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O caminho para acabar com o racismo sistêmico nos EUA

  • 0:02 - 0:07
    Chris Anderson: Olá, comunidade TED,
    bem-vinda para outra conversa ao vivo.
  • 0:09 - 0:11
    Hoje será uma longa conversa.
  • 0:12 - 0:16
    Quando criamos a série "Build Back Better"
  • 0:16 - 0:21
    nossa ideia era abordar problemas
    decorrentes da pandemia,
  • 0:21 - 0:24
    como poderíamos imaginar
    reconstruir melhor a partir disso.
  • 0:25 - 0:26
    Mas os eventos da semana passada,
  • 0:26 - 0:33
    a terrível morte de George Floyd
    e os protestos diários que se seguiram,
  • 0:33 - 0:35
    trouxeram uma nova urgência
  • 0:35 - 0:38
    que nós, é claro, simplesmente
    precisamos abordar.
  • 0:38 - 0:42
    Podemos reconstruir melhor a partir disso?
  • 0:43 - 0:47
    Acho que antes de começarmos
    a responder essa pergunta,
  • 0:47 - 0:51
    temos que procurar entender
    a imensidão deste momento.
  • 0:52 - 0:54
    Whitney Pennington Rodgers:
    Isso mesmo, Chris.
  • 0:54 - 0:57
    No momento, muitas pessoas
    nos Estados Unidos e além
  • 0:57 - 1:02
    estão lidando com sentimentos
    de raiva e frustração, tristeza profunda
  • 1:02 - 1:05
    e impotência.
  • 1:05 - 1:09
    Não importa quem seja,
    tem perguntas sobre o que fazer,
  • 1:09 - 1:11
    como melhorar as coisas.
  • 1:11 - 1:13
    E como vimos,
  • 1:13 - 1:16
    violências como essa ocorrem
    há muitos anos.
  • 1:16 - 1:18
    Qual é o caminho a seguir?
  • 1:27 - 1:31
    CA: Estamos com um grupo
    de ativistas, organizadores e líderes
  • 1:31 - 1:36
    conhecidos pelo trabalho crucial
    em justiça social e direitos civis.
  • 1:36 - 1:38
    Estamos muito gratos
    por participarem de uma discussão
  • 1:38 - 1:42
    sobre injustiça racial nos EUA,
  • 1:42 - 1:46
    atos insuportáveis de violência.
  • 1:46 - 1:49
    Atos que testemunhamos
    contra a comunidade negra,
  • 1:50 - 1:55
    os perigos para uma nação
    devastada pela raiva e o medo.
  • 1:55 - 1:59
    E como podemos avançar
    a partir disso para algo melhor.
  • 2:00 - 2:04
    Então, primeiro, cada um dos nossos quatro
    convidados compartilhará seus pensamentos
  • 2:04 - 2:06
    sobre como avançamos a partir de agora.
  • 2:06 - 2:11
    Depois, participaremos como um grupo,
    incluindo vocês, a comunidade TED.
  • 2:12 - 2:15
    WPR: Agradecemos nosso parceiro
    "Project Management Institute".
  • 2:15 - 2:19
    Esse apoio generoso ajudou a tornar
    possíveis as entrevistas de hoje,
  • 2:19 - 2:22
    e, claro, como Chris mencionou, queremos
    que vocês participem da conversa,
  • 2:22 - 2:25
    compartilhem suas perguntas usando
    a opção "Fazer uma pergunta"
  • 2:25 - 2:29
    e continuem a compartilhar
    seus pensamentos no tópico de discussão.
  • 2:30 - 2:32
    CA: Obrigado, Whitney.
  • 2:32 - 2:35
    Certo, vamos começar.
  • 2:36 - 2:37
    Nosso primeiro convidado.
  • 2:38 - 2:42
    O Dr. Phillip Atiba Goff é fundador e CEO
  • 2:42 - 2:45
    do "Center for Policing Equity, CPE".
  • 2:45 - 2:50
    Trabalham com departamentos de polícia
    em todo o país, inclusive em Minneapolis,
  • 2:50 - 2:56
    buscando respostas mensuráveis
    ao preconceito racial.
  • 2:56 - 3:02
    Phil, eu mal posso imaginar como foi
    o estresse da última semana.
  • 3:02 - 3:05
    Bem-vindo e é com você
    para os comentários de abertura.
  • 3:07 - 3:09
    Phillip Atiba Goff: Obrigado, Chris.
  • 3:10 - 3:13
    Sim, esta semana foi um soco no estômago
  • 3:14 - 3:18
    para quem achava que estávamos progredindo
  • 3:18 - 3:22
    na maneira com que propomos
    a segurança pública que fortalece
  • 3:22 - 3:24
    comunidades particularmente vulneráveis.
  • 3:25 - 3:28
    Começamos a trabalhar em Minneapolis
    há cerca de cinco anos.
  • 3:29 - 3:33
    Na época, era, como na maioria
    das grandes cidades dos Estados Unidos,
  • 3:33 - 3:38
    um departamento com um longo histórico
  • 3:38 - 3:41
    de não contabilizados
    pela violência na aplicação da lei,
  • 3:41 - 3:44
    visando as comunidades negras
    mais vulneráveis.
  • 3:44 - 3:48
    E tentamos colocar em prática
    várias coisas que sabemos que funcionam.
  • 3:50 - 3:51
    Mudar a cultura
  • 3:51 - 3:55
    para que ela possa refletir
    os valores da comunidade.
  • 3:56 - 4:00
    Vimos um progresso pequeno,
    mas mensurável.
  • 4:01 - 4:03
    Nós sempre soubemos
  • 4:03 - 4:05
    que com um progresso pequeno e mensurável,
  • 4:05 - 4:09
    estamos a um incidente trágico
    de voltar à estaca zero.
  • 4:10 - 4:13
    Mas os eventos da última semana e meia
    não nos levaram de volta à estaca zero;
  • 4:13 - 4:17
    queimaram a estaca zero
    e cavamos um buraco
  • 4:17 - 4:19
    do qual temos que nos desenterrar agora.
  • 4:19 - 4:22
    O que escuto dos chefes
    de polícia que me ligam,
  • 4:22 - 4:23
    ativistas com quem converso,
  • 4:23 - 4:28
    das pessoas nas comunidades que estão
    literalmente pegando fogo no momento,
  • 4:29 - 4:32
    são coisas como um ativista que me disse
  • 4:32 - 4:37
    que a dor que ele estava sentindo era
    grande demais para caber em seu corpo.
  • 4:38 - 4:39
    E sem pensar nisso, eu respondi:
  • 4:39 - 4:44
    "É porque é muito grande
    para caber numa vida toda".
  • 4:44 - 4:47
    Estamos vendo não apenas a resposta
  • 4:47 - 4:53
    a uma execução pública horrível e cruel.
  • 4:54 - 4:55
    Um linchamento.
  • 4:56 - 4:59
    Não é apenas a reação a três deles:
  • 4:59 - 5:02
    Ahmaud Arbery, Breonna Taylor
  • 5:02 - 5:04
    e depois George Floyd.
  • 5:05 - 5:08
    O que estamos vendo é que a conta venceu
  • 5:09 - 5:14
    pelas dívidas não pagas que este país
    tem com seus residentes negros.
  • 5:14 - 5:17
    E vem normalmente a cada 20 a 30 anos.
  • 5:18 - 5:20
    Foi Ferguson apenas seis anos atrás,
  • 5:20 - 5:22
    mas cerca de 30 anos antes disso,
  • 5:22 - 5:26
    foi nas ruas de Los Angeles, após
    o veredicto que exonerou a polícia
  • 5:26 - 5:29
    que espancou Rodney King num vídeo.
  • 5:29 - 5:33
    Foi Newark, Watts, Chicago, Tulsa,
  • 5:34 - 5:36
    foi Chicago novamente.
  • 5:38 - 5:43
    Se não responsabilizarmos
    totalmente essas dívidas,
  • 5:43 - 5:46
    então continuaremos pagando.
  • 5:46 - 5:48
    Parte do que vivi na última semana e meia,
  • 5:48 - 5:51
    que tenho compartilhado com pessoas
    que fazem esse trabalho,
  • 5:51 - 5:52
    que o levam a sério,
  • 5:53 - 5:55
    é o reconhecimento,
  • 5:56 - 5:58
    a realidade esmagadora de almas,
  • 5:58 - 6:01
    de que em algum momento,
    quando as coisas param de pegar fogo,
  • 6:01 - 6:04
    as câmeras vão filmar outra coisa.
  • 6:04 - 6:10
    E a história que temos neste país
    não é apenas de negligência viciosa
  • 6:10 - 6:12
    e abuso direcionado de comunidades negras,
  • 6:12 - 6:17
    é também a que paramos de prestar atenção.
  • 6:18 - 6:21
    O que significa para comunidades
    como em Baton Rouge,
  • 6:21 - 6:25
    para aqueles que ainda sofrem
    por Alton Sterling,
  • 6:25 - 6:28
    e em Baltimore, para quem ainda
    está de luto por Freddie Gray,
  • 6:28 - 6:31
    é que não há apenas uma chance,
    há uma probabilidade
  • 6:31 - 6:34
    de que estaremos daqui a um mês ou dois
  • 6:34 - 6:37
    com nada mais para mostrar
    do que o que tivemos
  • 6:37 - 6:39
    depois de Michael Brown Jr.
  • 6:42 - 6:46
    E suportar o peso disso,
  • 6:47 - 6:51
    individual e coletivamente, é demais.
  • 6:52 - 6:55
    É uma carga muito pesada
  • 6:55 - 6:59
    para uma pessoa, um povo
    ou uma geração aguentar.
  • 7:02 - 7:07
    Vemos os pecados impenitentes,
    as dívidas não pagas.
  • 7:08 - 7:12
    E, portanto, a solução não pode ser
    apenas a de corrigir o policiamento.
  • 7:12 - 7:15
    Não pode ser só uma reforma incremental.
  • 7:16 - 7:18
    Apenas sistemas de prestação de contas
  • 7:18 - 7:21
    para prender policiais
    depois que mataram alguém.
  • 7:21 - 7:25
    Porque não há justiça para George Floyd.
  • 7:25 - 7:27
    Talvez haja responsabilização.
  • 7:27 - 7:30
    Algum alívio das pessoas que ainda
    estão por aqui, que o amavam,
  • 7:30 - 7:35
    por sua filha que falou ontem:
    "Meu pai mudou o mundo".
  • 7:35 - 7:39
    Não haverá justiça para um homem morto
    quando ele não tinha que morrer.
  • 7:39 - 7:44
    Mas chegaremos aonde precisamos
    apenas reformando a polícia.
  • 7:45 - 7:47
    Além do trabalho conhecido
    do CPE com os dados,
  • 7:47 - 7:51
    temos incentivado departamentos e cidades
  • 7:51 - 7:56
    a pegar o dinheiro que deveriam
    investir em comunidades
  • 7:57 - 7:59
    e tirar do orçamento da polícia,
  • 8:00 - 8:02
    levá-lo para as comunidades.
  • 8:02 - 8:05
    As pessoas perguntam: "Como poderia ser?
  • 8:05 - 8:07
    Como poderíamos imaginar isso?"
  • 8:07 - 8:11
    E eu digo às pessoas que há um lugar
    onde fazemos isso nos EUA agora.
  • 8:11 - 8:15
    Todos já ouvimos falar, sussurramos,
    alguns já estiveram lá, outros moram lá.
  • 8:15 - 8:17
    O lugar é chamado de subúrbio,
  • 8:17 - 8:20
    onde já temos recursos suficientes
    para dar às pessoas,
  • 8:20 - 8:23
    para não precisarem da polícia
    para segurança pública.
  • 8:23 - 8:26
    Alguém com problema de abuso
    de substâncias pode ir à clínica.
  • 8:26 - 8:29
    Se alguém tem um problema médico,
    se tem seguro, pode ir para um hospital.
  • 8:29 - 8:33
    Se há uma disputa doméstica,
    eles têm amigos, têm apoio.
  • 8:33 - 8:36
    Não precisa de um distintivo e uma arma.
