-
Sabe aquela animação
que tem por trás
-
da tela do seu aplicativo
-
ou aquela transição
entre uma tela e outra?
-
Nós estamos falando aqui
do motion design.
-
O assunto desse podcast
vai mostrar para você
-
quais são as principais
técnicas, ferramentas,
-
frameworks, estratégias,
-
e, é claro, o papel
do desenvolvedor
-
e da Inteligência Artificial
em tudo isso.
-
Eu sou Gustavo Torrente,
e hoje estou aqui
-
com grandes
especialistas em motion.
-
Estamos aqui
com Eder Bronson, César Molina,
-
que hoje vão falar tudo
sobre o que você precisa saber
-
sobre esse tal de motion design.
-
Tudo bom, César?
-
Tudo bom.
-
Muito obrigado pelo convite.
-
Meu nome é César,
-
eu trabalho na área
de comunicação e educação
-
já faz quase dez anos.
-
Na verdade, educação,
faz algo em torno de oito anos,
-
e na parte
de comunicação, uns 20.
-
Faz tempo.
-
No momento, eu estou trabalhando mais
também como designer instrucional,
-
utilizando motion e outros
recursos audiovisuais.
-
Muito bom.
-
Eder, seja muito bem-vindo.
-
Obrigado.
-
Como ele já disse,
meu nome é Eder,
-
sou professor
de Design Digital da FIAP,
-
dou aula de UX Motion,
-
dou aula também
de Design Gráfico.
-
Tenho uma trajetória aí
de mais ou menos
-
15 anos em design.
-
Venho do jornalismo,
-
fiz uma transição de carreira
onde eu fui para a tecnologia,
-
mas, na tecnologia, eu
resgatei o meu lado designer,
-
e agora eu estou oferecendo
um pouco do meu conhecimento
-
para os meus queridos
alunos na FIAP,
-
e estou muito feliz com isso.
-
Que incrível, gente!
-
Vamos começar aqui a nossa conversa
colocando os pingos nos is.
-
Então, César,
o que é, na sua visão,
-
esse tal de Motion Design,
-
e como ele ajuda
na experiência do usuário,
-
principalmente aqueles que vão
navegar por aplicativos?
-
Bom, na verdade, isso aí nasceu
-
há muito tempo com o cinema.
-
Ele foi pensado mais para a parte
de cinema e animações.
-
Só que, trazendo pouco
para o nosso contexto,
-
ele cresceu nesse ambiente
mais de aplicativos,
-
principalmente
com o desenvolvimento dos Tablets
-
e Smartphones.
-
Então, o Motion Design,
para aplicativos mobile,
-
tem uma função
ali de primeiro...
-
Pegando essas referências
do Designer Gráfico,
-
da animação e algumas
técnicas cinematográficas,
-
inclusive reaproveitando os nomes
que a gente utiliza nessa área,
-
eles tendem a criar animações
-
para tornar...
-
Mais dinâmica a experiência.
-
Eu acho que essa é
a palavra fundamental,
-
que a gente ouve bastante,
-
inclusive na área de criação
ultimamente,
-
a palavra experiência.
-
Então torna esse
processo mais fluído.
-
E tem até um termo
que eu li esse dia,
-
que eu acho muito engraçado,
-
que é reduzir a carga
cognitiva do usuário,
-
ou seja, você fazer com que o usuário
fique muito mais à vontade
-
e muito mais calmo,
-
de repente, não frustrado,
-
que são outros temas
que eu tenho lido bastante,
-
na hora de utilizar
um aplicativo, por exemplo.
-
Então é tornar a experiência
mais fluida, mais simples.
-
Que aquele app
não seja um labirinto,
-
que ele bata o olho
e já saiba o que vai fazer
-
sem ter que pensar muito,
-
sem ter que gastar poder
de processamento, né?
-
Exatamente. A parte
estética é fundamental,
-
mas o essencial mesmo
-
é fazer a coisa mais
fluida, mais intuitiva.
-
Eu costumo dizer
que, na verdade,
-
o usuário é o navegador,
é o navegante,
-
e a gente, por mexer
com essa parte técnica,
-
tende a achar que somos
o capitão do barco.
-
E, na verdade, não.
-
Na verdade, o capitão do barco
é o próprio usuário.
-
Ele que é responsável
pela sua navegação.
-
O nosso trabalho
é ser o cursor da água,
-
é fornecer a linha
e o movimento
-
que vai guiar os passos
desse navegante
-
na nossa interface digital.
-
Então...
-
O Motion Design,
que, na verdade,
-
é uma junção de Motion
Graphics com UX Motion,
-
é o Motion Graphics
-
aplicado ao UX Motion...
-
Essa animação
de elementos visuais,
-
elementos técnicos,
-
que a gente joga
para a interface digital
-
para criar isso que ele disse,
que é uma navegação mais fluida...
-
Mais constante,
-
mais tranquila, né, uma...
-
- Intuitiva.
- Intuitiva.
-
Então a gente é
responsável por guiar...
-
É muito mais que estética.
-
Ele falou isso, é muito
mais que estética.
-
É uma noção
de percepção do usuário.
-
Então o nosso objetivo
-
é com conduzir o usuário
pela interface digital.
-
Como a gente vai
fazer essa animação,
-
é uma mera questão técnica.
-
Então eu acho que é
importante dizer isso,
-
porque às vezes as pessoas
acham que a técnica resolve tudo.
-
"Ah, eu preciso aprender
um determinado software
-
e eu vou me tornar
esse profissional."
-
Não.
-
O Motion Design
é muito mais que técnica.
-
Ele é uma noção
da cognição do usuário,
-
da relação com a interface.
-
Perfeito, perfeito.
-
É aquela história, eu não estou
criando a aplicação para mim.
-
Eu estou criando aquela
aplicação para o usuário.
-
É com a cabeça dele
que eu tenho que pensar,
-
quais são os passos que ele
vai tomar, onde ele vai clicar,
-
se ele digitar
alguma coisa errada,
-
qual é o feedback visual
que eu posso fornecer para ele.
-
- É quase um exercício de empatia.
- É verdade.
-
Se colocar no lugar do outro
-
e ter essa sensibilidade.
-
Porque não deixa de ser um artista
o motion designer, concorda?
-
É um artista aplicado.
-
E para ser artista
tem que ter sensibilidade
-
de se colocar no lugar do outro.
-
Incrível.
-
É isso que a gente faz.
-
Muito boas as definições.
-
E de que forma, César,
essas animações
-
vão facilitar a vida
e o dia a dia do usuário?
-
Ou seja, como você consegue
hoje, no seu dia a dia,
-
colocar em prática esse
conhecimento do Motion Design
-
e tornar interfaces
que antes eram complexas,
-
muito mais intuitivas?
-
Então, a gente tem
alguns recursos.
-
Por exemplo, a gente tem
essa questão dos feedbacks,
-
das microinterações,
que vão servir ali para reforçar
-
determinado comportamento,
e muitas vezes para guiar.
