< Return to Video

Um guia para acabar com o envelhecimento

  • 0:00 - 0:02
    O limite de 18 minutos é brutal,
  • 0:02 - 0:04
    por isso vou direto à questão,
    sem rodeios,
  • 0:04 - 0:06
    logo que ponha esta coisa a funcionar.
  • 0:06 - 0:08
    Vou falar de cinco coisas diferentes.
  • 0:08 - 0:11
    Vou explicar porque é desejável
    vencer o envelhecimento.
  • 0:11 - 0:14
    Vou explicar porque
    temos de dar a cara
  • 0:14 - 0:15
    e falar mais sobre isto.
  • 0:15 - 0:17
    Também vou falar da viabilidade, claro.
  • 0:17 - 0:19
    Vou explicar
    porque somos tão fatalistas
  • 0:19 - 0:21
    quanto a combater o envelhecimento.
  • 0:21 - 0:24
    Depois talvez fale, na segunda
    parte da palestra,
  • 0:24 - 0:28
    sobre como podemos provar
    que o fatalismo é uma coisa errada,
  • 0:28 - 0:30
    ou seja, fazendo alguma coisa
    quanto a isso.
  • 0:30 - 0:32
    Vou fazer isso em duas etapas.
  • 0:32 - 0:34
    A primeira é sobre como passar
  • 0:34 - 0:37
    de aumentar a vida num número de anos
    relativamente modesto
  • 0:37 - 0:39
    — que vou estabelecer em 30 anos,
  • 0:39 - 0:43
    aplicados a pessoas
    que já são de meia-idade —
  • 0:43 - 0:46
    para um ponto a que podemos chamar
    "vencer o envelhecimento".
  • 0:46 - 0:49
    Ou seja, essencialmente
    a eliminação da relação
  • 0:49 - 0:52
    entre a idade que temos, e a probabilidade
    de morrermos no ano seguinte
  • 0:52 - 0:54
    — ou talvez, de ficarmos doentes.
  • 0:54 - 0:55
    A última coisa de que vou falar
  • 0:55 - 0:57
    é como chegar a esse ponto intermédio,
  • 0:57 - 1:01
    a esse ponto de 30 anos
    de extensão de vida.
  • 1:01 - 1:04
    Vou começar a explicar
    porque é que devemos fazê-lo.
  • 1:04 - 1:05
    Agora, quero fazer uma pergunta.
  • 1:05 - 1:08
    Mãos no ar. Quem é que
    está a favor de malária?
  • 1:08 - 1:09
    Esta era fácil.
  • 1:09 - 1:12
    Mãos no ar. Quem, no público,
    não tem a certeza
  • 1:12 - 1:14
    se a malária é uma coisa boa ou má?
  • 1:14 - 1:16
    Bom. Todos nós pensamos
    que a malária é uma coisa má.
  • 1:16 - 1:18
    Ainda bem, era a resposta
    que eu esperava.
  • 1:18 - 1:20
    Agora, gostava de vos sugerir
  • 1:20 - 1:23
    que pensamos que a malária é uma coisa má
  • 1:23 - 1:28
    por causa da sua característica que
    é comum com o envelhecimento.
  • 1:28 - 1:30
    E a razão é esta.
    [Porque mata pessoas!!!!!]
  • 1:30 - 1:33
    A verdadeira diferença
    é que o envelhecimento
  • 1:33 - 1:35
    mata muito mais pessoas do que a malária.
  • 1:35 - 1:38
    Nas palestras,
    em especial na Grã-Bretanha,
  • 1:38 - 1:42
    gosto de fazer a comparação
    com a caça à raposa,
  • 1:42 - 1:45
    que o governo proibiu, há meses,
    após uma longa luta.
  • 1:45 - 1:48
    Eu sei que tenho
    uma audiência compreensiva,
  • 1:48 - 1:51
    mas nem toda a gente se deixa
    convencer por esta lógica.
  • 1:51 - 1:53
    E esta parece-me
    uma comparação bastante boa.
  • 1:53 - 1:55
    Há muita gente que diz:
  • 1:55 - 2:00
    "Gente da cidade não tem nada que
    vir dizer à gente do campo o que fazer.
  • 2:00 - 2:02
    "É um aspeto tradicional
    do nosso modo de vida
  • 2:02 - 2:04
    "e devíamos poder continuar a fazê-lo.
  • 2:04 - 2:07
    "É ecológico: acaba
    com a explosão demográfica das raposas".
  • 2:07 - 2:11
    Mas o governo levou a melhor,
    porque a maioria do público inglês,
  • 2:11 - 2:13
    e, claro, a maioria
    dos membros do Parlamento,
  • 2:13 - 2:15
    chegou à conclusão
    que isso não podia ser tolerado
  • 2:15 - 2:17
    numa sociedade civilizada.
  • 2:17 - 2:20
    Eu penso que o envelhecimento apresenta
    as mesmas características.
  • 2:20 - 2:22
    Qual é a parte
    que as pessoas não percebem?
  • 2:22 - 2:24
    Isto não é só sobre a vida, claro...
  • 2:24 - 2:25
    (Risos)
  • 2:25 - 2:28
    ... é sobre uma vida saudável.
  • 2:28 - 2:31
    Não é divertido ficar frágil,
    miserável e dependente.
  • 2:31 - 2:33
    Mas, morrer ou não morrer,
    pode ser divertido.
  • 2:33 - 2:36
    É assim que eu gostava de descrevê-lo.
  • 2:36 - 2:38
    É um transe mundial.