  • 8:36 - 8:38
    Se tivéssemos todos os recursos públicos
  • 8:38 - 8:41
    que estavam disponíveis nas comunidades
    que mais precisavam deles,
  • 8:41 - 8:43
    não precisaríamos da polícia,
  • 8:43 - 8:46
    e muitos têm defendido,
    com ainda mais força recentemente,
  • 8:46 - 8:47
    que nós não precisamos.
  • 8:47 - 8:51
    Se pegarmos o dinheiro
    que usamos para punir
  • 8:52 - 8:54
    e investirmos
  • 8:54 - 8:58
    na promessa e na inventividade
    da comunidade que poderia haver lá.
  • 8:58 - 9:00
    Não sei como vamos conseguir.
  • 9:00 - 9:02
    Sei que vai precisar de tudo e mais.
  • 9:02 - 9:05
    Vai precisar do tipo de mudança sistêmica
  • 9:05 - 9:09
    e ferramentas de gerenciamento
    que tradicionalmente oferecemos.
  • 9:09 - 9:10
    E também de uma mudança quântica
  • 9:10 - 9:12
    da maneira que pensamos
    em segurança pública.
  • 9:12 - 9:16
    Mas, principalmente, não é
    apenas um problema de policiamento.
  • 9:16 - 9:19
    Esta é a dívida não paga
  • 9:19 - 9:21
    que é devida aos negros dos EUA.
  • 9:21 - 9:23
    A conta está vencendo.
  • 9:24 - 9:26
    E precisamos começar a fazer
    uma contabilidade juntos,
  • 9:26 - 9:29
    para não pagarmos só os juros dessa coisa.
  • 9:37 - 9:39
    WPR: Obrigado, Phil.
  • 9:39 - 9:42
    Rashad Robinson é o presidente
    da "Color Of Change",
  • 9:42 - 9:46
    organização de direitos civis que defende
    a justiça racial para a comunidade negra.
  • 9:46 - 9:49
    Até agora, mais de 4 milhões
    de pessoas assinaram sua petição
  • 9:49 - 9:52
    para prender os policiais envolvidos
    no assassinato de George Floyd.
  • 9:52 - 9:55
    E, claro, um foi preso na semana passada.
  • 9:55 - 9:58
    Muito obrigado por estar conosco,
    Rashad, seja bem-vindo.
  • 10:00 - 10:03
    Rashad Robinson: Obrigado.
    E obrigado por me receber.
  • 10:03 - 10:05
    Hoje estou aproveitando a oportunidade
  • 10:05 - 10:08
    para falar sobre como todos
    podem se envolver.
  • 10:08 - 10:09
    Como podem agir,
  • 10:09 - 10:12
    porque agora, a ação estratégica é crucial
  • 10:12 - 10:16
    para todos nós mudarmos as regras
  • 10:16 - 10:20
    que frequentemente mantêm
    os sistemas que nos atrasam.
  • 10:20 - 10:22
    Não se enganem,
  • 10:22 - 10:25
    o sistema de justiça criminal
    não está quebrado.
  • 10:25 - 10:29
    Está operando exatamente
    da maneira como foi projetado.
  • 10:30 - 10:33
    Em todos os níveis,
  • 10:33 - 10:37
    o sistema de justiça criminal
    não se trata de fornecer justiça,
  • 10:37 - 10:42
    mas de garantir que certas pessoas,
    certas comunidades sejam protegidas,
  • 10:42 - 10:43
    enquanto outras são violadas.
  • 10:43 - 10:46
    E então eu quero falar
    um pouco sobre a Color Of Change,
  • 10:46 - 10:49
    sobre ativismo e o trabalho
    que está acontecendo
  • 10:49 - 10:52
    de outras organizações em todo o país,
  • 10:52 - 10:54
    e a maneira como todos
    podem canalizar essa energia.
  • 10:54 - 11:00
    Na Color Of Change, falamos
    em como canalizar a participação em poder.
  • 11:00 - 11:03
    Com demasiada frequência, confundimos
    participação e visibilidade com poder,
  • 11:03 - 11:07
    retuítes de participação
    das histórias do movimento,
  • 11:07 - 11:09
    pessoas que sentem paixão pela mudança
  • 11:09 - 11:12
    às vezes poderiam nos fazer sentir
    que a mudança é inevitável,
  • 11:12 - 11:16
    mas poder é realmente
    a capacidade de mudar as regras.
  • 11:16 - 11:18
    E agora, todos os dias,
    as pessoas estão agindo
  • 11:18 - 11:22
    e estamos tentando canalizar
    essa energia em algumas coisas.
  • 11:22 - 11:26
    Primeiro, todo um conjunto
    de demandas no nível federal
  • 11:26 - 11:27
    e no nível local.
  • 11:27 - 11:29
    Como Phil descreveu,
  • 11:29 - 11:33
    o policiamento opera
    em muitos canais diferentes.
  • 11:33 - 11:35
    E o que precisamos reconhecer
  • 11:35 - 11:39
    é que, embora haja muitas coisas
    que podem acontecer no nível federal,
  • 11:39 - 11:41
    localmente em todo o país.
  • 11:41 - 11:47
    Há decisões sendo tomadas nas comunidades
    sobre como o policiamento é executado,
  • 11:47 - 11:50
    para manter um nível mais profundo
    de responsabilidade;
  • 11:50 - 11:52
    precisamos de novas leis
    no nível estadual.
  • 11:52 - 11:56
    Na Color Of Change, criamos uma plataforma
    em torno de um conjunto de demandas
  • 11:56 - 12:00
    e trabalhamos para criar mais energia
    para as pessoas comuns agirem.
  • 12:00 - 12:01
    Estamos lutando por justiça
  • 12:02 - 12:04
    para Ahmaud Arbery,
    Breonna Taylor e George Floyd,
  • 12:04 - 12:06
    também estamos lutando por justiça
  • 12:06 - 12:09
    para outras pessoas cujos nomes
    vocês não escutaram,
  • 12:09 - 12:13
    Nina Pop e outros,
    cujas histórias de injustiça
  • 12:13 - 12:16
    e a relação com o sistema
    de justiça criminal
  • 12:16 - 12:21
    representam todas as formas pelas quais
    a luta no momento é importante.
  • 12:21 - 12:25
    Nos últimos dois anos, trabalhamos
    para criar um movimento,
  • 12:25 - 12:30
    responsabilizar os promotores públicos
    e mudar o papel deles em nosso país.
  • 12:31 - 12:34
    E através da plataforma
    "Winning Justice" da Color Of Change,
  • 12:34 - 12:36
    www.winningjustice.org,
  • 12:36 - 12:41
    trabalhamos para canalizar a energia
    das pessoas comuns para agirem.
  • 12:41 - 12:44
    Para quem está assistindo
    o que está acontecendo na TV,
  • 12:44 - 12:46
    vendo no "feed" das redes sociais
  • 12:46 - 12:50
    e está indignado com o que
    está acontecendo na Geórgia,
  • 12:50 - 12:54
    no Tennessee, em Minnesota,
  • 12:55 - 13:00
    vocês mesmos, muito provavelmente,
    moram em uma comunidade
  • 13:01 - 13:05
    onde há um promotor
    que não responsabilizará a polícia,
  • 13:06 - 13:10
    que não a processará quando ela
    prejudicar e ferir negros,
  • 13:10 - 13:11
    quando ela violar as leis.
  • 13:11 - 13:16
    Vocês moram em uma comunidade
    onde a polícia faz parte da estrutura
  • 13:16 - 13:22
    que acumula encarceramento em massa,
    mas muitos outros aspectos do sistema
  • 13:22 - 13:28
    acumulam encarceramento em massa
    e os promotores estão no centro disso.
  • 13:28 - 13:31
    Vocês moram nessas comunidades
    e precisam fazer algo a respeito.
  • 13:31 - 13:35
    Em winningjustice.org, criamos o único
    banco de dados nacional para pesquisa
  • 13:35 - 13:38
    dos 2,4 mil promotores em todo o país.
  • 13:38 - 13:40
    Criamos esquadrões e comunidades locais
  • 13:40 - 13:46
    para que as pessoas se engajem em esforços
    que responsabilizem os promotores.
  • 13:46 - 13:48
    Trabalhamos com nossos parceiros
    em todo o movimento,
  • 13:48 - 13:53
    nossos amigos do "Vidas Negras Importam",
    pessoas que fazem trabalho político,
  • 13:53 - 13:56
    amigos nos comitês locais da União
    Americana pelas Liberdades Civis,
  • 13:56 - 13:59
    para criar seis demandas
  • 13:59 - 14:03
    que as pessoas podem apoiar
    em termos de pressão por reformas,
  • 14:03 - 14:06
    e criamos material de educação pública.
  • 14:06 - 14:09
    Mas a única forma de trabalharmos
    para mudar a maneira
  • 14:09 - 14:11
    que a acusação acontece neste país
  • 14:12 - 14:14
    é se as pessoas se envolverem.
  • 14:14 - 14:19
    Se elevarem a voz e se juntarem
    a nós na busca por mudanças reais.
  • 14:19 - 14:24
    No final, quero que as pessoas reconheçam,
    e Phillip falou um pouco sobre isso,
  • 14:24 - 14:28
    que não vivemos os problemas, mas a vida.
  • 14:28 - 14:31
    Que as forças que nos impedem estão
    profundamente inter-relacionadas,
  • 14:31 - 14:33
    um sistema de justiça criminal racista
  • 14:33 - 14:36
    requer uma cultura racista
    da mídia para sobreviver,
  • 14:36 - 14:40
    uma desigualdade política
    segue a desigualdade econômica,
  • 14:40 - 14:42
    todas elas andam de mãos dadas.
  • 14:42 - 14:46
    E, portanto, também quero
    que não nos afastemos da equação.
  • 14:46 - 14:50
    Provavelmente trabalhamos em empresas
    que podem postar símbolos
  • 14:50 - 14:52
    do Vidas Negras Importam num dia,
  • 14:52 - 14:57
    e apoiar políticos que trabalham para
    destruir esse movimento no dia seguinte.
  • 14:57 - 15:01
    Muitas vezes, estamos envolvidos
    em práticas dentro de nossas empresas
  • 15:01 - 15:05
    ou em nossa vida diária,
    apoiando propriedades da mídia e outras
  • 15:05 - 15:09
    que estão prejudicando nossas comunidades,
    estão contando histórias.
  • 15:10 - 15:13
    Recentemente, fizemos
    um relatório na Color Of Change
  • 15:13 - 15:16
    com o curso Norman Lear, da USC.
  • 15:16 - 15:21
    Chama-se "Normalizing Injustice"
    e está disponível em changehollywood.org.
  • 15:21 - 15:25
    Esse relatório analisa
    os 22 procedimentos criminais
  • 15:25 - 15:27
    nos programas de crimes exibidos na TV.
  • 15:27 - 15:32
    Analisa todas as maneiras em que eles
    criam uma percepção distorcida
  • 15:32 - 15:34
    sobre nossa visão da justiça.
  • 15:34 - 15:39
    Eles criam uma espécie de incentivo
    para o policiamento que vemos no país
  • 15:39 - 15:42
    que serve como um braço de relações
    públicas para a aplicação da lei.
  • 15:42 - 15:45
    Trabalhamos com roteiristas em todo o país
  • 15:45 - 15:47
    para convencer as pessoas
    a contar histórias melhores,
  • 15:47 - 15:52
    mas precisamos de espectadores ativos
    e que o setor de entretenimento
  • 15:52 - 15:59
    recue e desafie não apenas as estruturas
    que levam esse conteúdo ao ar,
  • 15:59 - 16:02
    mas a proliferação através
    de nossas transmissões.
  • 16:02 - 16:04
    No final das contas,
  • 16:04 - 16:07
    temos uma oportunidade
    neste momento de fazer mudanças.
  • 16:07 - 16:09
    Pontos de inflexão são aqueles momentos
  • 16:10 - 16:14
    em que temos a oportunidade
    de fazer imensos avanços
  • 16:14 - 16:18
    ou a ameaça real de retrocedermos.
