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Pode haver vida extraterrestre no nosso sistema solar — Augusto Carballido

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    No interior do nosso sistema solar
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    está a ocorrer uma nova era
    de exploração espacial.
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    Por baixo da espessa camada
    de gelo da lua Europa,
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    nos penachos de vapor na Encélado,
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    e nos lagos de metano da Titã,
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    os astrobiólogos andam à caça
    de vida extraterrestre.
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    Escolhemos estras três luas
    porque são "planetas oceânicos",
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    um ambiente que contém
    um oceano líquido,
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    — um líquido pode sustentar
    a formação de vida.
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    Os organismos vivos precisam de crescer,
    de reproduzir-se e de se alimentarem,
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    entre outras coisas.
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    Todas estas funções exigem
    a formação de moléculas complexas
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    a partir de componentes básicos.
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    Os líquidos, como a água,
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    permitem que os compostos químicos
    se mantenham em suspensão
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    em vez de se afundarem
    sob a força da gravidade.
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    Isso permite-lhes interagir frequentemente
    num espaço a três dimensões
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    e, nas condições adequadas.
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    passar pelas reações químicas
    que levam à formação de matéria viva.
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    Mas só isso não basta:
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    as pequenas mas complexas
    moléculas biológicas que conhecemos
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    são sensíveis à temperatura
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    — demasiado calor ou frio,
    e não haverá reações.
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    A água líquida tem uma vantagem adicional
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    na medida em que tem
    uma temperatura relativamente estável,
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    ou seja, pode proteger as moléculas
    de grandes mudanças de temperatura.
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    Na Terra, estas e outras condições
    em ambientes aquáticos
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    podem ter ajudado o aparecimento
    da vida há milhares de milhões de anos.
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    Provavelmente, o mesmo pode ter acontecido
    noutras partes do nosso sistema solar,
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    como nestas três luas geladas.
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    A Europa, que é uma lua de Júpiter,
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    é provavelmente o planeta oceânico
    mais intrigante.
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    Por baixo duma camada superficial de gelo,
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    mais espessa do que o Monte Evereste,
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    há um oceano líquido
    com 100 km de profundidade.
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    Os astrobiólogos pensam
    que este oceano oculto pode ter tido vida.
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    Graças à sonda Galileo,
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    podemos deduzir
    que o seu possível conteúdo de sal
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    é semelhante ao de alguns lagos da Terra.
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    Mas a maior parte das suas características
    será um mistério
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    enquanto não a explorarmos mais.
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    Tal como Júpiter, Saturno também tem luas
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    que podem ter as condições
    certas para a vida.
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    Por exemplo, a Encélado é uma diminuta
    bola de gelo suficientemente pequena
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    para caber na área superficial
    o Golfo do México.
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    Tal como a Europa, contém certamente
    um oceano profundo por baixo do gelo.
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    Mas a Encélado também tem geiseres
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    que libertam vapor de água
    e diminutos grãos de gelo no espaço.
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    Os astrobiólogos gostavam
    de saber se esses geiseres
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    estão ou não ligados
    a esse oceano subterrâneo.
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    Esperam enviar uma sonda para testar
    se os penachos de vapor dos geiseres
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    contêm matéria que possibilite vida,
    proveniente desse mar oculto.
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    Embora seja a substância mais conhecida
    para alimentar a vida,
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    a água não é o único meio
    que pode sustentar seres vivos.
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    Por exemplo Titã, a maior lua de Saturno,
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    que tem uma espessa atmosfera de azoto
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    contendo metano
    e muitas outras moléculas orgânicas.
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    As suas nuvens condensam-se
    e chove na superfície de Titã,
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    alimentando lagos e mares
    cheios de metano líquido.
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    Esta química especial de compostos
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    significa que não é um meio
    tão compatível com a vida como a água.
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    Mas, dadas as grandes quantidades
    de matéria orgânica
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    que também cai do céu,
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    estas concentrações de metano líquido
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    poderão sustentar formas
    de vida desconhecidas.
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    Então, o que pode indicar que existe vida
    nestes mundos ou noutros?
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    Se ela existir, os astrobiólogos
    consideram que deverá ser microscópica,
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    comparáveis com as bactérias
    que temos na Terra.
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    Isso dificultará a observação direta
    a uma grande distância,
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    por isso, os astrobiólogos procuram
    pistas chamadas bioassinaturas.
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    Podem ser células, fósseis,
    ou vestígios minerais
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    deixados por seres vivos.
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    Encontrar quaisquer bioassinaturas
    será difícil por muitas razões.
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    Uma das maiores preocupações
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    é garantir que esterilizamos as sondas
    de forma muito cuidadosa.
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    Caso contrário, podemos contaminar
    acidentalmente planetas oceânicos
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    com as bactérias da Terra
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    que podem destruir vida extraterrestre.
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    Titã, Encélado e Europa
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    são apenas três dos muitos
    planetas oceânicos que poderemos explorar.
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    Já conhecemos vários outros candidatos
    no nosso sistema solar,
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    incluindo Calisto e Ganimedes,
    duas luas de Júpiter,
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    Tritão, de Neptuno e até Plutão.
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    Se há tanto potencial para a existência
    de vida só no nosso sistema solar
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    que segredos inimagináveis
    pode conter o resto do universo?
Title:
Pode haver vida extraterrestre no nosso sistema solar — Augusto Carballido
Speaker:
Augusto Carballido
Description:

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/there-may-be-extraterrestrial-life-in-our-solar-system-augusto-carballido

No interior do nosso sistema solar está a ocorrer uma nova era de exploração espacial. Por baixo da espessa camada de gelo da Europa, nos penachos de vapor na Encélado, e nos lagos de metano da Titã, os cientistas procuram vida extraterrestre. Essas luas são "planetas oceânicos" — possuem oceanos líquidos, que permitem o aparecimento da vida. Existirá vida nestes planetas oceânicos? Augusto Carballido explora essa possibilidade.

Lição de Augusto Carballido, realização de Artrake Studio.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:00

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