  • 2:38 - 2:42
    Estas são as desculpas incríveis
    que as pessoas dão para o envelhecimento.
  • 2:42 - 2:46
    Não estou a dizer que estas desculpas
    não têm qualquer valor.
  • 2:46 - 2:48
    Estão aqui referidos alguns bons pontos,
  • 2:48 - 2:50
    coisas em que devíamos pensar, planear,
  • 2:50 - 2:53
    para podermos minimizar a turbulência
  • 2:53 - 2:56
    quando descobrirmos
    como corrigir o envelhecimento.
  • 2:56 - 2:58
    Mas são totalmente absurdas,
  • 2:58 - 3:01
    se quisermos manter
    o sentido das proporções.
  • 3:01 - 3:04
    São argumentos com que, legitimamente,
  • 3:04 - 3:06
    nos devemos preocupar.
  • 3:06 - 3:08
    Mas serão assim tão perigosos
  • 3:08 - 3:11
    estes riscos de combater o envelhecimento
  • 3:11 - 3:14
    que superem as desvantagens
    de fazer o oposto,
  • 3:14 - 3:17
    ou seja, deixar o envelhecimento
    tal como está?
  • 3:17 - 3:20
    Serão assim tão maus que superem
  • 3:20 - 3:25
    condenar 100 000 pessoas por dia
    a uma morte desnecessariamente precoce?
  • 3:25 - 3:27
    Se não tiverem um argumento mais forte,
  • 3:27 - 3:30
    peço que não desperdicem o meu tempo.
  • 3:30 - 3:31
    (Risos)
  • 3:31 - 3:34
    Há um argumento bastante forte,
    que é o seguinte:
  • 3:34 - 3:37
    As pessoas preocupadas
    com a superpopulação dizem:
  • 3:37 - 3:40
    "Se vencermos o envelhecimento,
    quase ninguém vai morrer.
  • 3:40 - 3:42
    "O número de mortos será muito menor,
  • 3:42 - 3:44
    "só os que atravessarem a rua
    sem cuidado.
  • 3:44 - 3:46
    "Assim sendo, não podemos ter
    muitos filhos
  • 3:46 - 3:48
    "e as crianças são importantes
    para as pessoas. "
  • 3:48 - 3:50
    Isso é verdade.
  • 3:50 - 3:54
    Muitas pessoas tentam iludir a questão
    e dão respostas desse género.
  • 3:54 - 3:57
    Não concordo com essas respostas.
    Penso que elas não funcionam.
  • 3:57 - 4:00
    Acho que é verdade, que vamos ter
    um dilema a esse respeito.
  • 4:00 - 4:04
    Vamos ter que decidir se queremos
    ter uma taxa de natalidade baixa
  • 4:04 - 4:06
    ou uma taxa alta de mortalidade.
  • 4:06 - 4:09
    Teremos uma taxa de mortalidade elevada
    se rejeitarmos estas terapias,
  • 4:09 - 4:12
    para podermos continuar
    a ter muitos filhos.
  • 4:12 - 4:14
    E eu digo: Tudo bem.
  • 4:14 - 4:18
    A posteridade tem o direito
    de fazer essa escolha.
  • 4:18 - 4:21
    O que não está bem é nós fazermos
    essa escolha em nome do futuro.
  • 4:21 - 4:24
    Se vacilarmos, se hesitarmos
  • 4:24 - 4:27
    se não chegarmos
    a desenvolver estas terapias,
  • 4:27 - 4:30
    estamos a condenar
    um grande grupo de pessoas,
  • 4:30 - 4:32
    que teriam sido jovens e saudáveis
  • 4:32 - 4:34
    se beneficiassem dessas terapias,
    mas não serão,
  • 4:34 - 4:37
    porque não as desenvolvemos tão
    depressa como podíamos.
  • 4:37 - 4:40
    Negamos a essas pessoas
    uma duração de vida indefinida,
  • 4:40 - 4:41
    e eu acho que isso é imoral.
  • 4:41 - 4:44
    É esta a minha resposta para
    a questão da superpopulação.
  • 4:44 - 4:45
    O passo seguinte é perguntar
  • 4:45 - 4:48
    porque é devemos ser
    mais ativos nesta questão?
  • 4:48 - 4:51
    A principal resposta é que
    o transe a favor do envelhecimento
  • 4:51 - 4:53
    não é tão estúpido quanto parece.
  • 4:53 - 4:57
    Até é uma maneira sensata de lidar com
    a inevitabilidade do envelhecimento.
  • 4:57 - 5:00
    O envelhecimento é medonho,
    mas é inevitável,
  • 5:00 - 5:03
    portanto temos de encontrar forma
    de afastá-lo do nosso espírito.
  • 5:03 - 5:07
    e é racional fazer o que quer que seja,
    para não pensar nisso.
  • 5:07 - 5:10
    Por exemplo, inventar
    estes motivos ridículos
  • 5:10 - 5:12
    para justificar que envelhecer
    é uma coisa boa.
  • 5:12 - 5:16
    Mas, claro, só funciona quando
    temos estas duas partes.
  • 5:16 - 5:19
    Logo que a inevitabilidade
    se torna pouco clara
  • 5:19 - 5:21
    e podemos vir a fazer algo
    quanto ao envelhecimento,
  • 5:21 - 5:23
    isto torna-se parte do problema.
  • 5:23 - 5:27
    Este transe pró-envelhecimento impede-nos
    de refletir sobre estas coisas.