  • 16:19 - 16:23
    A capacidade de fazer coisas incríveis
    está em nossas mãos,
  • 16:23 - 16:30
    no sentido de desfazer muitas injustiças
    que impediram o progresso por muito tempo.
  • 16:30 - 16:33
    Mas as pessoas comuns devem se envolver.
  • 16:33 - 16:37
    Devemos canalizar essa presença no poder
  • 16:37 - 16:41
    e construir o tipo de poder
    que muda as regras.
  • 16:41 - 16:44
    O racismo de muitas maneiras é como a água
  • 16:45 - 16:48
    caindo sobre um chão com buracos.
  • 16:50 - 16:54
    De todas as formas, encontrará os buracos.
  • 16:54 - 16:57
    E assim, não podemos simplesmente aceitar
  • 16:57 - 17:00
    soluções generosas
    para problemas estruturais,
  • 17:00 - 17:03
    mas temos que trabalhar
    pela mudança estrutural.
  • 17:03 - 17:07
    Então quero terminar dizendo uma coisa
    sobre como falamos sobre pessoas negras
  • 17:07 - 17:10
    e sobre comunidades negras neste momento.
  • 17:10 - 17:12
    Porque temos que dizer o que queremos
  • 17:12 - 17:16
    e temos que construir a narrativa
    que nos leva aonde queremos ir.
  • 17:16 - 17:17
    Com muita frequência,
  • 17:17 - 17:21
    tratamos comunidades negras
    e pessoas negras como vulneráveis,
  • 17:21 - 17:23
    mas a vulnerabilidade
    é uma característica pessoal.
  • 17:23 - 17:25
    As comunidades negras
    estão sendo atacadas.
  • 17:25 - 17:30
    Elas são exploradas, atingidas
    e precisamos dizer isso,
  • 17:30 - 17:33
    para não pôr o ônus em corrigir
    famílias e comunidades negras,
  • 17:34 - 17:37
    mas apostar em corrigir
    as estruturas que nos prejudicaram.
  • 17:37 - 17:38
    Vamos dizer coisas como:
  • 17:38 - 17:41
    "Negros são menos propensos
    a obter empréstimos",
  • 17:41 - 17:44
    em vez dos bancos serem menos prováveis
    a darem empréstimos a pessoas negras.
  • 17:44 - 17:48
    Esta é a nossa oportunidade
    de criar o tipo de progresso
  • 17:48 - 17:49
    que produz mudanças reais,
  • 17:49 - 17:51
    e, no centro desta história,
  • 17:51 - 17:56
    precisamos mostrar e destacar as imagens
    não apenas da dor que estamos enfrentando,
  • 17:56 - 18:01
    mas da alegria, genialidade e criatividade
    que os negros trouxeram para este país.
  • 18:01 - 18:05
    Os negros são os protagonistas
    desta história,
  • 18:05 - 18:08
    e precisamos garantir que, trabalhando
    para construir um novo amanhã,
  • 18:08 - 18:14
    os heróis estarão no centro
    da libertação que todos nós precisamos.
  • 18:14 - 18:15
    Obrigado.
  • 18:18 - 18:20
    CA: Obrigado, Rashad.
  • 18:21 - 18:28
    A Dra. Bernice King é CEO
    do King Center em Atlanta, Geórgia.
  • 18:28 - 18:34
    O centro é um memorial vivo
    ao pai dela, Dr. Martin Luther King Jr.
  • 18:36 - 18:41
    É dedicado a inspirar novas gerações
    para levar adiante o trabalho dele.
  • 18:42 - 18:45
    Neste momento,
    quando tantos estão sofrendo,
  • 18:45 - 18:50
    como podemos abordar melhor
    a unidade e a cura coletiva?
  • 18:51 - 18:52
    Dra. King, é com você.
  • 19:00 - 19:04
    Bernice King: Meu coração está pesado,
    porque eu fui essa menina de seis anos.
  • 19:05 - 19:09
    Eu tinha cinco anos
    quando meu pai foi assassinado.
  • 19:09 - 19:11
    E ele mudou o mundo.
  • 19:12 - 19:15
    Mas a tragédia é que não escutamos
  • 19:17 - 19:21
    o que ele estava nos dizendo
    como profeta para esta nação.
  • 19:23 - 19:27
    As palavras dele estão agora
    ecoando de volta para nós.
  • 19:28 - 19:32
    A mudança, todos sabemos,
    é necessária agora.
  • 19:34 - 19:35
    E, no entanto, não é fácil.
  • 19:37 - 19:43
    Sabemos que deve haver mudanças
    no policiamento nesta nossa nação.
  • 19:44 - 19:46
    Mas eu quero falar sobre a escolha dos EUA
  • 19:48 - 19:49
    em um nível maior.
  • 19:50 - 19:52
    O profeta nos disse:
  • 19:52 - 19:54
    "Ainda temos uma escolha hoje:
  • 19:54 - 19:57
    coexistência não violenta
  • 19:57 - 19:59
    ou a coaniquilação violenta".
  • 20:00 - 20:04
    O que testemunhamos nos últimos oito dias
  • 20:04 - 20:07
    colocou essa escolha diante de nós.
  • 20:09 - 20:12
    Vimos literalmente nas ruas de nossa nação
  • 20:14 - 20:18
    pessoas que seguem o caminho
    dos protestos não violentos
  • 20:20 - 20:23
    e pessoas que se empenharam na destruição.
  • 20:26 - 20:31
    Estamos olhando para isso
    e temos que fazer uma escolha.
  • 20:33 - 20:36
    A história desta nação
    foi fundada em violência.
  • 20:36 - 20:37
    Na verdade, meu pai disse
  • 20:37 - 20:41
    que os Estados Unidos são
    os maiores fornecedores de violência.
  • 20:42 - 20:46
    E o único caminho a seguir
    é se nos arrependermos
  • 20:46 - 20:50
    por ser uma nação construída
    sobre a violência.
  • 20:51 - 20:54
    Não estou falando só de violência física.
  • 20:54 - 20:58
    Estou falando de violência
    sistêmica e política,
  • 20:58 - 21:00
    sobre o que ele falou
  • 21:00 - 21:04
    serem os triplos males da pobreza,
    do racismo e do militarismo.
  • 21:04 - 21:06
    Todos violentos.
  • 21:08 - 21:10
    Albert Einstein disse algo para nós.
  • 21:10 - 21:13
    Disse que não podemos resolver problemas
  • 21:13 - 21:16
    no mesmo nível de pensamento
    em que foram criados.
  • 21:17 - 21:20
    E assim, se vamos avançar,
  • 21:20 - 21:26
    teremos que desconstruir
    esses sistemas de violência
  • 21:26 - 21:28
    que estabelecemos nos EUA.
  • 21:28 - 21:32
    Teremos que reconstruir em outra fundação.
  • 21:35 - 21:40
    Uma que seja de amor e não de violência.
  • 21:42 - 21:43
    E assim, à medida que avançamos,
  • 21:43 - 21:49
    podemos corrigir o curso
    se fizermos essa escolha
  • 21:49 - 21:52
    que papai disse,
    coexistência não violenta.
  • 21:53 - 21:58
    E não continuar no caminho
    da aniquilação violenta.
  • 21:58 - 21:59
    Então, como é isso?
  • 21:59 - 22:03
    Parece algum trabalho de desconstrução
  • 22:03 - 22:05
    para chegar à construção.
  • 22:05 - 22:07
    Temos que desconstruir nosso pensamento.
  • 22:09 - 22:14
    Desconstruir a forma como vemos as pessoas
  • 22:14 - 22:19
    e como operamos,
  • 22:19 - 22:23
    praticamos, envolvemos
    e definimos políticas.
  • 22:24 - 22:28
    E então eu acredito que há muito coração,
  • 22:29 - 22:31
    trabalho do coração a fazer,
  • 22:32 - 22:37
    no meio de todo esse trabalho árduo.
  • 22:37 - 22:40
    Porque o trabalho do coração é árduo.
  • 22:41 - 22:47
    Uma das coisas que temos
    que fazer é garantir que todos,
  • 22:47 - 22:51
    especialmente meus irmãos e irmãs brancos,
  • 22:51 - 22:56
    se envolvam no trabalho do coração,
    o trabalho antirracismo,
  • 22:56 - 22:57
    no nosso coração.
  • 22:58 - 23:01
    Ninguém está isento disso,
  • 23:02 - 23:06
    especialmente na minha comunidade branca.
  • 23:07 - 23:10
    Devemos fazer esse trabalho
    em nosso coração,
  • 23:10 - 23:11
    o trabalho antirracismo.
  • 23:13 - 23:16
    A segunda coisa é encorajar as pessoas
  • 23:17 - 23:20
    a olharem para o treinamento
    de não violência que temos no King Center,
  • 23:20 - 23:22
    thekingcenter.org,
  • 23:22 - 23:25
    para que aprendamos a base da compreensão
  • 23:25 - 23:28
    da nossa inter-relação
    e interconectividade.
  • 23:30 - 23:33
    Que entendamos que nossas lealdades,
    nossos compromissos
  • 23:33 - 23:35
    e nossa formulação de políticas
  • 23:35 - 23:38
    não podem mais ser dedicados
    a um grupo de pessoas,
  • 23:38 - 23:42
    mas ao bem maior de todas as pessoas.
  • 23:45 - 23:49
    Convido as pessoas a se juntarem a nós
    em nossa própria linha de protesto
  • 23:49 - 23:55
    que acontece todas as noites às 19 horas
    na página do Facebook do King Center,
  • 23:55 - 23:59
    porque muitas pessoas têm algo
    que querem expressar e contribuir.
  • 23:59 - 24:04
    Todos temos que mudar e fazer uma escolha.
  • 24:05 - 24:11
    É uma escolha mudar a direção
    que estamos seguindo.
  • 24:13 - 24:17
    Precisamos de uma revolução
    de valores neste país.
  • 24:18 - 24:20
    Foi o que meu pai disse.
  • 24:21 - 24:24
    Ele mudou o mundo, mudou corações,
  • 24:27 - 24:32
    e agora, o que aconteceu
    nos últimos sete, oito anos
  • 24:32 - 24:34
    e através da História,
  • 24:34 - 24:36
    nós temos que mudar de rumo.
  • 24:38 - 24:42
    Todos temos que participar
    da mudança nos EUA
  • 24:42 - 24:45
    com a verdadeira revolução de valores,
  • 24:45 - 24:47
    na qual as pessoas estejam no centro,
  • 24:48 - 24:49
    e não o lucro.
  • 24:49 - 24:52
    Em que a moralidade esteja no centro,
  • 24:52 - 24:54
    e não o nosso poder militar.
  • 24:55 - 24:59
    Os EUA têm uma escolha.
  • 25:00 - 25:06
    Podemos optar por seguir continuamente
    esse caminho de destruição,
  • 25:06 - 25:11
    ou podemos escolher
    coexistência não violenta.
  • 25:11 - 25:13
    E como minha mãe dizia,
  • 25:13 - 25:17
    a luta é um processo sem fim,
    a liberdade nunca é realmente conquistada.
  • 25:17 - 25:20
    Você ganha e conquista em cada geração.
  • 25:22 - 25:25
    Toda geração é chamada
    a essa luta pela liberdade.
  • 25:25 - 25:29
    Você, como pessoa, pode querer se isentar,
    mas toda geração é chamada.
  • 25:30 - 25:34
    E por isso encorajo empresas nos EUA
  • 25:34 - 25:38
    a começarem a trabalhar
    com o antirracismo corporativo.
  • 25:39 - 25:43
    Encorajo todos os setores
    a começarem a fazer isso
  • 25:43 - 25:50
    e levantar a bandeira da mudança
    não violenta, pessoalmente,
  • 25:51 - 25:55
    e da perspectiva de mudança social.
  • 25:56 - 25:59
    Nós podemos fazer isso.
  • 25:59 - 26:01
    Podemos fazer a escolha certa
  • 26:01 - 26:05
    para finalmente construir
    a comunidade amada.
  • 26:07 - 26:08
    Obrigada.
  • 26:12 - 26:15
    WPR: Obrigado, Dra. King.
