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Como contar histórias pode melhorar o cuidado de pacientes com Alzheimer e demência | Jay Newton-Small | TEDxMidAtlanticSalon

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    No terceiro ano de faculdade,
    fui estudar em Paris.
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    Meu pai foi me visitar
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    e nos levou, eu e duas colegas
    de quarto, pra jantar.
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    Foi um jantar agradável e animado;
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    meu pai era australiano, muito sociável,
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    e adorava contar casos
    compridos e engraçados
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    sobre seus 40 anos de carreira na ONU
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    desenvolvendo projetos pelo mundo todo.
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    E, naquela noite, foi a história
    de como entrou pra ONU.
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    Ele contou que, quando jovem,
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    com 18 anos, morando em Sydney, Austrália,
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    era considerado a ovelha negra da família.
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    Não entrou pra faculdade,
    como seus irmãos,
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    pois não era isso o que queria.
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    Ele queria mesmo era viajar.
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    Assim, aos 18 anos, pegou um barco,
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    pois na época não havia aviões,
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    e foi pra Londres.
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    Lá ele trabalhava,
    como qualquer bom australiano,
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    de barman em Earl's Court,
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    e passava férias no continente europeu,
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    explorando o mundo.
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    Nas folgas e finais de semana,
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    ele trabalhava como motorista
    para o governo britânico.
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    E algumas vezes ele dirigiu
    pra Winston Churchill.
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    Na época, Churchill já era aposentado
    como primeiro-ministro do Reino Unido,
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    e gostava de conversar
    com seus motoristas.
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    E ele perguntou: "Então,
    rapaz, o que você faz na vida?"
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    E meu pai respondeu:
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    "Sei lá, estou me divertindo,
    viajando... é bom demais".
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    E Churchill: "Não...".
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    Ele tinha mais ambição pro meu pai
    do que meu próprio pai,
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    daí ele falou: "Se você se formar,
    eu lhe faço uma carta de recomendação".
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    E meu pai: "Puxa, uma carta
    de recomendação do Winston Churchill!
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    Isso seria incrível!".
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    Então ele... não era bem uma faculdade,
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    obteve um certificado de um ano de estudo
    da University College of London,
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    levou para o Churchill e disse:
    "Está aqui meu diploma".
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    O Churchill meio que olhou pra ele
    e disse: "Não sei se isso é um diploma..."
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    Mas, de qualquer forma, fez a carta
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    para aquela coisa nova chamada ONU.
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    E a vida do meu pai mudou completamente.
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    Ele acabou morando 20 anos na África,
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    onde, no Zâmbia, conheceu minha mãe,
    uma advogada sino-malaia.
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    Eles se casaram no Malaui,
    e eu nasci em Nova Iorque.
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    Foi uma clássica história de amor da ONU.
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    (Risos)
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    Minhas amigas, claro, adoraram a história,
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    todos adoravam essa história
    quando meu pai contava.
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    Terminado o jantar, meu pai pagou
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    e, de repente, percebeu
    que não sabia onde ficava seu hotel.
  • 2:30 - 2:33
    Acho que ele não sabia
    nem em que cidade estava.
  • 2:33 - 2:37
    E percebi, pela primeira vez,
    que não tinha a ver com estar bêbado.
  • 2:37 - 2:40
    Não era o álcool, nada desse tipo,
    ele simplesmente não se lembrava.
  • 2:40 - 2:45
    E me bateu aquele medo
    de saber que havia algo muito errado.
  • 2:45 - 2:50
    E, de fato, um ano depois, ele foi
    diagnosticado com Alzheimer precoce,
  • 2:50 - 2:51
    aos 58 anos de idade.
  • 2:52 - 2:55
    E, para aqueles
    que não conhecem o Alzheimer,
  • 2:55 - 2:57
    não se trata de senilidade,
  • 2:57 - 2:59
    não é como se a pessoa tivesse 100 anos
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    e não conseguisse se lembrar
    de onde colocou as chaves.
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    O Alzheimer está afetando cada vez mais
    pessoas mais jovens, como meu pai.
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    E 58 anos... não era um velho.
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    Na verdade, o Alzheimer está atingindo
    cada vez mais pessoas na faixa dos 30
  • 3:14 - 3:15
    e dos 40 anos.
