos.
  • 8:54 - 8:59
    Thakur acabou preparando
    um PowerPoint inacreditável
  • 9:00 - 9:06
    mostrando que a Ranbaxy havia falsificado
    dados de mais de 200 produtos
  • 9:06 - 9:09
    em mais de 40 países.
  • 9:10 - 9:13
    O novo diretor de pesquisa
    e desenvolvimento mostrou o PowerPoint
  • 9:13 - 9:15
    a um subcomitê da diretoria.
  • 9:16 - 9:19
    O subcomitê requisitou o relatório
  • 9:19 - 9:23
    e eles destruíram o laptop
    no qual ele foi criado.
  • 9:24 - 9:27
    Então forçaram Thakur a sair da empresa.
  • 9:27 - 9:29
    Ele não conseguia dormir,
  • 9:29 - 9:33
    pensando nos medicamentos
    perigosamente ruins da Ranbaxy.
  • 9:34 - 9:37
    Então, arriscou a vida para alertar a FDA.
  • 9:38 - 9:40
    Após uma investigação de oito anos,
  • 9:40 - 9:44
    a Ranbaxy se declarou culpada
    por sete crimes por falsificação de dados.
  • 9:44 - 9:47
    Uma consultora da FDA me ensinou
  • 9:47 - 9:50
    que, assim como roupas baratas
    feitas em fábricas distantes,
  • 9:50 - 9:53
    ou "moda rápida", como ela chamava,
  • 9:53 - 9:55
    havia "medicamentos rápidos" também,
  • 9:56 - 9:59
    feitos em fábricas farmacêuticas
    exploradoras no exterior
  • 9:59 - 10:03
    com ingredientes de baixa qualidade
    e atalhos na fabricação.
  • 10:03 - 10:07
    Na Cidade do México, sentei-me
    em um bar com um denunciante.
  • 10:07 - 10:12
    Ele me deu documentos revelando como
    a fábrica de genéricos que reduz custos,
  • 10:12 - 10:13
    onde ele trabalhava,
  • 10:13 - 10:19
    conscientemente liberou lotes de remédios
    que continham partículas de vidro.
  • 10:19 - 10:21
    Em Accra, capital do Gana,
  • 10:21 - 10:26
    médicos explicaram como remédios indianos
    e chineses de baixo custo de todo tipo
  • 10:26 - 10:28
    mal pareciam funcionar,
  • 10:29 - 10:33
    mesmo quando dobravam
    e triplicavam as doses.
  • 10:35 - 10:38
    Em Mumbai, conheci outro denunciante
  • 10:38 - 10:41
    de uma empresa que eu pensava ser ética.
  • 10:42 - 10:47
    Ele descreveu o eficaz sistema
    de manipulação de dados
  • 10:48 - 10:52
    que a empresa usava para aprovar
    rapidamente medicamentos comprometidos.
  • 10:53 - 10:56
    Com lágrimas rolando pelo rosto ele disse:
  • 10:56 - 10:58
    "O que está acontecendo na indústria
  • 10:58 - 11:01
    é absurdamente sujo".
  • 11:03 - 11:08
    Nos EUA, uma fonte confidencial
    que trabalhava no governo
  • 11:08 - 11:10
    me entregou um pen-drive
  • 11:11 - 11:15
    contendo mais de 20 mil
    documentos internos da FDA.
  • 11:17 - 11:22
    Os e-mails e memorandos revelaram
    como a missão de saúde pública da agência,
  • 11:22 - 11:24
    que é a de proteger os consumidores,
  • 11:24 - 11:27
    frequentemente colidia
    com sua missão política;
  • 11:27 - 11:31
    mostrar ao Congresso um fluxo constante
    de aprovações de remédios de baixo custo.
  • 11:32 - 11:36
    Eu também descobri o sistema
    de inspeção comprometido da FDA
  • 11:36 - 11:38
    das instalações farmacêuticas no exterior.
  • 11:38 - 11:42
    Nos EUA, pesquisadores da FDA
    chegam sem aviso prévio
  • 11:42 - 11:44
    para fazer auditorias surpresa.
  • 11:45 - 11:50
    No exterior, porém, a FDA dá às fábricas
  • 11:50 - 11:53
    notificações com meses de antecedência,
  • 11:54 - 12:00
    chegando a pedir a ajuda da empresa
    com o transporte terrestre e hotel.
  • 12:02 - 12:06
    Minhas fontes também falaram
    sobre auditorias encenadas,
  • 12:06 - 12:11
    em que equipes de fabricantes de dados
    inventam ou alteram documentos necessários
  • 12:11 - 12:16
    para criar uma fachada de conformidade
    muito antes da chegada da FDA.
  • 12:18 - 12:21
    Um intrépido investigador
    da FDA chamado Peter Baker
  • 12:21 - 12:24
    descobriu como encontrar a verdade.
  • 12:24 - 12:26
    Ele ignorava os dados impressos
  • 12:26 - 12:30
    e analisava os computadores da empresa.
  • 12:31 - 12:33
    Quando os arquivos eram excluídos,
  • 12:33 - 12:37
    ele achava metadados
    revelando testes ocultos.
  • 12:38 - 12:41
    As empresas estavam
    pré-filtrando medicamentos
  • 12:41 - 12:47
    para alterar os testes oficiais para que
    atendessem às especificações da FDA.
  • 12:47 - 12:52
    Como eu disse, esse problema é mais
    do que um punhado de maus atores.
  • 12:53 - 12:59
    Durante 4 anos, Peter Baker inspecionou
    86 instalações na Índia e na China.
  • 13:00 - 13:04
    Achou evidências de fraude em 67 delas.
  • 13:06 - 13:10
    Querem saber o que acontece com um lote