  • 26:15 - 26:18
    Anthony Romero é o diretor executivo
    da "American Civil Liberties Union".
  • 26:19 - 26:21
    Uma das mais antigas organizações
    de justiça social do país,
  • 26:21 - 26:24
    a ACLU defendeu a igualdade racial
  • 26:24 - 26:26
    e demonstrou profundo apoio
    à comunidade negra
  • 26:26 - 26:28
    em momentos de crise.
  • 26:28 - 26:29
    E em momentos como esses,
  • 26:29 - 26:31
    vozes negras são
    quase sempre as mais altas
  • 26:31 - 26:37
    e às vezes o silêncio
    de nossos irmãos e irmãs não negros
  • 26:37 - 26:39
    pode parecer ensurdecedor.
  • 26:40 - 26:43
    Como podemos trazer
    nossos aliados para a mistura,
  • 26:43 - 26:48
    para apoiar o fim da violência sistêmica
    e do racismo contra as comunidades negras,
  • 26:48 - 26:51
    é uma pergunta importante
    para muitos de nós.
  • 26:51 - 26:54
    Anthony, bem-vindo ao show
    e muito obrigado por estar conosco.
  • 26:55 - 26:57
    Anthony Romero: Ótimo.
  • 26:57 - 26:59
    Obrigado, obrigado Whitney,
    e obrigado Chris,
  • 27:00 - 27:03
    por me convidar para participar
    desta comunidade TED.
  • 27:04 - 27:07
    Eu acho que a comunidade
    é muito importante agora.
  • 27:07 - 27:10
    Com tantos de nós sentindo apreensão,
  • 27:10 - 27:12
    o cansaço, a raiva,
  • 27:12 - 27:13
    o medo, a frustração,
  • 27:13 - 27:16
    o terrorismo que vivemos
    em nossas comunidades.
  • 27:17 - 27:22
    É um momento para nos aconchegarmos
    em uma fogueira virtual,
  • 27:22 - 27:26
    com seu grupo, com sua família,
    com seus entes queridos, com sua rede.
  • 27:26 - 27:29
    Não é hora de ficar isolado ou sozinho.
  • 27:29 - 27:32
    E acho que para aliados nessa luta,
  • 27:32 - 27:36
    aqueles de nós que não vivem
    essa experiência todos os dias,
  • 27:36 - 27:38
    é hora de nos apoiarmos.
  • 27:38 - 27:41
    Você não pode mudar de canal,
  • 27:41 - 27:43
    não pode desligar,
  • 27:44 - 27:46
    não pode dizer: "Isso é muito difícil".
  • 27:47 - 27:52
    Não é tão difícil para nós escutar,
    aprender e prestar atenção.
  • 27:52 - 27:55
    É a única maneira de reconstruirmos,
  • 27:55 - 27:59
    escutando as vozes de Rashad,
    Phil e da Dra. King.
  • 27:59 - 28:02
    Escutando nossos vizinhos
    e entes queridos,
  • 28:02 - 28:05
    pessoas no Twitter que não conhecemos.
  • 28:06 - 28:11
    Comunidades brancas e organizações aliadas
    precisam prestar ainda mais atenção.
  • 28:11 - 28:14
    Este é o teste do seu caráter.
  • 28:14 - 28:18
    Como você está disposto
    a apoiar e se envolver.
  • 28:21 - 28:23
    Foram duas semanas muito difíceis.
  • 28:23 - 28:27
    Eu sinto que isso é um teste
  • 28:27 - 28:30
    se acreditamos ou não
    na experiência americana.
  • 28:30 - 28:32
    Nós realmente acreditamos nisso?
  • 28:32 - 28:35
    Que dentre muitos, um,
  • 28:36 - 28:39
    um país sem idioma unificador,
    sem cultura unificadora,
  • 28:39 - 28:41
    sem religião unificadora,
  • 28:42 - 28:44
    podemos realmente nos tornar um povo?
  • 28:44 - 28:47
    Todos iguais perante a lei?
  • 28:47 - 28:50
    Todos unidos à crença
    no Estado de direito?
  • 28:50 - 28:57
    Acreditamos mesmo ou só achamos que é
    uma frase bonita pra ver na nota de US$ 1?
  • 28:58 - 29:03
    E pra mim, este é um referendo
    sobre a experiência americana.
  • 29:03 - 29:05
    Se realmente acreditamos.
  • 29:08 - 29:10
    O futuro está em nossas mãos.
  • 29:10 - 29:15
    E essa não é como outras crises,
    sou o chefe da ACLU há quase 20 anos,
  • 29:15 - 29:17
    sinto como se já tivesse visto de tudo.
  • 29:17 - 29:19
    Isto é diferente.
  • 29:20 - 29:26
    E isso é diferente porque é cumulativo,
    como Phil, Rashad e a Dra. King disseram,
  • 29:26 - 29:32
    são séculos de discriminação
    sistêmica e a conta venceu.
  • 29:32 - 29:34
    Continuará vencendo,
  • 29:34 - 29:35
    e nós pagaremos.
  • 29:36 - 29:38
    A menos que façamos algo bem diferente.
  • 29:38 - 29:41
    Estive quebrando a cabeça
    na ACLU na última semana.
  • 29:41 - 29:43
    Estamos nisso há 100 anos.
  • 29:43 - 29:47
    Minha organização vem
    trabalhando nisso desde o início.
  • 29:47 - 29:53
    Em 1931, nos envolvemos com um relatório
    sobre ilegalidade na aplicação da lei.
  • 29:53 - 29:57
    Foi o nosso primeiro relatório em 1931.
  • 29:57 - 30:02
    Abrimos nossas portas
    após os distúrbios em Watts,
  • 30:02 - 30:05
    levando os serviços jurídicos
    e advogados para as comunidades
  • 30:05 - 30:09
    para que pudessem exigir justiça
    dos departamentos de polícia.
  • 30:09 - 30:13
    Nós trouxemos o "Aviso de Miranda",
    o direito de permanecer calado,
  • 30:13 - 30:16
    e trouxemos "Gideon", o direito
    a um advogado do tribunal,
  • 30:16 - 30:17
    se você não pode pagar um.
  • 30:17 - 30:20
    Lutamos contra Bloomberg
    pelo "stop-and-frisk",
  • 30:20 - 30:26
    levou anos e ele perdeu nosso litígio
    para finalmente pedir desculpas.
  • 30:26 - 30:28
    Estamos nisso há 100 anos.
  • 30:31 - 30:37
    E para as comunidades
    que vivem isso há 400 anos... Deus!
  • 30:38 - 30:40
    Estive quebrando a cabeça, pensando.
  • 30:40 - 30:41
    Não está funcionando.
  • 30:41 - 30:44
    Não precisamos de outro modelo
    e ação judicial.
  • 30:44 - 30:47
    Nem de outro programa de treinamento
  • 30:47 - 30:51
    sobre preconceito racial ou implícito
    nos departamentos de polícia,
  • 30:51 - 30:55
    não precisamos entrar com outra ação
    judicial sobre imunidade qualificada,
  • 30:55 - 30:58
    nem de outro processo
    de discriminação racial
  • 30:58 - 31:02
    ou de discriminação de gênero
    para integrar os departamentos de polícia.
  • 31:02 - 31:05
    Sim, fizemos isso e continuaremos a fazer.
  • 31:05 - 31:11
    Para mim, precisamos diminuir orçamentos
    desses departamentos de polícia.
  • 31:11 - 31:14
    É a única maneira de recuperar o poder.
  • 31:14 - 31:20
    Quanto mais eu leio nas últimas semanas
    sobre onde esse país se encontra,
  • 31:20 - 31:23
    mais fica claro que essa é
    minha "Estrela do Norte" agora.
  • 31:23 - 31:26
    Continuaremos a instaurar um processo
    sobre imunidade qualificada,
  • 31:26 - 31:29
    nós faremos os esforços
  • 31:29 - 31:33
    para responsabilizar
    os oficiais que aplicam a lei,
  • 31:33 - 31:35
    traremos padrão e ações judiciais,
  • 31:35 - 31:38
    porque o departamento de justiça
    não está fazendo isso,
  • 31:38 - 31:40
    continuaremos a fazer
    todo esse bom trabalho.
  • 31:40 - 31:43
    Mas iremos atrás desses orçamentos.
  • 31:43 - 31:47
    Quando examinamos o fato de que gastamos
    US$ 100 milhões em policiamento,
  • 31:47 - 31:49
    mais do que com encarceramento,
  • 31:49 - 31:54
    que a cidade de Minneapolis
    gastou 30% de seu orçamento
  • 31:54 - 31:55
    no policiamento.
  • 31:55 - 31:59
    A cidade de Oakland, 41% em policiamento.
  • 32:00 - 32:03
    A polícia de Nova York
    gasta mais em policiamento
  • 32:03 - 32:05
    do que no desenvolvimento
    de moradias e preservação,
  • 32:05 - 32:08
    serviços comunitários para jovens,
    falta de moradia.
  • 32:09 - 32:11
    Nós estamos indo atrás do dinheiro.
  • 32:12 - 32:15
    E essa é uma defesa essencial.
  • 32:15 - 32:18
    Contas caem nas legislaturas locais
    pra cortar o financiamento para a polícia,
  • 32:18 - 32:25
    para parar esses programas
    que dão ao excedente militar federal
  • 32:26 - 32:29
    a departamentos de polícia
    que se tornam pequenos miniexércitos,
  • 32:29 - 32:33
    estes não se parecem com policiais,
    são como exércitos permanentes.
  • 32:33 - 32:35
    E o inimigo são as comunidades de cor.
  • 32:35 - 32:39
    Precisamos tirar seus brinquedos
    e cortar seus orçamentos.
  • 32:39 - 32:43
    E diminuir a infraestrutura policial,
  • 32:43 - 32:47
    para que possamos tirar a polícia
    da vida cotidiana de pessoas de cor
  • 32:47 - 32:50
    e comunidades de cor.
  • 32:50 - 32:54
    A onipresença da aplicação da polícia
    em coisas que ela não tem um papel,
  • 32:54 - 32:56
    nem devia ter um papel a desempenhar.
  • 32:56 - 32:58
    As pessoas não devem perder a vida
  • 32:58 - 33:02
    por um maço de cigarros,
    um carimbo de imposto adequado,
  • 33:02 - 33:04
    ou se uma nota de US$ 20 foi falsificada.
  • 33:04 - 33:08
    Isso não é digno de gastar
    nossos dólares na polícia.
  • 33:08 - 33:09
    Tire-os desse negócio,
  • 33:09 - 33:13
    vamos nos concentrar nos crimes
    mais importantes e sérios,
  • 33:13 - 33:15
    e é isso.
  • 33:16 - 33:19
    Vamos "despoliciar" nossas comunidades,
    encolher esses orçamentos.
  • 33:20 - 33:23
    Vamos reinvestir esse dinheiro
    nas comunidades locais.
  • 33:23 - 33:25
    Serão campanhas longas e árduas,
  • 33:25 - 33:27
    para legislaturas locais,
  • 33:27 - 33:30
    conselhos locais da cidade,
    boletins de laboratório,
  • 33:30 - 33:33
    para pessoas que jogam nos dois lados:
    "Acreditamos na reforma da polícia",
  • 33:33 - 33:37
    e, no entanto, elas ainda vão votar
    em 30 ou 40% para a polícia? Não.
  • 33:37 - 33:39
    Nós vamos expor esse direito ao público.
  • 33:39 - 33:40
    Acho que só temos que ficar nisso,
  • 33:40 - 33:44
    porque é a única maneira
    de chegarmos a isso de forma diferente.
  • 33:44 - 33:48
    Porque muito do que tentamos fazer
    simplesmente não está funcionando.
  • 33:49 - 33:50
    Com isso,
  • 33:51 - 33:56
    como encontrar o otimismo neste momento,
    porque temos que encontrá-lo.
  • 33:57 - 33:59
    Temos que encontrar o caminho
  • 33:59 - 34:03
    para ainda pensar que,
    apesar de tantos contratempos,
  • 34:04 - 34:06
    tem havido mudança.
  • 34:06 - 34:09
    Tem sido bem pouca,
    muito lenta, não é suficiente.