-
Então, por exemplo, a gente
às vezes pega uma interface ali
-
na mão de uma pessoa
que não está muito acostumada
-
a lidar com aplicativos,
internet de maneira geral,
-
e a coloca, de repente,
na frente de um story,
-
de uma propaganda
que ela está assistindo,
-
de repente ela gostou do conteúdo
e querer saber mais.
-
Você tem ali o velho e conhecido
Call to Action, que é o botão,
-
mas às vezes ele é colocado
de uma maneira...
-
Por exemplo, às vezes,
dependendo do aplicativo,
-
são muitos recursos.
-
Se a gente for colocar
um recurso para cada botão...
-
Me desculpe, ao contrário.
-
Um botão para cada recurso,
-
parece ser uma tela de botões.
-
Então a gente começa a dar
algumas orientações.
-
Por exemplo,
coloca uma animação,
-
como setinhas
apontando para cima.
-
A pessoa vai saber que se ela
quiser acessar aquela pasta,
-
arrasta para cima,
arrasta para o lado.
-
Então você tem ali
alguns aplicativos
-
que, quando você instala,
-
vem como se fossem
minis tutoriais.
-
Para quem está vendo
aquele estudante...
-
Você que instalou o Adobe
no seu computador pela primeira vez,
-
sabe que, toda vez
que abre um software...
-
É irritante, né?
-
Mas toda vez que abre
um software da Adobe...
-
Eu pulo.
-
Então, mas ultimamente
parece que eles
-
não estão deixando nem isso né?
-
- É, força você...
- É, força você assistir.
-
Então ele tem ali um tutorial.
-
Se você quer ir para o menu tal,
você arrasta para cá,
-
você quer acessar a página,
você arrasta para cima.
-
Então...
-
Esse feedback, muitas vezes,
de você clicar no botão...
-
Isso aconteceu comigo
esses dias.
-
Foi num aplicativo inclusive.
-
Eu preenchi um cadastro enorme,
-
extremamente mal feito,
que você tem que...
-
Você não pode digitar.
-
Você tem que... Sabe?
-
Universidade, são todas
as universidades do mundo.
-
Se vira, acha.
-
Você não pode digitar.
-
E a hora que você
acabou de digitar,
-
você vai lá para baixo
e some da sua tela
-
todo o formulário
que você preencheu
-
e fica só o botão de enviar.
-
Qual é o básico da nossa área?
-
Quando você aperta esse botão,
o que tem que acontecer?
-
Tem que ter uma micro interação.
-
O botão muda de cor, ele treme,
-
ele muda, aparece como enviado.
-
Isso é o básico na nossa área.
-
O botão não fazia isso.
-
Ele simplesmente não mudava,
-
o formulário tinha sido enviado,
-
o formulário tinha sido assim...
-
Ele carregava.
-
Só que tem um macete
especial desse aplicativo.
-
Você apertava mais de uma vez
-
porque você achava
que não tinha apertado,
-
ele zerava o seu formulário
-
e você tinha
que começar de novo.
-
A nossa área trabalha muito
-
na parte de direcionamento,
mas também de reforço,
-
de você sanar, no usuário,
-
se a ação que ele executou
-
foi para algum lugar.
-
Reduzir as interrupções.
-
Reduzir as interrupções.
-
Não existe nada mais desconfortável
do que você clicar num botão
-
e você não saber
se o seu arquivo subiu
-
ou se você recebeu o arquivo
de alguma maneira.
-
Então, esse feedback que ele está
fazendo, que é o feedback visual,
-
é uma micro animação
que é realizada
-
através de uma interação
-
num pequeno ícone,
num pequeno botão,
-
que dá a resposta ao usuário
-
de que aquela ação foi efetiva.
-
Tranquiliza.
-
Exatamente.
-
O nosso papel é deixar
os usuários mais tranquilos.
-
A vida já é muito difícil, né?
-
Ao acessar o meu site, eu te garanto
que, tranquilo, você vai ficar.
-
A vida já difícil, o seu aplicativo
vai dificultar mais?
-
Se as telas,
que a gente tem que lidar
-
o tempo inteiro com elas,
-
forem dificultar a nossa vida,
então a gente está ferrado.
-
No começo estava difícil, no final,
parecia que eu estava no começo.
-
É por aí mesmo.
-
Então a nossa função é essa.
-
É o que eles chamam
também de "visual cue",
-
que seria uma dica visual.
-
essa parte de...
-
Animações,
quando arrasta, cliques.
-
São recursos que a gente
acaba utilizando.
-
Além de transições, que a gente
vai comentar um pouco.
-
São os três principais, né,
-
transições, micro interações...
-
E os feedbacks visuais.
-
Feedback visual, interações,
são recursos então que...
-
Fundamentais.
-
Fundamentais,
que o Motion Design...
-
E sabe o que acontece?
-
Nos primórdios da internet,
não tinha essa preocupação.
-
A preocupação era:
tem que funcionar.
-
E aí o que você falou?
-
Você vai selecionar lá a cidade.
-
Você seleciona
o estado de São Paulo,
-
tem mais de 500 cidades,
-
e aí a sua cidade é
a capital, é São Paulo,
-
que está lá embaixo
e aí tem que percorrer.
-
Todo mundo sabe que a primeira
cidade é Adamantina,
-
porque todo o formulário
que você vai preencher...
-
- Que não tem esses recursos...
- É mesmo, né?
-
Você sabe que Adamantina
é a primeira da lista.
-
Agora você imagina, por exemplo,
que você quer colocar uma cidade
-
lá no seu formulário
-
e você clica na setinha para baixo
e não abrem as cidades.
-
Já é uma sensação
de desconforto.
-
Exato.
-
E você falou desde
os primórdios, não é verdade?
-
Provavelmente, a gente
deve estar falando
-
com uma faixa etária aqui, enfim.
-
Quem tiver mais ou menos
a nossa idade
-
vai lembrar dos sites
da década de 1990.
-
Até tem lugares, sites,
-
que arquivam essas interfaces.
-
Tem, Web Archiving,
"web.archiving.org".
-
Obrigado por lembrar.
-
Eu estava aqui matutando.
-
Pô, se você pega um site
da década de 1990,
-
experiência do usuário...
-
Meu Deus!
-
Era o terror na terra.
-
E a gente desbravou
aquilo tudo, né?
-
Apanhou para fazer.
-
"Ah, então é assim
que funciona."
-
Teve alguém que falou assim:
"Meu Deus, isso aqui está terrível.
-
Eu vou ajudar o pessoal
a navegar melhor",
-
Essa pessoa merece
ser glorificada.
-
Eu acho que isso que você trouxe
-
é muito da cultura e da experiência
que nós tivemos no passado,
-
de hoje não ter essa paciência
-
de querer assistir o tutorial
-
que, de repente, outra geração
ou outra cultura tem.
-
Eu vejo que os americanos
têm muito dessa cultura.
-
Quando eles compram
uma TV, por exemplo,
-
de abrir a caixa, pegar o manual,
ficar lendo o manual,
-
para depois...
