O caminho para acabar com o racismo sistêmico nos EUA
-
0:02 - 0:07Chris Anderson: Olá, comunidade TED,
bem-vinda para outra conversa ao vivo. -
0:09 - 0:11Hoje será uma longa conversa.
-
0:12 - 0:16Quando criamos a série "Build Back Better"
-
0:16 - 0:21nossa ideia era abordar problemas
decorrentes da pandemia, -
0:21 - 0:24como poderíamos imaginar
reconstruir melhor a partir disso. -
0:25 - 0:26Mas os eventos da semana passada,
-
0:26 - 0:33a terrível morte de George Floyd
e os protestos diários que se seguiram, -
0:33 - 0:35trouxeram uma nova urgência
-
0:35 - 0:38que nós, é claro, simplesmente
precisamos abordar. -
0:38 - 0:42Podemos reconstruir melhor a partir disso?
-
0:43 - 0:47Acho que antes de começarmos
a responder essa pergunta, -
0:47 - 0:51temos que procurar entender
a imensidão deste momento. -
0:52 - 0:54Whitney Pennington Rodgers:
Isso mesmo, Chris. -
0:54 - 0:57No momento, muitas pessoas
nos Estados Unidos e além -
0:57 - 1:02estão lidando com sentimentos
de raiva e frustração, tristeza profunda -
1:02 - 1:05e impotência.
-
1:05 - 1:09Não importa quem seja,
tem perguntas sobre o que fazer, -
1:09 - 1:11como melhorar as coisas.
-
1:11 - 1:13E como vimos,
-
1:13 - 1:16violências como essa ocorrem
há muitos anos. -
1:16 - 1:18Qual é o caminho a seguir?
-
1:27 - 1:31CA: Estamos com um grupo
de ativistas, organizadores e líderes -
1:31 - 1:36conhecidos pelo trabalho crucial
em justiça social e direitos civis. -
1:36 - 1:38Estamos muito gratos
por participarem de uma discussão -
1:38 - 1:42sobre injustiça racial nos EUA,
-
1:42 - 1:46atos insuportáveis de violência.
-
1:46 - 1:49Atos que testemunhamos
contra a comunidade negra, -
1:50 - 1:55os perigos para uma nação
devastada pela raiva e o medo. -
1:55 - 1:59E como podemos avançar
a partir disso para algo melhor. -
2:00 - 2:04Então, primeiro, cada um dos nossos quatro
convidados compartilhará seus pensamentos -
2:04 - 2:06sobre como avançamos a partir de agora.
-
2:06 - 2:11Depois, participaremos como um grupo,
incluindo vocês, a comunidade TED. -
2:12 - 2:15WPR: Agradecemos nosso parceiro
"Project Management Institute". -
2:15 - 2:19Esse apoio generoso ajudou a tornar
possíveis as entrevistas de hoje, -
2:19 - 2:22e, claro, como Chris mencionou, queremos
que vocês participem da conversa, -
2:22 - 2:25compartilhem suas perguntas usando
a opção "Fazer uma pergunta" -
2:25 - 2:29e continuem a compartilhar
seus pensamentos no tópico de discussão. -
2:30 - 2:32CA: Obrigado, Whitney.
-
2:32 - 2:35Certo, vamos começar.
-
2:36 - 2:37Nosso primeiro convidado.
-
2:38 - 2:42O Dr. Phillip Atiba Goff é fundador e CEO
-
2:42 - 2:45do "Center for Policing Equity, CPE".
-
2:45 - 2:50Trabalham com departamentos de polícia
em todo o país, inclusive em Minneapolis, -
2:50 - 2:56buscando respostas mensuráveis
ao preconceito racial. -
2:56 - 3:02Phil, eu mal posso imaginar como foi
o estresse da última semana. -
3:02 - 3:05Bem-vindo e é com você
para os comentários de abertura. -
3:07 - 3:09Phillip Atiba Goff: Obrigado, Chris.
-
3:10 - 3:13Sim, esta semana foi um soco no estômago
-
3:14 - 3:18para quem achava que estávamos progredindo
-
3:18 - 3:22na maneira com que propomos
a segurança pública que fortalece -
3:22 - 3:24comunidades particularmente vulneráveis.
-
3:25 - 3:28Começamos a trabalhar em Minneapolis
há cerca de cinco anos. -
3:29 - 3:33Na época, era, como na maioria
das grandes cidades dos Estados Unidos, -
3:33 - 3:38um departamento com um longo histórico
-
3:38 - 3:41de não contabilizados
pela violência na aplicação da lei, -
3:41 - 3:44visando as comunidades negras
mais vulneráveis. -
3:44 - 3:48E tentamos colocar em prática
várias coisas que sabemos que funcionam. -
3:50 - 3:51Mudar a cultura
-
3:51 - 3:55para que ela possa refletir
os valores da comunidade. -
3:56 - 4:00Vimos um progresso pequeno,
mas mensurável. -
4:01 - 4:03Nós sempre soubemos
-
4:03 - 4:05que com um progresso pequeno e mensurável,
-
4:05 - 4:09estamos a um incidente trágico
de voltar à estaca zero. -
4:10 - 4:13Mas os eventos da última semana e meia
não nos levaram de volta à estaca zero; -
4:13 - 4:17queimaram a estaca zero
e cavamos um buraco -
4:17 - 4:19do qual temos que nos desenterrar agora.
-
4:19 - 4:22O que escuto dos chefes
de polícia que me ligam, -
4:22 - 4:23ativistas com quem converso,
-
4:23 - 4:28das pessoas nas comunidades que estão
literalmente pegando fogo no momento, -
4:29 - 4:32são coisas como um ativista que me disse
-
4:32 - 4:37que a dor que ele estava sentindo era
grande demais para caber em seu corpo. -
4:38 - 4:39E sem pensar nisso, eu respondi:
-
4:39 - 4:44"É porque é muito grande
para caber numa vida toda". -
4:44 - 4:47Estamos vendo não apenas a resposta
-
4:47 - 4:53a uma execução pública horrível e cruel.
-
4:54 - 4:55Um linchamento.
-
4:56 - 4:59Não é apenas a reação a três deles:
-
4:59 - 5:02Ahmaud Arbery, Breonna Taylor
-
5:02 - 5:04e depois George Floyd.
-
5:05 - 5:08O que estamos vendo é que a conta venceu
-
5:09 - 5:14pelas dívidas não pagas que este país
tem com seus residentes negros. -
5:14 - 5:17E vem normalmente a cada 20 a 30 anos.
-
5:18 - 5:20Foi Ferguson apenas seis anos atrás,
-
5:20 - 5:22mas cerca de 30 anos antes disso,
-
5:22 - 5:26foi nas ruas de Los Angeles, após
o veredicto que exonerou a polícia -
5:26 - 5:29que espancou Rodney King num vídeo.
-
5:29 - 5:33Foi Newark, Watts, Chicago, Tulsa,
-
5:34 - 5:36foi Chicago novamente.
-
5:38 - 5:43Se não responsabilizarmos
totalmente essas dívidas, -
5:43 - 5:46então continuaremos pagando.
-
5:46 - 5:48Parte do que vivi na última semana e meia,
-
5:48 - 5:51que tenho compartilhado com pessoas
que fazem esse trabalho, -
5:51 - 5:52que o levam a sério,
-
5:53 - 5:55é o reconhecimento,
-
5:56 - 5:58a realidade esmagadora de almas,
-
5:58 - 6:01de que em algum momento,
quando as coisas param de pegar fogo, -
6:01 - 6:04as câmeras vão filmar outra coisa.
-
6:04 - 6:10E a história que temos neste país
não é apenas de negligência viciosa -
6:10 - 6:12e abuso direcionado de comunidades negras,
-
6:12 - 6:17é também a que paramos de prestar atenção.
-
6:18 - 6:21O que significa para comunidades
como em Baton Rouge, -
6:21 - 6:25para aqueles que ainda sofrem
por Alton Sterling, -
6:25 - 6:28e em Baltimore, para quem ainda
está de luto por Freddie Gray, -
6:28 - 6:31é que não há apenas uma chance,
há uma probabilidade -
6:31 - 6:34de que estaremos daqui a um mês ou dois
-
6:34 - 6:37com nada mais para mostrar
do que o que tivemos -
6:37 - 6:39depois de Michael Brown Jr.
-
6:42 - 6:46E suportar o peso disso,
-
6:47 - 6:51individual e coletivamente, é demais.
-
6:52 - 6:55É uma carga muito pesada
-
6:55 - 6:59para uma pessoa, um povo
ou uma geração aguentar. -
7:02 - 7:07Vemos os pecados impenitentes,
as dívidas não pagas. -
7:08 - 7:12E, portanto, a solução não pode ser
apenas a de corrigir o policiamento. -
7:12 - 7:15Não pode ser só uma reforma incremental.
-
7:16 - 7:18Apenas sistemas de prestação de contas
-
7:18 - 7:21para prender policiais
depois que mataram alguém. -
7:21 - 7:25Porque não há justiça para George Floyd.
-
7:25 - 7:27Talvez haja responsabilização.
-
7:27 - 7:30Algum alívio das pessoas que ainda
estão por aqui, que o amavam, -
7:30 - 7:35por sua filha que falou ontem:
"Meu pai mudou o mundo". -
7:35 - 7:39Não haverá justiça para um homem morto
quando ele não tinha que morrer. -
7:39 - 7:44Mas chegaremos aonde precisamos
apenas reformando a polícia. -
7:45 - 7:47Além do trabalho conhecido
do CPE com os dados, -
7:47 - 7:51temos incentivado departamentos e cidades
-
7:51 - 7:56a pegar o dinheiro que deveriam
investir em comunidades -
7:57 - 7:59e tirar do orçamento da polícia,
-
8:00 - 8:02levá-lo para as comunidades.
-
8:02 - 8:05As pessoas perguntam: "Como poderia ser?
-
8:05 - 8:07Como poderíamos imaginar isso?"
-
8:07 - 8:11E eu digo às pessoas que há um lugar
onde fazemos isso nos EUA agora. -
8:11 - 8:15Todos já ouvimos falar, sussurramos,
alguns já estiveram lá, outros moram lá. -
8:15 - 8:17O lugar é chamado de subúrbio,
-
8:17 - 8:20onde já temos recursos suficientes
para dar às pessoas, -
8:20 - 8:23para não precisarem da polícia
para segurança pública. -
8:23 - 8:26Alguém com problema de abuso
de substâncias pode ir à clínica. -
8:26 - 8:29Se alguém tem um problema médico,
se tem seguro, pode ir para um hospital. -
8:29 - 8:33Se há uma disputa doméstica,
eles têm amigos, têm apoio. -
8:33 - 8:36Não precisa de um distintivo e uma arma.