  • 34:09 - 34:12
    Precisamos agitar, impulsionar.
  • 34:12 - 34:14
    Mas não podemos perder
    de vista o otimismo.
  • 34:14 - 34:18
    Tenho pensado em quem são
    as pessoas que me inspiram,
  • 34:18 - 34:20
    o pai da Dra. King, é claro,
  • 34:20 - 34:25
    as palavras de Rashad e Patrisse Cullors
    e em outros que me inspiraram.
  • 34:25 - 34:28
    Mas acho inspiração nas palavras
    de um cientista político
  • 34:28 - 34:30
    que não gosto muito de mencionar,
    Sam Huntington,
  • 34:30 - 34:35
    muitas vezes criticado
    por ser conservador e racista.
  • 34:35 - 34:38
    Mas às vezes encontramos inspiração
    mesmo nas palavras do inimigo.
  • 34:38 - 34:42
    E um dos livros dele
    que tirei da minha prateleira,
  • 34:42 - 34:49
    fala sobre como os EUA são uma decepção,
    porque não corresponderam às expectativas.
  • 34:50 - 34:55
    Começa falando que os EUA são um fracasso,
  • 34:55 - 34:57
    porque não fazem jus aos seus ideais.
  • 34:57 - 35:01
    Mas não são um fracasso,
    um monte de mentiras.
  • 35:01 - 35:03
    São uma decepção.
  • 35:03 - 35:07
    E na decepção também está
    o fato de que há esperança.
  • 35:08 - 35:12
    Estou parafraseando, mas acho
    que precisamos envolver tudo,
  • 35:12 - 35:15
    pensar na decepção,
  • 35:15 - 35:19
    na esperança e na determinação
    de fazer melhor.
  • 35:19 - 35:21
    E precisamos escutar e nos apoiar,
  • 35:22 - 35:27
    agradeço à comunidade TED,
    à Dra. King, ao Rashad e ao Phil.
  • 35:28 - 35:29
    Obrigado.
  • 35:36 - 35:37
    CA: Uau.
  • 35:38 - 35:40
    Obrigado a todos, isso foi surpreendente.
  • 35:42 - 35:44
    Estamos trazendo todos de volta agora
  • 35:44 - 35:49
    para termos uma conversa entre nós,
  • 35:49 - 35:55
    responder a perguntas da nossa comunidade,
    espero que as estejam enviando.
  • 35:56 - 36:01
    Não sei se podemos trazer de volta
    os convidados para a tela neste momento.
  • 36:05 - 36:07
    Bem-vindos de volta.
  • 36:10 - 36:17
    Começo com uma pergunta para a Dra. King,
    pois fiquei inspirado pelo que disse.
  • 36:19 - 36:24
    Seu pai também entendeu profundamente
  • 36:24 - 36:27
    a raiva que leva ao protesto.
  • 36:27 - 36:33
    Acho que ele disse que os protestos
    são a linguagem dos que não têm voz.
  • 36:34 - 36:37
    E estou querendo saber
    o que você diria para alguém agora
  • 36:37 - 36:42
    que está muito furioso pelo que houve,
  • 36:42 - 36:46
    e também vê que esse pode ser o momento,
  • 36:47 - 36:51
    alguém que acredita que o sistema
    está tão fundamentalmente quebrado,
  • 36:51 - 36:55
    que nossa melhor escolha é derrubá-lo,
  • 36:55 - 36:57
    que é realmente isso.
  • 36:57 - 37:01
    Pode ser um momento único
    numa geração para fazer isso.
  • 37:02 - 37:06
    Realmente acreditar que o protesto,
    incluindo os violentos,
  • 37:06 - 37:08
    na verdade são o caminho agora.
  • 37:08 - 37:11
    O que diria para alguém que sentiu isso?
  • 37:14 - 37:17
    BK: Primeiro, só quero fazer uma correção:
  • 37:17 - 37:20
    ele disse que os "tumultos" são
    a linguagem dos que não têm voz.
  • 37:20 - 37:22
    CA: Peço desculpas.
  • 37:22 - 37:25
    Mas esse ponto é ainda mais poderoso.
  • 37:26 - 37:27
    BK: Sim.
  • 37:28 - 37:32
    Devemos protestar, e devemos
    continuar a protestar sempre,
  • 37:32 - 37:37
    para manter os problemas
    em alerta perante as pessoas,
  • 37:39 - 37:42
    mas quando alguém está com raiva,
    às vezes é difícil chegar a ele.
  • 37:42 - 37:44
    Eu estive nesse caminho,
  • 37:44 - 37:48
    num estágio da minha vida em que estava
    com tanta raiva que queria destruir.
  • 37:48 - 37:51
    Sou filha de Martin Luther King Jr.,
  • 37:51 - 37:55
    cresci numa família de amor,
    não violência e perdão,
  • 37:56 - 37:58
    tive que percorrer esse caminho,
  • 37:58 - 38:03
    mas felizmente, estive cercada
    pelo tipo certo de influências.
  • 38:03 - 38:05
    Porque teria sido uma história triste.
  • 38:07 - 38:09
    Acho que é realmente
  • 38:10 - 38:14
    permitindo-nos escutar a raiva
  • 38:14 - 38:17
    e dando espaço para ela,
  • 38:17 - 38:22
    mas também tentando ajudar os jovens
  • 38:23 - 38:25
    a canalizar essa energia novamente.
  • 38:25 - 38:29
    E precisamos começar
    a garantir que os conectemos
  • 38:29 - 38:35
    com a parte do trabalho que tem sido feita
    e agora está elevada a um outro patamar.
  • 38:35 - 38:40
    O trabalho que a Color Of Change
    e a ACLU estão fazendo,
  • 38:41 - 38:43
    porque, às vezes,
  • 38:43 - 38:49
    há uma desconexão que intensifica
    a emoção e nos faz sentir impotentes.
  • 38:49 - 38:51
    Mas se canalizarmos essa raiva,
  • 38:51 - 38:56
    conectá-la à ação que visa criar
  • 38:56 - 39:00
    a mudança social e econômica,
  • 39:00 - 39:03
    então isso começa a nos fortalecer
  • 39:03 - 39:07
    e podemos começar a nos tornar
    mais construtivos com a raiva.
  • 39:10 - 39:14
    WPR: Temos perguntas da comunidade,
    mas antes de fazer isso,
  • 39:14 - 39:18
    todos compartilharam declarações
    poderosas e significativas agora,
  • 39:18 - 39:22
    e muitos tocaram no fato
    de que não é a primeira vez
  • 39:22 - 39:23
    que estamos vivendo isso.
  • 39:23 - 39:27
    O assassinato de George Floyd,
    Ahmaud Arbery, Breonna Taylor,
  • 39:28 - 39:34
    estes são três de muitos exemplos assim,
    e eu adoraria escutar todos vocês
  • 39:34 - 39:37
    sobre o que nos trouxe
    a esse ponto de ebulição.
  • 39:37 - 39:38
    O que contribuiu para este momento
  • 39:38 - 39:42
    que estamos vivendo coisas,
    Anthony, como você disse,
  • 39:42 - 39:46
    que parecem muito pior
    do que outros momentos?
  • 39:50 - 39:54
    Qualquer um que se sinta à vontade
    para responder a essa pergunta.
  • 39:55 - 39:57
    AR: Rashad, quero escutar você.
  • 39:57 - 40:03
    BK: Eu queria dizer uma coisa.
    Acho que sempre estivemos naquele momento.
  • 40:03 - 40:07
    Mas esse momento é diferente,
    por causa do vazio na liderança.
  • 40:08 - 40:11
    Não há voz moral real em nosso país,
  • 40:11 - 40:14
    e quem ocupa o cargo de presidência
  • 40:15 - 40:19
    não está liderando no caminho certo.
  • 40:22 - 40:25
    Tem permitido certas coisas.
  • 40:26 - 40:28
    E então agora,
  • 40:29 - 40:31
    ele acendeu o fogo.
  • 40:40 - 40:43
    RR: Adicionarei aqui algumas coisas.
  • 40:43 - 40:48
    Nos últimos dois meses,
    temos visto e vivenciado
  • 40:48 - 40:53
    todas as formas pelas quais as decisões
    de subinvestimento deste país,
  • 40:53 - 40:56
    de atingir comunidades negras,
  • 40:56 - 41:00
    têm matado negros através da COVID.
  • 41:00 - 41:04
    E estando em nossa casa,
  • 41:04 - 41:07
    também temos observado
    como a mídia nos culpou
  • 41:07 - 41:10
    enquanto somos os trabalhadores
    essenciais em muitos lugares
  • 41:10 - 41:14
    e tentamos garantir que o país continue.
  • 41:14 - 41:19
    Vimos homens brancos com armas
    aparecendo nas capitais
  • 41:19 - 41:22
    exigindo, basicamente, que negros
    e pardos voltem ao trabalho.
  • 41:22 - 41:26
    E então vemos este vídeo
    de oito minutos de um policial,
  • 41:27 - 41:32
    com o joelho no pescoço de alguém,
    depois de ver o vídeo de Ahmaud Arbery
  • 41:32 - 41:36
    e escutar a história de Breonna Taylor,
    e nós o vemos olhando para a câmera,
  • 41:36 - 41:40
    basicamente, sabendo
    que os EUA não iriam puni-lo.
  • 41:40 - 41:43
    E o que penso é que basta,
  • 41:43 - 41:46
    as pessoas não achavam que tinham
    um canal para esse ultraje,
  • 41:46 - 41:50
    as pessoas estavam lá dentro,
    estavam vivenciando
  • 41:50 - 41:57
    todas as formas pelas quais as estruturas
    também estavam conspirando para nos matar,
  • 41:57 - 42:01
    que o que estamos vendo é
    o alinhamento de todas essas coisas,
  • 42:01 - 42:06
    as pessoas estão fazendo demandas
    muito maiores e mais ousadas do que antes.
  • 42:06 - 42:10
    Embora não tenhamos
    liderança no nível federal,
  • 42:10 - 42:12
    também temos que reconhecer
  • 42:16 - 42:21
    que nenhum partido político pode dizer que
    está 100% do lado certo desses problemas.
  • 42:21 - 42:23
    E assim as pessoas estão se mobilizando,
  • 42:23 - 42:25
    estão lutando como nunca antes,
  • 42:25 - 42:30
    e elas não estão dispostas a aceitar
    respostas como "Basta votar"
  • 42:30 - 42:32
    ou "Apenas participe do processo",
  • 42:32 - 42:34
    porque reconhecemos
    que os negros estão votando,
  • 42:34 - 42:36
    eles fizeram parte da eleição,
  • 42:36 - 42:37
    e parte de garantir isso.
  • 42:37 - 42:41
    E então eu acho que é por isso
    que esse momento parece tão diferente,
  • 42:41 - 42:44
    combinado com, nos últimos sete anos,
  • 42:44 - 42:47
    desde Trayvon, termos visto
    o crescimento de um novo movimento
  • 42:47 - 42:50
    de ativistas e líderes em todo o país,
  • 42:50 - 42:53
    que também estão num ponto muito diferente
  • 42:53 - 42:58
    para poder mudar a situação
    em grande parte do que é possível.
  • 43:00 - 43:03
    CA: Temos uma pergunta aqui de Genesis Be.
  • 43:05 - 43:06
    Se conseguirmos trazê-la para a tela.
  • 43:08 - 43:14
    "Aqui no Mississippi, a polícia
    é sinônimo da Klan, historicamente.
  • 43:14 - 43:20
    Como expurgamos a aplicação da lei
    dos supremacistas brancos?"
  • 43:27 - 43:30
    PAG: Acho que essa é parcialmente pra mim,
  • 43:30 - 43:32
    como psicólogo do preconceito.
  • 43:33 - 43:35
    Ontem mesmo,
  • 43:35 - 43:39
    um oficial em Denver
    postou nas redes sociais
  • 43:39 - 43:41
    ele e outros dois oficiais
  • 43:41 - 43:43
    dizendo: "Vamos começar um tumulto".
  • 43:45 - 43:46
    Ele foi demitido naquele dia.
