As mãos do arquiteto: como criar melhores ruas
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0:17 - 0:20Durante muito tempo, acreditávamos
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0:20 - 0:23que a mão do arquiteto devia ser assim.
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0:24 - 0:28Sabe-se que os arquitetos
são inteligentes e sofisticados. -
0:28 - 0:30Andam sempre vestidos de preto,
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0:30 - 0:34e sabem melhor do que ninguém
como devem funcionar as nossas cidades. -
0:34 - 0:38Constroem modelos,
e olham para eles lá de cima. -
0:38 - 0:41A mão do arquiteto é como a mão de Deus.
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0:43 - 0:46Esta mão, em especial,
pertence a Le Corbusier. -
0:46 - 0:50Nesta foto icónica, ele está
a apresentar um modelo do Plan Voisin, -
0:50 - 0:55uma visão modernista utópica para Paris
que, felizmente, nunca foi construída -
0:55 - 0:58mas o impacto das suas ideias foi enorme.
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0:59 - 1:01Com efeito, os urbanistas modernos
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1:01 - 1:06estão a tentar consertar o que ele,
com a sua mão lá do alto, fez às cidades. -
1:07 - 1:09O planeamento da cidade modernista
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1:09 - 1:11produziu espaços concebidos
especificamente para carros, -
1:11 - 1:16uma cidade onde as diversas funções,
como lojas, escritórios e habitação -
1:16 - 1:18estão estritamente separadas,
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1:18 - 1:22uma cidade onde a rua tradicional,
juntamente com toda a vida de rua -
1:22 - 1:24ficou obsoleta.
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1:24 - 1:29Contrariamente a Le Corbusier,
eu preocupo-me muito com as ruas -
1:29 - 1:33e desejava que as ruas das cidades
oferecessem um espaço mais equilibrado -
1:34 - 1:36à mobilidade e à vida social.
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1:36 - 1:40Também acredito que a mão
do arquiteto seja assim -
1:41 - 1:45e que ele possa trabalhar
no interior do modelo, -
1:45 - 1:47diretamente na rua.
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1:48 - 1:49Durante os últimos cinco anos,
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1:49 - 1:53tive a oportunidade de trabalhar
em diversos projetos de "design" urbano -
1:53 - 1:55em espaços públicos.
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1:55 - 1:59Tenho usado as minhas mãos
para construir estas coisas. -
1:59 - 2:01Tenho passado muitas horas no local,
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2:01 - 2:05e tenho feito ali observações
muito interessantes. -
2:05 - 2:09Tudo começou com um projeto
em Bastejkalns Park em Riga, -
2:09 - 2:12quando passei uma semana
de gatas no chão, -
2:12 - 2:14a pintar círculos verdes
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2:14 - 2:16e a explicar constantemente
aos transeuntes curiosos -
2:17 - 2:19porque é que estou a fazer isto.
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2:19 - 2:22Eu estava a montar
uma exposição ao ar livre -
2:22 - 2:24que era dedicada a um escritor letão.
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2:24 - 2:27A minha experiência com a cor
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2:27 - 2:29continuou em Sarkandaugava,
um bairro de Riga. -
2:29 - 2:32Desta vez, pintei tudo de vermelho
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2:32 - 2:35e, claro, continuei
a ter de explicar porquê. -
2:35 - 2:38Era para marcar a primeira
praça pública em Riga, -
2:38 - 2:41concebida em conjunto
com uma ousada comunidade local. -
2:41 - 2:45Mas hoje, queria contar-vos
sobretudo o projeto da Rua Miera. -
2:45 - 2:48O nome da rua significa "paz" em letão.