-
Aqui não, aqui a gente já
pega a TV, coloca na tomada,
-
pega o controle remoto,
e vou aprender a mexer.
-
"Ah, tem uma folhinha
aqui explicando.
-
Meu Deus, por que eu
não vi isso antes?"
-
Na melhor das hipóteses,
-
o cara vê uma unboxing,
vê um review.
-
Para falar bem a verdade,
quando eu pego uma coisa
-
e não estou
conseguindo programar,
-
não tem dúvida, YouTube.
-
É uma cultura imediatista,
vai um pouco além de geração.
-
Você está vendo que até...
-
Ele falou assim: "A gente largou
-
o panfletinho do manual
-
para a gente procurar
o tutorial de como montar
-
num site,
-
porque o YouTube é um site,
o Facebook é um site.
-
E a intuitividade
deles faz com que...
-
É muito mais intuitivo eu procurar
numa plataforma como essa
-
do que eu ler um manual...
-
- Com 500 folhas.
- Que é mal diagramado.
-
- Exato
- Nossa, muito mal diagramado.
-
E aí você fica
naquela confusão...
-
- Faço isso, faço aquilo...
- E você acha na internet, né?
-
Por exemplo, como prosetar
o relógio na TV tal, tal, tal.
-
Tem, incrível como tem.
-
Então é muito mais fácil,
muito mais prático, né?
-
É o que eu falei, é
a cultura do imediatismo.
-
A gente tem que ter coisas
que forneçam respostas rápidas,
-
até para coisas que a gente...
-
Não tem como ser mais
rápido que isso, né?
-
A gente chegou num estado
que a gente pergunta para o ar:
-
"Como eu programo essa TV?".
-
E o ar me responde:
"Ainda não chegamos lá".
-
Mas o aplicativo é uma coisa
que, cada vez mais,
-
tem que ser responsivo,
tem que ser rápido.
-
Ninguém vai aturar ficar
no aplicativo de...
-
Eu já fiz, abandonar
o aplicativo de comida
-
porque o negócio ou é lerdo
-
ou mete uma animação
que não tem nada a ver,
-
e, consequentemente...
-
Eu estava com um celular ruim
na época, o carregamento não ia.
-
E existe uma pesquisa,
que inclusive...
-
Eu não vou lembrar
a fonte da pesquisa.
-
Por favor, se vocês
tiverem acesso em casa,
-
pesquisem isso.
-
Mas existe uma média de...
-
Usuários que largam um site
-
se o site demorar
3 segundos para abrir.
-
A otimização é um processo
fundamental também.
-
Não basta você ter uma animação,
-
um Motion Design bem bacana,
-
se ele não tiver otimizado
-
para que o site carregue bem,
para que o site flua bem,
-
para que ele não fique
cheio de travamentos.
-
Boa!
-
Eu quero pegar um gancho
que o César trouxe
-
de múltiplas animações
e tudo mais.
-
Vocês, que são profissionais
que hoje estão na área,
-
atuam no dia a dia
com Motion Design,
-
eu vejo que às vezes o excesso
de animações e transições
-
pode dificultar
a vida do usuário.
-
Não adianta ter um aplicativo
que gira, pula, estoura,
-
sendo que ele não cumpre
com as funcionalidades básicas.
-
Eder, na sua opinião,
-
como a gente consegue
alcançar um equilíbrio
-
entre essas transições
e animações
-
e a usabilidade final
para o nosso usuário?
-
A análise
de otimização do site...
-
Se o site está rendendo bem,
-
é a primeira coisa que se tem
que fazer, identificar...
-
Esse excesso de animações
-
através
de uma percepção sensível
-
que o motion designer
tem que ter.
-
Em tudo, em qualquer trabalho...
-
No caso de interface digitais, porque
a gente está falando de animação.
-
Um monte de animação
não vai ser legal.
-
Se você pegar
para fazer um panfleto,
-
se utilizar o mesmo estilo
-
ou o mesmo objeto várias vezes,
-
ele vai cair num problema
-
que é um dos fundamentos
do design,
-
que é a repetição.
-
Então eu acho que a gente tem que
controlar essa questão de repetição.
-
A gente tem que ter o bom
senso e a sensibilidade
-
de tornar a página fluida.
-
E esse processo exige
o conhecimento do usuário.
-
Então, assim,
quando você conhece
-
como é o comportamento visual
-
diante de uma interface
de usuário,
-
você vai adquirindo
automaticamente
-
e imperceptivelmente
-
essa sensibilidade.
-
E é design.
-
Design tem um objetivo
de frente de arte que é subjetiva.
-
Então, se você tem um objetivo,
-
você tem que cumprir
com esse objetivo.
-
O excesso de animação
vai cumprir o objetivo?
-
Depende de qual
a proposta da interface.
-
Se ele não estiver cumprindo
esse objetivo, então tira.
-
É preciso ter
essa sensibilidade,
-
esse bom senso de saber
avaliar qual é a proposta
-
e qual o objetivo da animação.
-
Com um bom briefing, você
vai à lugares maravilhosos.
-
Sensacional!
-
César, nós falamos aqui
nesse bate-papo
-
sobre micro interações.
-
Traz para nós aí
alguns exemplos.
-
Eu percebo que a micro interação
-
é aquela coisa que às vezes
o usuário não percebe,
-
ele não dá valor,
-
mas aquilo faz
uma diferença enorme
-
na sua experiência
e na usabilidade.
-
Traz alguns outros exemplos
de micro interações
-
para o pessoal que está
assistindo a gente associar...
-
"Hum, isso aqui é
uma micro interação".
-
Por exemplo, quando você vai
preencher uma rede social
-
fora do seu computador,
fora do seu celular...
-
Essa é bem famosa.
-
A gente está acostumado a salvar
-
sem ter mais
que ficar decorando,
-
ou a gente mete
a impressão digital e acessa.
-
Às vezes a gente tem que acessar
o site fora, em outro lugar,
-
a sua rede social... "Qual
a sua senha do Facebook?".
-
- Eu não tenho a menor ideia.
- Não faço ideia
-
Aí você vai tentar entrar
com a sua senha e não funciona.
-
O que acontece normalmente
com o campo?
-
A hora que você digita e erra,
-
ele tende a ficar
na cor vermelha,
-
mas, além disso...
-
A gente até vai comentar sobre isso,
em relação à acessibilidade.
-
Só ficar na cor
vermelha não ajuda.
-
Ele dá uma tremidinha.
-
Isso é uma coisa que acontece...
-
Não vou dizer em todas, né,
-
mas eu acho que a maioria
dos aplicativos que a gente utiliza,
-
quando você erra alguma
informação, ele tende a tremer.
-
Quando você preenche,
de repente, o seu CEP errado,
-
você colocou seis dígitos,
-
o que normalmente
tende a acontecer
-
é ele não te deixa ir para frente.
-
De repente ele
vai subir a página
-
e vai mostrar o erro
com uma cor diferente,
-
onde que você errou.