  • 5:27 - 5:30
    É por isso que devemos
    falar muito sobre este assunto
  • 5:30 - 5:32
    — evangelizar bastante,
    atrevo-me a dizer —
  • 5:32 - 5:36
    de modo a captar a atenção
    das pessoas, e fazê-las perceber
  • 5:36 - 5:38
    que estão num transe em relação a isso.
  • 5:38 - 5:40
    E mais não digo sobre este assunto.
  • 5:40 - 5:42
    Agora, vou falar sobre a viabilidade.
  • 5:42 - 5:46
    Acho que a principal razão de pensarmos
    que o envelhecimento é inevitável
  • 5:46 - 5:49
    está resumida na definição de
    envelhecimento que vou dar.
  • 5:49 - 5:51
    Uma definição muito simples.
  • 5:51 - 5:54
    O envelhecimento
    é um efeito secundário de estar vivo,
  • 5:54 - 5:55
    ou seja, o metabolismo.
  • 5:55 - 5:56
    (Risos)
  • 5:56 - 5:59
    Isto não é uma afirmação
    totalmente tautológica,
  • 5:59 - 6:00
    é uma afirmação razoável.
  • 6:00 - 6:04
    É um processo que ocorre com objetos
    inanimados, como os carros,
  • 6:04 - 6:05
    e também ocorre connosco,
  • 6:05 - 6:08
    apesar de termos muitos mecanismos
    de autorreparação engenhosos,
  • 6:08 - 6:11
    porque esses mecanismos não são perfeitos.
  • 6:11 - 6:13
    O metabolismo, que se define
  • 6:13 - 6:16
    como tudo o que nos mantém
    vivos de um dia para o outro,
  • 6:16 - 6:17
    tem efeitos secundários
  • 6:17 - 6:20
    que se acumulam
    e acabam por causar patologias.
  • 6:20 - 6:21
    Esta é uma boa definição.
  • 6:21 - 6:24
    Podemos dizer que temos
    uma cadeia de acontecimentos.
  • 6:24 - 6:26
    Na realidade, para a maioria das pessoas,
  • 6:26 - 6:29
    há duas coisas em jogo,
    quanto a adiar o envelhecimento.
  • 6:29 - 6:32
    Chamo-lhes "abordagem do gerontólogo"
    e "abordagem do geriatra".
  • 6:32 - 6:35
    O geriatra vai intervir tarde demais,
  • 6:35 - 6:37
    quando a patologia se torna evidente,
  • 6:37 - 6:39
    vai tentar reduzir os efeitos do tempo
  • 6:39 - 6:43
    e impedir que a acumulação
    dos efeitos secundários
  • 6:43 - 6:45
    provoque patologias tão cedo.
  • 6:45 - 6:48
    É uma estratégia a curto prazo;
    é uma batalha perdida,
  • 6:48 - 6:51
    porque as coisas
    que causam essa patologia
  • 6:51 - 6:52
    vão aumentando com o passar do tempo.
  • 6:52 - 6:55
    A abordagem do gerontólogo,
    à primeira vista
  • 6:55 - 6:56
    parece muito mais promissora
  • 6:56 - 6:59
    porque vale mais prevenir que remediar.
  • 6:59 - 7:02
    Mas, infelizmente, ainda não percebemos
    muito bem o metabolismo.
  • 7:02 - 7:06
    Temos um conhecimento muito pobre
    sobre o funcionamento dos organismos.
  • 7:06 - 7:08
    Nem sequer percebemos
    muito bem as células.
  • 7:08 - 7:11
    Por exemplo, só há uns anos descobrimos
  • 7:11 - 7:12
    a interferência do ARN,
  • 7:12 - 7:15
    que é um componente fundamental
    no funcionamento das células.
  • 7:15 - 7:17
    O gerontólogo acaba
    por ter uma boa abordagem,
  • 7:17 - 7:20
    mas ainda não chegou a sua hora,
  • 7:20 - 7:22
    nesta altura em que falamos
    de intervenção.
  • 7:22 - 7:24
    Então, que fazemos?
  • 7:24 - 7:27
    Quer dizer, é uma boa lógica,
    parece bastante convincente,
  • 7:27 - 7:29
    muito sólida, não é?
  • 7:29 - 7:30
    Mas não é.
  • 7:30 - 7:32
    Antes de vos explicar porque não é,
  • 7:32 - 7:35
    vou falar do que chamo a "etapa dois".
  • 7:36 - 7:39
    Suponham que adquirimos
  • 7:39 - 7:42
    — a partir de hoje,
    para efeitos da discussão —
  • 7:42 - 7:45
    a possibilidade de dar 30 anos extra
    de vida saudável
  • 7:45 - 7:48
    a pessoas de meia-idade,
    digamos de 55 anos.
  • 7:48 - 7:51
    Vou chamar-lhe
    "rejuvenescimento humano robusto".
  • 7:51 - 7:53
    O que é que isso significará?
  • 7:53 - 7:56
    Quanto tempo viverão
    essas pessoas de diferentes idades
  • 7:56 - 7:59
    — ou, melhor, de diferentes idades
  • 7:59 - 8:01
    na altura em que essas terapias chegarem?
  • 8:01 - 8:04
    Podem pensar que é simples
    responder a esta pergunta.
  • 8:04 - 8:05
    mas não é.
  • 8:05 - 8:06
    Não podemos dizer:
  • 8:06 - 8:08
    "Se são jovens e beneficiarem
    destas terapias,
  • 8:08 - 8:10
    "viverão mais 30 anos."
  • 8:10 - 8:11
    Esta é a resposta errada.
  • 8:11 - 8:13
    E é errada por causa do progresso.