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2:48 - 2:54O nome do projeto, "Mierīgi", traduz-se
por "pacificamente" ou "facilmente". -
2:55 - 2:57No nosso estudo, Fine Young Urbanists,
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2:57 - 2:59o meu colega Toms Kokins e eu
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2:59 - 3:01começámos a trabalhar
na Rua Miera há três anos. -
3:02 - 3:05Foi quando eu tinha acabado
de regressar de Roterdão, na Holanda, -
3:05 - 3:09onde eu tinha passado vários anos
a estudar e a trabalhar. -
3:09 - 3:13No que se refere ao "design" de ruas,
a Holanda é uma superpotência. -
3:14 - 3:17Há tantos tipos diferentes de ruas
nas cidades holandesas, -
3:17 - 3:21com enormes árvores belíssimas,
com canais, -
3:21 - 3:23com largos passeios
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3:23 - 3:26— sei que já devem estar a pensar nisto —
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3:26 - 3:28com ciclovias, evidentemente.
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3:28 - 3:30Viver em Roterdão fez-me perceber
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3:30 - 3:34que os estilos de vida saudáveis
e uma vibrante vida de rua -
3:34 - 3:37podem estar integrados no "design" urbano.
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3:37 - 3:39Mesmo sem pensar em exercício,
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3:39 - 3:43eu andava de bicicleta,
pelo menos, 20 minutos por dia. -
3:43 - 3:45Sem andar à procura de um parque,
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3:45 - 3:50tinha acesso a zonas verdes
aqui mesmo na rua. -
3:50 - 3:55Via pessoas a fazer churrasco, a ver TV,
ou a vender a mobília no meio da rua -
3:55 - 3:58e participava nisso, alegremente.
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3:58 - 4:03Sentia que tinha a liberdade de circular
na cidade como bem me apetecesse. -
4:04 - 4:07Estava em forma e era feliz.
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4:08 - 4:10Depois, voltei para Riga.
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4:11 - 4:14Aqui, vi as ruas
de uma perspetiva diferente: -
4:14 - 4:17como são tristes, vazias,
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4:17 - 4:20especialmente as que foram
construídas há pouco tempo. -
4:20 - 4:23Andar de bicicleta é incómodo
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4:23 - 4:27e rapidamente mudei para um carro
porque é mais fácil. -
4:27 - 4:30Riga hoje repete os mesmos erros
-
4:30 - 4:33que as cidades norte-americanas
fizeram nos anos 50. -
4:33 - 4:36Constrói vias rápidas
para resolver os problemas de tráfego, -
4:36 - 4:39permite grandes centros comerciais
junto a essas vias rápidas -
4:39 - 4:45e o crescimento de aldeias suburbanas
mesmo nos limites de Riga. -
4:45 - 4:49Simultaneamente, o centro histórico
está a perder residentes rapidamente, -
4:49 - 4:52a qualidade do ar é a pior
dos estados bálticos -
4:52 - 4:54devido ao congestionamento do trânsito
-
4:54 - 4:56e há um edifício devoluto
em quase cada quarteirão. -
4:56 - 5:02Riga fez-me sentir, a uma urbanista,
limitada nas minhas escolhas -
5:02 - 5:06e, inconscientemente, mudei
para um estilo de vida -
5:06 - 5:08pouco saudável e infeliz.
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5:08 - 5:10Com tudo isto na cabeça,
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5:10 - 5:14decidimos fazer qualquer coisa,
pelo menos, numa rua de Riga. -
5:14 - 5:16As razões por que escolhemos a Rua Miera
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5:16 - 5:19foi que havia uma comunidade local ativa
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5:19 - 5:22que é excecional para uma rua
no centro de Riga; -
5:22 - 5:26havia um grande potencial espacial
para uma vida de rua de alta qualidade; -
5:26 - 5:28e havia um problema óbvio:
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5:29 - 5:3290% dos carros circulam
pelas linhas dos elétricos, -
5:32 - 5:35deixando livres as pistas
que lhes são destinadas. -
5:35 - 5:39Ao mesmo tempo, os peões
e o crescente número de ciclistas -
5:39 - 5:41têm de partilhar um passeio estreito
-
5:41 - 5:45e circular entre postes de sinalização,
portas abertas e carros estacionados. -
5:45 - 5:47Tínhamos a certeza
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5:47 - 5:51de que o espaço de rua disponível
podia ser usado de forma mais equilibrada. -
5:51 - 5:55Criando no meio uma pista comum
para elétricos e carros, -
5:55 - 5:58o espaço ficaria livre para uma ciclovia
de cada lado da rua. -
5:58 - 6:03Isso permitir-nos-ia
libertar os passeios para os peões, -
6:03 - 6:07para nos sentarmos, para estacionamento
de bicicletas, para esplanadas, -
6:07 - 6:13para plantas e árvores,
belas árvores verdes, frondosas. -
6:14 - 6:17Sabiam que naqueles quase 700 metros
da Rua Miera -
6:17 - 6:20que é considerado um quarteirão
de qualidade, criativo, -
6:20 - 6:22só há 15 árvores?