-
Então, essas interações,
desde movimento,
-
desde a alteração de cor,
ou os dois juntos,
-
preferencialmente
os dois juntos,
-
vai mostrar uma espécie
de reforço quando você acerta,
-
ou ao contrário, quando
você erra, que é o caso aqui.
-
São coisas
que realmente tendem a...
-
Reforçar,
-
para que você não faça mais
ou você preste atenção,
-
ou para que, de repente,
quando você dá um like...
-
É uma coisa até
um pouco mais recente.
-
Você dá um like ou você dá
um coraçãozinho, dá um parabéns...
-
Ainda existe isso no Facebook,
-
de você colocar parabéns,
tem serpentina?
-
Sim.
-
Então, isso é um reforço,
é uma interação,
-
que causa ali
uma conexão emocional.
-
Porque, assim...
-
A parte do motion
-
pega um pouquinho
de referência...
-
Atenção! Um pouquinho, tá?
-
De referência dos doze passos,
doze fundamentos da animação,
-
que é um livro que surgiu
lá na década de 1980,
-
que foram observações feitas
principalmente com produções da Disney.
-
Então não é alguém
que veio da regra.
-
É alguém que achou
elementos em comum.
-
E que vai influenciar
de alguma forma
-
os doze fundamentos do UX.
-
Qual a diferença
de um e de outro?
-
Da animação, é para criar
uma conexão emocional,
-
do UX para criar uma...
-
Ele tem um sentido mais...
-
- Como eu posso dizer?
- Experiência.
-
Experiência.
-
Então você vai juntar um
com o outro, entendeu?
-
Fique mais no UX, tá?
-
Mas a questão da animação
-
para te trazer uma conexão
emocional é fundamental.
-
A experiência é muito boa,
mas quando você sente ali
-
que tem uma...
-
A questão de você dar
like ou um coração
-
e ter toda uma animação,
uma alimentação,
-
um feedback,
-
torna a sua experiência
muito mais emocional,
-
que é importante também.
-
É bom que o aplicativo
funcione,
-
mas essa conexão emocional
também é fundamental.
-
Essas micro interações geralmente
trazem um pouquinho dos dois.
-
Sem dúvida, sem dúvida.
-
Vamos fazer agora
uma viagem no tempo
-
e voltar lá para 2009.
-
2009 foi um ano em que começou
-
a surgir os primeiros aplicativos
-
após o lançamento
de AppStore, Google Play,
-
a antiga Play Store.
-
Era uma época que tinha
diversos Smartphones,
-
um leque com Windows Phone,
-
BlackBerry, iOS,
-
Android, entre outros.
-
Voltando agora
para os dias de hoje,
-
nós temos a grande concentração
-
entre usuários Android e iOS.
-
Eder, muda alguma coisa
de Android para iOS
-
quando o assunto é motion,
ou é tudo a mesma coisa?
-
Eu acho que tem muito a ver
com as diretrizes do design.
-
Eu sou péssimo com nome,
mas, por exemplo,
-
o Android usa muito
o Material Design do Google.
-
Tem essas...
-
Essas diferenças que são
muito estéticas, de estilo.
-
Por exemplo, o Material
Design é mais flat.
-
Você se lembra qual é
o nome do material...
-
Perdão por não lembrar.
-
Capaz que eu lembre no meio.
-
Mas o UX também
usa um estilo de...
-
Um Guidelines?
-
Alguma coisa assim.
-
Human Interface Guidelines.
-
Eu acho que eles têm
menos de flat.
-
Eles mexem mais
com sombreamento
-
e profundidade através de luzes.
-
Então tem essa diferença de diretrizes,
-
e de softwares que você vai usar, né,
de ferramentas que você vai usar.
-
Então você pode usar...
-
No Android, você pode usar Lottie,
você pode usar o After Effects,
-
para converter as suas
animações em JSON...
-
Em Flutter.
-
Assim, tem várias ferramentas
-
que diferenciam,
-
que são utilizadas
em cada sistema.
-
Tem suas diferenças,
-
mas o fundamento é o mesmo.
-
O fundamental é o mesmo,
-
desde que a gente
consiga respeitar ali
-
o Guidelines, né?
-
Traduzindo
para o pessoal de casa,
-
é um conjunto de boas práticas
que cada sistema operacional usa.
-
E vale destacar também
-
que são fundamentais
muitas vezes
-
para o aplicativo
ser aceito na loja.
-
Porque, às vezes, se você coloca lá
um botão que foge da proposta
-
ou um botão menor,
-
o que a Apple,
o que o Google, pensam?
-
"O meu usuário vai ter dificuldade
de clicar nesse botão".
-
E aí, o que ele vai falar?
-
"Ah, esse aplicativo é ruim"?
-
Ele vai falar: "Esse
iPhone não presta".
-
Então eles são bem preocupados
com essa questão.
-
Nos projetos que você
já tocou, César,
-
você sentiu muita diferença
de iOS para Android
-
na hora de pensar em motion?
-
É que normalmente, Gustavo,
-
o iOS tem uma questão
com a sobreposição
-
e de arrastar para o lado.
-
Eles também têm uma questão
-
em relação a você não começar
o movimento muito perto da borda.
-
É uma recomendação que eles dão.
-
Não é bem uma recomendação.
-
Não pode, tá?
-
E no Android,
ele é um pouco mais...
-
Eu não sei como é hoje em dia,
-
mas se tinha uma certa cultura
-
de que o iOS era
um pouquinho mais chatinho.
-
Só que, assim, como você falou,
-
a gente está muito mais
em Android e iOS hoje.
-
As diferenças de tamanho de tela
-
são muito menores no iOS
do que no Android.
-
No Android, você tem uma variedade
imensa de tamanhos,
-
e você tem que trabalhar
em cima disso.
-
E a questão das transições
é assim:
-
"Ah, mas a transição
no iOS é mais suave".
-
É o que ele falou.
-
Eu acho que é muito mais
uma questão de...
-
É tão sutil, tão sutil,
-
que às vezes torna
imperceptível para o usuário.
-
Então é mais uma questão
de detalhe técnico mesmo.
-
E a questão do design
como um todo,
-
se você comparar o WhatsApp
em um e em outro,
-
é uma diferença do tipo...
-
Ah, um detalhe.
-
O iOS tinha uma preferência
no modo de transição,
-
que é o de expandir,
-
também chamado...
-
Eu vou tentar traduzir aqui.
-
É obscurecer,
se não me engano.
-
Onde você aplica ali...
-
Clica em uma determinada tela,
-
ela expande,
-
só que, o que está atrás,
não desaparece,
-
que é para te manter
o senso de direção,
-
para você não ficar perdido.
-
Só que, assim, o Android
também está fazendo isso.
-
Então, voltando para o WhatsApp,
-
a única diferença que eu vi,
visualmente falando,
-
o WhatsApp de um para o outro,
-
é que, em cima do Android,
tem uma faixinha verde
-
para fazer a barra superior
ser dividida em duas.
-
A superior do iOS é uma faixa
única com uma cor só.
