Pés quentes e cabeça fria — razões para os escaravelhos dançarem | Professor Marcus Byrne | TEDxWitsUniversity
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0:07 - 0:08Isto é cocó.
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0:09 - 0:12Hoje quero partilhar convosco
a minha paixão por cocó. -
0:12 - 0:13(Risos)
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0:13 - 0:15Vão com certeza achar fascinante
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0:15 - 0:17a forma como estes pequenos animais
lidam com cocó. -
0:18 - 0:20Este animal
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0:20 - 0:22tem o cérebro do tamanho
de um grão de arroz. -
0:23 - 0:24No entanto, faz coisas
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0:24 - 0:28que nunca imaginaríamos
ser capaz de fazer. -
0:28 - 0:31Basicamente, gira tudo em torno
da sua fonte de comida -
0:31 - 0:34que são os excrementos.
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0:34 - 0:37Então, por onde começamos esta história?
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0:37 - 0:39Parece apropriado começar pelo fim
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0:40 - 0:44porque trata-se de um desperdício
que provém de outros animais -
0:44 - 0:46mas que ainda contém nutrientes.
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0:46 - 0:48Contém nutrientes suficientes
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0:48 - 0:51para os escaravelhos viverem.
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0:51 - 0:53Assim, os escaravelhos comem excrementos.
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0:53 - 0:57As larvas também
se alimentam de excrementos. -
0:57 - 1:00Crescem completamente envolvidos
numa bola de excrementos. -
1:01 - 1:05Na África do Sul temos 800 espécies
de escaravelhos, -
1:05 - 1:08em África há 2000 espécies
de escaravelhos, -
1:08 - 1:12e no mundo inteiro há cerca
de 6000 espécies de escaravelhos. -
1:13 - 1:17Segundo os escaravelhos,
os excrementos são muito bons. -
1:18 - 1:22Mas, como é que eles lidam
com esse material? -
1:22 - 1:26A maior parte dos escaravelhos
transforma-o numa espécie de embrulho. -
1:27 - 1:29Transforma-o numa simples bola,
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1:29 - 1:31mas vocês nunca vão reparar nisso.
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1:31 - 1:34Se não estiverem dispostos
a ficar com excrementos nas unhas -
1:34 - 1:35e a escavar no meio dos excrementos
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1:35 - 1:38nunca vão ver 90%
das espécies de escaravelhos -
1:38 - 1:42porque eles enfiam-se nos excrementos,
andam por baixo dos excrementos. -
1:42 - 1:44Depois passeiam
de um lado para o outro -
1:44 - 1:46entre os excrementos à superfície do solo
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1:46 - 1:48e o ninho que fazem debaixo do solo.
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1:48 - 1:49Felizmente para nós,
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1:49 - 1:53há 10% das espécies que fazem uma bola.
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1:54 - 1:57Rebolam essa bola desde
o local dos excrementos -
1:58 - 2:02e habitualmente enterram-na
num local distante -
2:02 - 2:04afastado do local dos excrementos.
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2:05 - 2:07Têm um comportamento muito especial
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2:08 - 2:12que lhes permite rebolar essas bolas.
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2:13 - 2:17Este é o orgulhoso possuidor
duma bela bola de excrementos. -
2:17 - 2:20Podem ver que é um macho
— tem pelos nas pernas. -
2:20 - 2:25Está nitidamente muito satisfeito
com aquilo em que está sentado. -
2:25 - 2:30Mas está prestes a ser vítima
dum vergonhoso 'agarra e foge'. -
2:30 - 2:31(Risos)
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2:33 - 2:37É uma clara indicação de que aquilo
é um recurso de valor. -
2:38 - 2:42É preciso tomar conta
dos recursos de valor -
2:43 - 2:45e guardá-los de forma especial.
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2:45 - 2:48Pensamos que é por essa razão
que eles rebolam as bolas para longe, -
2:48 - 2:51por causa da concorrência que existe
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2:51 - 2:54pela propriedade daqueles excrementos.
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2:54 - 2:55Estes bocados de excrementos
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2:55 - 2:57— bem, não eram
bocados de excrementos -
2:57 - 3:00quinze minutos antes
de tirada esta fotografia — -
3:00 - 3:03Pensamos que é esta concorrência intensa
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3:03 - 3:06que faz com que os escaravelhos
estejam tão bem adaptados -
3:06 - 3:09para rebolarem
as suas bolas de excrementos. -
3:09 - 3:12Têm que imaginar este animal
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3:12 - 3:13a atravessar a savana africana.