  • 8:13 - 8:16
    Há dois tipos de progresso
    tecnológico a este respeito.
  • 8:16 - 8:19
    Há descobertas grandes, fundamentais,
  • 8:19 - 8:22
    e há as melhorias progressivas
    dessas descobertas.
  • 8:22 - 8:24
    Há muitas diferenças entre as duas coisas
  • 8:24 - 8:27
    em termos da possibilidade
    de prever prazos.
  • 8:27 - 8:29
    É muito difícil prever
    quanto tempo demoram
  • 8:29 - 8:32
    as descobertas ou
    os progressos fundamentais.
  • 8:32 - 8:35
    Decidimos há muito,
    que devia ser divertido voar
  • 8:35 - 8:37
    mas só em 1903 descobrimos como fazê-lo.
  • 8:37 - 8:41
    Depois, as coisas evoluíram
    estáveis e uniformes.
  • 8:41 - 8:45
    Penso que esta é uma sequência razoável
    dos acontecimentos
  • 8:45 - 8:48
    na evolução da tecnologia
    dos voos motorizados.
  • 8:48 - 8:52
    Podemos pensar que cada uma das melhorias
  • 8:52 - 8:55
    está, mais ou menos, longe
    da imaginação do inventor anterior.
  • 8:55 - 8:58
    Os avanços progressivos acumularam-se
  • 8:58 - 9:01
    até aparecer outra coisa
    que já não é uma simples melhoria.
  • 9:01 - 9:04
    É o tipo de coisas que ocorrem
    depois de um avanço fundamental.
  • 9:04 - 9:07
    E veem-se em todos os tipos de tecnologias.
  • 9:07 - 9:09
    Nos computadores, vemos
    uma cronologia semelhante,
  • 9:09 - 9:11
    que, claro, ocorreu mais tarde.
  • 9:11 - 9:14
    Nos cuidados médicos
    — higiene, vacinas, antibióticos, —
  • 9:14 - 9:16
    vemos o mesmo tipo de cronologia.
  • 9:16 - 9:19
    Acho que a segunda etapa,
    como lhe chamei há instantes,
  • 9:19 - 9:21
    não é propriamente uma etapa.
  • 9:21 - 9:24
    Na verdade, as pessoas
    suficientemente jovens
  • 9:24 - 9:26
    para beneficiarem das primeiras terapias
  • 9:26 - 9:28
    que dão uma moderada extensão de vida,
  • 9:28 - 9:31
    mesmo que já sejam de meia-idade
    quando as terapias chegarem,
  • 9:31 - 9:34
    terão alguma vantagem.
  • 9:34 - 9:37
    Sobreviverão tempo suficiente para
    receberem tratamentos melhorados
  • 9:37 - 9:40
    que lhes darão mais 30 ou 50 anos.
  • 9:40 - 9:42
    Por outras palavras,
    vão beneficiar de uma vantagem.
  • 9:42 - 9:45
    As terapias vão melhorar mais depressa
  • 9:45 - 9:49
    do que a velocidade com que
    as restantes imperfeições os apanham.
  • 9:49 - 9:52
    É muito importante
    que compreendam este ponto
  • 9:52 - 9:54
    porque muita gente, quando eu prevejo
  • 9:54 - 9:58
    que muitas das pessoas que estão vivas hoje
    viverão até aos 1000 anos ou mais,
  • 9:58 - 10:02
    pensam que estou a dizer que, nas próximas
    décadas, vamos inventar terapias
  • 10:02 - 10:05
    que vão eliminar o envelhecimento
    de tal forma
  • 10:05 - 10:09
    que essas terapias vão permitir-nos viver
    até aos 1000 anos ou mais.
  • 10:09 - 10:10
    Eu não estou a dizer isso.
  • 10:10 - 10:13
    Eu digo que a velocidade das
    melhorias dessas terapias
  • 10:13 - 10:14
    será suficiente.
  • 10:14 - 10:17
    Elas nunca serão perfeitas,
    mas vamos poder corrigir coisas
  • 10:17 - 10:20
    de que morrem pessoas com 200 anos,
    antes de haver pessoas com 200 anos.
  • 10:20 - 10:23
    E o mesmo para pessoas
    com 300, 400 anos, etc.
  • 10:23 - 10:25
    Eu decidi dar um nome a este conceito:
  • 10:25 - 10:27
    "Velocidade de Fuga da Longevidade (VFL)".
  • 10:27 - 10:29
    (Risos)
  • 10:29 - 10:31
    Parece transmitir bem a ideia.
  • 10:32 - 10:36
    Estas trajetórias representam quanto
    esperamos que as pessoas vivam
  • 10:36 - 10:39
    em termos da esperança de vida restante,
  • 10:39 - 10:40
    calculada segundo a sua saúde,
  • 10:40 - 10:44
    para certas idades, no momento
    em que estas terapias aparecerem.
  • 10:44 - 10:46
    Se vocês já tiverem 100, ou mesmo 80 anos
  • 10:46 - 10:47
    — a média será de 80 anos —
  • 10:47 - 10:50
    talvez não possamos fazer
    muito com estas terapias,
  • 10:50 - 10:52
    porque já estão muito perto da morte
  • 10:52 - 10:54
    para que as primeiras
    terapias experimentais
  • 10:54 - 10:56
    vos sirvam para alguma coisa.
  • 10:56 - 10:57
    Já não as poderão aguentar.
  • 10:57 - 11:01
    Mas se só tiverem 50 anos,
    há uma hipótese de se safarem e...