-
8:36 - 8:38Se tivéssemos todos os recursos públicos
-
8:38 - 8:41que estavam disponíveis nas comunidades
que mais precisavam deles, -
8:41 - 8:43não precisaríamos da polícia,
-
8:43 - 8:46e muitos têm defendido,
com ainda mais força recentemente, -
8:46 - 8:47que nós não precisamos.
-
8:47 - 8:51Se pegarmos o dinheiro
que usamos para punir -
8:52 - 8:54e investirmos
-
8:54 - 8:58na promessa e na inventividade
da comunidade que poderia haver lá. -
8:58 - 9:00Não sei como vamos conseguir.
-
9:00 - 9:02Sei que vai precisar de tudo e mais.
-
9:02 - 9:05Vai precisar do tipo de mudança sistêmica
-
9:05 - 9:09e ferramentas de gerenciamento
que tradicionalmente oferecemos. -
9:09 - 9:10E também de uma mudança quântica
-
9:10 - 9:12da maneira que pensamos
em segurança pública. -
9:12 - 9:16Mas, principalmente, não é
apenas um problema de policiamento. -
9:16 - 9:19Esta é a dívida não paga
-
9:19 - 9:21que é devida aos negros dos EUA.
-
9:21 - 9:23A conta está vencendo.
-
9:24 - 9:26E precisamos começar a fazer
uma contabilidade juntos, -
9:26 - 9:29para não pagarmos só os juros dessa coisa.
-
9:37 - 9:39WPR: Obrigado, Phil.
-
9:39 - 9:42Rashad Robinson é o presidente
da "Color Of Change", -
9:42 - 9:46organização de direitos civis que defende
a justiça racial para a comunidade negra. -
9:46 - 9:49Até agora, mais de 4 milhões
de pessoas assinaram sua petição -
9:49 - 9:52para prender os policiais envolvidos
no assassinato de George Floyd. -
9:52 - 9:55E, claro, um foi preso na semana passada.
-
9:55 - 9:58Muito obrigado por estar conosco,
Rashad, seja bem-vindo. -
10:00 - 10:03Rashad Robinson: Obrigado.
E obrigado por me receber. -
10:03 - 10:05Hoje estou aproveitando a oportunidade
-
10:05 - 10:08para falar sobre como todos
podem se envolver. -
10:08 - 10:09Como podem agir,
-
10:09 - 10:12porque agora, a ação estratégica é crucial
-
10:12 - 10:16para todos nós mudarmos as regras
-
10:16 - 10:20que frequentemente mantêm
os sistemas que nos atrasam. -
10:20 - 10:22Não se enganem,
-
10:22 - 10:25o sistema de justiça criminal
não está quebrado. -
10:25 - 10:29Está operando exatamente
da maneira como foi projetado. -
10:30 - 10:33Em todos os níveis,
-
10:33 - 10:37o sistema de justiça criminal
não se trata de fornecer justiça, -
10:37 - 10:42mas de garantir que certas pessoas,
certas comunidades sejam protegidas, -
10:42 - 10:43enquanto outras são violadas.
-
10:43 - 10:46E então eu quero falar
um pouco sobre a Color Of Change, -
10:46 - 10:49sobre ativismo e o trabalho
que está acontecendo -
10:49 - 10:52de outras organizações em todo o país,
-
10:52 - 10:54e a maneira como todos
podem canalizar essa energia. -
10:54 - 11:00Na Color Of Change, falamos
em como canalizar a participação em poder. -
11:00 - 11:03Com demasiada frequência, confundimos
participação e visibilidade com poder, -
11:03 - 11:07retuítes de participação
das histórias do movimento, -
11:07 - 11:09pessoas que sentem paixão pela mudança
-
11:09 - 11:12às vezes poderiam nos fazer sentir
que a mudança é inevitável, -
11:12 - 11:16mas poder é realmente
a capacidade de mudar as regras. -
11:16 - 11:18E agora, todos os dias,
as pessoas estão agindo -
11:18 - 11:22e estamos tentando canalizar
essa energia em algumas coisas. -
11:22 - 11:26Primeiro, todo um conjunto
de demandas no nível federal -
11:26 - 11:27e no nível local.
-
11:27 - 11:29Como Phil descreveu,
-
11:29 - 11:33o policiamento opera
em muitos canais diferentes. -
11:33 - 11:35E o que precisamos reconhecer
-
11:35 - 11:39é que, embora haja muitas coisas
que podem acontecer no nível federal, -
11:39 - 11:41localmente em todo o país.
-
11:41 - 11:47Há decisões sendo tomadas nas comunidades
sobre como o policiamento é executado, -
11:47 - 11:50para manter um nível mais profundo
de responsabilidade; -
11:50 - 11:52precisamos de novas leis
no nível estadual. -
11:52 - 11:56Na Color Of Change, criamos uma plataforma
em torno de um conjunto de demandas -
11:56 - 12:00e trabalhamos para criar mais energia
para as pessoas comuns agirem. -
12:00 - 12:01Estamos lutando por justiça
-
12:02 - 12:04para Ahmaud Arbery,
Breonna Taylor e George Floyd, -
12:04 - 12:06também estamos lutando por justiça
-
12:06 - 12:09para outras pessoas cujos nomes
vocês não escutaram, -
12:09 - 12:13Nina Pop e outros,
cujas histórias de injustiça -
12:13 - 12:16e a relação com o sistema
de justiça criminal -
12:16 - 12:21representam todas as formas pelas quais
a luta no momento é importante. -
12:21 - 12:25Nos últimos dois anos, trabalhamos
para criar um movimento, -
12:25 - 12:30responsabilizar os promotores públicos
e mudar o papel deles em nosso país. -
12:31 - 12:34E através da plataforma
"Winning Justice" da Color Of Change, -
12:34 - 12:36www.winningjustice.org,
-
12:36 - 12:41trabalhamos para canalizar a energia
das pessoas comuns para agirem. -
12:41 - 12:44Para quem está assistindo
o que está acontecendo na TV, -
12:44 - 12:46vendo no "feed" das redes sociais
-
12:46 - 12:50e está indignado com o que
está acontecendo na Geórgia, -
12:50 - 12:54no Tennessee, em Minnesota,
-
12:55 - 13:00vocês mesmos, muito provavelmente,
moram em uma comunidade -
13:01 - 13:05onde há um promotor
que não responsabilizará a polícia, -
13:06 - 13:10que não a processará quando ela
prejudicar e ferir negros, -
13:10 - 13:11quando ela violar as leis.
-
13:11 - 13:16Vocês moram em uma comunidade
onde a polícia faz parte da estrutura -
13:16 - 13:22que acumula encarceramento em massa,
mas muitos outros aspectos do sistema -
13:22 - 13:28acumulam encarceramento em massa
e os promotores estão no centro disso. -
13:28 - 13:31Vocês moram nessas comunidades
e precisam fazer algo a respeito. -
13:31 - 13:35Em winningjustice.org, criamos o único
banco de dados nacional para pesquisa -
13:35 - 13:38dos 2,4 mil promotores em todo o país.
-
13:38 - 13:40Criamos esquadrões e comunidades locais
-
13:40 - 13:46para que as pessoas se engajem em esforços
que responsabilizem os promotores. -
13:46 - 13:48Trabalhamos com nossos parceiros
em todo o movimento, -
13:48 - 13:53nossos amigos do "Vidas Negras Importam",
pessoas que fazem trabalho político, -
13:53 - 13:56amigos nos comitês locais da União
Americana pelas Liberdades Civis, -
13:56 - 13:59para criar seis demandas
-
13:59 - 14:03que as pessoas podem apoiar
em termos de pressão por reformas, -
14:03 - 14:06e criamos material de educação pública.
-
14:06 - 14:09Mas a única forma de trabalharmos
para mudar a maneira -
14:09 - 14:11que a acusação acontece neste país
-
14:12 - 14:14é se as pessoas se envolverem.
-
14:14 - 14:19Se elevarem a voz e se juntarem
a nós na busca por mudanças reais. -
14:19 - 14:24No final, quero que as pessoas reconheçam,
e Phillip falou um pouco sobre isso, -
14:24 - 14:28que não vivemos os problemas, mas a vida.
-
14:28 - 14:31Que as forças que nos impedem estão
profundamente inter-relacionadas, -
14:31 - 14:33um sistema de justiça criminal racista
-
14:33 - 14:36requer uma cultura racista
da mídia para sobreviver, -
14:36 - 14:40uma desigualdade política
segue a desigualdade econômica, -
14:40 - 14:42todas elas andam de mãos dadas.
-
14:42 - 14:46E, portanto, também quero
que não nos afastemos da equação. -
14:46 - 14:50Provavelmente trabalhamos em empresas
que podem postar símbolos -
14:50 - 14:52do Vidas Negras Importam num dia,
-
14:52 - 14:57e apoiar políticos que trabalham para
destruir esse movimento no dia seguinte. -
14:57 - 15:01Muitas vezes, estamos envolvidos
em práticas dentro de nossas empresas -
15:01 - 15:05ou em nossa vida diária,
apoiando propriedades da mídia e outras -
15:05 - 15:09que estão prejudicando nossas comunidades,
estão contando histórias. -
15:10 - 15:13Recentemente, fizemos
um relatório na Color Of Change -
15:13 - 15:16com o curso Norman Lear, da USC.
-
15:16 - 15:21Chama-se "Normalizing Injustice"
e está disponível em changehollywood.org. -
15:21 - 15:25Esse relatório analisa
os 22 procedimentos criminais -
15:25 - 15:27nos programas de crimes exibidos na TV.
-
15:27 - 15:32Analisa todas as maneiras em que eles
criam uma percepção distorcida -
15:32 - 15:34sobre nossa visão da justiça.
-
15:34 - 15:39Eles criam uma espécie de incentivo
para o policiamento que vemos no país -
15:39 - 15:42que serve como um braço de relações
públicas para a aplicação da lei. -
15:42 - 15:45Trabalhamos com roteiristas em todo o país
-
15:45 - 15:47para convencer as pessoas
a contar histórias melhores, -
15:47 - 15:52mas precisamos de espectadores ativos
e que o setor de entretenimento -
15:52 - 15:59recue e desafie não apenas as estruturas
que levam esse conteúdo ao ar, -
15:59 - 16:02mas a proliferação através
de nossas transmissões. -
16:02 - 16:04No final das contas,
-
16:04 - 16:07temos uma oportunidade
neste momento de fazer mudanças. -
16:07 - 16:09Pontos de inflexão são aqueles momentos
-
16:10 - 16:14em que temos a oportunidade
de fazer imensos avanços -
16:14 - 16:18ou a ameaça real de retrocedermos.