-
Então, assim, são coisas que...
-
Eu acho que, antigamente, o iOS
era um pouco mais temido.
-
Mas hoje a coisa acabou
convergindo um pouco
-
e eu não vejo tantas
diferenças assim.
-
A questão de você arrastar
para o lado ou não...
-
Muita coisa do Android
funciona assim hoje em dia.
-
É, essa convergência, a gente
discutia muito isso no passado,
-
as diferenças
de um para o outro.
-
O iPhone tinha um botão
voltar no aplicativo.
-
O voltar do Android já é
nativo do próprio aparelho.
-
Tinham essas diferenças.
-
Mas esse lance da convergência
é muito legal, Eder,
-
porque a gente percebe
que as empresas olham e falam:
-
"Por que eu estou querendo
reinventar a roda?
-
Se meu usuário já sabe
que o carrinho de compra
-
é no canto superior direito,
-
por que eu vou inventar
moda e colocar embaixo?".
-
Porque as pessoas já
estão associando,
-
inclusive no caso do motion,
que é o nosso papo aqui,
-
os gestos, os movimentos,
-
o arrasta para cima,
o double tap.
-
iOS, Android,
-
são as nossas principais
plataformas de Smartphones,
-
quando gente fala
de sistema operacional.
-
Mas e quando a gente fala
num passo anterior
-
ao desenvolvimento do aplicativo,
-
o protótipo,
-
quais ferramentas
vocês indicam hoje
-
para a gente prototipar
esses aplicativos
-
já pensando nas animações?
-
Figma, você pode animar
no Figma também.
-
Eu acho que é o mais comum.
-
Tem o Sketch.
-
O After Effects também.
-
Essas ferramentas todas,
você consegue prototipar,
-
e, de alguma forma,
elas têm suas integrações.
-
A tecnologia
é tão bacana hoje
-
porque você consegue permear
-
por todos os cantos,
por todas as ferramentas,
-
sem necessariamente sair,
abandonar outra ferramenta,
-
porque elas estão integradas.
-
São algumas.
-
Mas aí tem diversas ferramentas.
-
Tem o Lottie, né?
-
É, o Lottie.
-
Essa eu não conhecia.
-
O que ela faz?
-
- Está certo o nome, né, Lottie?
- É, Lottie.
-
Ele tem o modo...
-
Para a galera que já trabalha
mais com programação,
-
porque ele te fornece
o arquivo JSON...
-
Depende como a pessoa pronuncia.
-
Se você não souber programar,
-
vai precisar de algum
desenvolvedor,
-
que ele te dá o código, que é
um código mais facilitado inclusive,
-
ele é mais fácil, ele roda
inclusive muito mais rápido.
-
E tem a versão mais
prática e multiuso.
-
Qualquer um pode pegar.
-
Você pode baixar uma animação
que você precisa colocar no teu...
-
Alguma publicação que você
vai fazer de repente no Instagram.
-
Aí você quer, de repente,
-
uma caixinha de som tocando.
-
Você coloca lá uma caixinha
de som tocando.
-
Aí você acha a caixinha
de som, animada,
-
você consegue mudar
essa caixinha de som.
-
Não precisa programar do zero,
-
tanto o fundo quanto a figura,
-
e você consegue adaptar,
-
de que maneira ela vai se mexer,
de que maneira ela vai animar,
-
e você consegue baixar em MP4,
-
GIF...
-
E o JSON.
-
Então, se você já baixa no formato
para você utilizar na hora,
-
você mexe na sua publicação
imediatamente.
-
Você transforma vetor,
ou imagem,
-
que é superpesado, em código,
-
e aí você pode levar
para o VS Code
-
e o front-end pode só aplicar
-
o código JSON no site dele
-
e vai ter a animação lá.
-
E caso você queira
uma funcionalidade de cliques
-
aí é código,
-
muitas vezes em CSS
ou alguma coisa em JavaScript.
-
Sensacional!
-
Essa então seria uma forma
de pular uma barreira.
-
Quando a gente fala em animação,
-
quando a gente volta lá
para meados dos anos 1990,
-
vocês devem lembrar
do Adobe Flash.
-
Nossa! Eu tinha certeza absoluta
que você ia levar a gente
-
para o fundo do...
-
Não, eu estou brincando, Flash.
-
Você foi muito útil
por muito tempo.
-
Resgatei agora o Adobe Flash.
-
- Eu fiz um curso em 2008...
- O terror dos web designers.
-
Flash CS5.
-
O Flash era traumático.
-
Era pesado
e prejudicava a experiência.
-
O carregamento do site,
-
o aplicativo, na época,
não existia ainda,
-
os Smartphones são pós 2007.
-
Mas quando a gente fala
desses desafios técnicos,
-
esse é um exemplo que você deu,
-
de converter em SVG,
converter em código
-
para não prejudicar
a performance do aplicativo.
-
Tem outras dicas e truques?
-
É sobre o usuário,
-
é tudo sobre o usuário
-
é o que ele precisa,
o que ele quer,
-
para ter a melhor experiência
possível diante de uma tela.
-
Eu acho que é sobre isso.
-
O UX Motion...
-
A gente estava conversando
sobre isso, né, César?
-
O código hoje...
-
Eu sei que muita
gente torce o nariz,
-
principalmente quem
não é da programação.
-
Mas é algo que a gente
tem que lidar.
-
Eu não gosto de ser clichê,
-
mas normalmente é clichê
porque é verdade, né?
-
É um novo idioma,
um novo inglês.
-
A pessoa que hoje está preparada
para lidar com código,
-
ela está um passo
na frente dos outros.
-
Opa! Então quer dizer que, mesmo
eu só trabalhando ali com design,
-
eu tenho que sair
da minha zona de conforto
-
e entender um pouquinho
o que aquele código faz?
-
Se você vai pegar
um arquivo JSON
-
na hora que você exportar
uma animação Lottie,
-
você precisa saber
o que está escrito ali.
-
Vai ter uma série de sintaxes,
parâmetros e valores
-
que você precisa saber
-
até para que você
possa otimizar melhor
-
o seu site, caso necessário.
-
E quando você tem
o domínio dessas ferramentas,
-
você fica muito mais tranquilo
-
para lidar
com as resoluções dos problemas.
-
E da mesma forma que o designer
-
começou a aprender
um pouquinho de código,
-
é importante o desenvolvedor
também sacar
-
o que o designer pensou
para aquela aplicação.
-
Conte para nós, César,
-
vocês, que estão
no mercado hoje,
-
dá muito ruim se os dois
não se conversarem,
-
não se entenderem ali?
-
Ah, dá muito péssimo.
-
Às vezes eu percebo...
-
Até leio em alguns fóruns
de vez em quando nos comentários,
-
algum designer vai lá, coloca
mais ou menos a arte dele,
-
uma noção do que ele
pretende fazer,
-
que é o protótipo dele, e aí
tem lá o comentário de alguém:
-
"Quero ver o dev se virar
para fazer isso".
-
Ele que lute, né?
-
É, ele que lute.