  • 43:47 - 43:51
    Me preocupo com todos os oficiais
    que o FBI vem, há quase meia década,
  • 43:51 - 43:53
    nos avisando,
  • 43:53 - 43:57
    policiais e sindicatos infiltrados
    por supremacistas brancos.
  • 43:58 - 44:01
    E todos os oficiais que têm
    contas privadas nas redes sociais,
  • 44:02 - 44:05
    O "Invisible Institute"
    expôs algumas coisas.
  • 44:05 - 44:08
    Não estamos falando seriamente
    sobre a ameaça terrorista doméstica
  • 44:08 - 44:11
    que a supremacia branca representa.
  • 44:11 - 44:13
    Então a primeira coisa que temos que fazer
  • 44:14 - 44:15
    é levar isso a sério.
  • 44:16 - 44:20
    Temos que dizer em voz alta,
    e não acredito que num dia como hoje,
  • 44:20 - 44:23
    ou numa semana como esta,
    tenho que dizer em voz alta,
  • 44:23 - 44:25
    que a supremacia branca está viva e bem
  • 44:25 - 44:28
    e que é uma força motriz
    da política americana.
  • 44:28 - 44:29
    Isso não deve ser controverso.
  • 44:29 - 44:33
    Eu não deveria receber mensagens
    de ódio na minha caixa de entrada,
  • 44:33 - 44:34
    mas essa é a realidade.
  • 44:34 - 44:39
    A primeira parte da solução de um problema
    é reconhecer que ele existe.
  • 44:39 - 44:42
    Mas a segunda coisa é armar os municípios,
  • 44:42 - 44:44
    os oficiais da lei,
    ainda mais as comunidades,
  • 44:44 - 44:49
    com a capacidade de agir
    quando alguém viola valores.
  • 44:49 - 44:52
    Agora, penso no caso na Filadélfia
  • 44:52 - 44:56
    em que o encarregado Charles Ramsey
  • 44:56 - 44:59
    demitiu seis policiais.
  • 44:59 - 45:02
    Preocupações com preconceitos raciais
    e com a brutalidade policial,
  • 45:02 - 45:06
    e esses seis policiais estavam de volta
    no mesmo trabalho em três meses.
  • 45:06 - 45:08
    Agora temos um sistema de aplicação da lei
  • 45:08 - 45:11
    que diz que você pode perder
    o emprego em uma jurisdição,
  • 45:11 - 45:15
    e conseguir o mesmo emprego
    na polícia em outra jurisdição.
  • 45:15 - 45:17
    Sem o registro nacional
  • 45:17 - 45:20
    e a capacidade da polícia
    de tomar decisões diferentes,
  • 45:20 - 45:24
    teremos esse mesmo problema
    não apenas no Mississippi,
  • 45:24 - 45:27
    mas em Minneapolis, Louisville,
    Nova York e Los Angeles.
  • 45:28 - 45:32
    CA: Phil, quanto do problema
  • 45:32 - 45:37
    vem do fato de que os sindicatos
    policiais têm um enorme poder
  • 45:37 - 45:42
    para proteger e às vezes restabelecer
    os chamados oficiais "maçãs podres"?
  • 45:44 - 45:45
    PAG: Recebo muito essa pergunta,
  • 45:45 - 45:49
    e sindicatos policiais são uma
    das maiores forças de trabalho dos EUA,
  • 45:49 - 45:52
    e únicos dentro do movimento sindical.
  • 45:52 - 45:55
    Sindicatos policiais
    e de professores são os maiores
  • 45:55 - 45:58
    e não podia haver dois grupos
    mais diferentes de pessoas.
  • 45:59 - 46:05
    Quando falo com a liderança sindical,
    eles querem falar com o Dr. Blackenstein,
  • 46:05 - 46:10
    dizem que ninguém odeia um oficial ruim
    mais do que um bom oficial.
  • 46:10 - 46:12
    Mas pelos contratos sindicais,
    as novas negociações,
  • 46:12 - 46:14
    não parece que isso é verdade.
  • 46:14 - 46:17
    Parece que se alguém se mete em problemas,
  • 46:17 - 46:20
    o único trabalho do sindicato
    é garantir que qualquer oficial
  • 46:20 - 46:23
    consiga manter seu emprego.
  • 46:23 - 46:24
    O incentivo perverso aqui
  • 46:24 - 46:27
    é que quando as pessoas
    concorrem à liderança,
  • 46:27 - 46:28
    ninguém pode dizer:
  • 46:28 - 46:31
    "Essas pessoas não deveriam
    estar no sindicato".
  • 46:31 - 46:32
    É muito difícil fazer isso.
  • 46:32 - 46:36
    O que pode dizer é: "Se essa pessoa
    não te protegeu o suficiente,
  • 46:36 - 46:37
    vou te proteger ainda mais.
  • 46:37 - 46:40
    Os extremistas? Eu protegerei até eles".
  • 46:40 - 46:43
    Temos esse incentivo perverso
    de que a liderança sindical não representa
  • 46:43 - 46:48
    os valores até dos demais
    membros do sindicato.
  • 46:48 - 46:51
    Mas eles têm um poder
    de negociação massivo e exagerado.
  • 46:51 - 46:54
    Então sim, se envolver
  • 46:54 - 46:58
    com o adequado dimensionamento
    das proteções trabalhistas,
  • 46:58 - 47:00
    para pessoas com trabalhos difíceis,
  • 47:00 - 47:03
    mas que não deveriam ser protegidas
    dos valores básicos dos direitos humanos,
  • 47:03 - 47:06
    da dignidade humana e segurança pública.
  • 47:06 - 47:08
    Tem que fazer parte do processo.
  • 47:08 - 47:13
    Quando sindicatos negociam uma proibição
    de dois anos para manter os registros,
  • 47:13 - 47:16
    para não haver capacidade nem de rastrear
  • 47:16 - 47:18
    o que está havendo no estado da Califórnia
  • 47:18 - 47:20
    historicamente, a má conduta policial,
  • 47:20 - 47:23
    não é do interesse da segurança pública,
    legitimidade pública ou da democracia.
  • 47:24 - 47:26
    AR: Eu acrescentaria, Chris,
  • 47:26 - 47:30
    que acho que a parte do sindicato
    é criticamente importante para se pensar.
  • 47:31 - 47:33
    Porque, como Phil disse,
  • 47:33 - 47:37
    eles são uma parte essencial
    do quebra-cabeça que precisamos resolver.
  • 47:38 - 47:41
    É frustrante quando você olha
    para um lugar em Minneapolis,
  • 47:41 - 47:43
    e Phil sabe melhor do que eu,
  • 47:43 - 47:46
    mas quando o prefeito Jacob Frey,
    que está na TV o tempo todo,
  • 47:46 - 47:50
    diz muitas das coisas certas que queremos
    que um funcionário eleito diga nessa hora,
  • 47:50 - 47:56
    quando proibiu o departamento de polícia
    de fazer o "treinamento de guerreiros"
  • 47:56 - 47:57
    que foi oferecido,
  • 47:57 - 48:02
    foi a Federação de Polícia de Minneapolis,
    o sindicato local que o desafiou
  • 48:02 - 48:06
    e enviou a polícia para o treinamento.
  • 48:06 - 48:09
    E, portanto, precisamos deixar claro
    que precisamos ter as forças policiais
  • 48:10 - 48:12
    sob controle civil.
  • 48:12 - 48:15
    Eu sei que isso parece elementar,
    sinto que estou falando da América Latina,
  • 48:16 - 48:18
    num tipo de contexto totalitário,
  • 48:18 - 48:21
    mas precisamos exercer
    controle civil de nossa polícia
  • 48:21 - 48:25
    de uma maneira que ainda
    não conseguimos pensar,
  • 48:25 - 48:27
    e uma parte essencial disso
    são os sindicatos da polícia.
  • 48:27 - 48:30
    E há momentos em que você
    pode encontrar um consenso.
  • 48:30 - 48:33
    Quando levamos um dos processos
    relacionados à COVID
  • 48:33 - 48:39
    para lidar com o surto da pandemia
    em uma prisão de Maryland,
  • 48:39 - 48:40
    nós trabalhamos muito,
  • 48:40 - 48:44
    falei ao telefone com o chefe
    dos sindicatos da polícia.
  • 48:44 - 48:50
    Conseguimos um dos sindicatos locais
    para servir como autor em nosso processo,
  • 48:50 - 48:52
    pois entendemos que os encarcerados,
  • 48:52 - 48:56
    a quem foi negado acesso a máscaras,
    distanciamento social e condições,
  • 48:56 - 48:59
    a quem faltam testes e EPIs,
  • 48:59 - 49:02
    colocariam em perigo os guardas também.
  • 49:02 - 49:04
    E eles seriam os vetores,
  • 49:04 - 49:07
    transmitindo a doença para a comunidade.
  • 49:07 - 49:11
    Então, encontrar maneiras
    de conduzir esse relacionamento.
  • 49:12 - 49:14
    Mas não se enganem,
    ao atacar o orçamento deles,
  • 49:14 - 49:18
    tirar suas munições
  • 49:18 - 49:22
    e o lugar deles na mesa de orçamento,
  • 49:22 - 49:25
    vamos ter uma batalha nas mãos.
  • 49:25 - 49:29
    E temos que pensar também quando
    diminuímos os orçamentos para a polícia,
  • 49:29 - 49:33
    como movimentamos pessoas
    nos departamentos de polícia
  • 49:33 - 49:35
    para outros trabalhos significativos.
  • 49:35 - 49:38
    Não podemos simplesmente
    jogá-los na rua e dizer:
  • 49:38 - 49:41
    "Você está por sua conta,
    é um sem-teto, boa sorte".
  • 49:41 - 49:44
    Essa não é uma maneira
    de lidar com a redenção.
  • 49:44 - 49:49
    Temos que pensar em todas essas peças
    de uma maneira muito mais coesa.
  • 49:52 - 49:55
    WPR: Temos outra pergunta aqui da plateia.
  • 49:55 - 49:57
    De Paul Rucker:
  • 49:57 - 49:59
    "O fim do verão de 1919
  • 50:01 - 50:03
    foi seguido pelo massacre racial de Tulsa,
  • 50:03 - 50:06
    a Lei da Imigração Johnson-Reed de 1924
  • 50:06 - 50:08
    e também a ascensão da Ku Klux Klan.
  • 50:08 - 50:09
    Existe uma possibilidade
  • 50:09 - 50:13
    da supremacia branca ficar mais forte
    se não aproveitarmos esta oportunidade?"
  • 50:13 - 50:17
    Rashad, acho que isso pode ser algo
    que seria ótimo escutar sua perspectiva,
  • 50:17 - 50:19
    por atuar tão profundamente no ativismo.
  • 50:23 - 50:25
    RR: Estou com problemas para ouvir.
  • 50:26 - 50:27
    WPR: Sinto muito.
  • 50:29 - 50:30
    RR: Não, está tudo bem.
  • 50:30 - 50:34
    CA: Pode ler a pergunta na tela, Rashad?
  • 50:35 - 50:37
    RR: Ouvi isso, eu ouvi você.
  • 50:39 - 50:42
    WPR: Acho que talvez meu microfone
    esteja com alguns problemas aqui.
  • 50:43 - 50:46
    "A supremacia branca pode se fortalecer
  • 50:46 - 50:48
    se não aproveitarmos esta oportunidade?"
  • 50:53 - 50:55
    RR: Absolutamente sim.
  • 50:55 - 50:58
    Para ser claro,
  • 50:58 - 51:02
    se não temos o diagnóstico correto
    de supremacia branca,
  • 51:02 - 51:06
    se pensarmos nela apenas como "capuzes",
  • 51:06 - 51:11
    apenas como pessoas
  • 51:11 - 51:14
    que estão operando
  • 51:16 - 51:19
    em algumas dessas redes subterrâneas,
  • 51:19 - 51:22
    se pensarmos em supremacia
    e nacionalismo branco
  • 51:22 - 51:25
    como pessoas que marcharam
    com tochas tiki em Charlottesville,
  • 51:25 - 51:27
    então não vamos entender todas as maneiras
  • 51:27 - 51:31
    em que nossos sistemas e estruturas
    têm supremacia branca incorporada,
  • 51:31 - 51:37
    e permitir que aconteça algo
    como o massacre racial de Tulsa,
  • 51:37 - 51:40
    ou algo como a anti-imigração,
  • 51:40 - 51:42
    mas no dia a dia
  • 51:42 - 51:48
    permitir atingir as comunidades negras
    com as práticas predatórias dos bancos.