-
16:19 - 16:23A capacidade de fazer coisas incríveis
está em nossas mãos, -
16:23 - 16:30no sentido de desfazer muitas injustiças
que impediram o progresso por muito tempo. -
16:30 - 16:33Mas as pessoas comuns devem se envolver.
-
16:33 - 16:37Devemos canalizar essa presença no poder
-
16:37 - 16:41e construir o tipo de poder
que muda as regras. -
16:41 - 16:44O racismo de muitas maneiras é como a água
-
16:45 - 16:48caindo sobre um chão com buracos.
-
16:50 - 16:54De todas as formas, encontrará os buracos.
-
16:54 - 16:57E assim, não podemos simplesmente aceitar
-
16:57 - 17:00soluções generosas
para problemas estruturais, -
17:00 - 17:03mas temos que trabalhar
pela mudança estrutural. -
17:03 - 17:07Então quero terminar dizendo uma coisa
sobre como falamos sobre pessoas negras -
17:07 - 17:10e sobre comunidades negras neste momento.
-
17:10 - 17:12Porque temos que dizer o que queremos
-
17:12 - 17:16e temos que construir a narrativa
que nos leva aonde queremos ir. -
17:16 - 17:17Com muita frequência,
-
17:17 - 17:21tratamos comunidades negras
e pessoas negras como vulneráveis, -
17:21 - 17:23mas a vulnerabilidade
é uma característica pessoal. -
17:23 - 17:25As comunidades negras
estão sendo atacadas. -
17:25 - 17:30Elas são exploradas, atingidas
e precisamos dizer isso, -
17:30 - 17:33para não pôr o ônus em corrigir
famílias e comunidades negras, -
17:34 - 17:37mas apostar em corrigir
as estruturas que nos prejudicaram. -
17:37 - 17:38Vamos dizer coisas como:
-
17:38 - 17:41"Negros são menos propensos
a obter empréstimos", -
17:41 - 17:44em vez dos bancos serem menos prováveis
a darem empréstimos a pessoas negras. -
17:44 - 17:48Esta é a nossa oportunidade
de criar o tipo de progresso -
17:48 - 17:49que produz mudanças reais,
-
17:49 - 17:51e, no centro desta história,
-
17:51 - 17:56precisamos mostrar e destacar as imagens
não apenas da dor que estamos enfrentando, -
17:56 - 18:01mas da alegria, genialidade e criatividade
que os negros trouxeram para este país. -
18:01 - 18:05Os negros são os protagonistas
desta história, -
18:05 - 18:08e precisamos garantir que, trabalhando
para construir um novo amanhã, -
18:08 - 18:14os heróis estarão no centro
da libertação que todos nós precisamos. -
18:14 - 18:15Obrigado.
-
18:18 - 18:20CA: Obrigado, Rashad.
-
18:21 - 18:28A Dra. Bernice King é CEO
do King Center em Atlanta, Geórgia. -
18:28 - 18:34O centro é um memorial vivo
ao pai dela, Dr. Martin Luther King Jr. -
18:36 - 18:41É dedicado a inspirar novas gerações
para levar adiante o trabalho dele. -
18:42 - 18:45Neste momento,
quando tantos estão sofrendo, -
18:45 - 18:50como podemos abordar melhor
a unidade e a cura coletiva? -
18:51 - 18:52Dra. King, é com você.
-
19:00 - 19:04Bernice King: Meu coração está pesado,
porque eu fui essa menina de seis anos. -
19:05 - 19:09Eu tinha cinco anos
quando meu pai foi assassinado. -
19:09 - 19:11E ele mudou o mundo.
-
19:12 - 19:15Mas a tragédia é que não escutamos
-
19:17 - 19:21o que ele estava nos dizendo
como profeta para esta nação. -
19:23 - 19:27As palavras dele estão agora
ecoando de volta para nós. -
19:28 - 19:32A mudança, todos sabemos,
é necessária agora. -
19:34 - 19:35E, no entanto, não é fácil.
-
19:37 - 19:43Sabemos que deve haver mudanças
no policiamento nesta nossa nação. -
19:44 - 19:46Mas eu quero falar sobre a escolha dos EUA
-
19:48 - 19:49em um nível maior.
-
19:50 - 19:52O profeta nos disse:
-
19:52 - 19:54"Ainda temos uma escolha hoje:
-
19:54 - 19:57coexistência não violenta
-
19:57 - 19:59ou a coaniquilação violenta".
-
20:00 - 20:04O que testemunhamos nos últimos oito dias
-
20:04 - 20:07colocou essa escolha diante de nós.
-
20:09 - 20:12Vimos literalmente nas ruas de nossa nação
-
20:14 - 20:18pessoas que seguem o caminho
dos protestos não violentos -
20:20 - 20:23e pessoas que se empenharam na destruição.
-
20:26 - 20:31Estamos olhando para isso
e temos que fazer uma escolha. -
20:33 - 20:36A história desta nação
foi fundada em violência. -
20:36 - 20:37Na verdade, meu pai disse
-
20:37 - 20:41que os Estados Unidos são
os maiores fornecedores de violência. -
20:42 - 20:46E o único caminho a seguir
é se nos arrependermos -
20:46 - 20:50por ser uma nação construída
sobre a violência. -
20:51 - 20:54Não estou falando só de violência física.
-
20:54 - 20:58Estou falando de violência
sistêmica e política, -
20:58 - 21:00sobre o que ele falou
-
21:00 - 21:04serem os triplos males da pobreza,
do racismo e do militarismo. -
21:04 - 21:06Todos violentos.
-
21:08 - 21:10Albert Einstein disse algo para nós.
-
21:10 - 21:13Disse que não podemos resolver problemas
-
21:13 - 21:16no mesmo nível de pensamento
em que foram criados. -
21:17 - 21:20E assim, se vamos avançar,
-
21:20 - 21:26teremos que desconstruir
esses sistemas de violência -
21:26 - 21:28que estabelecemos nos EUA.
-
21:28 - 21:32Teremos que reconstruir em outra fundação.
-
21:35 - 21:40Uma que seja de amor e não de violência.
-
21:42 - 21:43E assim, à medida que avançamos,
-
21:43 - 21:49podemos corrigir o curso
se fizermos essa escolha -
21:49 - 21:52que papai disse,
coexistência não violenta. -
21:53 - 21:58E não continuar no caminho
da aniquilação violenta. -
21:58 - 21:59Então, como é isso?
-
21:59 - 22:03Parece algum trabalho de desconstrução
-
22:03 - 22:05para chegar à construção.
-
22:05 - 22:07Temos que desconstruir nosso pensamento.
-
22:09 - 22:14Desconstruir a forma como vemos as pessoas
-
22:14 - 22:19e como operamos,
-
22:19 - 22:23praticamos, envolvemos
e definimos políticas. -
22:24 - 22:28E então eu acredito que há muito coração,
-
22:29 - 22:31trabalho do coração a fazer,
-
22:32 - 22:37no meio de todo esse trabalho árduo.
-
22:37 - 22:40Porque o trabalho do coração é árduo.
-
22:41 - 22:47Uma das coisas que temos
que fazer é garantir que todos, -
22:47 - 22:51especialmente meus irmãos e irmãs brancos,
-
22:51 - 22:56se envolvam no trabalho do coração,
o trabalho antirracismo, -
22:56 - 22:57no nosso coração.
-
22:58 - 23:01Ninguém está isento disso,
-
23:02 - 23:06especialmente na minha comunidade branca.
-
23:07 - 23:10Devemos fazer esse trabalho
em nosso coração, -
23:10 - 23:11o trabalho antirracismo.
-
23:13 - 23:16A segunda coisa é encorajar as pessoas
-
23:17 - 23:20a olharem para o treinamento
de não violência que temos no King Center, -
23:20 - 23:22thekingcenter.org,
-
23:22 - 23:25para que aprendamos a base da compreensão
-
23:25 - 23:28da nossa inter-relação
e interconectividade. -
23:30 - 23:33Que entendamos que nossas lealdades,
nossos compromissos -
23:33 - 23:35e nossa formulação de políticas
-
23:35 - 23:38não podem mais ser dedicados
a um grupo de pessoas, -
23:38 - 23:42mas ao bem maior de todas as pessoas.
-
23:45 - 23:49Convido as pessoas a se juntarem a nós
em nossa própria linha de protesto -
23:49 - 23:55que acontece todas as noites às 19 horas
na página do Facebook do King Center, -
23:55 - 23:59porque muitas pessoas têm algo
que querem expressar e contribuir. -
23:59 - 24:04Todos temos que mudar e fazer uma escolha.
-
24:05 - 24:11É uma escolha mudar a direção
que estamos seguindo. -
24:13 - 24:17Precisamos de uma revolução
de valores neste país. -
24:18 - 24:20Foi o que meu pai disse.
-
24:21 - 24:24Ele mudou o mundo, mudou corações,
-
24:27 - 24:32e agora, o que aconteceu
nos últimos sete, oito anos -
24:32 - 24:34e através da História,
-
24:34 - 24:36nós temos que mudar de rumo.
-
24:38 - 24:42Todos temos que participar
da mudança nos EUA -
24:42 - 24:45com a verdadeira revolução de valores,
-
24:45 - 24:47na qual as pessoas estejam no centro,
-
24:48 - 24:49e não o lucro.
-
24:49 - 24:52Em que a moralidade esteja no centro,
-
24:52 - 24:54e não o nosso poder militar.
-
24:55 - 24:59Os EUA têm uma escolha.
-
25:00 - 25:06Podemos optar por seguir continuamente
esse caminho de destruição, -
25:06 - 25:11ou podemos escolher
coexistência não violenta. -
25:11 - 25:13E como minha mãe dizia,
-
25:13 - 25:17a luta é um processo sem fim,
a liberdade nunca é realmente conquistada. -
25:17 - 25:20Você ganha e conquista em cada geração.
-
25:22 - 25:25Toda geração é chamada
a essa luta pela liberdade. -
25:25 - 25:29Você, como pessoa, pode querer se isentar,
mas toda geração é chamada. -
25:30 - 25:34E por isso encorajo empresas nos EUA
-
25:34 - 25:38a começarem a trabalhar
com o antirracismo corporativo. -
25:39 - 25:43Encorajo todos os setores
a começarem a fazer isso -
25:43 - 25:50e levantar a bandeira da mudança
não violenta, pessoalmente, -
25:51 - 25:55e da perspectiva de mudança social.
-
25:56 - 25:59Nós podemos fazer isso.
-
25:59 - 26:01Podemos fazer a escolha certa
-
26:01 - 26:05para finalmente construir
a comunidade amada. -
26:07 - 26:08Obrigada.
-
26:12 - 26:15WPR: Obrigado, Dra. King.