  • 3:15 - 3:18
    E se vocês pensam que estão imunes
    porque não têm os genes,
  • 3:18 - 3:20
    que é uma doença hereditária,
  • 3:20 - 3:23
    sim, existem casos de Alzheimer
    que são geneticamente passados,
  • 3:23 - 3:26
    mas, nesse caso, meu pai
    foi o primeiro da família.
  • 3:27 - 3:29
    Nessa época, eu estava
    terminando a faculdade
  • 3:29 - 3:32
    e começando a carreira de jornalista.
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    Meu pai foi um dos meus
    primeiros entrevistados,
  • 3:35 - 3:39
    e passei muito tempo conversando
    com ele sobre sua vida maravilhosa.
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    Avançando dez anos, meus pais estavam
    aposentados, vivendo na Flórida,
  • 3:43 - 3:45
    e minha mãe era a principal
    cuidadora do meu pai,
  • 3:45 - 3:48
    e eu estava aqui em Washington,
    no emprego dos meus sonhos.
  • 3:48 - 3:52
    Estava escrevendo para a revista "Time",
    viajando no avião presidencial,
  • 3:52 - 3:54
    cobrindo campanhas eleitorais,
  • 3:54 - 3:56
    cobrindo os conflitos do Oriente Médio.
  • 3:56 - 3:58
    Era um emprego realmente incrível.
  • 3:58 - 4:01
    Então, minha mãe morreu de repente.
  • 4:01 - 4:05
    Sabem, isso acontece
    com 42% dos cuidadores,
  • 4:05 - 4:08
    eles acabam morrendo antes
    das pessoas de quem cuidam
  • 4:08 - 4:10
    porque o estresse é muito alto.
  • 4:10 - 4:12
    Então fui para a Flórida,
  • 4:12 - 4:14
    e me tornei a principal
    cuidadora do meu pai.
  • 4:14 - 4:16
    Eu o trouxe para Washington,
  • 4:16 - 4:18
    e pensei: "Vou cuidar do meu pai".
  • 4:18 - 4:20
    Eu o levei pra minha casa
  • 4:21 - 4:25
    e rapidamente percebi
    que não ia conseguir cuidar dele.
  • 4:25 - 4:26
    Ele levava meu cachorro pra passear,
  • 4:26 - 4:31
    e depois de 5 horas em pânico,
    a polícia o encontrava a 6,5 km de casa.
  • 4:31 - 4:33
    Ou ele tentava cozinhar,
  • 4:33 - 4:35
    e, acostumado com
    um fogão elétrico na Flórida,
  • 4:35 - 4:38
    eu chegava em casa,
    e a cozinha estava cheia de gás.
  • 4:38 - 4:41
    Então logo ficou claro
    que eu não poderia cuidar dele,
  • 4:41 - 4:44
    e, em vez disso, tive de colocá-lo
    numa casa de repouso.
  • 4:45 - 4:50
    Não sei quantos de vocês já foram
    a uma casa de repouso, mas...
  • 4:50 - 4:54
    Eu achava que o pior dia da minha vida
    tinha sido o da morte da minha mãe.
  • 4:54 - 4:58
    Na verdade, o pior dia da minha vida
    foi quando coloquei meu pai no asilo,
  • 4:58 - 5:00
    e o meu doce, maravilhoso,
  • 5:00 - 5:03
    inofensivo pai australiano,
    que não matava nem uma mosca,
  • 5:03 - 5:06
    me deu um tapa no rosto
    e disse que eu o estava aprisionando.
  • 5:07 - 5:11
    Vocês podem imaginar meu estado
    emocional quando o asilo me pediu
  • 5:11 - 5:14
    para preencher um questionário
    de 20 páginas sobre a vida dele.
  • 5:14 - 5:20
    Sentei na sala, basicamente
    chorando e pensando:
  • 5:20 - 5:22
    "Ninguém vai ler
  • 5:22 - 5:25
    essas 20 páginas de dados rabiscados à mão
  • 5:25 - 5:28
    dos 150 residentes daqui".
  • 5:28 - 5:30
    Em vez disso, entreguei
    o formulário e disse:
  • 5:30 - 5:33
    "Vou escrever a história
    da vida dele pra vocês".
  • 5:33 - 5:34
    E eles: "Então tá...".
  • 5:34 - 5:38
    E expliquei que era jornalista,
    que conseguia fazer isso.
  • 5:38 - 5:43
    Então escrevi a história
    do meu pai, e eles adoraram.