-
Até os membros, que eu vejo
de vez em quando, um dev olhando...
-
"Mano, que mundo
esse cara vive?".
-
É importante para você saber...
-
É de maneira geral, tá?
-
Boa parte de qualquer
área de criação,
-
você sempre tem
uma fragmentação,
-
e essa fragmentação
inclusive tende a ir sumindo...
-
A fragmentação de áreas,
por exemplo.
-
Então, só para dar um exemplo,
a gente estava conversando ali atrás,
-
eu pego algumas vagas de vez
em quando para designer instrucional
-
e eu vejo algumas especificações
que eles pedem.
-
Só retomando rapidinho
a questão da programação,
-
do seu novo inglês.
-
Aí você tem lá o que eles pedem
como designer instrucional,
-
que é uma coisa ligada
à pedagogia, essencialmente.
-
Mas eles já transformaram
o pedagogo
-
também em designer, entendeu?
-
E agora, não
não contente com isso,
-
eu pego umas empresas,
grandes inclusive,
-
pedindo para saber fazer isso aqui,
-
o audiovisual, captação
e edição, a parte de design,
-
a parte de motion,
e programação.
-
Eu tenho vontade
de responder na entrevista:
-
aceitam fritas também?
-
Realmente é importante você ter
-
um mínimo de conhecimento,
-
por exemplo, que é o que eu
tenho em programação,
-
para você saber, na hora
de você pedir uma transição.
-
por que você quer
aquela transição.
-
É realmente necessária
aquela transição?
-
Ela está extrapolando
a parte artística e egocêntrica,
-
sempre vou falar,
da sua parte como designer.
-
Mas ela realmente é necessária?
-
Desenvolvedor, DB, vem aqui:
-
isso aqui realmente
pode prejudicar
-
a fluidez do nosso sistema?
-
"Pode."
-
"O que a gente pode fazer?"
-
"Olha, você pode, de repente,
tirar a FPS, por exemplo."
-
Ou se não, "Tem realmente..."
-
Agora o desenvolvedor
para o designer.
-
"Tem realmente a necessidade
-
de você meter
essas transições aqui?
-
Você não pode adaptar?".
-
Então é sempre bom
a gente ir um pouco além
-
daquela questão do... "Não,
botem os dois para jantar juntos".
-
Não, amigo,
não é isso que vai...
-
É você colocar os dois
para trabalharem juntos.
-
O que eu percebo
é que, cada vez mais...
-
Inclusive a gente estava
conversando sobre isso,
-
que os designers estão...
-
Até vendo um pouco do futuro.
-
Indo para a parte de programação,
necessariamente.
-
Primeiro, porque talvez ele não
seja um baita desenvolvedor,
-
mas ele minimamente sabe
o trabalho que aquilo ali dá.
-
Então ele vai ter consciência
de... "Não, espera um pouquinho.
-
A hora que o cara ali
for desenvolver..."
-
Eu estou pesando a mão.
-
Então, num primeiro momento,
-
é botar os dois para que eles
demonstrem, primeiro,
-
qual é a função da minha questão
-
prática do design,
artística também, claro,
-
e principalmente
o caminho contrário,
-
que é você ver
o desenvolvedor...
-
"Olha, qual é ...".
-
Não é só o trabalho
que eu vou ter, entendeu,
-
mas olhe o tanto de recurso
e tempo, que são fundamentais.
-
Às vezes eu não tenho tempo.
-
E olha quanto eu vou gastar.
-
"É realmente necessário?"
-
"Não é, cara, me desculpe.
-
Eu vou fazer isso aqui."
-
Então, essa parte
de trabalho em equipe,
-
um saber as dificuldades
do trabalho do outro,
-
você pode pegar isso
e aplicar em qualquer área
-
de criação que você quiser.
-
Muito bom!
-
Então estamos enxergando aqui
tendências do mercado.
-
Falamos do passado,
e agora nós vamos falar
-
do futuro barra presente.
-
Eder, como você enxerga
-
o papel da Inteligência
Artificial hoje,
-
em tempos de IAs generativas
-
desempenhando um papel
nessas animações e transações?
-
A IA, por si, tem a tendência
-
de automatizar os processos
criar padrões.
-
Eu acho que isso é inevitável,
já está acontecendo muito.
-
Eu acho que talvez...
-
Eu não sou futurista,
-
mas eu acredito
-
que a tendência
é a integração de IAs
-
em novos processos tecnológicos,
por exemplo, Realidade Aumentada...
-
Como a IA vai se integrar
com a Realidade Aumentada.
-
Como a IA vai subsidiar...
-
O Motion Design.
-
Já tem hoje IAs
que criam animações.
-
Eu acho que é tudo
uma questão agora de aperfeiçoar.
-
Eu acho que, com o tempo,
isso vai aperfeiçoando.
-
Eu acho que tem a ver mais
-
com a automatização
de funcionalidades.
-
Porque o Motion Design
-
são funcionalidades e emoções,
-
então ele caminha entre...
-
Ele transforma algo técnico
em algo humano.
-
Eu vou ser mais...
-
Eu acho que eu vou ser
mais preciso agora.
-
Ele faz com que,
-
através das ferramentas dele,
-
o usuário tenha sensações.
-
Eu acredito que a IA vai entrar aí,
-
vai otimizar esses processos,
automatizar esses processos,
-
para que as sensações
sejam mais...
-
Sensacionais.
-
Quase parafraseando
o Djonga aqui...
-
Num podcast sobre UX Motion.
-
Mas é válido.
-
Grande Djonga!
-
Então é mais sobre isso,
-
como a IA pode melhorar
essa navegação
-
a ponto do usuário
se sentir mais confortável.
-
Aí é um mundo de possibilidades.
-
Mas eu acredito muito que está
nessa construção de padrões
-
e automatização
das funcionalidades.
-
Na sua opinião, César,
até onde ajuda
-
e até onde é um ponto de atenção
-
para os profissionais
que trabalham com isso
-
e usam a IA no seu dia a dia?
-
Taí um tema que, se você deixar,
eu vou ficar duas horas aqui falando.
-
Me deixe fazer um recorte então.
-
Eu acho que, a princípio...
-
Ele tende a facilitar a automatização
de alguns processos.
-
Então ele tende, de repente...
-
A facilitar alguns trabalhos
um pouco mais simples,
-
onde você precisa
de umas transições mais...
-
Porque a Inteligência Artificial,
na verdade, não cria, tá?
-
Ela depende de repositórios
e treinamento.
-
Então, muitos artistas,
inclusive da área,
-
têm reclamado porque
eles percebem
-
que muitos trabalhos deles
têm sido roubados.
-
Sabe aquele negócio,
copia mas não faz igual?
-
Você tem artistas
de diversos setores...
-
Roube como um artista.
-
Exatamente.
-
E o que é bem verdade, né?
-
Historicamente falando,
sempre se roubou muito.
-
Só que, quem é
roubado, não gosta.