  • 11:01 - 11:02
    (Risos)
  • 11:02 - 11:05
    ... consigam sobreviver
  • 11:05 - 11:08
    e se tornem biologicamente mais
    jovens em sentido real,
  • 11:08 - 11:11
    em termos da vossa juventude,
    física e mental,
  • 11:11 - 11:13
    e em termos do risco de morte
    relacionado com a idade.
  • 11:13 - 11:15
    Claro que, se forem ainda mais novos,
  • 11:15 - 11:17
    nunca chegarão a ser tão frágeis
  • 11:17 - 11:20
    que possam morrer por
    causas relacionadas com a idade.
  • 11:20 - 11:23
    Cheguei a uma conclusão genuína.
  • 11:23 - 11:25
    A primeira pessoa com 150 anos
  • 11:25 - 11:27
    — não sabemos que idade
    tem hoje essa pessoa,
  • 11:27 - 11:29
    pois não sabemos
    quanto tempo vão demorar
  • 11:29 - 11:31
    essas terapias da primeira geração.
  • 11:31 - 11:33
    Mas, independentemente dessa idade,
  • 11:33 - 11:36
    eu afirmo que a primeira
    pessoa a viver até aos 1000 anos
  • 11:36 - 11:39
    — não contando, é claro,
    as catástrofes mundiais —
  • 11:39 - 11:42
    será, provavelmente, apenas
    10 anos mais jovem
  • 11:42 - 11:44
    do que a primeira pessoa
    que chegue aos 150 anos.
  • 11:44 - 11:47
    Isso é uma coisa extraordinária.
  • 11:47 - 11:48
    Agora, vou passar o resto da palestra
  • 11:48 - 11:52
    — os meus últimos 7,5 minutos —
    voltando à primeira etapa:
  • 11:52 - 11:56
    Que fazer para conseguir
    esta moderada extensão de vida
  • 11:56 - 12:00
    que nos permitirá atingir a velocidade
    de fuga da longevidade?
  • 12:00 - 12:03
    Para isso, preciso falar
    um pouco sobre ratos.
  • 12:03 - 12:06
    Eu tenho um marco que corresponde
    ao rejuvenescimento humano robusto.
  • 12:06 - 12:11
    Chamo-lhe — e não é muito original —
    "rejuvenescimento robusto do rato".
  • 12:11 - 12:13
    Vamos arranjar uma raça
    de ratos com uma vida longa,
  • 12:13 - 12:16
    ou seja, ratos que vivem,
    em média, três anos.
  • 12:16 - 12:19
    Não fazemos absolutamente nada
    até eles terem dois anos.
  • 12:19 - 12:21
    Depois fazemos-lhes uma série de coisas.
  • 12:21 - 12:24
    Com essas terapias,
    fazemos com que vivam,
  • 12:24 - 12:26
    em média, até aos cinco anos.
  • 12:26 - 12:27
    Ou seja, acrescentamos dois anos
  • 12:27 - 12:30
    — triplicamos a expectativa
    de vida restante,
  • 12:30 - 12:32
    a partir do momento
    em que começámos as terapias.
  • 12:32 - 12:35
    Assim sendo, o que significa isso,
    em termos de prazo,
  • 12:35 - 12:37
    até chegarmos ao marco que eu
    referi para os seres humanos?
  • 12:37 - 12:40
    Aquele a que, conforme expliquei,
    podemos chamar
  • 12:40 - 12:44
    rejuvenescimento humano robusto,
    ou velocidade de fuga da longevidade.
  • 12:44 - 12:46
    Em segundo lugar,
    qual a perceção do público,
  • 12:46 - 12:49
    quanto ao tempo necessário
    para obtermos essas coisas,
  • 12:49 - 12:51
    a partir do momento em que temos os ratos?
  • 12:51 - 12:52
    E terceiro, qual a influência disso
  • 12:52 - 12:54
    no desejo das pessoas para o obter?
  • 12:54 - 12:57
    Penso que a primeira questão
  • 12:57 - 12:58
    é totalmente uma questão de biologia
  • 12:58 - 13:00
    e é extremamente difícil de responder.
  • 13:00 - 13:02
    Temos que ser muito especulativos
  • 13:02 - 13:05
    e muitos dos meus colegas diriam
    que não devemos especular,
  • 13:05 - 13:08
    que devemos ficar calados
    até sabermos mais.
  • 13:08 - 13:10
    Acho que isso é um disparate.
  • 13:10 - 13:13
    Acho que somos irresponsáveis
    se ficarmos calados.
  • 13:13 - 13:16
    Temos de dar o nosso melhor palpite
    quanto à cronologia,
  • 13:16 - 13:18
    de modo a dar às pessoas
    um sentido de proporção
  • 13:18 - 13:21
    para que elas possam avaliar
    as suas prioridades.
  • 13:21 - 13:23
    Assim, eu diria que temos
    uma hipótese de 50%
  • 13:23 - 13:27
    de chegar a este marco RHR
    — Rejuvenescimento Humano Robusto —
  • 13:27 - 13:29
    uns 15 anos a partir do momento
  • 13:29 - 13:32
    em que consigamos o
    rejuvenescimento robusto de um rato.
  • 13:32 - 13:34
    Uns 15 anos a partir do rato robusto!
  • 13:34 - 13:36
    A perceção do público
    deverá ser um pouco melhor.
  • 13:36 - 13:39
    O público tende a subestimar
    a dificuldade das coisas científicas.
  • 13:39 - 13:41
    Provavelmente vai pensar
    que serão cinco anos.
  • 13:41 - 13:43
    Estará enganado, mas isso não interessa.
