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Resíduos de plástico contribuem para o efeito estufa | Sarah-Jeanne ROYER | TEDxClermont

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    Eu deveria estar na praia surfando,
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    mas minha paixão por encontrar solução
    para o problema da poluição do plástico
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    me manteve no laboratório.
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    Comecei no ponto
    em que meus colegas pararam,
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    e a razão pela qual estou aqui hoje
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    é explicar minha pesquisa
    dos últimos três anos.
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    Vamos começar do princípio.
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    O plástico apareceu há 70 anos.
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    Ele trouxe conveniência para as pessoas.
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    O plástico é muito barato,
    por isso possui um custo muito baixo;
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    é durável e muito conveniente.
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    De acordo com a revista "Times" em 1955,
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    o plástico facilitou a vida das pessoas.
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    Eles forcaram o fato
    de que pratos descartáveis e plástico
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    fariam a vida das donas de casa
    muito mais conveniente,
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    porque elas economizariam
    tempo lavando a louça,
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    sobrando, assim, tempo para as compras.
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    De maneira geral, o plástico
    teve um grande impacto
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    em diferentes esferas
    de nossa vida cotidiana,
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    como comida,
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    saúde,
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    transporte,
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    cirurgia plástica
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    e até vestuário.
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    Olhe para a sua roupa...
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    ou para a roupa da pessoa do lado
    se você se sentir confortável.
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    Olhe a etiqueta
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    e veja que a maioria de nossas roupas
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    é feita de poliéster, nylon e lycra.
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    Todos esses materiais são plásticos.
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    E, ao fazer yoga,
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    pode ser que esteja
    vestindo apenas plástico.
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    Namastê.
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    O plástico proporcionou
    grande conveniência às pessoas pelo mundo
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    e é utilizado diariamente.
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    Todos tocamos plástico hoje.
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    Mas a conveniência de curto prazo
    que o plástico traz
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    tem um custo ecológico de longo prazo.
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    Quando pensamos no paraíso,
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    é nisso que pensamos.
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    Esse é o Havaí.
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    Mas esse também é o Havaí.
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    É muito impactante.
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    Quando você joga fora
    uma garrafa plástica,
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    ela pode parar aí.
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    O Havaí é conhecido
    pela poluição por plástico.
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    Nas nossas praias,
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    mais de 95% do plástico
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    chega de outro lugar e para no Havaí.
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    A maiora vem da Ásia
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    devido à posição geográfica
    das ilhas havaianas.
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    Mas, em geral,
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    somos todos responsáveis por essa crise,
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    porque todos consumimos plástico.
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    Das 8,3 milhões de toneladas de plástico
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    produzidas desde 1950,
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    cerca de 30% são utilizadas atualmente,
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    e uma pequena parte é reciclada.
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    Cerca de 10% delas são incineradas.
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    Mas 60% de todo esse plástico
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    criado desde 1950
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    se encontra no ambiente
    e em aterros sanitários.
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    O problema é enorme,
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    e estamos longe de ter uma solução.
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    A produção de plástico nos próximos
    32 anos crescerá exponencialmente.
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    As projeções dizem que 12 bilhões
    de toneladas desse plástico
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    terminarão no meio ambiente
    e aterros sanitários até 2050.
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    O dobro do que acumulamos em 70 anos.
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    Na Universidade do Havaí,
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    no Centro de Oceanografia Microbiana:
    Pesquisa e Educação,
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    estudamos a degradação do plástico.
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    As descobertas da nossa pesquisa
    mostram que o impacto do plástico
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    é ainda pior que pensamos.
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    Aqui estão nossas descobertas.
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    Meus colegas Sara Ferrón e Samuel Wilson
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    estavam medindo