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3:14 - 3:18De cabeça para baixo, a andar às arrecuas,
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3:18 - 3:23é a forma mais bizarra de transportar
comida, seja em que direção for. -
3:24 - 3:26Ao mesmo tempo, tem que suportar o calor.
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3:26 - 3:28Estamos em África. Está calor.
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3:28 - 3:30Agora vou partilhar convosco
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3:30 - 3:34algumas das experiências
que eu e os meus colegas fizemos -
3:34 - 3:39para investigar como os escaravelhos
resolvem estes problemas. -
3:40 - 3:42Observem este escaravelho.
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3:42 - 3:44Há duas coisas que quero que observem.
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3:44 - 3:47A primeira é como ele lida
com este obstáculo -
3:47 - 3:49que colocámos no seu caminho.
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3:49 - 3:50Vejam, faz uma pequena dança.
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3:50 - 3:53Depois continua
exatamente na mesma direção -
3:53 - 3:55em que ia inicialmente.
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3:59 - 4:01Uma pequena dança,
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4:01 - 4:03e depois avança numa determinada direção.
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4:03 - 4:07Nitidamente, o animal sabe para onde vai
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4:07 - 4:08e sabe para onde quer ir.
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4:08 - 4:10É uma coisa muito importante
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4:10 - 4:13porque, se pensarmos nisso,
estamos no monte de estrume, -
4:13 - 4:15obtemos esta grande bola de excrementos
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4:15 - 4:17que queremos afastar de todos os outros
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4:17 - 4:20e a forma mais rápida
de o fazer é em linha reta. -
4:20 - 4:24Então, demos-lhe mais tarefas
para ele resolver. -
4:25 - 4:29Aqui, virámos o mundo ao contrário,
debaixo dos pés dele. -
4:30 - 4:31Observem a reação dele.
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4:32 - 4:36Este animal ficou com o mundo
virado ao contrário, debaixo dos pés. -
4:36 - 4:38Foi rodado a 90 graus,
mas ele não hesita. -
4:38 - 4:40Sabe exatamente para onde quer ir
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4:40 - 4:43e avança nessa determinada direção.
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4:45 - 4:47A nossa pergunta seguinte foi:
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4:47 - 4:50"Como é que eles fazem isso?
O que é que estão a fazer?" -
4:50 - 4:52Havia uma pista que nos era facultada.
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4:52 - 4:55De vez em quando,
eles trepam para cima da bola -
4:55 - 4:57e olham à sua volta.
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4:58 - 5:00Para onde estarão eles a olhar
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5:00 - 5:02quando trepam para cima da bola?
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5:02 - 5:05Quais são as pistas óbvias
que este animal está a usar -
5:05 - 5:08para orientar o seu movimento?
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5:08 - 5:11A pista mais óbvia é olhar para o céu.
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5:12 - 5:13Por isso pensámos:
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5:13 - 5:16"O que é que eles podem ver no céu?"
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5:16 - 5:20A resposta óbvia é que olham para o sol.
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5:20 - 5:23Esta é uma experiência clássica:
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5:25 - 5:27Vamos mover o sol.
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5:28 - 5:31Assim, tapamos o sol com uma tábua,
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5:31 - 5:33e depois, com um espelho,
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5:33 - 5:35movemos o sol para uma posição
totalmente diferente. -
5:35 - 5:37Vamos ver o que é que o escaravelho faz.
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5:37 - 5:40Faz uma pequena dança, duas vezes.
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5:40 - 5:43Depois volta atrás
exatamente na mesma direção -
5:43 - 5:45em que seguia a princípio.
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5:45 - 5:47(Risos)
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5:48 - 5:49Pensa melhor
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5:49 - 5:51e avança na direção oposta.
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5:51 - 5:53Portanto, estava mesmo a olhar para o sol.