  • 13:43 - 13:45
    E, finalmente, é justo dizer
  • 13:45 - 13:48
    que o público é ambivalente
    face ao envelhecimento
  • 13:48 - 13:52
    por causa do transe mundial que já referi,
    a estratégia de adaptação.
  • 13:52 - 13:54
    Nessa altura,
    isso já pertencerá ao passado
  • 13:54 - 13:57
    porque já ninguém acredita
    que o envelhecimento é inevitável,
  • 13:57 - 14:00
    já que foi travado nos ratos.
  • 14:00 - 14:03
    Vamos acabar por ver uma grande
    mudança na atitude das pessoas,
  • 14:03 - 14:06
    e isso tem implicações enormes.
  • 14:06 - 14:09
    Para vos dizer como vamos
    obter esses ratos,
  • 14:09 - 14:12
    vou aumentar um pouco
    a minha descrição de envelhecimento
  • 14:12 - 14:13
    Vou usar a palavra "danos"
  • 14:13 - 14:18
    para identificar estas coisas intermédias
    que são causadas pelo metabolismo
  • 14:18 - 14:19
    e que acabam por causar a patologia.
  • 14:19 - 14:21
    O ponto crítico aqui é que,
  • 14:21 - 14:24
    apesar de os danos causarem
    a patologia a longo prazo,
  • 14:24 - 14:27
    os danos, em si mesmos,
    são criados ao longo da vida,
  • 14:27 - 14:29
    começando mesmo antes de nascermos.
  • 14:29 - 14:31
    Mas não fazem parte do metabolismo.
  • 14:31 - 14:33
    E isso acaba por ser útil,
  • 14:33 - 14:35
    pois podemos refazer
    o diagrama original desta forma.
  • 14:35 - 14:38
    Podemos dizer que a diferença
    entre gerontologia e geriatria
  • 14:38 - 14:40
    é que o gerontólogo
    tenta abrandar a velocidade
  • 14:40 - 14:43
    com que o metabolismo cria os danos.
  • 14:43 - 14:45
    Daqui a pouco, vou explicar
    o que são estes danos
  • 14:45 - 14:47
    em termos biológicos concretos.
  • 14:47 - 14:49
    Os geriatras tentam fazer parar o tempo,
  • 14:49 - 14:52
    impedindo que os danos
    se convertam em patologia.
  • 14:52 - 14:56
    Mas é uma batalha perdida
    porque os danos continuam a acumular-se.
  • 14:56 - 14:58
    Há uma terceira abordagem,
    se olharmos desta forma.
  • 14:58 - 15:01
    Podemos chamar-lhe
    "abordagem de engenharia".
  • 15:01 - 15:04
    Eu afirmo que a abordagem de engenharia
    está ao nosso alcance.
  • 15:04 - 15:07
    A abordagem de engenharia não
    intervém em nenhum processo.
  • 15:07 - 15:09
    Não intervém neste ou naquele processo.
  • 15:09 - 15:12
    Isso é bom porque significa
    que não é uma batalha perdida,
  • 15:12 - 15:14
    é uma coisa que está ao nosso alcance,
  • 15:14 - 15:17
    pois não envolve melhorar a evolução.
  • 15:17 - 15:19
    A abordagem de engenharia diz apenas:
  • 15:19 - 15:24
    "Vamos periodicamente reparar
    estes vários tipos de danos
  • 15:24 - 15:27
    "— não necessariamente repará-los
    totalmente, mas repará-los o bastante
  • 15:27 - 15:30
    "para mantermos
    o nível de danos abaixo do limite
  • 15:30 - 15:34
    "que deve existir, para além do qual
    causam a patogenia."
  • 15:34 - 15:35
    Sabemos que esse limite existe,
  • 15:35 - 15:39
    porque não temos doenças relacionadas
    com a idade até chegar à meia-idade,
  • 15:39 - 15:42
    apesar de os danos se terem acumulado
    desde antes de termos nascido.
  • 15:42 - 15:44
    Porque é que digo
    que está ao nosso alcance?
  • 15:44 - 15:46
    Fundamentalmente por isto.
  • 15:46 - 15:48
    O objetivo deste diapositivo
    está ali em baixo.
  • 15:48 - 15:51
    Se tentarmos dizer quais
    as partes do metabolismo
  • 15:51 - 15:52
    importantes para o envelhecimento,
  • 15:52 - 15:55
    levamos a noite toda,
    porque todo o metabolismo
  • 15:55 - 15:56
    é importante para o envelhecimento.
  • 15:56 - 15:59
    Esta lista é apenas para exemplo;
    está incompleta.
  • 15:59 - 16:01
    A lista à direita também está incompleta.
  • 16:01 - 16:04
    É uma lista dos tipos de patologias
    relacionadas com a idade.
  • 16:04 - 16:06
    e é uma lista incompleta.
  • 16:06 - 16:09
    Mas gostava de dizer que esta lista
    no meio está completa.
  • 16:09 - 16:12
    É a lista das coisas
    que se classificam como danos,
  • 16:12 - 16:16
    efeitos secundários do metabolismo
    que causam patologia,
  • 16:16 - 16:18
    ou que podem causar patologia.
  • 16:18 - 16:20
    E são só sete.
  • 16:20 - 16:23
    São categorias, claro, mas são só sete.
  • 16:23 - 16:28
    Perda de células, mutações nos cromossomas,
    mutações em mitocôndrias, etc.
  • 16:29 - 16:33
    Quero explicar-vos porque é
    que a lista está completa.
  • 16:33 - 16:35
    Posso dar uma explicação biológica e dizer:
  • 16:35 - 16:37
    "De que somos feitos?"