-
Então você tem vários ilustradores,
por exemplo, que percebem:
-
"Opa, esse estilo aqui é meu!",
-
e não ganham uma vírgula
por causa disso.
-
Nossa!
-
Então a coisa precisa passar
por uma regulamentação.
-
Mas, num primeiro momento...
-
E também tem muita a questão
-
de um certo terrorismo
momentâneo em relação...
-
"A IA vai roubar o seu trabalho.
-
Então, compre a sua IA,
aprenda com a gente,
-
mas pega o pacote pago".
-
Entendi. Vocês estão tentando
fazer uma venda,
-
cada IA está tentando fazer
a sua venda, entendeu?
-
Num primeiro momento, eu acho
que o que você pode fazer,
-
se você é da área de design,
é: vá fazer programação.
-
É essencial.
-
Eu acho que tem uma coisa que é
importante também, que é moderação.
-
Use com moderação,
porque a sua ferramenta
-
é muito mais
que um After Effects,
-
com o Lottie, com...
-
A sua ferramenta é
o processo criativo.
-
É o justificativo, né?
-
Então, quanto mais você usa...
-
Eu não queria usar
esta metáfora,
-
mas é que me vem
à cabeça agora.
-
É como se fosse uma droga a IA.
-
Eu não estou subjugando as IAs.
-
Eu acho que elas
têm muita utilidade.
-
Mas um uso excessivo
vicia o teu processo criativo...
-
A depender da IA
para poder criar.
-
E no design,
na arte como um todo...
-
Você precisa aguçar
o seu processo criativo.
-
Isso se baseia em referências,
-
em influências
do seu meio social.
-
Então, busque
muitas referências.
-
Vá em museus, vá em teatro,
-
vá em exposições,
-
e use a IA com moderação,
-
porque se você usar
com moderação,
-
você vai manter seu processo
criativo, vai estimular,
-
e aí você vai ter toda...
-
A capacidade
de oferecer o seu trabalho
-
da melhor maneira possível,
sem se condicionar,
-
se limitar a uma ferramenta.
-
Essa parte de se condicionar
é boa também
-
na questão
de às vezes você ficar...
-
Às vezes o cara que é designer,
-
se ele começar
a utilizar muito a IA,
-
ele vai ficar preso a um certo
nicho de estilo, vamos dizer assim,
-
e ele acaba não
inovando, entendeu?
-
Então a questão de você ficar
pegando referência,
-
é que às vezes você
tem um insight...
-
"Opa! Peraí...",
-
que é o que a gente
chama de inovação, né?
-
Porque a parte de inovação...
-
Eu sempre falo
para o pessoal de criação:
-
você não vai criar
nada do zero, tá?
-
Então, assim, perca essa ilusão
e perca esse peso nas costas,
-
porque às vezes o pessoal da área
de publicidade tem muito esse peso.
-
"Bom, mas como eu vou criar
alguma coisa do nada?".
-
Não é do nada, meu amigo!
-
Assim...
-
É uma escola pedagógica
que tem alguns milhares de anos.
-
Primeiro você vai
aprender a copiar.
-
É copiar mesmo.
-
Só não vende.
-
Você vai aprender a copiar.
-
Aí você vai copiar,
copiar, copiar...
-
Isso é em qualquer área,
em qualquer faculdade.
-
Ele vai reclamar com você...
-
"Mas eu não vim aqui para ser
reprodutor ou falsificador.
-
Eu vim aqui para criar".
-
Calma! Agora, todas
essas cópias que você fez
-
de diversos segmentos,
várias referências,
-
você vai criar o seu.
-
Então você vai fazer
um aplicativo para...
-
Não sei... Comida.
-
Pega o que melhor
você teve de experiência
-
em todos esses aplicativos.
-
Então a transição,
eu vou pegar desse,
-
de repente, uma micro interação,
eu vou pegar desse,
-
e um outro recurso, de feedback,
eu vou pegar desse.
-
Então você pegou todos,
-
adaptou para o estilo
que você melhoraria
-
"Essa micro interação é legal,
mas pode melhorar".
-
Pronto, tudo o que você
consumiu, você pegou,
-
juntou, transformou,
e criou o seu.
-
Isso chama-se inovação.
-
Você não criou nada.
-
Cópia diferente de plágio, né?
-
É diferente de plágio.
-
Plágio é uma coisa que você pega,
-
que não é sua, para fazer
como se fosse sua.
-
A mesma coisa se você
pegar o iFood aqui,
-
você vai lá e faz exatamente
a mesma coisa, e muda a cor.
-
Amigão...
-
Você não inovou, entendeu?
-
Essa questão da criação,
calma, baixe a bola,
-
pegue referências, e aí
você vai ter um insight.
-
Como você vai ter insight
se você não tem referências?
-
Foi o que ele falou.
-
Exatamente.
-
Não preciso reinventar a roda.
-
O problema da Inteligência
Artificial, o meu medo,
-
é que ela comece
a encaixotar demais as pessoas,
-
que as pessoas fiquem
muito confortáveis.
-
Porque criar dá trabalho, hein?
-
Então eu vou ficar muito encaixotado
aqui na Inteligência Artificial,
-
vou lá, faço o prompt,
ele vai criar,
-
e para o mercado está bom.
-
Não é assim.
-
Esse é um bom ponto.
-
E, infelizmente, estamos chegando
ao final deste bate-papo.
-
Passou super-rápido!
-
- Meu Deus! Já?
- Voa!
-
A gente não pode ficar
mais três horas aqui?
-
O papo está bom, e eu tenho
certeza que o pessoal de casa
-
continuaria escutando a gente.
-
Mas estamos chegando ao fim.
-
E, para finalizar,
a gente vai fazer aqui
-
um exercício de futurismo.
-
Depois da Inteligência Artificial,
-
quais são outras tendências
que vocês imaginam
-
para essa área de Motion Design?
-
O que vem pela frente, Eder?
-
Caramba, cara!
-
Eu acho que o fortalecimento
das IAs mesmo.
-
Porque, assim...
-
É o que está em voga hoje, né,
-
e ela está só no começo,
-
então ela está mudando
alguns paradigmas.
-
Eu acho que a gente ainda
tem muito para explorar.
-
E dentro do que a gente
pensa por IA,
-
muita coisa pode aparecer.
-
Integrações, superagentes...
-
Então, para mim, isso cria
uma cortina de fumaça.
-
Eu acho que está muito aberto
e tem muita coisa nova para surgir.
-
Eu acho isso muito bacana.
-
Então eu acredito nisso,
muitas integrações...
-
E a IA conseguindo
transformar funcionalidades
-
que às vezes
a gente fazia na unha,
-
melhorando processos...
-
Converter o código, que já
está fazendo isso hoje.
-
Eu acredito que vai por aí.
-
Isso pensando
num futuro próximo.
-
Mas um futuro distante,
-
eu não conseguiria prever,
-
ou tentar prever.
-
Infelizmente,
eu não tenho esse...
-
Essa qualidade de Mãe Dinah.
-
Eu acho que IA,
-
eu acho que a IA vai dar
muito o que falar ainda.