  • 5:43 - 5:45
    Isso transformou totalmente
    a forma de cuidar dele.
  • 5:45 - 5:49
    Eles relembravam a história,
    os cuidadores contavam uns pros outros.
  • 5:49 - 5:51
    Dois deles eram da Etiópia,
  • 5:51 - 5:54
    e meu pai tinha trabalhado
    oito anos na Etiópia,
  • 5:54 - 5:56
    e eles não tinham nem ideia,
    e ficaram animados.
  • 5:56 - 6:00
    Ficavam horas sentados mostrando
    a ele as fotos do Imperador Selassie,
  • 6:00 - 6:01
    com quem meu pai tinha trabalhado,
  • 6:01 - 6:05
    ou fotos de Adis Abeba, e ele adorava,
    pois ele conseguia lembrar disso -
  • 6:05 - 6:07
    o Alzeheimer é regressivo -
  • 6:07 - 6:09
    ele conseguia lembrar da África,
    mas não se lembrava de mim
  • 6:09 - 6:11
    ou da minha mãe, naquela altura.
  • 6:11 - 6:16
    Atualmente, o Alzheimer afeta
    11 milhões de pessoas nos EUA.
  • 6:16 - 6:18
    É um problema muito grande,
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    e não há cura para ele, obviamente.
  • 6:23 - 6:27
    Bilhões e bilhões de dólares
    são usados para encontrar a cura,
  • 6:27 - 6:32
    mas sejamos honestos:
    nunca vamos encontrar a cura
  • 6:32 - 6:35
    a tempo quando a geração
    "baby boomer" envelhecer.
  • 6:35 - 6:40
    Haverá o triplo de hoje
    de pessoas com Alzheimer até 2030,
  • 6:40 - 6:42
    na verdade com Alzheimer e demência.
  • 6:42 - 6:45
    Serão quase 30 milhões
    de pessoas com a doença.
  • 6:45 - 6:47
    Precisamos começar a focar
  • 6:47 - 6:50
    em encontrar formas melhores
    de cuidar dessas pessoas.
  • 6:50 - 6:54
    Se já estiveram num asilo,
    sabem que lá não há comunidade.
  • 6:54 - 6:57
    É tudo muito isolado:
    é tudo muito deprimente.
  • 6:57 - 7:01
    Por isso, pra mim, escrever a história
    dele ajudou as pessoas a conhecê-lo.
  • 7:01 - 7:03
    Criou um pouco o senso de comunidade.
  • 7:03 - 7:06
    Então fiz uma loucura:
  • 7:06 - 7:08
    quatro meses atrás deixei a "Time",
  • 7:08 - 7:11
    meu emprego dos sonhos, que sempre quis
    e onde trabalhei por uma década,
  • 7:11 - 7:14
    e abri uma empresa chamada MemoryWell.
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    Hoje temos mais de 250 jornalistas
  • 7:16 - 7:20
    e escrevemos a história de vida
    dos que vivem com Alzheimer e demência.
  • 7:20 - 7:23
    E encontraram-se usos incríveis
    para essas histórias:
  • 7:23 - 7:27
    são colocadas nas casas de repouso,
    pras pessoas poderem lê-las.
  • 7:27 - 7:30
    e assim se conhecerem umas às outras.
  • 7:30 - 7:32
    E, no site,
  • 7:32 - 7:35
    adicionam músicas, vídeos,
    arte e leituras favoritos deles,
  • 7:35 - 7:37
    e dessa forma as pessoas
    podem se comunicar com eles,
  • 7:37 - 7:42
    e podem usar essas ferramentas
    para interagir com eles.
  • 7:42 - 7:43
    Adoro isso porque sei
  • 7:43 - 7:47
    que nos últimos anos, quando visitava
    meu pai na casa de repouso,
  • 7:47 - 7:50
    ele não me reconhecia.
  • 7:50 - 7:51
    Ele dizia:
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    "Quem é essa garota esquisita,
    andando com o cachorro, me seguindo?"
  • 7:55 - 8:00
    Daí eu pegava meu iPhone
    e tocava os Beatles para ele,
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    e ele reconhecia os Beatles,
  • 8:02 - 8:04
    e eu dizia: "Sim, pai, são os Beatles".
  • 8:04 - 8:06
    E ele se sentava comigo,
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    e eu podia colocar MASH pra ele assistir,
    que era o seu programa favorito,
  • 8:10 - 8:13
    ou podia mostrar as fotos dos meus avós
  • 8:13 - 8:15
    e falar sobre a vida deles.