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    a produção biológica
    de metano na água do mar,
  • 5:19 - 5:21
    e os números obtidos
  • 5:21 - 5:25
    estavam muito acima do esperado.
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    Eles checaram o protocolo de experimentos
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    e perceberam que a maioria do metano
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    era originado de fontes não biológicas;
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    era originado de garrafas
    que continham água do mar.
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    As garrafas eram feitas
    de um plástico específico:
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    polietileno de alta densidade,
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    também chamado de PEAD.
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    O PEAD reage devido à luz do sol,
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    degrada e emite metano.
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    O plástico emite metano;
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    metano é um gás causador do efeito estufa.
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    O metano representa 20% de todos os gases
    causadores do efeito estufa.
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    O metano é 21 vezes
    mais poderoso do que o CO2:
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    21 moléculas de CO2
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    correspondem a uma molécula de metano.
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    Essa é uma das razões
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    pela qual tantos cientistas
    concentram-se na produção de metano,
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    do pergelissolo a práticas agrícolas.
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    Essa descoberta inesperada
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    foi o começo dos meus dois anos
    de pós-doutorado
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    na Universidade do Havaí,
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    em que meu foco principal
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    foi a emissão de gases do efeito estufa
    pelo plástico no meio ambiente.
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    Depois dessa descoberta surpreendente,
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    expandimos nossa pesquisa.
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    Selecionamos os sete tipos de plástico
    mais usados no mundo.
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    O polietileno de baixa densidade, PEBD,
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    foi o plástico que mais produziu
    gases causadores do efeito estufa.
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    Alguns exemplos de PEBD
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    são sacolas plásticas,
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    garrafas de xampu,
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    embalagens de alimentos e verduras.
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    A grande parte de produtos
    feitos de PEBD possuem uso único:
  • 7:31 - 7:33
    compramos, usamos,
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    e então descartamos em minutos.
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    Infelizmente, polietileno, ou PEBD,
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    é também o plástico mais produzido,
    consumido e descartado no meio ambiente.
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    Também degrada rapidamente
    devido a sua estrutura química fraca,
  • 7:57 - 8:02
    e acaba contribuindo
    para o conjunto dos microplásticos.
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    À medida que o plástico degrada
    no meio ambiente pela ação do Sol,
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    começam a aparecer rachaduras,
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    pedaços, microfraturas,
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    a superfície do plástico
    expandirá com o tempo
  • 8:21 - 8:25
    e, então, mais gases causadores
    do efeito estufa serão produzidos.
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    Pensemos em uma garrafa.
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    A garrafa plástica
    que você comprou em uma loja
  • 8:36 - 8:39
    produz poucos gases
    causadores do efeito estufa,
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    mas, com o tempo,
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    a mesma garrafa plástica
    começará a degradar,
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    e a superfície expandirá,
  • 8:46 - 8:50
    e ela acabará se quebrando
    em pequenos pedaços,
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    e, com o tempo, mais e mais
    gases serão produzidos.
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    Vamos falar de números agora.
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    Por exemplo,
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    se pensarmos no PEBD em pó
    e em pelotas de PEBD,
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    pelotas são nódulos
    do tamanho de uma lentilha;
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    é plástico virgem
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    usado pela indústria do plástico
    para fazer outros itens de plástico.
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    Para o PEBD em pó,
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    teremos uma produção
    de metano 488 vezes maior
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    do que o produzido por pelotas.
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    Isso significa que, à medida
    que o plástico degrada no meio ambiente,
  • 9:26 - 9:29
    todo o plástico que estamos descartando
  • 9:29 - 9:31
    está degradando,
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    e com isso mais e mais gases
    estão sendo produzidos.
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    Como oceanógrafa,
  • 9:39 - 9:41
    a maioria do meu trabalho é no oceano.
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    A maioria dos experimentos que fizemos
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    buscavam observar
    o plástico submerso na água.
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    Mas, para efeito de comparação,
  • 9:50 - 9:52
    tomamos o plástico submerso em água
  • 9:52 - 9:55
    e comparamos com o plástico
    em contato com o ar.
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    Foi aí que as coisas ficaram assustadoras.
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    Basicamente vimos
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    que o plástico exposto ao ar
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    produz duas vezes mais metano