-
26:15 - 26:18Anthony Romero é o diretor executivo
da "American Civil Liberties Union". -
26:19 - 26:21Uma das mais antigas organizações
de justiça social do país, -
26:21 - 26:24a ACLU defendeu a igualdade racial
-
26:24 - 26:26e demonstrou profundo apoio
à comunidade negra -
26:26 - 26:28em momentos de crise.
-
26:28 - 26:29E em momentos como esses,
-
26:29 - 26:31vozes negras são
quase sempre as mais altas -
26:31 - 26:37e às vezes o silêncio
de nossos irmãos e irmãs não negros -
26:37 - 26:39pode parecer ensurdecedor.
-
26:40 - 26:43Como podemos trazer
nossos aliados para a mistura, -
26:43 - 26:48para apoiar o fim da violência sistêmica
e do racismo contra as comunidades negras, -
26:48 - 26:51é uma pergunta importante
para muitos de nós. -
26:51 - 26:54Anthony, bem-vindo ao show
e muito obrigado por estar conosco. -
26:55 - 26:57Anthony Romero: Ótimo.
-
26:57 - 26:59Obrigado, obrigado Whitney,
e obrigado Chris, -
27:00 - 27:03por me convidar para participar
desta comunidade TED. -
27:04 - 27:07Eu acho que a comunidade
é muito importante agora. -
27:07 - 27:10Com tantos de nós sentindo apreensão,
-
27:10 - 27:12o cansaço, a raiva,
-
27:12 - 27:13o medo, a frustração,
-
27:13 - 27:16o terrorismo que vivemos
em nossas comunidades. -
27:17 - 27:22É um momento para nos aconchegarmos
em uma fogueira virtual, -
27:22 - 27:26com seu grupo, com sua família,
com seus entes queridos, com sua rede. -
27:26 - 27:29Não é hora de ficar isolado ou sozinho.
-
27:29 - 27:32E acho que para aliados nessa luta,
-
27:32 - 27:36aqueles de nós que não vivem
essa experiência todos os dias, -
27:36 - 27:38é hora de nos apoiarmos.
-
27:38 - 27:41Você não pode mudar de canal,
-
27:41 - 27:43não pode desligar,
-
27:44 - 27:46não pode dizer: "Isso é muito difícil".
-
27:47 - 27:52Não é tão difícil para nós escutar,
aprender e prestar atenção. -
27:52 - 27:55É a única maneira de reconstruirmos,
-
27:55 - 27:59escutando as vozes de Rashad,
Phil e da Dra. King. -
27:59 - 28:02Escutando nossos vizinhos
e entes queridos, -
28:02 - 28:05pessoas no Twitter que não conhecemos.
-
28:06 - 28:11Comunidades brancas e organizações aliadas
precisam prestar ainda mais atenção. -
28:11 - 28:14Este é o teste do seu caráter.
-
28:14 - 28:18Como você está disposto
a apoiar e se envolver. -
28:21 - 28:23Foram duas semanas muito difíceis.
-
28:23 - 28:27Eu sinto que isso é um teste
-
28:27 - 28:30se acreditamos ou não
na experiência americana. -
28:30 - 28:32Nós realmente acreditamos nisso?
-
28:32 - 28:35Que dentre muitos, um,
-
28:36 - 28:39um país sem idioma unificador,
sem cultura unificadora, -
28:39 - 28:41sem religião unificadora,
-
28:42 - 28:44podemos realmente nos tornar um povo?
-
28:44 - 28:47Todos iguais perante a lei?
-
28:47 - 28:50Todos unidos à crença
no Estado de direito? -
28:50 - 28:57Acreditamos mesmo ou só achamos que é
uma frase bonita pra ver na nota de US$ 1? -
28:58 - 29:03E pra mim, este é um referendo
sobre a experiência americana. -
29:03 - 29:05Se realmente acreditamos.
-
29:08 - 29:10O futuro está em nossas mãos.
-
29:10 - 29:15E essa não é como outras crises,
sou o chefe da ACLU há quase 20 anos, -
29:15 - 29:17sinto como se já tivesse visto de tudo.
-
29:17 - 29:19Isto é diferente.
-
29:20 - 29:26E isso é diferente porque é cumulativo,
como Phil, Rashad e a Dra. King disseram, -
29:26 - 29:32são séculos de discriminação
sistêmica e a conta venceu. -
29:32 - 29:34Continuará vencendo,
-
29:34 - 29:35e nós pagaremos.
-
29:36 - 29:38A menos que façamos algo bem diferente.
-
29:38 - 29:41Estive quebrando a cabeça
na ACLU na última semana. -
29:41 - 29:43Estamos nisso há 100 anos.
-
29:43 - 29:47Minha organização vem
trabalhando nisso desde o início. -
29:47 - 29:53Em 1931, nos envolvemos com um relatório
sobre ilegalidade na aplicação da lei. -
29:53 - 29:57Foi o nosso primeiro relatório em 1931.
-
29:57 - 30:02Abrimos nossas portas
após os distúrbios em Watts, -
30:02 - 30:05levando os serviços jurídicos
e advogados para as comunidades -
30:05 - 30:09para que pudessem exigir justiça
dos departamentos de polícia. -
30:09 - 30:13Nós trouxemos o "Aviso de Miranda",
o direito de permanecer calado, -
30:13 - 30:16e trouxemos "Gideon", o direito
a um advogado do tribunal, -
30:16 - 30:17se você não pode pagar um.
-
30:17 - 30:20Lutamos contra Bloomberg
pelo "stop-and-frisk", -
30:20 - 30:26levou anos e ele perdeu nosso litígio
para finalmente pedir desculpas. -
30:26 - 30:28Estamos nisso há 100 anos.
-
30:31 - 30:37E para as comunidades
que vivem isso há 400 anos... Deus! -
30:38 - 30:40Estive quebrando a cabeça, pensando.
-
30:40 - 30:41Não está funcionando.
-
30:41 - 30:44Não precisamos de outro modelo
e ação judicial. -
30:44 - 30:47Nem de outro programa de treinamento
-
30:47 - 30:51sobre preconceito racial ou implícito
nos departamentos de polícia, -
30:51 - 30:55não precisamos entrar com outra ação
judicial sobre imunidade qualificada, -
30:55 - 30:58nem de outro processo
de discriminação racial -
30:58 - 31:02ou de discriminação de gênero
para integrar os departamentos de polícia. -
31:02 - 31:05Sim, fizemos isso e continuaremos a fazer.
-
31:05 - 31:11Para mim, precisamos diminuir orçamentos
desses departamentos de polícia. -
31:11 - 31:14É a única maneira de recuperar o poder.
-
31:14 - 31:20Quanto mais eu leio nas últimas semanas
sobre onde esse país se encontra, -
31:20 - 31:23mais fica claro que essa é
minha "Estrela do Norte" agora. -
31:23 - 31:26Continuaremos a instaurar um processo
sobre imunidade qualificada, -
31:26 - 31:29nós faremos os esforços
-
31:29 - 31:33para responsabilizar
os oficiais que aplicam a lei, -
31:33 - 31:35traremos padrão e ações judiciais,
-
31:35 - 31:38porque o departamento de justiça
não está fazendo isso, -
31:38 - 31:40continuaremos a fazer
todo esse bom trabalho. -
31:40 - 31:43Mas iremos atrás desses orçamentos.
-
31:43 - 31:47Quando examinamos o fato de que gastamos
US$ 100 milhões em policiamento, -
31:47 - 31:49mais do que com encarceramento,
-
31:49 - 31:54que a cidade de Minneapolis
gastou 30% de seu orçamento -
31:54 - 31:55no policiamento.
-
31:55 - 31:59A cidade de Oakland, 41% em policiamento.
-
32:00 - 32:03A polícia de Nova York
gasta mais em policiamento -
32:03 - 32:05do que no desenvolvimento
de moradias e preservação, -
32:05 - 32:08serviços comunitários para jovens,
falta de moradia. -
32:09 - 32:11Nós estamos indo atrás do dinheiro.
-
32:12 - 32:15E essa é uma defesa essencial.
-
32:15 - 32:18Contas caem nas legislaturas locais
pra cortar o financiamento para a polícia, -
32:18 - 32:25para parar esses programas
que dão ao excedente militar federal -
32:26 - 32:29a departamentos de polícia
que se tornam pequenos miniexércitos, -
32:29 - 32:33estes não se parecem com policiais,
são como exércitos permanentes. -
32:33 - 32:35E o inimigo são as comunidades de cor.
-
32:35 - 32:39Precisamos tirar seus brinquedos
e cortar seus orçamentos. -
32:39 - 32:43E diminuir a infraestrutura policial,
-
32:43 - 32:47para que possamos tirar a polícia
da vida cotidiana de pessoas de cor -
32:47 - 32:50e comunidades de cor.
-
32:50 - 32:54A onipresença da aplicação da polícia
em coisas que ela não tem um papel, -
32:54 - 32:56nem devia ter um papel a desempenhar.
-
32:56 - 32:58As pessoas não devem perder a vida
-
32:58 - 33:02por um maço de cigarros,
um carimbo de imposto adequado, -
33:02 - 33:04ou se uma nota de US$ 20 foi falsificada.
-
33:04 - 33:08Isso não é digno de gastar
nossos dólares na polícia. -
33:08 - 33:09Tire-os desse negócio,
-
33:09 - 33:13vamos nos concentrar nos crimes
mais importantes e sérios, -
33:13 - 33:15e é isso.
-
33:16 - 33:19Vamos "despoliciar" nossas comunidades,
encolher esses orçamentos. -
33:20 - 33:23Vamos reinvestir esse dinheiro
nas comunidades locais. -
33:23 - 33:25Serão campanhas longas e árduas,
-
33:25 - 33:27para legislaturas locais,
-
33:27 - 33:30conselhos locais da cidade,
boletins de laboratório, -
33:30 - 33:33para pessoas que jogam nos dois lados:
"Acreditamos na reforma da polícia", -
33:33 - 33:37e, no entanto, elas ainda vão votar
em 30 ou 40% para a polícia? Não. -
33:37 - 33:39Nós vamos expor esse direito ao público.
-
33:39 - 33:40Acho que só temos que ficar nisso,
-
33:40 - 33:44porque é a única maneira
de chegarmos a isso de forma diferente. -
33:44 - 33:48Porque muito do que tentamos fazer
simplesmente não está funcionando. -
33:49 - 33:50Com isso,
-
33:51 - 33:56como encontrar o otimismo neste momento,
porque temos que encontrá-lo. -
33:57 - 33:59Temos que encontrar o caminho
-
33:59 - 34:03para ainda pensar que,
apesar de tantos contratempos, -
34:04 - 34:06tem havido mudança.
-
34:06 - 34:09Tem sido bem pouca,
muito lenta, não é suficiente. -
34:09 - 34:12Precisamos agitar, impulsionar.