  • 51:48 - 51:53
    Atingir as comunidades negras através
    de práticas predatórias como a fiança.
  • 51:53 - 51:59
    Todo um conjunto de sistemas
    que podem ser criados dia após dia.
  • 51:59 - 52:02
    Vivemos em um país onde as regras
  • 52:02 - 52:07
    são muitas vezes feitas de forma
    a criar um sistema de castas,
  • 52:07 - 52:11
    um padrão diferente de uns sobre outros.
  • 52:11 - 52:14
    Então, quando eu falei
    sobre o ponto de inflexão,
  • 52:14 - 52:16
    deste momento em que algo
    poderia realmente avançar
  • 52:16 - 52:18
    e retroceder,
  • 52:18 - 52:22
    estamos vendo isso agora
    com este atual presidente.
  • 52:22 - 52:25
    Ao examinarmos o que poderia estar
    acontecendo com a próxima eleição,
  • 52:26 - 52:29
    temos que ser muito claros
  • 52:29 - 52:31
    que Donald Trump não opera
    apenas por conta própria.
  • 52:31 - 52:36
    É incentivado por grandes corporações
    que se beneficiam dele no cargo,
  • 52:36 - 52:39
    e, assim, continuam a fechar os olhos
    para todas as coisas que ele faz.
  • 52:39 - 52:41
    Podem postar Vidas Negras Importam,
  • 52:41 - 52:45
    mas aparecem na Casa Branca
    e se envolvem com Donald Trump.
  • 52:45 - 52:46
    Temos todo um conjunto de políticos
  • 52:46 - 52:50
    que às vezes podem dizer
    que Trump falou algo errado,
  • 52:50 - 52:52
    mas depois permitem,
  • 52:52 - 52:55
    apoiam a plataforma dele de outras formas.
  • 52:56 - 52:59
    Uma verdadeira conspiração
  • 52:59 - 53:02
    para desmantelar a supremacia branca
    e o nacionalismo branco
  • 53:02 - 53:05
    não é algo que as pessoas
    possam fazer nas férias.
  • 53:05 - 53:08
    É um projeto de 365 dias do ano,
  • 53:08 - 53:13
    constantemente trabalhando para desmontar
    todas as estruturas prejudicadas.
  • 53:13 - 53:17
    A última coisa que vou acrescentar,
    alguém falou de sindicatos policiais,
  • 53:17 - 53:21
    e quero apenas acrescentar
    que um dos problemas com eles,
  • 53:21 - 53:24
    e muitos já estivemos
    nessa posição, eu acho,
  • 53:24 - 53:28
    é que estive com sindicatos policiais
    em muitas ocasiões.
  • 53:28 - 53:33
    Lembro-me de ir à Casa Branca
    durante a última administração
  • 53:33 - 53:36
    e estar à mesa conversando
    sobre policiamento e reforma da polícia.
  • 53:36 - 53:41
    E havia membros da liderança
    da Ordem Fraterna de Polícia
  • 53:42 - 53:43
    dizendo coisas como:
  • 53:44 - 53:47
    "Essa conversa de perfis raciais
    é nova para nós".
  • 53:47 - 53:50
    Uma coisa é as pessoas
    não concordarem com você
  • 53:50 - 53:52
    nas reformas políticas necessárias.
  • 53:52 - 53:57
    Outra coisa é as pessoas dizerem
    que nossas demandas são muito ambiciosas.
  • 53:57 - 54:02
    Outra coisa é manipular
    e dizer que o problema não existe.
  • 54:02 - 54:07
    É com isso que estamos lidando
    e então temos que realmente mudar
  • 54:07 - 54:09
    a forma como as pessoas
    veem essas instituições.
  • 54:09 - 54:13
    Os políticos que dizem que estão
    do lado da justiça e da reforma
  • 54:13 - 54:16
    não podem mais receber dinheiro
    de sindicatos policiais
  • 54:16 - 54:18
    e da Ordem Fraterna de Polícia.
  • 54:18 - 54:20
    Precisamos criar um novo padrão,
  • 54:20 - 54:24
    um novo teste decisivo do que significa
    realmente estar conosco.
  • 54:24 - 54:26
    Não podem apenas cantar nossas músicas,
  • 54:26 - 54:28
    usar nossas hashtags
    e marchar nossas marchas,
  • 54:28 - 54:31
    se estiverem do outro lado
  • 54:31 - 54:34
    apoiando as estruturas
    que nos colocam em perigo,
  • 54:34 - 54:35
    que literalmente nos matam.
  • 54:35 - 54:40
    Esta é a oportunidade para aliados brancos
    se posicionarem mesmo de novas maneiras.
  • 54:40 - 54:47
    Para fazer o tipo de aliança e de trabalho
    que realmente desmontem estruturas,
  • 54:47 - 54:49
    não apenas ofereçam caridade.
  • 54:50 - 54:51
    PAG: Tenho que me manifestar,
  • 54:53 - 54:54
    então, Paul, obrigado pela pergunta.
  • 54:54 - 54:58
    Estamos num momento em que as pessoas
    estão vendo o que se passa nas ruas,
  • 54:58 - 55:01
    como se uma semana e meia atrás
  • 55:01 - 55:04
    não estivéssemos no meio
    de uma pandemia global
  • 55:04 - 55:07
    como a maior notícia acontecendo.
  • 55:07 - 55:10
    Uma coisa que me preocupa
    e tem me preocupado desde o começo,
  • 55:10 - 55:13
    o que eu tenho falado com nossos chefes é
  • 55:13 - 55:17
    que devem estar fora do jogo
    do policiamento social de distanciamento.
  • 55:17 - 55:21
    Não pode ser o único a fazer isso,
    pela seguinte razão:
  • 55:21 - 55:24
    estamos em um momento
    em que criar bodes expiatórios,
  • 55:24 - 55:26
    inimigos e outros
  • 55:26 - 55:30
    é politicamente vantajoso
    para pelo menos um lado.
  • 55:30 - 55:33
    E há esforços deliberados
    para fazer exatamente isso.
  • 55:33 - 55:36
    Vimos que comunidades negras
  • 55:36 - 55:40
    são duas, três, quatro vezes
    mais propensas a contrair esse vírus,
  • 55:40 - 55:44
    o que parece a manifestação
    da discriminação racial,
  • 55:44 - 55:45
    porque é isso mesmo.
  • 55:45 - 55:47
    Mas muito em breve,
  • 55:47 - 55:50
    vai parecer que os negros
    fizeram más escolhas
  • 55:50 - 55:52
    e que eles precisam ficar longe de nós.
  • 55:52 - 55:54
    E quando isso acontece,
  • 55:54 - 55:58
    legisladores ficam acostumados
    a regular onde os negros podem estar.
  • 55:58 - 56:03
    Chamávamos de "sundown towns",
    não sei como será com relação à COVID.
  • 56:03 - 56:04
    Mas vai acontecer.
  • 56:04 - 56:07
    Já estou vendo isso
    em comunidades como Nextdoor
  • 56:07 - 56:08
    e em grupos do Facebook.
  • 56:08 - 56:10
    Pessoas que não se consideram
    supremacistas brancas,
  • 56:10 - 56:14
    mas só querem a doença longe
    e ela tem um rosto preto e marrom.
  • 56:14 - 56:18
    Portanto, não estamos apenas lidando
    com um momento de tensão geracional,
  • 56:18 - 56:21
    entre comunidades negras e policiais,
  • 56:21 - 56:24
    mas com um momento em que as pessoas
    procuram bodes expiatórios,
  • 56:24 - 56:29
    e a vulnerabilidade dos negros
    sempre foi o maior motivo
  • 56:29 - 56:31
    para sermos escolhidos
    como bode expiatório.
  • 56:31 - 56:36
    Para as pessoas preocupadas, isso não é,
    inevitavelmente um momento para mudança,
  • 56:36 - 56:39
    reforma, esclarecimento
    e os melhores valores dos EUA,
  • 56:39 - 56:41
    porque historicamente,
    estes foram os momentos
  • 56:41 - 56:45
    quando a regressão
    à supremacia branca reinou suprema.
  • 56:45 - 56:47
    Não vamos apenas olhar
    para todo mundo sinalizando.
  • 56:47 - 56:51
    Não quero apenas ver policiais
    negros e brancos de joelhos,
  • 56:51 - 56:52
    quero ver as políticas.
  • 56:52 - 56:54
    Eu quero ver o que impedirá
  • 56:54 - 56:57
    esse tipo de coisa de passar
    para o próximo estágio.
  • 56:58 - 57:02
    CA: Rashad, quero respeitar o seu horário.
  • 57:04 - 57:07
    Então, eu só quero agradecer
    pela sua participação na conversa.
  • 57:07 - 57:10
    Se tiver algumas palavras finais
    que deseje compartilhar, seria ótimo,
  • 57:10 - 57:12
    e se estiver bom para os outros três,
  • 57:12 - 57:15
    há apenas mais algumas perguntas
    que eu adoraria fazer
  • 57:15 - 57:19
    e continuar essa conversa
    só mais um pouquinho, se possível.
  • 57:19 - 57:21
    Rashad, alguma palavra final?
  • 57:21 - 57:26
    RR: Quero dizer que agora é hora de agir.
  • 57:26 - 57:29
    E eu quero convidar as pessoas
    a se juntarem à Color Of Change
  • 57:29 - 57:32
    para tornar a justiça real.
  • 57:32 - 57:34
    Podem nos visitar na Color Of Change,
  • 57:34 - 57:35
    vocês podem agir.
  • 57:35 - 57:37
    Daqui a 5, 10, 15 anos,
  • 57:37 - 57:42
    nós estaremos lidando com os impactos
    do que fizemos ou não neste momento.
  • 57:42 - 57:46
    Como nos posicionamos e com que força
    estávamos dispostos a lutar.
  • 57:46 - 57:48
    E como os outros entrevistados disseram,
  • 57:48 - 57:51
    agora não é hora de reformas superficiais,
  • 57:51 - 57:56
    é hora de desmontar as políticas
    e práticas que nos atrasaram,
  • 57:56 - 58:00
    e defender soluções e novas regras
    que nos levarão adiante.
  • 58:00 - 58:04
    E assim esperamos que vocês façam algo,
  • 58:04 - 58:05
    seja conosco,
  • 58:05 - 58:07
    com organizações locais da sua comunidade,
  • 58:07 - 58:09
    ou outros grupos em todo o país.
  • 58:09 - 58:12
    Esta é uma oportunidade
    para fazer mudanças,
  • 58:12 - 58:14
    e acredito que podemos
    tornar a justiça real,
  • 58:14 - 58:19
    se encontrarmos a paixão e a energia
    para trabalharmos juntos para alcançá-la.
  • 58:19 - 58:21
    Obrigado por me receberem,
  • 58:21 - 58:23
    e espero que tenhamos uma oportunidade
  • 58:23 - 58:28
    para construir, não apenas on-line,
    mas off-line, nos próximos meses.
  • 58:29 - 58:31
    CA: Muito obrigado, Rashad.
  • 58:31 - 58:35
    Nós apenas vamos fazer
    esta última pergunta a vocês.
  • 58:35 - 58:37
    Esta é de David Fenton:
  • 58:39 - 58:42
    "Como o movimento pode se unir
  • 58:42 - 58:46
    em torno de uma plataforma clara e simples
    de políticas a consagrar na legislação?
  • 58:46 - 58:49
    Como tornar públicas as reclamações
    contra policiais, banir estrangulamentos,
  • 58:49 - 58:52
    garantir painéis independentes
    de revisão, etc?"
  • 58:55 - 58:57
    WPR: Parece um ótimo ponto
    para você falar, Dra. King,
  • 58:57 - 59:00
    se tiver alguma opinião sobre isso.