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6:22 - 6:28É uma árvore a cada 45 metros,
e só de um lado da rua. -
6:29 - 6:32Não parece de grande qualidade, não acham?
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6:32 - 6:34Com um perfil de rua mais bem concebido,
-
6:34 - 6:38seria mais fácil e mais seguro
para os peões atravessar a rua, -
6:38 - 6:41o pequeno comércio teria
melhores condições espaciais para evoluir -
6:41 - 6:45e ainda haveria espaço para estacionamento
de carros onde fosse necessário. -
6:45 - 6:48A qualidade de vida
da Rua Miera melhoraria -
6:48 - 6:50e tudo isso deixaria
praticamente intacta -
6:50 - 6:53a situação atual do trânsito.
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6:53 - 6:56As pessoas sentir-se-ão melhor,
mais em casa, -
6:56 - 6:59numa rua que proporciona mais opções.
-
6:59 - 7:01Também queríamos
explorar, com este projeto, -
7:01 - 7:05a relação entre um arquiteto
e a comunidade local. -
7:05 - 7:08Os residentes são obviamente
especialistas da sua rua -
7:08 - 7:11e nós, os urbanistas,
queremos saber o que eles sabem, -
7:11 - 7:13porque queremos criar um "design"
-
7:13 - 7:18que satisfaça as suas necessidades
e melhore a sua rua. -
7:18 - 7:21A princípio, fizemos estes desenhos
e fotomontagens -
7:21 - 7:23para termos qualquer coisa
sobre que falar. -
7:23 - 7:25Depois, tentámos envolver
as pessoas na rua, -
7:25 - 7:28mostrando-lhes a nossa visão.
-
7:28 - 7:33A reação foi muito positiva
mas ainda não tínhamos a certeza -
7:33 - 7:37se a solução proposta era a melhor
ou se estávamos a ser entendidos. -
7:37 - 7:41Por fim, decidimos
testar a ideia, espacialmente. -
7:41 - 7:43Fizemos o que os arquitetos
fazem normalmente: -
7:43 - 7:45construímos um modelo.
-
7:46 - 7:50Mas, em vez de criar uma coisa pequena
e olhar para ela, de cima, -
7:50 - 7:52decidimos que seríamos nós
-
7:53 - 7:55as pessoas de plástico dentro do modelo
-
7:55 - 8:00e testaríamos a ideia numa situação
de escala real de 1:1, -
8:00 - 8:02diretamente na rua.
-
8:04 - 8:07A maquete foi construída em três dias
-
8:07 - 8:09e manteve-se no seu local
durante quase uma semana. -
8:09 - 8:12Mudou a rua instantaneamente.
