A chave para uma melhor vacina contra a malária
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0:02 - 0:06Há 200 milhões de casos clínicos
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0:06 - 0:10de malária falciparum
em África todos os anos, -
0:11 - 0:14o que resulta em meio milhão de mortes.
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0:14 - 0:18Gostaria de vos falar
de vacinas contra a malária. -
0:19 - 0:24As que temos até ao momento
não são suficientemente boas. -
0:25 - 0:26Porquê?
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0:26 - 0:30Temos trabalhado nelas
há mais de 100 anos. -
0:31 - 0:35Quando começámos,
a tecnologia era limitada. -
0:35 - 0:42Podíamos ver apenas uma pequena parcela
do que o parasita realmente era. -
0:42 - 0:46Hoje, estamos inundados de tecnologia,
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0:46 - 0:50de imagens avançadas e plataformas ómicas
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0:50 - 0:54— a genómica, a transcriptómica,
a proteómica. -
0:55 - 0:58Estas ferramentas têm-nos dado
uma visão mais clara -
0:59 - 1:03do quão complexo
é realmente o parasita. -
1:03 - 1:06Contudo, apesar disso,
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1:06 - 1:12a nossa atitude quanto à conceção das
vacinas tem permanecido bem rudimentar. -
1:12 - 1:16Para se fazer uma vacina boa,
devemos voltar ao básico, -
1:16 - 1:21para compreendermos como é que
o nosso corpo lida com esta complexidade. -
1:22 - 1:27As pessoas que estão frequentemente
infetadas com malária -
1:27 - 1:28aprendem a lidar com ela.
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1:29 - 1:32Apanham a infeção,
mas não ficam doentes. -
1:33 - 1:36A fórmula está codificada em anticorpos.
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1:37 - 1:41A minha equipa voltou
ao nosso parasita complexo, -
1:41 - 1:46sondou-o com amostras de africanos
que tinham vencido a malária -
1:46 - 1:48para responder à pergunta:
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1:48 - 1:52"Como se manifesta uma boa
resposta dos anticorpos?" -
1:52 - 1:56Encontrámos mais de 200 proteínas,
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1:56 - 2:00muitas das quais não estão no radar
para as vacinas contra a malária. -
2:00 - 2:04A minha comunidade científica
pode não estar a considerar -
2:04 - 2:06partes importantes do parasita.
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2:06 - 2:11Até há pouco, quando alguém
identificava uma proteína de interesse, -
2:12 - 2:15testava se ela seria importante
para uma vacina -
2:15 - 2:18realizando um estudo de coorte.
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2:18 - 2:24Isto tipicamente envolvia cerca de 300
participantes numa aldeia em África -
2:24 - 2:27cujas amostras eram analisadas para se ver
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2:27 - 2:32se os anticorpos para a proteína
iriam prever quem tinha tido malária -
2:32 - 2:34e quem não tinha tido.
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2:34 - 2:36Nos últimos 30 anos,
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2:36 - 2:41estes estudos têm testado
um pequeno número de proteínas -
2:41 - 2:44em relativamente poucas amostras
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2:44 - 2:47e usualmente numa única localidade.
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2:47 - 2:50Os resultados não têm sido consistentes.
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2:51 - 2:57A minha equipa essencialmente reduziu
30 anos deste tipo de pesquisa -
2:57 - 3:02a um único teste estimulante,
realizado em pouco mais de três meses. -
3:03 - 3:07Inovadoramente, reunimos 10 000 amostras
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3:07 - 3:11de 15 localidades
em sete países africanos, -
3:11 - 3:16abrangendo o tempo, a idade
e a intensidade variável -
3:16 - 3:18da malária vivenciada em África.
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3:19 - 3:22Usámos inteligência ómica
para dar prioridade -
3:22 - 3:24às proteínas do parasita,
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3:24 - 3:26sintetizá-las no laboratório
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3:26 - 3:31e, em suma, recriar
o parasita da malária num "chip". -
3:32 - 3:35Fizemos isto em África,
e estamos orgulhosos disso. -
3:36 - 3:39(Aplausos)
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3:42 - 3:45O "chip" é uma pequena lamela de vidro,
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3:45 - 3:47mas dá-nos um poder incrível.
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3:48 - 3:54Simultaneamente, recolhemos dados
em mais de 100 respostas de anticorpos. -
3:55 - 3:57Do que é que estamos à procura?
