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O que podemos aprender com as galáxias muito, muito distantes?

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    Eis algumas imagens de aglomerados de galáxias.
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    Eles são exatamente como parecem.
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    São enormes conjuntos de galáxias,
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    unidas pelas suas gravidades mútuas.
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    Assim, a maior parte dos pontos
    que veem no ecrã
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    não são estrelas individuais
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    mas sim conjuntos de estrelas ou galáxias.
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    Agora, mostrando-vos algumas destas imagens,
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    espero que rapidamente se apercebam de que
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    os aglomerados de galáxias são belos objetos,
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    mas mais do que isso,
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    penso que os aglomerados de galáxias
    são misteriosos,
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    surpreendentes
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    e úteis.
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    Úteis como os maiores laboratórios do universo.
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    E como laboratórios,
    descrever aglomerados de galáxias
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    é descrever as experiências
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    que podemos fazer com eles.
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    E penso que existem quatro tipos principais,
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    e o primeiro tipo que quero descrever
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    é analisar o muito grande.
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    Então, quão grande?
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    Bem, eis a imagem de um
    aglomerado de galáxias em particular.
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    É tão grande que a luz que passa através dele
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    é dobrada, é distorcida
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    pela gravidade extrema deste aglomerado.
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    E na realidade, se olharem atentamente
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    poderão ver anéis à volta deste aglomerado.
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    Para vos dar um número,
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    este aglomerado em específico
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    tem a massa de mil biliões de sóis.
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    É simplesmente impressionante o quão massivos
    estes sistemas podem ser.
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    Mas mais do que a sua massa,
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    eles têm uma característica adicional.
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    São, na sua essência, sistemas isolados,
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    assim, se quisermos, podemos pensar neles
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    como uma versão reduzida de todo o universo.
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    E muitas das questões que possamos ter
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    acerca do universo em grande escala,
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    tais como:
    De que forma funciona a gravidade?
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    podem ser respondidas estudando estes sistemas.
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    Então, esse era muito grande.
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    A segunda coisa é muito quente.
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    Ok, se eu pegar numa imagem de
    um aglomerado de galáxias
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    e lhe retirar toda a luz das estrelas,
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    tudo o que me resta é esta enorme
    mancha azul.
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    Esta é uma cor falsa.
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    Na realidade é luz raio X o que estamos a ver.
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    E a pergunta é, se não são as galáxias,
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    então o que estará a emitir esta luz?
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    A resposta é: gás quente,
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    gás a um milhão de graus —
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    na realidade, é plasma.
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    E a razão pelo qual é tão quente
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    leva-nos ao diapositivo anterior.
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    A gravidade extrema destes sistemas
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    acelera partículas de gás a grandes velocidades
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    e grandes velocidades significam
    altas temperaturas.
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    Isto é a ideia principal,
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    mas a ciência é um rascunho.
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    Existem várias propriedades básicas
    deste plasma
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    que ainda nos confundem,
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    nos intrigam
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    e ainda impelem o nosso conhecimento
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    da física do muito quente.
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    Terceira coisa: analisar o muito pequeno.
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    Para vos explicar isto, preciso de vos contar
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    um facto muito perturbante.
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    A maior parte da matéria do universo
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    não é feito de átomos.
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    Enganaram-vos.
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    A maior parte é feito de algo muito,
    muito misterioso
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    a que chamamos matéria negra.
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    A matéria negra é algo que
    não gosta muito de interagir,
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    exceto através da gravidade
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    e, é claro, gostaríamos de aprender mais
    sobre ela.
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    Se forem um físico de partículas,
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    vão querer saber o que acontece quando fazemos
    chocar coisas umas contra as outras.
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    E a matéria negra não é exceção.
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    Bom, como é que fazemos isso?
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    Para responder a essa questão,
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    vou ter que fazer outra pergunta,
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    que é: O que acontece quando
    aglomerados de galáxias colidem?
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    Eis uma imagem.
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    Uma vez que os aglomerados de galáxias
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    são partes representativas do universo,
    em versão reduzida,
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    são compostos maioritariamente de matéria negra
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    e é isso que veem neste púrpura azulado.
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    O vermelho representa o gás quente
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    e, claro, podem ver muitas galáxias.
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    O que aconteceu é o mesmo que
    num acelerador de partículas