-
8:12 - 8:16De um lado, juntámos só 30 cm ao passeio,
-
8:16 - 8:20e foi o suficiente
para criar espaço para bancos -
8:20 - 8:23e mesinhas de café junto às paredes,
-
8:23 - 8:26o que é muito conveniente
se queremos sentar-nos à espera de alguém -
8:26 - 8:30comer uma refeição, reorganizar
os sacos depois das compras, -
8:31 - 8:33descansar após uma longa caminhada
-
8:33 - 8:37ou simplesmente desfrutar
estar sentado a ver as outras pessoas. -
8:38 - 8:39Do outro lado,
-
8:39 - 8:42logo que pusemos mesas e cadeiras,
-
8:42 - 8:46as pessoas de um café ali perto
começaram a servir café e bolos. -
8:47 - 8:48As pessoas, instintivamente,
-
8:49 - 8:52sabem como usar uma boa rua
quando a viam. -
8:52 - 8:54Nós, no Fine Young Urbanists,
-
8:54 - 8:57achamos que este tipo
de protótipos urbanos com maquetas -
8:57 - 9:00é a forma mais barata, mais rápida
e mais fiável -
9:00 - 9:02de testar alterações
no ambiente urbano. -
9:03 - 9:07Um protótipo urbano é imaginação coletiva,
é um desejo coletivo. -
9:07 - 9:10Permite-nos sentir o espaço,
com o nosso corpo, -
9:11 - 9:14para ver se podemos encontrar
um sítio confortável -
9:14 - 9:16se lá quisermos ficar.
-
9:16 - 9:20É também uma forma de evitar
erros posteriores, de custo elevado. -
9:21 - 9:25Aprendemos que estas pequenas ações
num espaço público -
9:25 - 9:29é uma ótima forma de envolver o público
no processo de "design". -
9:29 - 9:32Durante a altura da construção,
estávamos lá permanentemente: -
9:32 - 9:34a construir, a pintar
-
9:34 - 9:37e a falar com as pessoas
que estavam interessadas naquilo. -
9:37 - 9:42A pergunta mais frequente era:
"Porque é que isto é azul?" -
9:42 - 9:45A cor viva provocava as pessoas
-
9:45 - 9:49a iniciar uma conversa
com estranhos, sobre o "design" da rua. -
9:49 - 9:52É esse o sonho de um urbanista
a tornar-se realidade. -
9:52 - 9:55Desta vez, tivemos
todo o tipo de perguntas: -
9:55 - 9:58desde as muito positivas,
muito concordantes -
9:58 - 10:00até às críticas e mesmo agressivas.
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10:01 - 10:02É compreensível
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10:02 - 10:06que nem toda a gente apoie
a ideia de mais ciclistas na rua, -
10:06 - 10:08são incómodos.
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10:08 - 10:11Nem todos querem abdicar
do seu espaço de estacionamento -
10:11 - 10:14a favor de uma esplanada
ou de plantas em vasos. -
10:15 - 10:17Mas eu, aqui, gostava
de referir um conselho sábio -
10:17 - 10:19que a minha mãe me deu um dia:
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10:19 - 10:22"Ninguém resiste às boas maneiras.
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10:22 - 10:26"As pessoas têm direito à sua opinião
que pode ser diferente da tua, -
10:26 - 10:30"mas sê delicada, fala calmamente
e escuta o que os outros têm a dizer. -
10:31 - 10:33"Talvez aprendas alguma coisa.
-
10:33 - 10:36"e talvez eles comecem a ouvir-te".
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10:37 - 10:39Enquanto citadinos, temos de perceber
-
10:39 - 10:43que as ciclovias não são feitas
apenas para agradar aos ciclistas -
10:43 - 10:47e o mobiliário urbano não é instalado
apenas para proveito dos lojistas, -
10:47 - 10:52as ruas em geral não existem
apenas para conveniência dos carros. -
10:52 - 10:55Pensar assim seria como continuar a pensar
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10:55 - 10:57que os telefones só servem para chamadas.
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10:57 - 10:59As cidades não são assim tão simples.
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10:59 - 11:03As cidades são organismos complexos
onde tudo precisa de estar em equilíbrio -
11:03 - 11:04e onde toda a gente
-
11:04 - 11:08— jovens, saudáveis e
com independência económica, -
11:08 - 11:13assim como os que têm rendimentos
modestos e com movimentos limitados — -
11:13 - 11:18pode tomar parte, em pé de igualdade,
na mobilidade e na vida social. -
11:19 - 11:22Porque é que eu penso
que as ruas são tão importantes? -
11:22 - 11:24William H. Whyte,
o urbanista norte-americano -
11:24 - 11:26e conhecido observador de pessoas,
-
11:26 - 11:31disse um dia que as ruas
são os rios da vida na cidade. -
11:31 - 11:35Claro, as ruas ajudam-nos
a deslocarmo-nos, -
11:35 - 11:39mas as ruas também são um palco
onde pode ocorrer a vida pública. -
11:39 - 11:43A vida pública é a essência das cidades.