  • 16:37 - 16:40
    Somos feitos de células
    e de coisas intercelulares.
  • 16:40 - 16:42
    Onde podemos acumular danos?
  • 16:42 - 16:44
    É nas moléculas de vida longa
  • 16:44 - 16:47
    porque, se uma molécula de vida curta
    sofrer danos, mas depois for destruída
  • 16:47 - 16:51
    — como uma proteína destruída por
    proteólise — os danos também o são.
  • 16:51 - 16:53
    Têm de ser as moléculas de vida longa,
  • 16:53 - 16:57
    Estas sete coisas foram discutidas
    em gerontologia há muito tempo,
  • 16:57 - 16:58
    o que é positivo,
  • 16:58 - 17:02
    porque já chegámos longe nestes 20 anos
  • 17:02 - 17:05
    e, como ainda não aumentámos a lista,
  • 17:05 - 17:08
    isso é um bom indicador de que
    não há nada a acrescentar.
  • 17:08 - 17:11
    Melhor ainda: sabemos
    como corrigi-los a todos
  • 17:11 - 17:13
    — nos ratos, em princípio.
  • 17:13 - 17:17
    Em princípio, porque provavelmente podemos
    implementar estas correções em 10 anos.
  • 17:17 - 17:20
    As que estão no topo
    já estão parcialmente implementadas.
  • 17:20 - 17:22
    Não tenho tempo para falar delas,
  • 17:22 - 17:27
    mas a minha conclusão é que,
    se conseguirmos financiamento,
  • 17:27 - 17:32
    podemos atingir o rejuvenescimento
    do rato robusto daqui a 10 anos,
  • 17:32 - 17:34
    mas precisamos de levar isto a sério.
  • 17:34 - 17:36
    Precisamos de começar a tentar.
  • 17:36 - 17:38
    Deve haver biólogos na assistência,
  • 17:38 - 17:42
    e quero responder a algumas dúvidas
    que possam ter.
  • 17:42 - 17:44
    Podem não ter ficado satisfeitos
    com esta palestra,
  • 17:44 - 17:46
    mas, antes de mais, devem ler sobre isto.
  • 17:46 - 17:48
    Já publiquei bastante sobre isto.
  • 17:48 - 17:51
    Cito o trabalho experimental
    em que se baseia o meu otimismo
  • 17:51 - 17:54
    que tem bastantes pormenores.
  • 17:54 - 17:56
    São os pormenores que me tornam confiante
  • 17:56 - 17:58
    quanto à cronologia relativamente curta
    que estou a prever.
  • 17:58 - 18:00
    Se acham que estou errado,
  • 18:00 - 18:03
    pelo menos vão descobrir
    porque é que acham que estou errado.
  • 18:03 - 18:06
    Claro que não devem confiar em pessoas
  • 18:06 - 18:08
    que se intitulam gerontólogos
  • 18:08 - 18:12
    porque, como qualquer mudança radical
    de pensamento numa dada área,
  • 18:12 - 18:17
    é de esperar que as pessoas
    da corrente dominante mostrem resistência
  • 18:17 - 18:18
    e não levem isto a sério.
  • 18:18 - 18:22
    Têm de fazer a vossa pesquisa
    para perceber se isto é verdade.
  • 18:22 - 18:24
    Vamos acabar com mais umas coisas.
  • 18:24 - 18:27
    Vão ouvir uma pessoa
    na próxima sessão
  • 18:27 - 18:30
    que disse, há algum tempo, que podia
    sequenciar o genoma humano num instante,
  • 18:30 - 18:32
    e toda a gente disse:
  • 18:32 - 18:33
    "Obviamente isso é impossível."
  • 18:33 - 18:36
    E sabem o que aconteceu.
  • 18:36 - 18:37
    Estas coisas acontecem.
  • 18:37 - 18:40
    Há várias estratégias
    — há o Prémio do Rato Matusalém,
  • 18:40 - 18:42
    que é um incentivo à inovação,
  • 18:42 - 18:46
    e a fazerem o que acham que vai resultar.
  • 18:46 - 18:48
    Recebem dinheiro, se o ganharem.
  • 18:48 - 18:52
    Há uma proposta para fundar um instituto.
  • 18:52 - 18:54
    Isso vai precisar de algum dinheiro.
  • 18:54 - 18:56
    Mas quanto tempo demora a
    gastar isso na guerra no Iraque?
  • 18:56 - 18:58
    Não muito.
  • 18:58 - 18:59
    (Risos)
  • 18:59 - 19:02
    Tem de ser filantrópico, pois os
    lucros perturbam a biotecnologia,
  • 19:02 - 19:06
    mas temos 90% de hipóteses
    de sermos bem sucedidos.
  • 19:06 - 19:09
    Acho que sabemos como o fazer.
    E vou ficar por aqui.
  • 19:09 - 19:10
    Obrigado.
  • 19:10 - 19:14
    (Aplausos)
  • 19:14 - 19:17
    Chris Anderson:
    "Não sei se vai haver perguntas,
  • 19:17 - 19:20
    "mas pensei dar essa hipótese ás pessoas."
  • 19:20 - 19:24
    Público: Já que falou do envelhecimento
    e de tentar vencê-lo,
  • 19:24 - 19:27
    porque é que você parece um velho?
  • 19:27 - 19:30
    (Risos)
  • 19:31 - 19:34
    AG: Porque sou velho.
    Na verdade, tenho 158 anos.