-
34:12 - 34:14Mas não podemos perder
de vista o otimismo. -
34:14 - 34:18Tenho pensado em quem são
as pessoas que me inspiram, -
34:18 - 34:20o pai da Dra. King, é claro,
-
34:20 - 34:25as palavras de Rashad e Patrisse Cullors
e em outros que me inspiraram. -
34:25 - 34:28Mas acho inspiração nas palavras
de um cientista político -
34:28 - 34:30que não gosto muito de mencionar,
Sam Huntington, -
34:30 - 34:35muitas vezes criticado
por ser conservador e racista. -
34:35 - 34:38Mas às vezes encontramos inspiração
mesmo nas palavras do inimigo. -
34:38 - 34:42E um dos livros dele
que tirei da minha prateleira, -
34:42 - 34:49fala sobre como os EUA são uma decepção,
porque não corresponderam às expectativas. -
34:50 - 34:55Começa falando que os EUA são um fracasso,
-
34:55 - 34:57porque não fazem jus aos seus ideais.
-
34:57 - 35:01Mas não são um fracasso,
um monte de mentiras. -
35:01 - 35:03São uma decepção.
-
35:03 - 35:07E na decepção também está
o fato de que há esperança. -
35:08 - 35:12Estou parafraseando, mas acho
que precisamos envolver tudo, -
35:12 - 35:15pensar na decepção,
-
35:15 - 35:19na esperança e na determinação
de fazer melhor. -
35:19 - 35:21E precisamos escutar e nos apoiar,
-
35:22 - 35:27agradeço à comunidade TED,
à Dra. King, ao Rashad e ao Phil. -
35:28 - 35:29Obrigado.
-
35:36 - 35:37CA: Uau.
-
35:38 - 35:40Obrigado a todos, isso foi surpreendente.
-
35:42 - 35:44Estamos trazendo todos de volta agora
-
35:44 - 35:49para termos uma conversa entre nós,
-
35:49 - 35:55responder a perguntas da nossa comunidade,
espero que as estejam enviando. -
35:56 - 36:01Não sei se podemos trazer de volta
os convidados para a tela neste momento. -
36:05 - 36:07Bem-vindos de volta.
-
36:10 - 36:17Começo com uma pergunta para a Dra. King,
pois fiquei inspirado pelo que disse. -
36:19 - 36:24Seu pai também entendeu profundamente
-
36:24 - 36:27a raiva que leva ao protesto.
-
36:27 - 36:33Acho que ele disse que os protestos
são a linguagem dos que não têm voz. -
36:34 - 36:37E estou querendo saber
o que você diria para alguém agora -
36:37 - 36:42que está muito furioso pelo que houve,
-
36:42 - 36:46e também vê que esse pode ser o momento,
-
36:47 - 36:51alguém que acredita que o sistema
está tão fundamentalmente quebrado, -
36:51 - 36:55que nossa melhor escolha é derrubá-lo,
-
36:55 - 36:57que é realmente isso.
-
36:57 - 37:01Pode ser um momento único
numa geração para fazer isso. -
37:02 - 37:06Realmente acreditar que o protesto,
incluindo os violentos, -
37:06 - 37:08na verdade são o caminho agora.
-
37:08 - 37:11O que diria para alguém que sentiu isso?
-
37:14 - 37:17BK: Primeiro, só quero fazer uma correção:
-
37:17 - 37:20ele disse que os "tumultos" são
a linguagem dos que não têm voz. -
37:20 - 37:22CA: Peço desculpas.
-
37:22 - 37:25Mas esse ponto é ainda mais poderoso.
-
37:26 - 37:27BK: Sim.
-
37:28 - 37:32Devemos protestar, e devemos
continuar a protestar sempre, -
37:32 - 37:37para manter os problemas
em alerta perante as pessoas, -
37:39 - 37:42mas quando alguém está com raiva,
às vezes é difícil chegar a ele. -
37:42 - 37:44Eu estive nesse caminho,
-
37:44 - 37:48num estágio da minha vida em que estava
com tanta raiva que queria destruir. -
37:48 - 37:51Sou filha de Martin Luther King Jr.,
-
37:51 - 37:55cresci numa família de amor,
não violência e perdão, -
37:56 - 37:58tive que percorrer esse caminho,
-
37:58 - 38:03mas felizmente, estive cercada
pelo tipo certo de influências. -
38:03 - 38:05Porque teria sido uma história triste.
-
38:07 - 38:09Acho que é realmente
-
38:10 - 38:14permitindo-nos escutar a raiva
-
38:14 - 38:17e dando espaço para ela,
-
38:17 - 38:22mas também tentando ajudar os jovens
-
38:23 - 38:25a canalizar essa energia novamente.
-
38:25 - 38:29E precisamos começar
a garantir que os conectemos -
38:29 - 38:35com a parte do trabalho que tem sido feita
e agora está elevada a um outro patamar. -
38:35 - 38:40O trabalho que a Color Of Change
e a ACLU estão fazendo, -
38:41 - 38:43porque, às vezes,
-
38:43 - 38:49há uma desconexão que intensifica
a emoção e nos faz sentir impotentes. -
38:49 - 38:51Mas se canalizarmos essa raiva,
-
38:51 - 38:56conectá-la à ação que visa criar
-
38:56 - 39:00a mudança social e econômica,
-
39:00 - 39:03então isso começa a nos fortalecer
-
39:03 - 39:07e podemos começar a nos tornar
mais construtivos com a raiva. -
39:10 - 39:14WPR: Temos perguntas da comunidade,
mas antes de fazer isso, -
39:14 - 39:18todos compartilharam declarações
poderosas e significativas agora, -
39:18 - 39:22e muitos tocaram no fato
de que não é a primeira vez -
39:22 - 39:23que estamos vivendo isso.
-
39:23 - 39:27O assassinato de George Floyd,
Ahmaud Arbery, Breonna Taylor, -
39:28 - 39:34estes são três de muitos exemplos assim,
e eu adoraria escutar todos vocês -
39:34 - 39:37sobre o que nos trouxe
a esse ponto de ebulição. -
39:37 - 39:38O que contribuiu para este momento
-
39:38 - 39:42que estamos vivendo coisas,
Anthony, como você disse, -
39:42 - 39:46que parecem muito pior
do que outros momentos? -
39:50 - 39:54Qualquer um que se sinta à vontade
para responder a essa pergunta. -
39:55 - 39:57AR: Rashad, quero escutar você.
-
39:57 - 40:03BK: Eu queria dizer uma coisa.
Acho que sempre estivemos naquele momento. -
40:03 - 40:07Mas esse momento é diferente,
por causa do vazio na liderança. -
40:08 - 40:11Não há voz moral real em nosso país,
-
40:11 - 40:14e quem ocupa o cargo de presidência
-
40:15 - 40:19não está liderando no caminho certo.
-
40:22 - 40:25Tem permitido certas coisas.
-
40:26 - 40:28E então agora,
-
40:29 - 40:31ele acendeu o fogo.
-
40:40 - 40:43RR: Adicionarei aqui algumas coisas.
-
40:43 - 40:48Nos últimos dois meses,
temos visto e vivenciado -
40:48 - 40:53todas as formas pelas quais as decisões
de subinvestimento deste país, -
40:53 - 40:56de atingir comunidades negras,
-
40:56 - 41:00têm matado negros através da COVID.
-
41:00 - 41:04E estando em nossa casa,
-
41:04 - 41:07também temos observado
como a mídia nos culpou -
41:07 - 41:10enquanto somos os trabalhadores
essenciais em muitos lugares -
41:10 - 41:14e tentamos garantir que o país continue.
-
41:14 - 41:19Vimos homens brancos com armas
aparecendo nas capitais -
41:19 - 41:22exigindo, basicamente, que negros
e pardos voltem ao trabalho. -
41:22 - 41:26E então vemos este vídeo
de oito minutos de um policial, -
41:27 - 41:32com o joelho no pescoço de alguém,
depois de ver o vídeo de Ahmaud Arbery -
41:32 - 41:36e escutar a história de Breonna Taylor,
e nós o vemos olhando para a câmera, -
41:36 - 41:40basicamente, sabendo
que os EUA não iriam puni-lo. -
41:40 - 41:43E o que penso é que basta,
-
41:43 - 41:46as pessoas não achavam que tinham
um canal para esse ultraje, -
41:46 - 41:50as pessoas estavam lá dentro,
estavam vivenciando -
41:50 - 41:57todas as formas pelas quais as estruturas
também estavam conspirando para nos matar, -
41:57 - 42:01que o que estamos vendo é
o alinhamento de todas essas coisas, -
42:01 - 42:06as pessoas estão fazendo demandas
muito maiores e mais ousadas do que antes. -
42:06 - 42:10Embora não tenhamos
liderança no nível federal, -
42:10 - 42:12também temos que reconhecer
-
42:16 - 42:21que nenhum partido político pode dizer que
está 100% do lado certo desses problemas. -
42:21 - 42:23E assim as pessoas estão se mobilizando,
-
42:23 - 42:25estão lutando como nunca antes,
-
42:25 - 42:30e elas não estão dispostas a aceitar
respostas como "Basta votar" -
42:30 - 42:32ou "Apenas participe do processo",
-
42:32 - 42:34porque reconhecemos
que os negros estão votando, -
42:34 - 42:36eles fizeram parte da eleição,
-
42:36 - 42:37e parte de garantir isso.
-
42:37 - 42:41E então eu acho que é por isso
que esse momento parece tão diferente, -
42:41 - 42:44combinado com, nos últimos sete anos,
-
42:44 - 42:47desde Trayvon, termos visto
o crescimento de um novo movimento -
42:47 - 42:50de ativistas e líderes em todo o país,
-
42:50 - 42:53que também estão num ponto muito diferente
-
42:53 - 42:58para poder mudar a situação
em grande parte do que é possível. -
43:00 - 43:03CA: Temos uma pergunta aqui de Genesis Be.
-
43:05 - 43:06Se conseguirmos trazê-la para a tela.
-
43:08 - 43:14"Aqui no Mississippi, a polícia
é sinônimo da Klan, historicamente. -
43:14 - 43:20Como expurgamos a aplicação da lei
dos supremacistas brancos?" -
43:27 - 43:30PAG: Acho que essa é parcialmente pra mim,
-
43:30 - 43:32como psicólogo do preconceito.
-
43:33 - 43:35Ontem mesmo,
-
43:35 - 43:39um oficial em Denver
postou nas redes sociais -
43:39 - 43:41ele e outros dois oficiais
-
43:41 - 43:43dizendo: "Vamos começar um tumulto".
-
43:45 - 43:46Ele foi demitido naquele dia.