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11:43 - 11:45As pessoas não construíram
aglomerados urbanos -
11:45 - 11:48para se manterem escondidas
umas das outras -
11:48 - 11:50nas suas casas ou nos seus carros.
-
11:50 - 11:51Têm de se encontrar,
-
11:51 - 11:54de trocar conhecimentos,
de partilhar recursos, -
11:54 - 11:57e de criar qualquer coisa coletivamente.
-
11:57 - 12:00Uma boa cidade tem a capacidade
-
12:00 - 12:05de abranger todas as opções
das pessoas que nela vivem -
12:05 - 12:08e de ajudar a equilibrá-las
espacialmente. -
12:09 - 12:12Depois de acabar o projeto "Mierīgi",
fizemos um vídeo -
12:12 - 12:14que foi publicado "online".
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12:14 - 12:18A ideia ecoou nas pessoas
do mundo inteiro. -
12:18 - 12:25O nosso vídeo já foi visto, "tweeted",
partilhado e gostado mais de 60 000 vezes. -
12:26 - 12:31Isso mostra que os urbanistas, ativistas
-
12:31 - 12:33e líderes de comunidades,
pelo mundo fora, -
12:33 - 12:36andam à procura de novas formas
de dar a conhecer às cidades -
12:36 - 12:39que as pessoas querem recuperar
o espaço das ruas -
12:39 - 12:42aos automóveis e aos urbanizadores
sedentos de lucros. -
12:42 - 12:44Não estamos sozinhos,
-
12:44 - 12:48há toda uma nova geração
de arquitetos e urbanistas -
12:48 - 12:51que estão menos preocupados
em projetar edifícios icónicos -
12:51 - 12:56e mais interessados em humanizar
a cidade rígida e desequilibrada. -
12:56 - 13:00Não têm medo de correr riscos
de trabalhar com as próprias mãos, -
13:00 - 13:04e são mestres em encontrar
buracos nas regulamentações -
13:04 - 13:07e formas alternativas de comunicação.
-
13:08 - 13:10Esqueçam os modernistas arrogantes.
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13:10 - 13:13Este arquiteto novo
é sobretudo um "hacker". -
13:13 - 13:17Práticas como Exist, em França,
ou Raumlabor, na Alemanha, -
13:17 - 13:19ou Assemble no Reino Unido,
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13:19 - 13:22estão a transformar com êxito
o papel dos arquitetos -
13:22 - 13:25e a mudar a forma como olhamos
-
13:25 - 13:27para ruas congestionadas,
edifícios devolutos -
13:27 - 13:30e áreas indesejadas nas nossas cidades.
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13:30 - 13:34Por exemplo, PARK(ing) Day
começou como uma pequena iniciativa -
13:34 - 13:37de Rebar Art e Design Studio
em San Francisco. -
13:37 - 13:41Em 10 anos, aumentou
para um movimento mundial, -
13:41 - 13:45e várias cidades já o incorporaram
na sua política urbana. -
13:45 - 13:49Ou a empresa de arquitetura ZUS
em Roterdão, -
13:49 - 13:52que conseguiu transformar
um bloco de escritórios indesejável, -
13:52 - 13:55que estava devoluto há 15 anos,
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13:55 - 13:59num local criativo
e num local de testes para novas ideias. -
13:59 - 14:02É atualmente um local
que muitas cidades invejam. -
14:02 - 14:07Como é que podemos convencer
mais arquitetos e urbanistas -
14:07 - 14:10a envolverem-se na criação de cidades?
-
14:10 - 14:14Penso que uma das formas
é através da educação. -
14:15 - 14:17Todos os anos, organizamos
uma escola de verão -
14:17 - 14:20para estudantes e jovens
profissionais de arquitetura, -
14:20 - 14:23de planeamento urbanístico e "design".