  • 19:34 - 19:36
    (Risos)
  • 19:36 - 19:39
    (Aplausos)
  • 19:39 - 19:43
    Público: As espécies deste planeta
    evoluíram com sistemas imunitários
  • 19:43 - 19:47
    para combater as doenças de modo a que
    os indivíduos sobrevivam até procriarem.
  • 19:47 - 19:51
    Mas, tanto quanto sei, as espécies
    evoluíram no sentido de morrerem.
  • 19:51 - 19:56
    Quando as células se dividem, a telomerase
    torna-se mais curta e as espécies morrem.
  • 19:56 - 20:02
    Porque é que a evolução parece ter
    selecionado contra a imortalidade,
  • 20:02 - 20:05
    se isso é tão vantajoso,
    ou será que a evolução está incompleta?
  • 20:05 - 20:07
    AG: Brilhante. Obrigado
    por fazer uma pergunta
  • 20:07 - 20:10
    a que posso responder
    de forma incontroversa.
  • 20:10 - 20:12
    Vou dar-lhe a resposta
    da linha de pensamento mais comum
  • 20:12 - 20:14
    com a qual eu concordo.
  • 20:14 - 20:17
    O envelhecimento não é
    um produto da seleção, da evolução,
  • 20:17 - 20:20
    é simplesmente um produto
    da negligência evolutiva.
  • 20:20 - 20:25
    Por outras palavras, envelhecemos porque
    dá muito trabalho não envelhecermos.
  • 20:25 - 20:28
    São precisas mais vias genéticas,
    genes mais sofisticados,
  • 20:28 - 20:30
    para envelhecer mais lentamente
  • 20:30 - 20:33
    e isso mantém-se à medida
    que aumentamos o limite.
  • 20:33 - 20:37
    A evolução não se preocupa
  • 20:37 - 20:40
    se os genes são transmitidos
    para que os indivíduos
  • 20:40 - 20:42
    vivam muito tempo ou para que procriem.
  • 20:42 - 20:44
    Há alguma liberdade
  • 20:44 - 20:48
    e é por isso que espécies diferentes
    têm diferentes esperanças de vida,
  • 20:48 - 20:50
    mas é por isso que não existem
    espécies imortais.
  • 20:50 - 20:53
    CA: Os genes não se importam,
    mas nós importamo-nos?
  • 20:53 - 20:54
    AG: Exatamente.
  • 20:55 - 20:59
    Público: Li algures que,
    nos últimos 20 anos,
  • 20:59 - 21:04
    a esperança média de vida de qualquer
    pessoa no planeta aumentou 10 anos.
  • 21:04 - 21:07
    Se eu projetar isso, posso pensar
  • 21:07 - 21:11
    que viverei até aos 120 anos, se não
    tiver nenhum acidente de moto.
  • 21:12 - 21:18
    Isso quer dizer que sou um dos candidatos
    a chegar aos 1000 anos?
  • 21:18 - 21:20
    AG: Se perder algum peso.
  • 21:20 - 21:22
    (Risos)
  • 21:23 - 21:26
    Os seus números estão um bocado errados.
  • 21:26 - 21:28
    O que se considera
    é que a esperança de vida
  • 21:28 - 21:31
    tem vindo a crescer
    um ou dois anos por década.
  • 21:31 - 21:35
    Assim, não é tão bom
    quanto poderia pensar.
  • 21:35 - 21:38
    Mas eu quero subir para um ano
    por cada ano, assim que possível.
  • 21:38 - 21:42
    Público: Diz-se que muitas das
    células do cérebro, em adultos,
  • 21:42 - 21:44
    já estão presentes no embrião humano,
  • 21:44 - 21:46
    e que as células cerebrais
    duram cerca de 80 anos.
  • 21:46 - 21:48
    Se isso é verdade,
  • 21:48 - 21:51
    há implicações biológicas
    na área do rejuvenescimento?
  • 21:51 - 21:53
    Se há células no meu corpo
    que vivem 80 anos,
  • 21:53 - 21:55
    em contraste com o normal
    que é uns meses?
  • 21:55 - 21:58
    AG: Certamente, há implicações técnicas.
  • 21:58 - 22:01
    Temos de substituir as células
    nas poucas áreas do cérebro
  • 22:01 - 22:06
    que perdem células a um ritmo respeitável,
    em especial os neurónios.
  • 22:06 - 22:09
    Mas não as queremos substituir
    mais cedo — ou muito mais cedo,
  • 22:09 - 22:14
    pois isso afetaria a função cognitiva.
  • 22:14 - 22:17
    O que disse há pouco sobre não haver
    espécies que não envelhecem
  • 22:17 - 22:18
    foi demasiado simplista.
  • 22:18 - 22:22
    Há espécies que não envelhecem
    — a hidra, por exemplo —
  • 22:22 - 22:24
    mas isso é porque
    não têm sistema nervoso
  • 22:24 - 22:27
    e não têm qualquer tecido
    cuja função dependa
  • 22:27 - 22:29
    de células de vida muito longa.
Title:
Um guia para acabar com o envelhecimento
Speaker:
Aubrey de Grey
Description:

O investigador de Cambridge, Aubrey de Grey, argumenta que o envelhecimento é apenas uma doença — uma doença que é curável. Segundo ele, os seres humanos envelhecem de sete formas básicas que podem ser evitadas.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
22:28
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for A roadmap to end aging
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A roadmap to end aging
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for A roadmap to end aging
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A roadmap to end aging
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A roadmap to end aging
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A roadmap to end aging
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A roadmap to end aging
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A roadmap to end aging
Show all

Portuguese subtitles

Revisions