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5:53 - 5:56O sol, no céu,
é uma pista importante para eles. -
5:56 - 5:59O problema é que o sol
nem sempre está disponível, -
5:59 - 6:03porque, no ocaso, desaparece
abaixo do horizonte. -
6:03 - 6:05Mas o que acontece no céu
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6:05 - 6:08é que há um padrão muito grande
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6:08 - 6:11de luz polarizada,
que nós não conseguimos ver. -
6:11 - 6:13É a forma como os nossos olhos são feitos.
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6:14 - 6:17O sol aqui está no horizonte
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6:17 - 6:20e sabemos que,
quando o sol está no horizonte -
6:20 - 6:22— portanto, está deste lado —
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6:22 - 6:26há uma enorme faixa norte-sul,
atravessando o céu, -
6:26 - 6:28de luz polarizada que nós não vemos.
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6:28 - 6:30Mas os escaravelhos veem-na.
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6:34 - 6:38Como é que testamos isso? É fácil.
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6:38 - 6:41Arranjamos um filtro de polarização
muito grande, -
6:41 - 6:43colocamos o escaravelho
por baixo dele. -
6:43 - 6:46O filtro está em ângulo reto
com o padrão de polarização no céu. -
6:47 - 6:50O escaravelho sai de debaixo do filtro,
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6:53 - 6:55dá uma volta para a direita
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6:55 - 7:00porque volta a ficar debaixo do céu
pelo qual se orientava inicialmente -
7:00 - 7:02e depois volta a orientar-se
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7:02 - 7:05na direção em que
estava a seguir inicialmente. -
7:05 - 7:09Obviamente, os escaravelhos
veem a luz polarizada. -
7:10 - 7:12Assim, o que temos até aqui é:
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7:13 - 7:15"O que é que os escaravelhos fazem?"
— Rebolam bolas. -
7:15 - 7:18"Como é que fazem isso?"
— rebolam-nas em linha reta. -
7:18 - 7:22"Como é que se mantêm
numa determinada linha reta?" -
7:22 - 7:25— procuram pistas celestiais no céu,
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7:25 - 7:27algumas das quais nós não vemos.
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7:27 - 7:29Mas, "Como é que escolhem
essas pistas celestiais?" -
7:29 - 7:32Era esse o nosso interesse seguinte.
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7:32 - 7:35Pensávamos que aquele
comportamento especial, a dança, -
7:36 - 7:37é que era importante,
-
7:37 - 7:38porque — reparem!
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7:38 - 7:41ele faz uma pausa, de vez em quando,
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7:41 - 7:43e depois avança na direção
em que quer seguir. -
7:48 - 7:51O que é que eles fazem,
quando fazem aquela dança? -
7:51 - 7:55Até que ponto podemos empurrá-los
antes de eles voltarem a orientar-se? -
7:55 - 8:00Nesta experiência forçámo-lo
a entrar num canal. -
8:00 - 8:02Como veem, não foi preciso forçá-lo muito
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8:02 - 8:04para entrar neste canal.
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8:04 - 8:09Gradualmente, obrigámos
o escaravelho a virar 180 graus -
8:09 - 8:14até sair pela ponta que aponta
exatamente na direção errada. -
8:14 - 8:17Ele acaba por avançar exatamente
na direção oposta -
8:17 - 8:19à direção em que queria ir inicialmente.
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8:19 - 8:21Vejamos qual vai ser a sua reação,
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8:21 - 8:24quando é desviado aqui a 90 graus.
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8:24 - 8:26e quando acaba por ir parar aqui,
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8:26 - 8:29está a ir na direção errada, a 180 graus.
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8:30 - 8:32Vejam qual é a reação.
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8:35 - 8:37Faz uma pequena dança,
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8:37 - 8:39dá meia volta e volta para trás.
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8:39 - 8:42Sabe exatamente para onde quer ir.
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8:42 - 8:44Sabe exatamente qual é o problema.
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8:44 - 8:46Sabe exatamente o que tem a fazer.
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8:46 - 8:49A dança é um comportamento de transição
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8:49 - 8:52que lhe permite voltar a orientar-se.
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8:52 - 8:54Portanto, é a dança.
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8:54 - 8:58Depois de passarmos muitos anos
sentados na savana africana, -
8:58 - 9:01a observar escaravelhos
em belos dias escaldantes, -
9:01 - 9:03reparámos que havia
um outro comportamento -
9:03 - 9:07associado ao comportamento da dança.