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    do que quando submerso em água,
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    e 76 vezes mais etileno,
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    outro gás causador do efeito estufa,
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    do que o plástico na água.
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    Isso mudou as coisas.
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    Significa que não é somente
    o plástico no oceano,
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    mas todo o plástico à nossa volta,
    no meio ambiente,
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    no seu jardim, carro, brinquedos na praia,
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    emitindo gases causadores do efeito estufa
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    e contribuindo para a mudança climática.
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    Agora temos que investigar mais
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    e identificar se esses gases fazem
    uma contribuição significativa.
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    Os resultados apenas
    aumentam a necessidade
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    de encontrar soluções
    para nosso consumo exagerado de plástico.
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    Não estou aqui para difamar o plástico;
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    estou aqui para entender a ciência
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    por trás das emissões de gases
    causadores do efeito estufa do plástico.
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    Claro, há lugares ao redor do mundo
    onde o plástico salvou vidas,
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    mas, em geral,
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    o plástico que usamos é desnecessário,
    e usado somente por conveniência.
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    O plástico foi desenhado
    para durar um longo período,
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    mas o utilizamos apenas
    por alguns minutos.
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    Quando terminamos de usar o plástico,
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    ele pode terminar no meio ambiente,
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    no Havaí,
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    e por um tempo indeterminado.
  • 11:49 - 11:53
    Pode durar facilmente
    mais que nossas vidas,
  • 11:54 - 11:57
    ou até a vida de nossas crianças.
  • 12:00 - 12:01
    O que fazer?
  • 12:02 - 12:05
    Encaro esse problema
    com duas saídas possíveis.
  • 12:06 - 12:08
    Temos que pensar sobre o passado,
  • 12:08 - 12:11
    e pensar sobre o futuro.
  • 12:12 - 12:14
    Para lidar com o passado
  • 12:14 - 12:16
    e todo o plástico já produzido,
  • 12:17 - 12:20
    temos que encontrar soluções reativas.
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    Mas, para lidar com o futuro,
  • 12:25 - 12:28
    temos que encontrar uma solução proativa
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    para prevenir a criação
    de plástico futuro.
  • 12:36 - 12:37
    Para o passado,
  • 12:37 - 12:40
    temos todo esse plástico no meio ambiente,
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    e só precisamos removê-lo,
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    simples assim.
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    Podemos removê-lo
    com a limpeza das praias,
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    limpeza do oceano,
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    drenagem dos rios para limpeza,
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    ou até "plogging",
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    que comecei em Barcelona em 2009
  • 12:58 - 13:01
    bem antes da palavra ser criada.
  • 13:02 - 13:06
    E tem reciclagem e geração de energia
    através de resíduos.
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    Mais efetivo que as soluções reativas
    são as soluções proativas,
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    e como lidar com o plástico futuro.
  • 13:14 - 13:17
    Temos que ser proativos.
  • 13:18 - 13:23
    O que significa lidar
    com o problema na origem
  • 13:23 - 13:27
    e não onde ele termina, como o Havaí.
  • 13:27 - 13:31
    Significa encontrar melhores
    materiais, melhor tecnologia
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    e diminuir a produção
    de plástico na origem.
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    Se imagine depois de um dia
    longo de trabalho
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    retornando à casa,
    você está prestes a pegar as chaves,
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    e então vê água saindo por baixo
    da porta de entrada.
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    Você entra na casa e corre para o banheiro
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    e observa que a água está saindo de lá.
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    Você percebe que a banheira
    está transbordando.
  • 13:58 - 14:01
    Nesse ponto, você tem
    duas possíveis soluções.
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    Ou corre da casa e pega um balde
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    para retirar água da banheira;
  • 14:09 - 14:11
    ou há uma segunda solução,
  • 14:11 - 14:15
    drasticamente mais eficiente:
  • 14:15 - 14:18
    você identifica a origem do problema
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    e fecha a torneira.
  • 14:25 - 14:28
    A próxima vez que você
    jogar plástico fora,
  • 14:29 - 14:32
    pense em uma maneira de evitar isso
  • 14:32 - 14:34
    e pense no Havaí.
  • 14:35 - 14:36
    Obrigada. Merci.
  • 14:37 - 14:39
    (Aplausos)
Title:
Resíduos de plástico contribuem para o efeito estufa | Sarah-Jeanne ROYER | TEDxClermont
Description:

Ao tentar mensurar a produção de metano a partir da atividade biológica no oceano, Sarah-Jeanne Royer e sua equipe descobriram que as garrafas plásticas que continham amostras de água eram uma fonte mais importante para emissão desse gás causador do efeito estufa. Sarah-Jeanne trabalha para desenvolver um entendimento melhor dos processos de degradação e fragmentação do plástico e de seu futuro no oceano... mas também para convencer líderes a utilizar dados científicos para desenvolver melhores leis para a redução da produção e do consumo de plástico.

Além de ser a primeira sargento a liderar um grupo no primeiro regimento do exército canadense, ela também serviu por 13 anos no Voltigeur de Quebec. Dr. Royer é oceanógrafa e pesquisadora especializada em degradação plástica no Centro Internacional de Pesquisas do Pacífico da Universidade do Havaí.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:02

Portuguese, Brazilian subtitles

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