-
43:47 - 43:51Me preocupo com todos os oficiais
que o FBI vem, há quase meia década, -
43:51 - 43:53nos avisando,
-
43:53 - 43:57policiais e sindicatos infiltrados
por supremacistas brancos. -
43:58 - 44:01E todos os oficiais que têm
contas privadas nas redes sociais, -
44:02 - 44:05O "Invisible Institute"
expôs algumas coisas. -
44:05 - 44:08Não estamos falando seriamente
sobre a ameaça terrorista doméstica -
44:08 - 44:11que a supremacia branca representa.
-
44:11 - 44:13Então a primeira coisa que temos que fazer
-
44:14 - 44:15é levar isso a sério.
-
44:16 - 44:20Temos que dizer em voz alta,
e não acredito que num dia como hoje, -
44:20 - 44:23ou numa semana como esta,
tenho que dizer em voz alta, -
44:23 - 44:25que a supremacia branca está viva e bem
-
44:25 - 44:28e que é uma força motriz
da política americana. -
44:28 - 44:29Isso não deve ser controverso.
-
44:29 - 44:33Eu não deveria receber mensagens
de ódio na minha caixa de entrada, -
44:33 - 44:34mas essa é a realidade.
-
44:34 - 44:39A primeira parte da solução de um problema
é reconhecer que ele existe. -
44:39 - 44:42Mas a segunda coisa é armar os municípios,
-
44:42 - 44:44os oficiais da lei,
ainda mais as comunidades, -
44:44 - 44:49com a capacidade de agir
quando alguém viola valores. -
44:49 - 44:52Agora, penso no caso na Filadélfia
-
44:52 - 44:56em que o encarregado Charles Ramsey
-
44:56 - 44:59demitiu seis policiais.
-
44:59 - 45:02Preocupações com preconceitos raciais
e com a brutalidade policial, -
45:02 - 45:06e esses seis policiais estavam de volta
no mesmo trabalho em três meses. -
45:06 - 45:08Agora temos um sistema de aplicação da lei
-
45:08 - 45:11que diz que você pode perder
o emprego em uma jurisdição, -
45:11 - 45:15e conseguir o mesmo emprego
na polícia em outra jurisdição. -
45:15 - 45:17Sem o registro nacional
-
45:17 - 45:20e a capacidade da polícia
de tomar decisões diferentes, -
45:20 - 45:24teremos esse mesmo problema
não apenas no Mississippi, -
45:24 - 45:27mas em Minneapolis, Louisville,
Nova York e Los Angeles. -
45:28 - 45:32CA: Phil, quanto do problema
-
45:32 - 45:37vem do fato de que os sindicatos
policiais têm um enorme poder -
45:37 - 45:42para proteger e às vezes restabelecer
os chamados oficiais "maçãs podres"? -
45:44 - 45:45PAG: Recebo muito essa pergunta,
-
45:45 - 45:49e sindicatos policiais são uma
das maiores forças de trabalho dos EUA, -
45:49 - 45:52e únicos dentro do movimento sindical.
-
45:52 - 45:55Sindicatos policiais
e de professores são os maiores -
45:55 - 45:58e não podia haver dois grupos
mais diferentes de pessoas. -
45:59 - 46:05Quando falo com a liderança sindical,
eles querem falar com o Dr. Blackenstein, -
46:05 - 46:10dizem que ninguém odeia um oficial ruim
mais do que um bom oficial. -
46:10 - 46:12Mas pelos contratos sindicais,
as novas negociações, -
46:12 - 46:14não parece que isso é verdade.
-
46:14 - 46:17Parece que se alguém se mete em problemas,
-
46:17 - 46:20o único trabalho do sindicato
é garantir que qualquer oficial -
46:20 - 46:23consiga manter seu emprego.
-
46:23 - 46:24O incentivo perverso aqui
-
46:24 - 46:27é que quando as pessoas
concorrem à liderança, -
46:27 - 46:28ninguém pode dizer:
-
46:28 - 46:31"Essas pessoas não deveriam
estar no sindicato". -
46:31 - 46:32É muito difícil fazer isso.
-
46:32 - 46:36O que pode dizer é: "Se essa pessoa
não te protegeu o suficiente, -
46:36 - 46:37vou te proteger ainda mais.
-
46:37 - 46:40Os extremistas? Eu protegerei até eles".
-
46:40 - 46:43Temos esse incentivo perverso
de que a liderança sindical não representa -
46:43 - 46:48os valores até dos demais
membros do sindicato. -
46:48 - 46:51Mas eles têm um poder
de negociação massivo e exagerado. -
46:51 - 46:54Então sim, se envolver
-
46:54 - 46:58com o adequado dimensionamento
das proteções trabalhistas, -
46:58 - 47:00para pessoas com trabalhos difíceis,
-
47:00 - 47:03mas que não deveriam ser protegidas
dos valores básicos dos direitos humanos, -
47:03 - 47:06da dignidade humana e segurança pública.
-
47:06 - 47:08Tem que fazer parte do processo.
-
47:08 - 47:13Quando sindicatos negociam uma proibição
de dois anos para manter os registros, -
47:13 - 47:16para não haver capacidade nem de rastrear
-
47:16 - 47:18o que está havendo no estado da Califórnia
-
47:18 - 47:20historicamente, a má conduta policial,
-
47:20 - 47:23não é do interesse da segurança pública,
legitimidade pública ou da democracia. -
47:24 - 47:26AR: Eu acrescentaria, Chris,
-
47:26 - 47:30que acho que a parte do sindicato
é criticamente importante para se pensar. -
47:31 - 47:33Porque, como Phil disse,
-
47:33 - 47:37eles são uma parte essencial
do quebra-cabeça que precisamos resolver. -
47:38 - 47:41É frustrante quando você olha
para um lugar em Minneapolis, -
47:41 - 47:43e Phil sabe melhor do que eu,
-
47:43 - 47:46mas quando o prefeito Jacob Frey,
que está na TV o tempo todo, -
47:46 - 47:50diz muitas das coisas certas que queremos
que um funcionário eleito diga nessa hora, -
47:50 - 47:56quando proibiu o departamento de polícia
de fazer o "treinamento de guerreiros" -
47:56 - 47:57que foi oferecido,
-
47:57 - 48:02foi a Federação de Polícia de Minneapolis,
o sindicato local que o desafiou -
48:02 - 48:06e enviou a polícia para o treinamento.
-
48:06 - 48:09E, portanto, precisamos deixar claro
que precisamos ter as forças policiais -
48:10 - 48:12sob controle civil.
-
48:12 - 48:15Eu sei que isso parece elementar,
sinto que estou falando da América Latina, -
48:16 - 48:18num tipo de contexto totalitário,
-
48:18 - 48:21mas precisamos exercer
controle civil de nossa polícia -
48:21 - 48:25de uma maneira que ainda
não conseguimos pensar, -
48:25 - 48:27e uma parte essencial disso
são os sindicatos da polícia. -
48:27 - 48:30E há momentos em que você
pode encontrar um consenso. -
48:30 - 48:33Quando levamos um dos processos
relacionados à COVID -
48:33 - 48:39para lidar com o surto da pandemia
em uma prisão de Maryland, -
48:39 - 48:40nós trabalhamos muito,
-
48:40 - 48:44falei ao telefone com o chefe
dos sindicatos da polícia. -
48:44 - 48:50Conseguimos um dos sindicatos locais
para servir como autor em nosso processo, -
48:50 - 48:52pois entendemos que os encarcerados,
-
48:52 - 48:56a quem foi negado acesso a máscaras,
distanciamento social e condições, -
48:56 - 48:59a quem faltam testes e EPIs,
-
48:59 - 49:02colocariam em perigo os guardas também.
-
49:02 - 49:04E eles seriam os vetores,
-
49:04 - 49:07transmitindo a doença para a comunidade.
-
49:07 - 49:11Então, encontrar maneiras
de conduzir esse relacionamento. -
49:12 - 49:14Mas não se enganem,
ao atacar o orçamento deles, -
49:14 - 49:18tirar suas munições
-
49:18 - 49:22e o lugar deles na mesa de orçamento,
-
49:22 - 49:25vamos ter uma batalha nas mãos.
-
49:25 - 49:29E temos que pensar também quando
diminuímos os orçamentos para a polícia, -
49:29 - 49:33como movimentamos pessoas
nos departamentos de polícia -
49:33 - 49:35para outros trabalhos significativos.
-
49:35 - 49:38Não podemos simplesmente
jogá-los na rua e dizer: -
49:38 - 49:41"Você está por sua conta,
é um sem-teto, boa sorte". -
49:41 - 49:44Essa não é uma maneira
de lidar com a redenção. -
49:44 - 49:49Temos que pensar em todas essas peças
de uma maneira muito mais coesa. -
49:52 - 49:55WPR: Temos outra pergunta aqui da plateia.
-
49:55 - 49:57De Paul Rucker:
-
49:57 - 49:59"O fim do verão de 1919
-
50:01 - 50:03foi seguido pelo massacre racial de Tulsa,
-
50:03 - 50:06a Lei da Imigração Johnson-Reed de 1924
-
50:06 - 50:08e também a ascensão da Ku Klux Klan.
-
50:08 - 50:09Existe uma possibilidade
-
50:09 - 50:13da supremacia branca ficar mais forte
se não aproveitarmos esta oportunidade?" -
50:13 - 50:17Rashad, acho que isso pode ser algo
que seria ótimo escutar sua perspectiva, -
50:17 - 50:19por atuar tão profundamente no ativismo.
-
50:23 - 50:25RR: Estou com problemas para ouvir.
-
50:26 - 50:27WPR: Sinto muito.
-
50:29 - 50:30RR: Não, está tudo bem.
-
50:30 - 50:34CA: Pode ler a pergunta na tela, Rashad?
-
50:35 - 50:37RR: Ouvi isso, eu ouvi você.
-
50:39 - 50:42WPR: Acho que talvez meu microfone
esteja com alguns problemas aqui. -
50:43 - 50:46"A supremacia branca pode se fortalecer
-
50:46 - 50:48se não aproveitarmos esta oportunidade?"
-
50:53 - 50:55RR: Absolutamente sim.
-
50:55 - 50:58Para ser claro,
-
50:58 - 51:02se não temos o diagnóstico correto
de supremacia branca, -
51:02 - 51:06se pensarmos nela apenas como "capuzes",
-
51:06 - 51:11apenas como pessoas
-
51:11 - 51:14que estão operando
-
51:16 - 51:19em algumas dessas redes subterrâneas,
-
51:19 - 51:22se pensarmos em supremacia
e nacionalismo branco -
51:22 - 51:25como pessoas que marcharam
com tochas tiki em Charlottesville, -
51:25 - 51:27então não vamos entender todas as maneiras
-
51:27 - 51:31em que nossos sistemas e estruturas
têm supremacia branca incorporada, -
51:31 - 51:37e permitir que aconteça algo
como o massacre racial de Tulsa, -
51:37 - 51:40ou algo como a anti-imigração,
-
51:40 - 51:42mas no dia a dia
-
51:42 - 51:48permitir atingir as comunidades negras
com as práticas predatórias dos bancos. -
51:48 - 51:53Atingir as comunidades negras através
de práticas predatórias como a fiança. -
51:53 - 51:59Todo um conjunto de sistemas
que podem ser criados dia após dia. -
51:59 - 52:02Vivemos em um país onde as regras
-
52:02 - 52:07são muitas vezes feitas de forma
a criar um sistema de castas, -
52:07 - 52:11um padrão diferente de uns sobre outros.