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3:57 - 4:01O método por detrás de uma resposta
de anticorpos de sucesso, -
4:01 - 4:06para podermos prever o que é que pode
fazer uma boa vacina contra a malária. -
4:07 - 4:09Também estamos a tentar descobrir
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4:09 - 4:12exatamente o que é
que os anticorpos fazem ao parasita. -
4:12 - 4:14Como é que o matam?
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4:14 - 4:18Atacam por múltiplos ângulos?
Há uma sinergia? -
4:18 - 4:20De quantos anticorpos necessitamos?
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4:20 - 4:23Os nossos estudos sugerem
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4:23 - 4:26que ter um pouco de um anticorpo
não será suficiente. -
4:26 - 4:30Podem ser precisas altas
concentrações de anticorpos -
4:30 - 4:32contra múltiplas proteínas parasitas.
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4:33 - 4:38Também percebemos que os anticorpos
matam o parasita de múltiplas formas -
4:38 - 4:44e estudar um destes isoladamente pode
não refletir a realidade adequadamente. -
4:44 - 4:49Tal como podemos agora ver o parasita
com melhor definição, -
4:49 - 4:51a minha equipa e eu estamos focados
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4:51 - 4:56em compreender como é que o nosso corpo
ultrapassa esta complexidade. -
4:56 - 5:00Acreditamos que isto poderá proporcionar
os avanços de que precisamos -
5:00 - 5:04para fazer da malária História
através da vacinação. -
5:05 - 5:06Obrigada.
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5:06 - 5:09(Aplausos)
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5:16 - 5:19Shoham Arad: Bom, quão perto
estamos de uma vacina contra a malária? -
5:20 - 5:23Faith Osier: Estamos apenas
no início de um processo -
5:23 - 5:27para tentarmos compreender o que é
que precisamos de colocar na vacina -
5:27 - 5:30antes de a começarmos a fazer.
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5:30 - 5:34Portanto, não estamos perto da vacina,
mas estamos a chegar lá. -
5:34 - 5:35SA: E estamos esperançosos.
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5:35 - 5:37FO: Estamos muito esperançosos.
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5:37 - 5:41SA: Fale-me do SMART,
diga-me o que é que significa -
5:41 - 5:43e porque é que é importante para si?
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5:43 - 5:49FO: SMART corresponde a South-South
Malaria Antigen Research Partnership. -
5:49 - 5:53O South-South refere-se a nós em África,
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5:54 - 5:58olhando uns para os outros
em colaboração, -
5:58 - 6:02em contraste com olharmos sempre
para a América e para a Europa, -
6:03 - 6:06quando existe uma grande força
dentro de África. -
6:06 - 6:07Então, na SMART,
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6:07 - 6:09para além do objetivo que temos,
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6:09 - 6:11que é desenvolver uma vacina
contra a malária, -
6:11 - 6:14estamos também a treinar
cientistas africanos, -
6:14 - 6:17porque o peso de doenças em África é alto,
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6:17 - 6:21e são precisas pessoas
que continuem a superar os limites -
6:21 - 6:23da ciência, em África.
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6:23 - 6:25SA: Sim, sim, correto.
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6:25 - 6:28(Aplausos)
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6:28 - 6:30Ok, uma última pergunta.
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6:30 - 6:33Diga-me, sei que falou um pouco disto
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6:33 - 6:36mas como é que as coisas
mudariam se esta vacina existisse? -
6:37 - 6:41FO: Salvaríamos meio milhão
de vidas todos os anos. -
6:41 - 6:43Duzentos milhões de casos.
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6:43 - 6:47Estima-se que a malária custe a África
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6:47 - 6:5012 mil milhões de dólares
americanos por ano. -
6:50 - 6:52Portanto, isto é economia.
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6:52 - 6:54África seria mais próspera.
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6:55 - 6:56SA: Ok. Obrigada, Faith.
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6:56 - 6:57Muito obrigada.
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6:57 - 6:59(Aplausos)
- Title:
- A chave para uma melhor vacina contra a malária
- Speaker:
- Faoth Osier
- Description:
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A vacina contra a malária foi inventada há mais de um século — ainda assim, cada ano dezenas de milhares de pessoas continuam a morrer da doença. Como podemos melhorar esta vacina vital? Nesta palestra informativa, a imunologista e TED Faith Osier mostra como é que está a combinar uma tecnologia de ponta com conhecimentos seculares na esperança de criar uma nova vacina que erradique a malária de uma vez por todas.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 07:11
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Marco Bacelo
Na tradução da descrição, queria dizer "há mais de um século atrás" e não "há mais DO QUE um século atrás".