-
E já está dando, né?
-
Pouco tempo atrás,
teve o DeepSeek aí
-
causando um fervor no mercado.
-
Que tem a ver
muito com inovação.
-
Mas isso é um assunto
para um outro bate-papo.
-
Mas com certeza.
-
Eu acho que a IA
vai se aprofundar
-
e a gente vai descobrir muitas
coisas bacanas ainda com IA.
-
Boa!
-
E, na sua opinião, César?
-
Eu vou me contrariar só para dar
um outro ponto de vista.
-
Então vamos lá!
-
Eu acho que, em história...
-
Um dos meus negócios é...
-
Eu estava fazendo
faculdade de história.
-
Tive que dar uma pausa.
-
Mas, assim, em história
-
tem uma coisa que a gente
chama de filosofia da história,
-
que é uma tendência...
-
As pessoas tendem
a achar que isso existe,
-
que a história se repete.
-
Não, tá?
-
Cada momento histórico
tem um contexto.
-
Mas...
-
Agora eu vou me contrariar.
-
Eu acho que, se você
parar para ver...
-
Eu conheço algumas produtoras,
-
inclusive uns designers freelas,
-
que eles prestam serviço
para algum cliente,
-
e o cliente faz
questão de enfatizar
-
que toda aquela campanha
foi feita com IA
-
mesmo que não tenha sido, tá?
-
Teve um desenvolvedor.
-
É só bater o carimbo...
-
- "Olha como somos inovadores" e tal.
- "Usamos IA."
-
E teve um momento na história,
no século XIX
-
durante a Revolução Industrial...
-
Porque, assim, a gente teve
a serialização de produtos,
-
de qualquer coisa, copos, canecas.
-
Então são produzidas em série,
-
e que facilita
que muita gente tenha.
-
E isso é um efeito bom porque facilita
que todo mundo tenha, é mais barato.
-
Só que, assim, todo mundo tem.
-
Isso cria um efeito contrário,
-
que nasce principalmente
com Morris e com Ruskin,
-
que eram defensores
de uma cultura do artesanal,
-
e que você tem público
para isso até hoje.
-
Você pode perceber,
de repente...
-
"Ah, por que essa caneca
aqui custa 500 reais
-
sendo que eu posso comprar
uma caneca igualzinha em qualquer lugar
-
que custa 15, 10 reais?".
-
- Porque ela é única.
- Porque ela é única...
-
Ela foi feita à mão,
que é o mais ou menos...
-
Aquele carro inglês
que é feito inteiro à mão.
-
Ele é costurado à mão,
ele é pintado à mão.
-
Então eu acho que, num futuro
médio, vamos dizer assim,
-
vai ter uma certa tendência
de algumas empresas
-
colocarem o selo feito
manualmente, para fugir....
-
Handmade...
-
- Valorização.
- Isso aqui não é...
-
De Inteligência Artificial não.
-
- Isso aqui foi...
- E faz todo sentido, né?
-
- Mesmo que você esteja se contrariando.
- Eu estou me contrariando, tá?
-
É um ciclo da história, tá,
-
mas é uma tendência possível,
-
da pessoa virar e falar:
-
"Não, o nosso trabalho,
a nossa campanha,
-
foi feita por pessoas.
-
Teve ali um roteirista
consagrado,
-
teve ali um designer consagrado,
-
um programador consagrado.
-
Então, pessoas.
-
É um trabalho
muito mais humano.
-
Talvez não dure tanto,
mas eu tenho certeza...
-
Certeza não, eu acho
que isso é uma tendência
-
a aparecer no médio prazo.
-
À curto prazo, eu acho
que vai ser essa febre, IA...
-
No fundo, as tendências
estão sempre em movimento.
-
- Elas vão e voltam, né?
- Sim...
-
E de maneira contraditória.
-
A gente está falando disso,
-
e hoje eu falei que é verdade,
-
porque eu estava vendo
sobre isso, sobre vídeos.
-
As pessoas estão mais
procurando vídeos
-
onde elas enxergam a verdade,
-
do que um vídeo
totalmente editado,
-
aquela coisa toda.
-
Isso era uma tendência
no começo do YouTube, né?
-
Ele nasce dessa maneira.
-
Aí depois se exigiu
uma qualificação...
-
Megas produções.
-
E agora está retornando.
-
Está em movimento.
-
O mundo é cíclico, né...
-
- Moda, design.
- São contradições, dinâmicas...
-
São dialéticas, né?
-
Se vem um,
tem que vir o outro...
-
Normalmente é uma tendência.
-
É por isso que cria a ilusão
de que a história é cíclica.
-
Mas é uma questão de...
-
De certa forma, é previsível,
de certa forma.
-
Que loucura!
-
Falamos de tecnologia,
falamos de Inteligência Artificial,
-
design, história, filosofia.
-
Rendeu muito.
-
Muito mais que um podcast,
uma verdadeira aula.
-
E eu quero me despedir de vocês.
-
Muito obrigado, Eder!
-
Eu que agradeço,
pelo amor de Deus!
-
É uma honra para mim estar aqui,
-
nesse videocast da FIAP,
que é maravilhoso.
-
Já assisti vários.
-
Estar com você,
que é uma figura conhecida
-
na área de tecnologia brasileira,
-
quem sabe até global.
-
Aí eu não sei.
-
Mas eu conheço você daqui.
-
E ter conhecido o César,
-
um cara sensacional, fantástico.
-
O que eu posso dizer
sobre Motion Design
-
é que as pessoas
que têm vontade de fazer,
-
vão à fundo,
porque Motion Design
-
é você dar movimento
a uma ideia...
-
É você criar algo
-
que vai ter vida de alguma
forma, entendeu?
-
Então, nada mais
prazeroso e satisfatório
-
que você finalizar um projeto
de Motion Design
-
e você ver aquele projeto
em movimento.
-
Então, vão e façam.
-
Eu sou suspeito
-
porque eu defendo com unhas
e dentes a minha profissão,
-
mas vale a pena demais,
vale a pena mesmo.
-
César, foi um prazer enorme
-
contar com você aqui
nesse nosso podcast.
-
Eu que agradeço, e muito
obrigado aos dois pela aula,
-
o pessoal da produção inclusive,
-
por toda a delicadeza,
toda a gentileza.
-
Podcast
é muito bacana.
-
Parabéns para a FIAP por todo
investimento que faz,
-
infraestrutura, em conteúdo.
-
Satisfação enorme estar aqui.
-
E Motion Design é
emoção e eficiência.
-
Agradeço novamente vocês.
-
Agradeço a você, que ficou
até agora aqui com a gente
-
assistindo ou ouvindo
esse podcast.
-
E você aprendeu
que o papel do Motion Design
-
vai muito além de estética.
-
Estamos falando aqui
de fluidez, dinamismo,
-
uma melhor
experiência do usuário.
-
Parece clichê, mas não é.
-
Nós estamos a um toque
-
de tudo isso
se tornar realidade.
-
Um grande abraço
e até a próxima!