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O som está bom aí atrás?
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[PREFEITO BLOOMBERG]
É uma honra recebê-los aqui hoje
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para inaugurar uma grande
obra de arte pública
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feita por um dos cidadãos públicos
mais criativos e corajosos do mundo.
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Ai Weiwei.
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Ai Weiwei não pode estar na inauguração de seu trabalho,
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"O círculo dos Animaisl
ou Cabeças Zodiacais"
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Mesmo que ele não esteja aqui fisicamente
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ele continua a falar conosco,
a nos encantar,
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a nos desafiar por meio de sua arte.
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Na sua escala e acessibilidade,
"O Círculo dos Animais/Cabeças Zodiacais"
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mantém a rica tradição novaiorquina
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de exibir obras artísticas inesquecíveis
para que todos possam apreciar.
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Ai Weiwei acredita
que a arte deve ser para todos
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e concordamos totalmente com ele.
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[E-SHYH WONG] Nós o chamamos
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em chinês... [fala em chinês]
que é "Professor Ai"
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E ele sempre teve consciência
de que se estamos aprendendo algo novo
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Em todo projeto ele quer ter a certeza
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de que estamos aprendendo algo
além do trabalho braçal.
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[INSERK YANG]
Ele nos dá muita liberdade e...
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Ele não é um artista
que impõe suas decisões criativas
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aos seus assistentes e colegas, sabe.
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[E-SHYH WONG] Com cada proposta que recebemos,
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o que Weiwei considera importante
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é o espaço e como ele pode ser usado.
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Ele tem muitos artesãos
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e muitas pessoas trabalhando com ele.
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E ele trabalha diretamente com todos nós.
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[INSERK YANG] O estúdio sempre foi
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um estado de fluxo constante, sabe.
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Sempre com muitas pessoas,
principalmente nos últimos anos
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são nossos voluntários
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Eles vêm com um certo tipo de interesse,
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são quase todos jovens chineses.
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E normalmente não estão envolvidos com arte.
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Então temos até donas de casa vindo aqui
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e dizendo ao Weiwei que o seu trabalho as impactou,
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e que elas querem participar disso.
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E, geralmente, se ele sente que
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tem uma paixão ali, ele aceita a pessoa, sabe?
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[E-SHYN WONG] Todo os dias pessoas chegam até nós
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e nos oferecem propostas de algo
que podem fazer para ajudar Weiwei.
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De primeira, pensamos,
"Ok, talvez seja melhor ficarmos quietos,
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porque não queremos
irritar o governo chinês."
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Mas depois pensamos,
"O que o Weiwei faria?"
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E ele provavelmente faria muito barulho.
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Então eu acho que ainda somos,
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ele ainda é muito cuidadoso com o que faz.
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Ele não faz barulho por fazer.
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Então acho que estamos pensando,
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estamos tentando pensar claramente
na melhor abordagem,
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mas eu não acho que
nos calarmos seja a solução.
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[INSERK YANG] É verdade, não se cale.
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[GREG HILTY] É triste não poder vê-lo
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porque ele é uma figura
muito agradável e carismática.
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É ótimo tê-lo por perto.
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Obviamente, é muito estranho
fazer um show sem o artista.
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Normalmente isso é um pré-requisito
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e você anseia pela vinda do artista.
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Óbvio que temos
nossas ideias de como usar a galeria
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e do que queremos,
mas há sempre algo para ser mudado.
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Decidimos colocar esses pôsteres
porque normalmente o artista está aqui
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com estrevistas marcadas,
então esperaríamos
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que ele pudesse falar.
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Então percebemos
que seria importante dar voz a ele.
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E escolhemos uma pequena seleção
de citações pertinentes e atemporais
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Como se sabe, Ai Weiwei é filho
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de um poeta muito famoso, Ai Qing.
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Ele cresceu sabendo que a arte era muito poderosa, mas também controversa.
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Ele tentou fugir disso
e fugiu da China no final dos anos 80
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e foi para Nova Iorque.
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Ele teve um período
para refletir e absorver as coisas.
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Ele criava, mas não buscava
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uma carreira sólida como artista.
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E acho que essas influências,
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quando ele volta para a China
no meio dos anos 90,
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o fizeram se posicionar e entrar no cenário cultural chinês
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e no cenário mundial
com uma voz muito ativa.
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Há alguns trabalhos na exibição
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que, para mim, são muito
importantes e tocantes.
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Tem uma câmera de segurança feita em mármore
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e posta num pedestal.
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Sabemos que as câmeras de segurança são predominantes
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nas nossas vidas.
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Elas são como o pano de fundo
de nossas vidas e subestimamos isso.
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Para Weiwei, elas eram muito presentes,
não apenas panos de fundo,
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mas ele também esteve sob vigilância
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por muitos anos.
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E ele levou isso de uma forma leve.
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Ele conversava com os guardas
à paisana que vinham
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e ficavam perto da casa dele.
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Ele apertava suas mãos.
E ele não se importava
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quando a gente perguntava
se isso era incômodo.
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Mas é claro que é incômodo,
e o que aconteceu foi horrível.
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Outra curiosidade é que enquanto ele fazia
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o monumento em mármore,
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ele adotou outra estratégia
que foi de deixar sua vida
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o mais pública possível.
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Quando eu o visitei no estúdio, ele tuitou umas 20 vezes
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durante a nossa reunião de uma hora.
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E eu penso que, se tudo estiver à mostra,
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não há nada a ser espionado.
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Então ele não tinha nada a esconder.
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Ele trabalha de diversas formas,
mas em cada uma ele faz
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nos seus próprios termos e,
do jeito mais simples, claro
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e potente possível para dizer ao mundo
o que ele está vivendo.
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[conversa abafada]
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[gato miando]
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