  • 8:15 - 8:18
    Quem aqui assistiu ao filme
    "Diário de uma Paixão"?
  • 8:18 - 8:20
    Bastante gente.
  • 8:20 - 8:23
    Então, pra mim, foi como
    escrever a história dele,
  • 8:23 - 8:25
    e conseguir sentar e interagir com ele,
  • 8:25 - 8:29
    fosse eu ou os cuidadores
    ou outras pessoas, e conhecê-lo de fato,
  • 8:29 - 8:31
    foi como minha própria versão do filme.
  • 8:31 - 8:34
    E nos poucos minutos que isso
    o trazia de volta pra mim,
  • 8:34 - 8:37
    era um presente quando ele voltava
    e era um pouco do meu pai.
  • 8:37 - 8:41
    Eu senti, através de toda minha luta
    trabalhando com ele
  • 8:41 - 8:44
    nos cinco anos que ele esteve na casa
    de repouso, até morrer ano passado,
  • 8:44 - 8:48
    que tive de reinventar a roda
    pra descobrir como interagir com ele,
  • 8:48 - 8:51
    como fazer as pessoas conhecê-lo,
    entender quem ele era,
  • 8:51 - 8:52
    e aquilo foi muito doloroso.
  • 8:52 - 8:57
    Então eu queria que as pessoas
    não precisassem passar por isso.
  • 8:57 - 8:59
    Certa vez Winston Churchill disse:
  • 8:59 - 9:02
    "O futuro é inescrutável,
    mas o passado nos dá esperança".
  • 9:03 - 9:08
    Adoro essa citação, porque,
    como jornalista, ao fazer isso,
  • 9:08 - 9:14
    mesmo que antes tenha usado meu talento
    para reportar a vida dos poderosos,
  • 9:14 - 9:17
    dos ricos, dos infames e dos famosos,
  • 9:17 - 9:21
    agora posso usar meu talento
    pra mudar as coisas num nível micro,
  • 9:21 - 9:24
    e vejo essa mudança o tempo todo,
    com as pessoas formando comunidades
  • 9:24 - 9:28
    e dando uma voz às pessoas
    que não a têm mais agora.
  • 9:28 - 9:33
    Assim, para nós, formar um canal direto
    com a história é emocionante,
  • 9:33 - 9:36
    a ideia de que, se coletarmos
    histórias o suficiente,
  • 9:36 - 9:39
    milhares delas, que de outra
    forma seriam perdidas,
  • 9:39 - 9:43
    podemos ter relatos diretos
    de veteranos da Guerra da Coreia,
  • 9:43 - 9:47
    ou pessoas que estiveram em Woodstock,
    ou outras grandes histórias.
  • 9:48 - 9:51
    E, para nós, nossa verdadeira missão é
  • 9:51 - 9:56
    construir comunidade e dar voz
    aos sem voz, construindo empatia,
  • 9:56 - 9:58
    com uma voz de cada vez,
    uma história de cada vez.
  • 9:58 - 9:59
    Obrigada.
  • 9:59 - 10:02
    (Aplausos)
Title:
Como contar histórias pode melhorar o cuidado de pacientes com Alzheimer e demência | Jay Newton-Small | TEDxMidAtlanticSalon
Description:

Jay Newton-Small é cofundadora da MemoryWell, uma startup de jornalistas que contam as histórias de vida de pessoas com Alzheimer e demência, como forma de melhorar o cuidado com esses pacientes. Colocar seu pai em uma casa de repouso foi um dos dias mais difíceis da vida de Jay. E, nos meses e anos que se seguiram, ela ficou louca para encontrar maneiras melhores de assegurar que o grupo de cuidadores de seu pai compreendessem quem ele era. MemoryWell cresceu a partir dessa experiência.

Anteriormente, Newton-Small era correspondente em Washington da revista "Time", onde ela permanece como colaboradora. Na "Time", ela cobriu política, assim como histórias nos cinco continentes -- dos conflitos no Oriente Médio ao terremoto no Haiti e os ataques terroristas de 2015 em Paris. Ela escreveu mais de meia dúzia de artigos de capa para a "Time" e entrevistou inúmeros chefes de estado, incluindo os presidentes Barack Obama e George W. Bush.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/ted

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
10:05

Portuguese, Brazilian subtitles

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