-
14:23 - 14:26Nesta escola de verão,
eles têm a oportunidade -
14:26 - 14:28de passar por um ciclo
de "design" completo -
14:28 - 14:29em apenas duas semanas.
-
14:29 - 14:33É uma coisa rara
no ensino da arquitetura. -
14:33 - 14:37Os participantes investigam,
descobrem um conceito -
14:37 - 14:41e testam-no imediatamente
construindo-o no domínio público. -
14:42 - 14:45Através disso, aprendem
como os materiais reais são pesados -
14:46 - 14:48e como as ferramentas elétricas
podem ser assustadoras. -
14:48 - 14:51Não constroem apenas
como exercício, -
14:51 - 14:52criam uma coisa
-
14:52 - 14:55que o município local
— no nosso caso, Cēsis — -
14:56 - 15:00ou a organização local
está deveras interessada. -
15:01 - 15:03Por fim, quando a escola de verão termina,
-
15:03 - 15:07veem a construção final
a ser apropriada pelo público. -
15:07 - 15:12Veem se funciona como se pretendia
ou se não conseguiram cumprir o conceito. -
15:12 - 15:16Esta experiência transforma
por completo -
15:16 - 15:19a forma como estes jovens arquitetos
encaram a sua profissão. -
15:19 - 15:20Na nossa escola de verão,
-
15:20 - 15:23ensinamos que a arquitetura
vai mais além dos edifícios -
15:23 - 15:27e que o urbanismo não é
apenas o espaço entre eles. -
15:27 - 15:30Acreditamos que construir
é um ato social, -
15:30 - 15:32mas não nos esqueçamos
-
15:32 - 15:37que os protótipos são apenas um passo
para criar verdadeiros espaços públicos, -
15:37 - 15:41e uma escola de verão provavelmente
nunca substituirá uma universidade. -
15:41 - 15:45Não penso que a Rua Miera
tivesse de ser pintada de azul, -
15:45 - 15:47e sei que os construtores profissionais
-
15:47 - 15:50têm muito mais competência
do que os arquitetos -
15:50 - 15:52para manejar uma parafusadora elétrica.
-
15:52 - 15:57O que eu sugiro é que, para manter
um espírito claro e crítico -
15:57 - 16:00precisamos, muitas vezes,
de mudar de perspetiva. -
16:00 - 16:03Para criar cidades melhores,
precisamos de duas coisas: -
16:03 - 16:07uma compreensão plena da vida da rua
e uma perspetiva de cima. -
16:08 - 16:12Creio que dar pequenos passos
-
16:12 - 16:15pode levar a importantes transformações
nas nossas cidades. -
16:16 - 16:18E espero, com convicção,
-
16:18 - 16:22que, no futuro, haverá
mais arquitetos e urbanistas -
16:22 - 16:25que se baseiem menos
numa visão Mega-Lo-Mania -
16:25 - 16:28e mais na sua humanidade.
-
16:29 - 16:30Obrigada.
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16:30 - 16:32(Aplausos)
- Title:
- As mãos do arquiteto: como criar melhores ruas
- Description:
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Nesta palestra, Evelīna Ozola fala da importância da rua enquanto espaço público e das formas de o reclamar. Evelina aparece com um novo método atraente e provocador de fazer um protótipo do espaço da rua e de envolver a sociedade no processo do seu "design".
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 16:33
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Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Architect's hands: how can we design better streets | Evelina Ozola | TEDxRiga | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Architect's hands: how can we design better streets | Evelina Ozola | TEDxRiga | |
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Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for Architect's hands: how can we design better streets | Evelina Ozola | TEDxRiga | |
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Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Architect's hands: how can we design better streets | Evelina Ozola | TEDxRiga | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Architect's hands: how can we design better streets | Evelina Ozola | TEDxRiga | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Architect's hands: how can we design better streets | Evelina Ozola | TEDxRiga | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Architect's hands: how can we design better streets | Evelina Ozola | TEDxRiga |