-
52:11 - 52:14Então, quando eu falei
sobre o ponto de inflexão, -
52:14 - 52:16deste momento em que algo
poderia realmente avançar -
52:16 - 52:18e retroceder,
-
52:18 - 52:22estamos vendo isso agora
com este atual presidente. -
52:22 - 52:25Ao examinarmos o que poderia estar
acontecendo com a próxima eleição, -
52:26 - 52:29temos que ser muito claros
-
52:29 - 52:31que Donald Trump não opera
apenas por conta própria. -
52:31 - 52:36É incentivado por grandes corporações
que se beneficiam dele no cargo, -
52:36 - 52:39e, assim, continuam a fechar os olhos
para todas as coisas que ele faz. -
52:39 - 52:41Podem postar Vidas Negras Importam,
-
52:41 - 52:45mas aparecem na Casa Branca
e se envolvem com Donald Trump. -
52:45 - 52:46Temos todo um conjunto de políticos
-
52:46 - 52:50que às vezes podem dizer
que Trump falou algo errado, -
52:50 - 52:52mas depois permitem,
-
52:52 - 52:55apoiam a plataforma dele de outras formas.
-
52:56 - 52:59Uma verdadeira conspiração
-
52:59 - 53:02para desmantelar a supremacia branca
e o nacionalismo branco -
53:02 - 53:05não é algo que as pessoas
possam fazer nas férias. -
53:05 - 53:08É um projeto de 365 dias do ano,
-
53:08 - 53:13constantemente trabalhando para desmontar
todas as estruturas prejudicadas. -
53:13 - 53:17A última coisa que vou acrescentar,
alguém falou de sindicatos policiais, -
53:17 - 53:21e quero apenas acrescentar
que um dos problemas com eles, -
53:21 - 53:24e muitos já estivemos
nessa posição, eu acho, -
53:24 - 53:28é que estive com sindicatos policiais
em muitas ocasiões. -
53:28 - 53:33Lembro-me de ir à Casa Branca
durante a última administração -
53:33 - 53:36e estar à mesa conversando
sobre policiamento e reforma da polícia. -
53:36 - 53:41E havia membros da liderança
da Ordem Fraterna de Polícia -
53:42 - 53:43dizendo coisas como:
-
53:44 - 53:47"Essa conversa de perfis raciais
é nova para nós". -
53:47 - 53:50Uma coisa é as pessoas
não concordarem com você -
53:50 - 53:52nas reformas políticas necessárias.
-
53:52 - 53:57Outra coisa é as pessoas dizerem
que nossas demandas são muito ambiciosas. -
53:57 - 54:02Outra coisa é manipular
e dizer que o problema não existe. -
54:02 - 54:07É com isso que estamos lidando
e então temos que realmente mudar -
54:07 - 54:09a forma como as pessoas
veem essas instituições. -
54:09 - 54:13Os políticos que dizem que estão
do lado da justiça e da reforma -
54:13 - 54:16não podem mais receber dinheiro
de sindicatos policiais -
54:16 - 54:18e da Ordem Fraterna de Polícia.
-
54:18 - 54:20Precisamos criar um novo padrão,
-
54:20 - 54:24um novo teste decisivo do que significa
realmente estar conosco. -
54:24 - 54:26Não podem apenas cantar nossas músicas,
-
54:26 - 54:28usar nossas hashtags
e marchar nossas marchas, -
54:28 - 54:31se estiverem do outro lado
-
54:31 - 54:34apoiando as estruturas
que nos colocam em perigo, -
54:34 - 54:35que literalmente nos matam.
-
54:35 - 54:40Esta é a oportunidade para aliados brancos
se posicionarem mesmo de novas maneiras. -
54:40 - 54:47Para fazer o tipo de aliança e de trabalho
que realmente desmontem estruturas, -
54:47 - 54:49não apenas ofereçam caridade.
-
54:50 - 54:51PAG: Tenho que me manifestar,
-
54:53 - 54:54então, Paul, obrigado pela pergunta.
-
54:54 - 54:58Estamos num momento em que as pessoas
estão vendo o que se passa nas ruas, -
54:58 - 55:01como se uma semana e meia atrás
-
55:01 - 55:04não estivéssemos no meio
de uma pandemia global -
55:04 - 55:07como a maior notícia acontecendo.
-
55:07 - 55:10Uma coisa que me preocupa
e tem me preocupado desde o começo, -
55:10 - 55:13o que eu tenho falado com nossos chefes é
-
55:13 - 55:17que devem estar fora do jogo
do policiamento social de distanciamento. -
55:17 - 55:21Não pode ser o único a fazer isso,
pela seguinte razão: -
55:21 - 55:24estamos em um momento
em que criar bodes expiatórios, -
55:24 - 55:26inimigos e outros
-
55:26 - 55:30é politicamente vantajoso
para pelo menos um lado. -
55:30 - 55:33E há esforços deliberados
para fazer exatamente isso. -
55:33 - 55:36Vimos que comunidades negras
-
55:36 - 55:40são duas, três, quatro vezes
mais propensas a contrair esse vírus, -
55:40 - 55:44o que parece a manifestação
da discriminação racial, -
55:44 - 55:45porque é isso mesmo.
-
55:45 - 55:47Mas muito em breve,
-
55:47 - 55:50vai parecer que os negros
fizeram más escolhas -
55:50 - 55:52e que eles precisam ficar longe de nós.
-
55:52 - 55:54E quando isso acontece,
-
55:54 - 55:58legisladores ficam acostumados
a regular onde os negros podem estar. -
55:58 - 56:03Chamávamos de "sundown towns",
não sei como será com relação à COVID. -
56:03 - 56:04Mas vai acontecer.
-
56:04 - 56:07Já estou vendo isso
em comunidades como Nextdoor -
56:07 - 56:08e em grupos do Facebook.
-
56:08 - 56:10Pessoas que não se consideram
supremacistas brancas, -
56:10 - 56:14mas só querem a doença longe
e ela tem um rosto preto e marrom. -
56:14 - 56:18Portanto, não estamos apenas lidando
com um momento de tensão geracional, -
56:18 - 56:21entre comunidades negras e policiais,
-
56:21 - 56:24mas com um momento em que as pessoas
procuram bodes expiatórios, -
56:24 - 56:29e a vulnerabilidade dos negros
sempre foi o maior motivo -
56:29 - 56:31para sermos escolhidos
como bode expiatório. -
56:31 - 56:36Para as pessoas preocupadas, isso não é,
inevitavelmente um momento para mudança, -
56:36 - 56:39reforma, esclarecimento
e os melhores valores dos EUA, -
56:39 - 56:41porque historicamente,
estes foram os momentos -
56:41 - 56:45quando a regressão
à supremacia branca reinou suprema. -
56:45 - 56:47Não vamos apenas olhar
para todo mundo sinalizando. -
56:47 - 56:51Não quero apenas ver policiais
negros e brancos de joelhos, -
56:51 - 56:52quero ver as políticas.
-
56:52 - 56:54Eu quero ver o que impedirá
-
56:54 - 56:57esse tipo de coisa de passar
para o próximo estágio. -
56:58 - 57:02CA: Rashad, quero respeitar o seu horário.
-
57:04 - 57:07Então, eu só quero agradecer
pela sua participação na conversa. -
57:07 - 57:10Se tiver algumas palavras finais
que deseje compartilhar, seria ótimo, -
57:10 - 57:12e se estiver bom para os outros três,
-
57:12 - 57:15há apenas mais algumas perguntas
que eu adoraria fazer -
57:15 - 57:19e continuar essa conversa
só mais um pouquinho, se possível. -
57:19 - 57:21Rashad, alguma palavra final?
-
57:21 - 57:26RR: Quero dizer que agora é hora de agir.
-
57:26 - 57:29E eu quero convidar as pessoas
a se juntarem à Color Of Change -
57:29 - 57:32para tornar a justiça real.
-
57:32 - 57:34Podem nos visitar na Color Of Change,
-
57:34 - 57:35vocês podem agir.
-
57:35 - 57:37Daqui a 5, 10, 15 anos,
-
57:37 - 57:42nós estaremos lidando com os impactos
do que fizemos ou não neste momento. -
57:42 - 57:46Como nos posicionamos e com que força
estávamos dispostos a lutar. -
57:46 - 57:48E como os outros entrevistados disseram,
-
57:48 - 57:51agora não é hora de reformas superficiais,
-
57:51 - 57:56é hora de desmontar as políticas
e práticas que nos atrasaram, -
57:56 - 58:00e defender soluções e novas regras
que nos levarão adiante. -
58:00 - 58:04E assim esperamos que vocês façam algo,
-
58:04 - 58:05seja conosco,
-
58:05 - 58:07com organizações locais da sua comunidade,
-
58:07 - 58:09ou outros grupos em todo o país.
-
58:09 - 58:12Esta é uma oportunidade
para fazer mudanças, -
58:12 - 58:14e acredito que podemos
tornar a justiça real, -
58:14 - 58:19se encontrarmos a paixão e a energia
para trabalharmos juntos para alcançá-la. -
58:19 - 58:21Obrigado por me receberem,
-
58:21 - 58:23e espero que tenhamos uma oportunidade
-
58:23 - 58:28para construir, não apenas on-line,
mas off-line, nos próximos meses. -
58:29 - 58:31CA: Muito obrigado, Rashad.
-
58:31 - 58:35Nós apenas vamos fazer
esta última pergunta a vocês. -
58:35 - 58:37Esta é de David Fenton:
-
58:39 - 58:42"Como o movimento pode se unir
-
58:42 - 58:46em torno de uma plataforma clara e simples
de políticas a consagrar na legislação? -
58:46 - 58:49Como tornar públicas as reclamações
contra policiais, banir estrangulamentos, -
58:49 - 58:52garantir painéis independentes
de revisão, etc?" -
58:55 - 58:57WPR: Parece um ótimo ponto
para você falar, Dra. King, -
58:57 - 59:00se tiver alguma opinião sobre isso.
-
59:03 - 59:06PAG: Eu acho que foi para você, Dra. King.
-
59:06 - 59:07BK: Tudo bem.