  • 59:03 - 59:06
    PAG: Eu acho que foi para você, Dra. King.
  • 59:06 - 59:07
    BK: Tudo bem.
  • 59:09 - 59:13
    Isso pode parecer simplista,
  • 59:14 - 59:18
    mas é uma coisa da Nike:
    acho que temos que "Just do it",
  • 59:18 - 59:22
    temos que ver nosso trabalho
    como interconectado.
  • 59:22 - 59:28
    Acho que tem havido esforços em relação
    às pessoas que trabalham nesse sentido,
  • 59:28 - 59:30
    mas temos que intensificar isso.
  • 59:30 - 59:32
    E ao fazê-lo,
  • 59:32 - 59:35
    uma das coisas que meu pai dizia,
  • 59:35 - 59:37
    e sei que as pessoas às vezes
    se cansam de me ouvir dizer:
  • 59:37 - 59:40
    "Meu pai dizia", mas eu penso,
  • 59:40 - 59:43
    gostaria que o tivéssemos escutado,
  • 59:43 - 59:45
    porque não estaríamos
    nessa plataforma agora
  • 59:45 - 59:47
    tendo esse tipo de conversa.
  • 59:47 - 59:50
    Mas ele deixou algo conosco, como um plano
  • 59:50 - 59:54
    no livro dele "Para Onde Vamos Daqui:
    Caos ou Comunidade?",
  • 59:54 - 60:00
    e ele disse: daqui para frente,
    a tarefa é organizar nossa força
  • 60:01 - 60:02
    num poder convincente.
  • 60:02 - 60:04
    E isso é muito importante,
  • 60:04 - 60:09
    porque muitas vezes nos organizamos
    apenas em torno da paixão.
  • 60:10 - 60:14
    Mas as pessoas têm certas áreas de força,
  • 60:14 - 60:15
    vocação e talento,
  • 60:15 - 60:19
    e temos que descobrir
    como criar nossas coalizões
  • 60:19 - 60:22
    com base nesses pontos fortes.
  • 60:22 - 60:25
    As pessoas fazem bem coisas diferentes.
  • 60:25 - 60:29
    E assim, para se unir de maneira eficaz
  • 60:29 - 60:33
    para que eles não escapem à nossa demanda,
  • 60:33 - 60:35
    acho que é isso que vai acontecer.
  • 60:35 - 60:39
    As pessoas têm que fazer
    a própria avaliação pessoal
  • 60:39 - 60:43
    dentro de sua organização,
    e eu chamo de "análise SWOT",
  • 60:43 - 60:47
    e que precisa acontecer
    entre as organizações,
  • 60:47 - 60:51
    para termos certeza de que estamos
    nos movendo de maneira unida,
  • 60:51 - 60:55
    dos pontos fortes de cada organização,
  • 60:55 - 60:58
    para que possamos maximizar
    o impacto e a eficácia
  • 60:58 - 61:00
    para fazer coisas assim,
  • 61:00 - 61:05
    em termos de implementação
    da legislação necessária nesta hora.
  • 61:07 - 61:11
    CA: Muito obrigado.
    Palavras finais, Anthony,
  • 61:11 - 61:12
    e depois de você, Phil.
  • 61:12 - 61:13
    Anthony.
  • 61:14 - 61:18
    AR: Eu diria que o que
    me dá esperança são os jovens.
  • 61:19 - 61:24
    Temos que acreditar que,
    entre esses grupos de jovens,
  • 61:24 - 61:26
    vendo o que estão vendo,
  • 61:26 - 61:29
    vivendo com esse presidente,
    com esses instintos,
  • 61:29 - 61:32
    vendo a indiferença continuada
  • 61:32 - 61:37
    que as principais comunidades
    deram a questões de justiça racial,
  • 61:37 - 61:39
    ou justiça econômica,
  • 61:39 - 61:46
    temos que acreditar
    que o que sai dessa fogueira,
  • 61:46 - 61:51
    é algo ainda mais poderoso
    e forte do que já vimos antes.
  • 61:51 - 61:54
    É o que me faz passar pelos dias difíceis
    que estamos enfrentando agora,
  • 61:54 - 62:00
    o pensamento que há outro Dr. King
    entre os jovens, Dra. King.
  • 62:00 - 62:02
    E tenho que acreditar
    que o que estão vendo,
  • 62:02 - 62:05
    o que estão testemunhando
    e sua justa indignação,
  • 62:05 - 62:10
    frustração e raiva serão, milagrosamente,
  • 62:10 - 62:13
    um belo florescer de uma nova
    oportunidade, uma nova mudança.
  • 62:13 - 62:17
    Esta geração nos levará até lá,
    tenho que acreditar nisso.
  • 62:17 - 62:20
    Minha geração falhou lastimosamente.
  • 62:20 - 62:22
    Então, eu estou ansioso pelos novos.
  • 62:24 - 62:25
    CA: Obrigado, Anthony.
  • 62:25 - 62:27
    WPR: Phil. Obrigado Anthony.
  • 62:27 - 62:31
    PAG: Tem sido um privilégio
    estar com todos vocês.
  • 62:31 - 62:33
    Para a pergunta de David,
  • 62:33 - 62:36
    deixe-me dizer que várias
    organizações de direitos civis,
  • 62:36 - 62:38
    acredito que a ACLU entre elas,
  • 62:38 - 62:42
    o CPE, "Center for Policing Equity",
  • 62:42 - 62:48
    e mais centenas assinaram
    princípios de legislação
  • 62:48 - 62:50
    que incluíam oito pilares.
  • 62:50 - 62:53
    Liderado pela Conferência de Liderança
    para os Direitos Civis e Humanos.
  • 62:53 - 62:56
    Inclui uma proibição federal
    de estrangulamentos
  • 62:56 - 63:02
    e um registro nacional para oficiais
    que se envolveram em má conduta.
  • 63:02 - 63:04
    Também acho que neste momento
    é importante conseguirmos,
  • 63:04 - 63:09
    e temos os chefes da polícia
    das grandes cidades dispostos a dizer:
  • 63:09 - 63:12
    "Se emergirmos deste momento
    e nossa profissão não mudou,
  • 63:12 - 63:14
    então falhamos novamente".
  • 63:14 - 63:16
    Então, é um momento crucial para apoio,
  • 63:16 - 63:21
    entrem no site da LCCHR
    para ver os oito pilares,
  • 63:21 - 63:23
    porque não vou me lembrar de todos agora,
  • 63:23 - 63:25
    comecem a ligar para a polícia local
  • 63:25 - 63:28
    e digam: "Sim, assumam isso.
    Vocês devem assinar a legislação".
  • 63:28 - 63:31
    Eles deveriam ir a público
    divulgando tudo isso.
  • 63:31 - 63:33
    Mas eu também vou dizer isso.
  • 63:33 - 63:37
    Para um caminho a seguir nos princípios,
    terminarei onde comecei:
  • 63:37 - 63:41
    que isso é maior que o policiamento.
  • 63:41 - 63:45
    Estas são as dívidas não pagas
    devidas às comunidades negras
  • 63:45 - 63:46
    por trabalho roubado,
  • 63:46 - 63:50
    devido às comunidades nativas
    por terras e cultura roubadas,
  • 63:50 - 63:53
    por anos tirados
    e por vidas perdidas neles.
  • 63:53 - 63:56
    Isso é maior que policiamento.
  • 63:56 - 63:58
    Se não compreendermos a dimensão,
  • 63:58 - 64:03
    não há solução que seja
    proporcional ao momento.
  • 64:03 - 64:08
    Mas neste momento, quando vemos
    trilhões de dólares em incentivos,
  • 64:08 - 64:10
    principalmente para empresas,
  • 64:10 - 64:13
    é absolutamente um momento
    em que podemos fazer coisas
  • 64:13 - 64:18
    que normalmente as pessoas podem fingir
    ser grandes demais, que não conseguimos.
  • 64:19 - 64:22
    Temos literalmente todo dinheiro do mundo
  • 64:22 - 64:24
    que pode ser gasto e direcionado
  • 64:24 - 64:27
    para nos tornar a sociedade
    que fingimos ser,
  • 64:27 - 64:29
    antes que momentos como este aconteçam.
  • 64:29 - 64:31
    E então, o que me dá esperança
  • 64:31 - 64:34
    é que as mentiras precisam
    ser óbvias agora.
  • 64:34 - 64:37
    As mentiras têm que ser:
    foi uso razoável da força.
  • 64:37 - 64:40
    A mentira tem que ser:
    não temos o dinheiro.
  • 64:40 - 64:44
    A mentira tem que ser:
    é muito difícil, é um grande desafio.
  • 64:44 - 64:47
    Parece impossível
    todos os dias, exceto hoje,
  • 64:47 - 64:50
    porque a alternativa é perdermos tudo.
  • 64:50 - 64:54
    Está tudo em jogo, nossa democracia,
  • 64:54 - 64:58
    as pessoas que escolhemos
    e afirmamos ser está em jogo.
  • 64:58 - 65:00
    E em face disso,
  • 65:00 - 65:02
    acho que podemos fazer coisas impossíveis,
  • 65:02 - 65:05
    podemos ser poderosos.
  • 65:05 - 65:08
    Então, minha esperança para todos nós é,
  • 65:08 - 65:13
    primeiro, que acordemos amanhã
    com mais paz à noite do que guerra,
  • 65:13 - 65:17
    que nos apeguemos ao que é possível
    a partir deste momento
  • 65:17 - 65:21
    ao mesmo tempo em que nos agarramos
    ao tamanho da tarefa à nossa frente.
  • 65:21 - 65:24
    Eu não quero vir com meias medidas disso.
  • 65:24 - 65:26
    Não quero sair com jovens radicalizados
  • 65:26 - 65:29
    e velhos indiferentes.
  • 65:30 - 65:34
    A juventude radicalizada
    e pessoas da minha idade indiferentes.
  • 65:34 - 65:35
    Quero sair com um país unificado
  • 65:35 - 65:38
    que entenda que os valores
    que devemos são altos,
  • 65:38 - 65:40
    e nossos bolsos são suficientes
    para corresponder a isso.
  • 65:43 - 65:44
    CA: Uau.
  • 65:44 - 65:47
    Obrigado a cada um de vocês
    pela eloquência extraordinária.
  • 65:48 - 65:50
    Realmente poderoso.
  • 65:51 - 65:56
    Essa conversa, obviamente, continua,
    sei que tem muita gente escutando,
  • 65:56 - 65:58
    vocês têm outras perguntas,
  • 65:58 - 66:01
    acho que isso, do ponto de vista do TED,
    é apenas o começo da conversa.
  • 66:02 - 66:05
    Na medida em que nosso trabalho
    é ampliar as vozes que importam,
  • 66:05 - 66:09
    não poderíamos estar mais orgulhosos
    por ampliar ainda mais
  • 66:09 - 66:10
    suas vozes extraordinárias.
  • 66:10 - 66:13
    Então, obrigado por fazerem parte disso.
  • 66:14 - 66:15
    PAG: Obrigado.
  • 66:16 - 66:17
    WPR: Obrigada a todos.
Title:
O caminho para acabar com o racismo sistêmico nos EUA
Speaker:
Dr. Phillip Atiba Goff, Rashad Robinson, Dra. Bernice King, Anthony D. Romero
Description:

Em um momento de luto e raiva pela violência em curso infligida às comunidades negras pela polícia nos EUA e a falta de responsabilidade da liderança nacional, qual é o caminho a seguir? Compartilhando insights urgentes sobre esse momento histórico, Phillip Atiba Goff, Rashad Robinson, Bernice King e Anthony D. Romero discutem o desmantelamento dos sistemas de opressão e racismo responsáveis por tragédias como os assassinatos de Ahmaud Arbery, Breonna Taylor, George Floyd e muitos outros, e exploram como os EUA podem começar a cumprir seus ideais. (Esta conversa, organizada pelo curador do TED Chris Anderson e pela curadora de assuntos atuais Whitney Pennington Rodgers, foi gravada em 3 de junho de 2020.)

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
01:06:31

Portuguese, Brazilian subtitles

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