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9:08 - 9:10Vão vê-lo neste vídeo. É muito óbvio.
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9:10 - 9:12De vez em quando,
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9:12 - 9:14quando trepam para cima da bola,
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9:14 - 9:16limpam a cara.
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9:18 - 9:20Lá está ele a fazê-lo de novo.
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9:21 - 9:23O que é que poderá significar?
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9:24 - 9:26Claro que o terreno está muito quente.
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9:26 - 9:28Quando o terreno está quente,
eles dançam mais vezes. -
9:28 - 9:30E quando fazem esta dança em especial,
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9:30 - 9:32limpam a cara.
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9:32 - 9:35Pensámos que talvez fosse
um comportamento termorregulador, -
9:35 - 9:38talvez estivessem
a tentar fugir ao solo quente -
9:38 - 9:42e também a cuspir para a cara,
para arrefecer a cabeça. -
9:42 - 9:46Por isso, concebemos umas arenas.
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9:47 - 9:49Uma era quente, a outra era fria.
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9:49 - 9:51pusemos esta à sombra,
deixámos a outra ao sol. -
9:51 - 9:52Podíamos trocá-las.
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9:52 - 9:56Depois filmámos com uma câmara térmica.
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9:56 - 9:58O que estão a ver aqui
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9:58 - 10:03é uma imagem de calor do sistema.
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10:04 - 10:06O que veem aqui, a sair do cocó
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10:06 - 10:08é uma bola de excremento frio.
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10:09 - 10:11A verdade é que,
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10:11 - 10:12— se observarem a temperatura aqui —
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10:12 - 10:14o excremento está frio.
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10:14 - 10:15(Risos)
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10:16 - 10:19O nosso interesse é comparar
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10:19 - 10:22a temperatura do escaravelho
em relação ao ambiente. -
10:22 - 10:25O ambiente aqui está a cerca de 50º C.
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10:25 - 10:27O escaravelho e a bola
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10:27 - 10:30estão provavelmente entre 30º a 35º C.
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10:30 - 10:33Isto é uma grande bola de gelado
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10:33 - 10:35que o escaravelho está agora a transportar
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10:35 - 10:37através da savana em brasa.
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10:39 - 10:41Já não trepa, já não dança
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10:41 - 10:44porque a temperatura do corpo
está relativamente baixa, -
10:44 - 10:47é idêntica à vossa e à minha.
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10:49 - 10:50O que há de interessante nisto
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10:50 - 10:54é que o pequeno cérebro
está bastante frio. -
10:54 - 10:58Mas se compararmos com o que acontece
num ambiente quente, -
11:00 - 11:03— reparem neste escaravelho,
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11:03 - 11:05reparem na temperatura do solo,
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11:05 - 11:08é de cerca de 55º a 60º C.
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11:08 - 11:10Reparem quantas vezes o escaravelho dança.
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11:12 - 11:15Reparem nas pernas da frente.
Estão extremamente quentes. -
11:16 - 11:19A bola deixa uma pequena sombra térmica
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11:19 - 11:23e o escaravelho trepa
para cima da bola e limpa a cara. -
11:23 - 11:27Está sempre a tentar refrescar-se,
— é o que pensamos — -
11:27 - 11:33e a evitar a areia quente
que está a atravessar. -
11:34 - 11:36Foi muito interessante.
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11:36 - 11:38Ficámos interessados
na temperatura das pernas. -
11:38 - 11:42Assim, pusemos umas botinhas
nessas pernas, -
11:42 - 11:46porque era uma forma de testar
se as pernas estavam envolvidas -
11:46 - 11:49na sensação da temperatura do solo.
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11:49 - 11:51Se observarem aqui,
-
11:51 - 11:54com botas, ele trepa para a bola
menos vezes -
11:54 - 11:56do que quando não tinha botas.
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11:57 - 11:59Chamámos-lhes botas refrescantes.
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11:59 - 12:02Fizemo-las com material dentário.
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12:02 - 12:05Também arrefecemos a bola de excremento,
-
12:05 - 12:07pusemos a bola no frigorífico.
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12:07 - 12:09Demos-lhe uma bola
de excrementos, fria, -
12:09 - 12:11e eles trepavam para cima da bola
-
12:11 - 12:13muito menos vezes do que
quando tinham uma bola quente. -
12:13 - 12:15Chama-se a isto "intervalo de pausa".