    de medicamentos que falham nos testes?
  • 13:10 - 13:12
    Deveria ser jogado fora.
  • 13:12 - 13:19
    Em vez disso, instalações de baixo custo
    os vendem em mercados mal regulamentados
  • 13:19 - 13:22
    que não entendem o que estão recebendo,
  • 13:22 - 13:23
    lugares como a África,
  • 13:23 - 13:25
    o Sudeste da Ásia
  • 13:25 - 13:27
    e a própria Índia.
  • 13:29 - 13:34
    A indústria de genéricos no exterior
    chama isso de "produção em pista dupla":
  • 13:35 - 13:38
    melhores medicamentos para alguns,
  • 13:38 - 13:40
    defeituosos para outros.
  • 13:41 - 13:43
    Nos países em desenvolvimento,
  • 13:43 - 13:49
    este sistema corrupto inundou o mercado
    com tantos medicamentos ruins
  • 13:49 - 13:52
    que pesquisadores
    de saúde pública os vinculam
  • 13:52 - 13:55
    ao aumento de infecções
    resistentes a medicamentos.
  • 13:58 - 14:02
    Mas o comportamento criminoso de empresas
    estrangeiras é apenas metade do problema.
  • 14:03 - 14:07
    Embora alguns reguladores aparentemente
    não percebam que estão sendo enganados,
  • 14:07 - 14:13
    nos EUA, nossos reguladores parecem
    dispostos a ignorar transgressões
  • 14:13 - 14:17
    para continuar com medicamentos
    de baixo custo permitidos.
  • 14:17 - 14:21
    Como resultado, pacientes americanos
  • 14:21 - 14:24
    receberam medicamentos genéricos
    com impurezas tóxicas,
  • 14:24 - 14:26
    ingredientes não aprovados,
  • 14:26 - 14:29
    partículas perigosas
  • 14:29 - 14:31
    ou que não são bioequivalentes.
  • 14:31 - 14:34
    Como afirmou o investigador
    da FDA Peter Baker,
  • 14:35 - 14:38
    se as pessoas realmente
    entendessem como funciona,
  • 14:38 - 14:41
    ninguém usaria esses medicamentos.
  • 14:42 - 14:45
    Existem maneiras de resolver
    esse problema global?
  • 14:45 - 14:46
    Sim, existem.
  • 14:47 - 14:49
    As soluções começam com o reconhecimento
  • 14:49 - 14:53
    de que nosso atual sistema de honra
    para regulamentação de medicamentos
  • 14:53 - 14:56
    é uma relíquia de uma época passada.
  • 14:56 - 15:01
    A ciência, a medicina
    e a economia global evoluem.
  • 15:01 - 15:04
    A regulamentação não deveria
    evoluir com elas?
  • 15:05 - 15:08
    Somente uma abordagem pode
    garantir genéricos de qualidade:
  • 15:09 - 15:11
    supervisão rigorosa,
  • 15:11 - 15:17
    incluindo auditorias sem aviso prévio
    e testes sistemáticos de medicamentos.
  • 15:17 - 15:23
    Uma supervisão rigorosa significa que
    reguladores não observam apenas os dados
  • 15:23 - 15:25
    que podem ou não ser genuínos.
  • 15:26 - 15:31
    Soluções eficazes também dependem
    de dar mais informações ao paciente.
  • 15:32 - 15:36
    Sabemos onde são feitos nossos cereais
    matinais e nossos tênis de corrida.
  • 15:37 - 15:39
    Por que é diferente
    com medicamentos genéricos?
  • 15:39 - 15:41
    Os pacientes podem fazer mais.
  • 15:41 - 15:45
    Podem dizer aos oficiais eleitos
    e organizações de consumidores
  • 15:45 - 15:49
    para exigirem tanta qualidade
  • 15:49 - 15:51
    quanto eles exigem acesso.
  • 15:52 - 15:56
    As organizações de consumidores podem
    prestar um ótimo serviço a seus membros
  • 15:56 - 15:58
    testando e classificando genéricos,
  • 15:58 - 16:01
    como fazem com carros e máquinas de lavar.
  • 16:02 - 16:05
    As grandes redes de farmácias
    devem isso ao público,
  • 16:05 - 16:08
    testar os medicamentos que distribuem.
  • 16:09 - 16:12
    Uma compra numa farmácia
    para medicamentos acessíveis
  • 16:12 - 16:14
    não deve vir com um custo oculto.
  • 16:15 - 16:19
    Agora é a hora de todos nós que nos
    preocupamos com a segurança do paciente
  • 16:19 - 16:21
    agirmos sobre o que sabemos.
  • 16:21 - 16:23
    Obrigada.
  • 16:23 - 16:24
    (Aplausos)
Title:
Uma dose de realidade sobre medicamentos genéricos
Speaker:
Katherine Eban
Description:

A jornalista investigativa Katherine Eban decidiu relatar uma pergunta aparentemente direta: os medicamentos genéricos são realmente idênticos aos de seus homólogos de marca? A resposta desencadeou uma década de entrevistas, reuniões com denunciantes, relatórios no local em quatro continentes e investigação em documentos confidenciais da FDA. Nesta palestra alarmante, ela nos leva para fábricas fora dos Estados Unidos e expõe a fraude por trás de muitos medicamentos genéricos de baixo custo.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:39

Portuguese, Brazilian subtitles

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