-
59:09 - 59:13Isso pode parecer simplista,
-
59:14 - 59:18mas é uma coisa da Nike:
acho que temos que "Just do it", -
59:18 - 59:22temos que ver nosso trabalho
como interconectado. -
59:22 - 59:28Acho que tem havido esforços em relação
às pessoas que trabalham nesse sentido, -
59:28 - 59:30mas temos que intensificar isso.
-
59:30 - 59:32E ao fazê-lo,
-
59:32 - 59:35uma das coisas que meu pai dizia,
-
59:35 - 59:37e sei que as pessoas às vezes
se cansam de me ouvir dizer: -
59:37 - 59:40"Meu pai dizia", mas eu penso,
-
59:40 - 59:43gostaria que o tivéssemos escutado,
-
59:43 - 59:45porque não estaríamos
nessa plataforma agora -
59:45 - 59:47tendo esse tipo de conversa.
-
59:47 - 59:50Mas ele deixou algo conosco, como um plano
-
59:50 - 59:54no livro dele "Para Onde Vamos Daqui:
Caos ou Comunidade?", -
59:54 - 60:00e ele disse: daqui para frente,
a tarefa é organizar nossa força -
60:01 - 60:02num poder convincente.
-
60:02 - 60:04E isso é muito importante,
-
60:04 - 60:09porque muitas vezes nos organizamos
apenas em torno da paixão. -
60:10 - 60:14Mas as pessoas têm certas áreas de força,
-
60:14 - 60:15vocação e talento,
-
60:15 - 60:19e temos que descobrir
como criar nossas coalizões -
60:19 - 60:22com base nesses pontos fortes.
-
60:22 - 60:25As pessoas fazem bem coisas diferentes.
-
60:25 - 60:29E assim, para se unir de maneira eficaz
-
60:29 - 60:33para que eles não escapem à nossa demanda,
-
60:33 - 60:35acho que é isso que vai acontecer.
-
60:35 - 60:39As pessoas têm que fazer
a própria avaliação pessoal -
60:39 - 60:43dentro de sua organização,
e eu chamo de "análise SWOT", -
60:43 - 60:47e que precisa acontecer
entre as organizações, -
60:47 - 60:51para termos certeza de que estamos
nos movendo de maneira unida, -
60:51 - 60:55dos pontos fortes de cada organização,
-
60:55 - 60:58para que possamos maximizar
o impacto e a eficácia -
60:58 - 61:00para fazer coisas assim,
-
61:00 - 61:05em termos de implementação
da legislação necessária nesta hora. -
61:07 - 61:11CA: Muito obrigado.
Palavras finais, Anthony, -
61:11 - 61:12e depois de você, Phil.
-
61:12 - 61:13Anthony.
-
61:14 - 61:18AR: Eu diria que o que
me dá esperança são os jovens. -
61:19 - 61:24Temos que acreditar que,
entre esses grupos de jovens, -
61:24 - 61:26vendo o que estão vendo,
-
61:26 - 61:29vivendo com esse presidente,
com esses instintos, -
61:29 - 61:32vendo a indiferença continuada
-
61:32 - 61:37que as principais comunidades
deram a questões de justiça racial, -
61:37 - 61:39ou justiça econômica,
-
61:39 - 61:46temos que acreditar
que o que sai dessa fogueira, -
61:46 - 61:51é algo ainda mais poderoso
e forte do que já vimos antes. -
61:51 - 61:54É o que me faz passar pelos dias difíceis
que estamos enfrentando agora, -
61:54 - 62:00o pensamento que há outro Dr. King
entre os jovens, Dra. King. -
62:00 - 62:02E tenho que acreditar
que o que estão vendo, -
62:02 - 62:05o que estão testemunhando
e sua justa indignação, -
62:05 - 62:10frustração e raiva serão, milagrosamente,
-
62:10 - 62:13um belo florescer de uma nova
oportunidade, uma nova mudança. -
62:13 - 62:17Esta geração nos levará até lá,
tenho que acreditar nisso. -
62:17 - 62:20Minha geração falhou lastimosamente.
-
62:20 - 62:22Então, eu estou ansioso pelos novos.
-
62:24 - 62:25CA: Obrigado, Anthony.
-
62:25 - 62:27WPR: Phil. Obrigado Anthony.
-
62:27 - 62:31PAG: Tem sido um privilégio
estar com todos vocês. -
62:31 - 62:33Para a pergunta de David,
-
62:33 - 62:36deixe-me dizer que várias
organizações de direitos civis, -
62:36 - 62:38acredito que a ACLU entre elas,
-
62:38 - 62:42o CPE, "Center for Policing Equity",
-
62:42 - 62:48e mais centenas assinaram
princípios de legislação -
62:48 - 62:50que incluíam oito pilares.
-
62:50 - 62:53Liderado pela Conferência de Liderança
para os Direitos Civis e Humanos. -
62:53 - 62:56Inclui uma proibição federal
de estrangulamentos -
62:56 - 63:02e um registro nacional para oficiais
que se envolveram em má conduta. -
63:02 - 63:04Também acho que neste momento
é importante conseguirmos, -
63:04 - 63:09e temos os chefes da polícia
das grandes cidades dispostos a dizer: -
63:09 - 63:12"Se emergirmos deste momento
e nossa profissão não mudou, -
63:12 - 63:14então falhamos novamente".
-
63:14 - 63:16Então, é um momento crucial para apoio,
-
63:16 - 63:21entrem no site da LCCHR
para ver os oito pilares, -
63:21 - 63:23porque não vou me lembrar de todos agora,
-
63:23 - 63:25comecem a ligar para a polícia local
-
63:25 - 63:28e digam: "Sim, assumam isso.
Vocês devem assinar a legislação". -
63:28 - 63:31Eles deveriam ir a público
divulgando tudo isso. -
63:31 - 63:33Mas eu também vou dizer isso.
-
63:33 - 63:37Para um caminho a seguir nos princípios,
terminarei onde comecei: -
63:37 - 63:41que isso é maior que o policiamento.
-
63:41 - 63:45Estas são as dívidas não pagas
devidas às comunidades negras -
63:45 - 63:46por trabalho roubado,
-
63:46 - 63:50devido às comunidades nativas
por terras e cultura roubadas, -
63:50 - 63:53por anos tirados
e por vidas perdidas neles. -
63:53 - 63:56Isso é maior que policiamento.
-
63:56 - 63:58Se não compreendermos a dimensão,
-
63:58 - 64:03não há solução que seja
proporcional ao momento. -
64:03 - 64:08Mas neste momento, quando vemos
trilhões de dólares em incentivos, -
64:08 - 64:10principalmente para empresas,
-
64:10 - 64:13é absolutamente um momento
em que podemos fazer coisas -
64:13 - 64:18que normalmente as pessoas podem fingir
ser grandes demais, que não conseguimos. -
64:19 - 64:22Temos literalmente todo dinheiro do mundo
-
64:22 - 64:24que pode ser gasto e direcionado
-
64:24 - 64:27para nos tornar a sociedade
que fingimos ser, -
64:27 - 64:29antes que momentos como este aconteçam.
-
64:29 - 64:31E então, o que me dá esperança
-
64:31 - 64:34é que as mentiras precisam
ser óbvias agora. -
64:34 - 64:37As mentiras têm que ser:
foi uso razoável da força. -
64:37 - 64:40A mentira tem que ser:
não temos o dinheiro. -
64:40 - 64:44A mentira tem que ser:
é muito difícil, é um grande desafio. -
64:44 - 64:47Parece impossível
todos os dias, exceto hoje, -
64:47 - 64:50porque a alternativa é perdermos tudo.
-
64:50 - 64:54Está tudo em jogo, nossa democracia,
-
64:54 - 64:58as pessoas que escolhemos
e afirmamos ser está em jogo. -
64:58 - 65:00E em face disso,
-
65:00 - 65:02acho que podemos fazer coisas impossíveis,
-
65:02 - 65:05podemos ser poderosos.
-
65:05 - 65:08Então, minha esperança para todos nós é,
-
65:08 - 65:13primeiro, que acordemos amanhã
com mais paz à noite do que guerra, -
65:13 - 65:17que nos apeguemos ao que é possível
a partir deste momento -
65:17 - 65:21ao mesmo tempo em que nos agarramos
ao tamanho da tarefa à nossa frente. -
65:21 - 65:24Eu não quero vir com meias medidas disso.
-
65:24 - 65:26Não quero sair com jovens radicalizados
-
65:26 - 65:29e velhos indiferentes.
-
65:30 - 65:34A juventude radicalizada
e pessoas da minha idade indiferentes. -
65:34 - 65:35Quero sair com um país unificado
-
65:35 - 65:38que entenda que os valores
que devemos são altos, -
65:38 - 65:40e nossos bolsos são suficientes
para corresponder a isso. -
65:43 - 65:44CA: Uau.
-
65:44 - 65:47Obrigado a cada um de vocês
pela eloquência extraordinária. -
65:48 - 65:50Realmente poderoso.
-
65:51 - 65:56Essa conversa, obviamente, continua,
sei que tem muita gente escutando, -
65:56 - 65:58vocês têm outras perguntas,
-
65:58 - 66:01acho que isso, do ponto de vista do TED,
é apenas o começo da conversa. -
66:02 - 66:05Na medida em que nosso trabalho
é ampliar as vozes que importam, -
66:05 - 66:09não poderíamos estar mais orgulhosos
por ampliar ainda mais -
66:09 - 66:10suas vozes extraordinárias.
-
66:10 - 66:13Então, obrigado por fazerem parte disso.
-
66:14 - 66:15PAG: Obrigado.
-
66:16 - 66:17WPR: Obrigada a todos.
- Title:
- O caminho para acabar com o racismo sistêmico nos EUA
- Speaker:
- Dr. Phillip Atiba Goff, Rashad Robinson, Dra. Bernice King, Anthony D. Romero
- Description:
-
Em um momento de luto e raiva pela violência em curso infligida às comunidades negras pela polícia nos EUA e a falta de responsabilidade da liderança nacional, qual é o caminho a seguir? Compartilhando insights urgentes sobre esse momento histórico, Phillip Atiba Goff, Rashad Robinson, Bernice King e Anthony D. Romero discutem o desmantelamento dos sistemas de opressão e racismo responsáveis por tragédias como os assassinatos de Ahmaud Arbery, Breonna Taylor, George Floyd e muitos outros, e exploram como os EUA podem começar a cumprir seus ideais. (Esta conversa, organizada pelo curador do TED Chris Anderson e pela curadora de assuntos atuais Whitney Pennington Rodgers, foi gravada em 3 de junho de 2020.)
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 01:06:31
Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for The path to ending systemic racism in the US | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The path to ending systemic racism in the US | ||
Maricene Crus accepted Portuguese, Brazilian subtitles for The path to ending systemic racism in the US | ||
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