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12:15 - 12:17É um comportamento térmico que nós temos
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12:17 - 12:19quando atravessamos uma praia,
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12:19 - 12:21saltamos para cima
da toalha doutra pessoa, -
12:21 - 12:23— "Desculpe! Pisei a sua toalha!" —
-
12:23 - 12:26depois corremos
para a toalha doutra pessoa. -
12:26 - 12:27Dessa forma não queimamos os pés.
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12:27 - 12:30É exatamente isso
que os escaravelhos fazem. -
12:30 - 12:33Mas há mais uma história
que quero contar-vos -
12:33 - 12:36sobre esta espécie em particular.
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12:36 - 12:38É de um género chamado pachysoma.
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12:38 - 12:40Este género tem 13 espécies.
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12:40 - 12:45Têm um comportamento especial
que devem achar interessante. -
12:46 - 12:50Este é um escaravelho.
Reparem no que ele faz. -
12:51 - 12:53Conseguem ver a diferença?
-
12:53 - 12:55Habitualmente, não andam tão devagar.
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12:55 - 12:57Este avança ao retardador.
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12:57 - 13:01Mas está a avançar
e a arrastar um grânulo, -
13:01 - 13:04está a arrastar um grânulo
de excrementos com ele. -
13:04 - 13:06É uma espécie diferente do mesmo género
-
13:06 - 13:09mas tem exatamente o mesmo
comportamento de procura de alimento. -
13:13 - 13:15O que é que se passa aqui?
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13:15 - 13:17Um aspeto muito interessante
-
13:17 - 13:22do comportamento deste escaravelho
que achámos muito fascinante -
13:22 - 13:26é que ele recolhe alimentos
e abastece um ninho. -
13:26 - 13:29Observem este indivíduo aqui.
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13:29 - 13:31Está a tentar construir um ninho.
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13:32 - 13:34Não gosta da primeira posição
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13:34 - 13:36e arranja uma segunda posição.
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13:36 - 13:40Uns 50 minutos depois,
o ninho está terminado -
13:40 - 13:43e ele parte para procurar
alimentos e provisões -
13:43 - 13:45num monte de grânulos
de excrementos secos. -
13:45 - 13:51Reparem no caminho de ida,
em comparação com o caminho para casa. -
13:50 - 13:52Comparem os dois.
-
13:53 - 13:56De longe, vemos que o caminho para casa
-
13:56 - 13:58é muito mais direto
do que o caminho de ida. -
13:58 - 14:01No caminho de ida está sempre à procura
-
14:01 - 14:04de um novo monte de excrementos.
-
14:04 - 14:05No caminho para casa,
-
14:05 - 14:08— ele sabe onde é a casa —
quer ir direitinho para lá. -
14:12 - 14:15O que é importante,
é que não se trata apenas de uma viagem. -
14:15 - 14:17Como com a maior parte dos escaravelhos,
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14:17 - 14:20a viagem é repetida várias vezes
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14:20 - 14:23entre o local das provisões
e o local do ninho. -
14:23 - 14:25Reparem, vamos ver
mais um crime sul-africano -
14:25 - 14:27a ocorrer agora mesmo!
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14:27 - 14:28(Risos)
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14:28 - 14:31O vizinho rouba
um dos grânulos de excremento. -
14:35 - 14:39Vemos aqui um comportamento
a que se chama "integração do caminho". -
14:39 - 14:43O escaravelho tem um local
para a sua casa, -
14:44 - 14:48sai num percurso complicado
à procura de comida. -
14:48 - 14:52Quando encontra comida,
volta logo para casa, -
14:52 - 14:54sabe exatamente onde é a sua casa.
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14:54 - 14:57Ora bem, há duas formas para fazer isso.
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14:57 - 15:01Podemos testar o que ele faz,
deslocando o escaravelho -
15:01 - 15:04para uma outra posição,
quando está no local dos alimentos. -
15:04 - 15:08Se ele usar as referências,
vai encontrar a sua casa. -
15:08 - 15:14Se usar a "integração do caminho",
não vai encontrar a sua casa, -
15:14 - 15:16vai chegar ao local errado.