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    porém a muito grande, grande escala.
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    E isto é muito importante
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    porque o que significa é que efeitos
    muito, muito pequenos
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    que dificilmente seriam detetados
    num laboratório,
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    podem ser compostos e recompostos
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    em algo que possivelmente poderemos
    observar na Natureza.
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    Então, é muito divertido.
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    A razão pela qual os aglomerados de galáxias
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    nos podem ensinar acerca da matéria negra,
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    a razão pela qual os aglomerados de galáxias
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    nos podem ensinar acerca da física
    do muito pequeno
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    é precisamente por serem muito grandes.
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    Quarta coisa: a física do muito estranho.
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    Certamente o que disse até agora é de loucos.
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    Ok, se existe algo mais estranho
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    penso que tem que ser a energia negra.
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    Se atirar uma bola ao ar,
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    espero que ela suba.
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    O que não espero é que suba
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    a uma velocidade cada vez maior.
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    Da mesma forma, os cosmólogos compreendem
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    porque é que o universo se está a expandir.
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    O que não percebem é porque ele se expande
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    a uma velocidade cada vez maior.
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    Eles deram à causa desta
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    expansão acelerada um nome,
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    e chamaram-lhe energia negra.
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    E uma vez mais, queremos aprender mais
    acerca disso.
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    Assim, uma pergunta em particular que temos é
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    como é que a energia negra afeta o universo
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    às escalas maiores?
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    Depende do quão forte ela for,
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    talvez a estrutura se forme mais rapidamente
    ou mais lentamente.
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    Bom, o problema da estrutura de larga escala
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    do universo é que é horrivelmente complicada.
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    Eis uma simulação por computador.
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    E precisamos de uma forma de a simplificar.
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    Bem, gosto de pensar nisto como uma analogia.
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    Se quiser compreender o naufrágio do Titanic,
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    a coisa mais importante a fazer
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    não é fazer modelos das posições
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    de todas as pequenas peças do barco
    que se partiram.
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    O mais importante a fazer é
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    localizar as duas grandes partes.
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    Da mesma forma, posso aprender muito
    acerca do universo
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    à maior escala
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    localizando as maiores peças
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    e essas maiores peças são
    os aglomerados de galáxias
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    Então, como cheguei ao final,
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    podem-se estar a sentir um pouco enganados.
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    Quero dizer, comecei a falar acerca
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    de como os aglomerados de galáxias são úteis
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    e dei algumas razões,
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    mas na realidade, qual é a sua utilidade?
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    Bem, para responder a isso
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    tenho que citar Henry Ford
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    quando lhe perguntaram acerca de carros.
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    Ele disse isto:
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    "Se eu tivesse perguntado às pessoas
    o que elas queriam,
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    elas teriam dito cavalos mais rápidos."
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    Hoje, nós como sociedade, enfrentamos
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    muitos, muitos problemas difíceis.
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    E as soluções para esses problemas
    não são óbvias.
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    Não são cavalos mais rápidos.
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    Vão requerer quantidades enormes
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    de criatividade científica.
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    Sim, precisamos de nos focar,
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    sim, precisamos nos concentrar,
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    mas precisamos também de nos lembrar que
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    inovação, criatividade, inspiração —
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    todas essas coisas aparecem
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    quando alargamos o nosso campo de visão,
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    quando recuamos,
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    quando afastamos a imagem.
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    E não consigo encontrar melhor forma de o fazer
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    senão estudando o universo que nos rodeia.
    Obrigado.
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    (Aplausos)
Title:
O que podemos aprender com as galáxias muito, muito distantes?
Speaker:
Henry Lin
Description:

Numa divertida e emocionante palestra, o adolescente Henry Lin olha para algo inesperado no céu: distantes aglomerados de galáxias. Estudando as propriedades das maiores peças do universo, diz o premiado vencedor da Feira de Ciência da Intel, podemos aprender bastante acerca dos mistérios científicos do nosso próprio mundo e da nossa galáxia.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
06:43
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for What we can learn from galaxies far, far away
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for What we can learn from galaxies far, far away
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for What we can learn from galaxies far, far away
Alexandre Rúben Barrocoso Palminha Janeiro accepted Portuguese subtitles for What we can learn from galaxies far, far away
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Artur de Oliveira edited Portuguese subtitles for What we can learn from galaxies far, far away
Artur de Oliveira edited Portuguese subtitles for What we can learn from galaxies far, far away
Show all
  • -million billion, traduz-se em quatrilhão.
    galaxy cluster, será aconselhado traduzir-se em aglomerado de galáxias e não aglomeração de galáxias (penso que aqui estará correcto na tradução de português do Brasil, porém não de Portugal).

Portuguese subtitles

Revisions

  • Revision 8 Edited (legacy editor)
    Isabel Vaz Belchior