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15:16 - 15:19Aqui, ele está a usar
a integração do caminho. -
15:19 - 15:20Está a contar os passos,
-
15:20 - 15:22a medir a distância nesta direção,
-
15:22 - 15:24sabe onde é o alojamento,
-
15:24 - 15:26sabe que deve ser naquela direção.
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15:26 - 15:29Se o deslocarmos,
vai parar ao local errado. -
15:29 - 15:31Vejamos o que acontece
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15:31 - 15:33quando pomos este escaravelho à prova
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15:33 - 15:36com uma experiência semelhante.
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15:36 - 15:39Este é o nosso experimentador astucioso.
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15:41 - 15:44Desloca o escaravelho
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15:45 - 15:50e agora vamos ver o que vai acontecer.
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16:00 - 16:02Ele não gosta daquela peça. Rejeita-a.
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16:03 - 16:08Trepa para o papel
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16:08 - 16:10e é mudado para outra posição.
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16:10 - 16:12Agora, o que temos é uma toca.
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16:12 - 16:13Era onde estava a comida.
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16:13 - 16:16O escaravelho foi colocado noutra posição.
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16:16 - 16:18Se usar a orientação por referências
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16:18 - 16:20vai conseguir encontrar a toca
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16:20 - 16:22porque consegue reconhecer
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16:22 - 16:24as referências à volta dela.
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16:24 - 16:29Se usar a integração do caminho,
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16:29 - 16:32vai acabar no local errado,
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16:32 - 16:33neste sítio.
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16:33 - 16:35Vamos ver o que acontece,
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16:37 - 16:40quando fazemos a experiência
com o escaravelho -
16:45 - 16:48Lá está ele.
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16:48 - 16:50Está em vias de avançar para casa.
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16:50 - 16:52e vejam o que é que acontece.
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16:54 - 16:55Que vergonha.
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16:57 - 16:58Não faz a mínima ideia.
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16:59 - 17:01Começa à procura da sua casa.
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17:01 - 17:04à distância certa da comida
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17:04 - 17:07mas está nitidamente perdido.
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17:08 - 17:11Sabemos assim que este animal
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17:11 - 17:14usa a interação do caminho
para encontrar a direção. -
17:14 - 17:18O experimentador cruel sai
pelo canto em cima à esquerda -
17:19 - 17:21O que vemos aqui
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17:21 - 17:24é um grupo de animais
que usa uma bússola. -
17:24 - 17:27Usam o sol como uma bússola
para encontrar o seu caminho -
17:27 - 17:32e têm um sistema qualquer
para medir essa distância. -
17:32 - 17:36Sabemos que esta espécie aqui
conta os passos. -
17:36 - 17:39É isso que usam como um odómetro,
-
17:39 - 17:41é um sistema de contagem de passos
-
17:42 - 17:46para encontrar o caminho
de regresso a casa. -
17:46 - 17:49Não sabemos ainda o que é
que os escaravelhos usam. -
17:49 - 17:51O que é que aprendemos com estes animais
-
17:51 - 17:55com um cérebro do tamanho
de um grão de arroz? -
17:55 - 17:59Sabemos que rebolam bolas
em linha reta -
17:59 - 18:01usando pistas celestiais.
-
18:01 - 18:04Sabemos que o comportamento de dança
é um comportamento de orientação -
18:04 - 18:07e é também um comportamento
termorregulador, -
18:07 - 18:12e também sabemos que usam
um sistema de integração do caminho. -
18:12 - 18:14para encontrar o caminho para casa.
-
18:14 - 18:15Para um animal tão pequeno,
-
18:15 - 18:17que lida com uma substância
tão repugnante, -
18:17 - 18:21podemos aprender
uma grande quantidade de comportamentos. -
18:21 - 18:24Fazem coisas que nós
provavelmente não fazemos. -
18:24 - 18:26Obrigado.
-
18:26 - 18:27(Aplausos)
- Title:
- Pés quentes e cabeça fria — razões para os escaravelhos dançarem | Professor Marcus Byrne | TEDxWitsUniversity
- Description:
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Os interesses da investigação de Marcus Byrne concentram-se no uso dos insetos para controlo biológico. Esta palestra desvenda alguns dos segredos da sobrevivência dos escaravelhos e a sua adaptação ao meio ambiente.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:31