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Mapas de Grandes Ideias

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    Eric Berlow: Sou ecologista, e o Sean é físico,
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    e dedicamo-nos ambos ao estudo de sistemas complexos.
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    Encontrámo-nos há uns anos e descobrimos
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    que ambos tínhamos dado uma palestra TED
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    sobre a ecologia da guerra
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    e percebemos que estávamos ligados
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    pelas ideias que já partilhávamos antes de nos conhecermos.
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    E depois pensámos nos milhares
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    de outras palestras, especialmente as TED,
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    que vão aparecendo em todo o mundo.
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    Que ligações existirão entre elas,
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    como será essa conversa global?
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    O Sean vai contar-vos um pouco do que fizemos.
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    Sean Gourley: Exato.
    Portanto, pegámos em 24 000 palestras TED
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    de todo o mundo, de 147 países,
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    e o que queríamos era descobrir
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    as estruturas matemáticas subjacentes
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    às ideias nelas contidas.
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    O que queríamos era ver de que forma
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    elas se relacionavam entre si.
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    Claro que, para fazer isso,
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    são necessários imensos dados.
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    Ora os dados estão numa coisa fantástica
    chamada YouTube,
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    e basicamente pode ir-se lá e
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    tirar toda essa informação aberta,
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    todos os comentários, os visitantes, quem vê o quê,
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    onde se encontra e o que diz nos comentários.
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    Mas também podemos usar tradução direta
    do discurso oral para texto
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    e obter a transcrição integral,
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    o que resulta bem até para pessoas com sotaques
    meio esquisitos como eu.
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    Portanto, podemos pegar nas transcrições
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    e fazer uma série de coisas giras.
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    Podemos usar algoritmos de processamento
    de linguagem
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    para fazer uma espécie de leitura por computador,
    linha a linha,
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    e extrair conceitos-chave.
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    E depois pegamos nesses conceitos,
    e eles formam uma espécie
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    de estrutura matemática de uma ideia.
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    A isso chamamos um meme-ome.
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    E sabem, o meme-ome não passa
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    da matemática subjacente a uma ideia,
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    e com ele podemos fazer algumas análises
    bastante interessantes,
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    e é isso que vou partilhar convosco agora.
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    Então, cada ideia tem o seu meme-ome
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    e nisso cada ideia é única,
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    mas claro que as ideias pedem emprestado
    umas às outras,
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    às vezes como que roubam umas às outras
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    e sem dúvida que se constroem
    umas a partir das outras.
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    Assim, podemos extrair o meme-ome
    matematicamente
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    de uma palestra
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    e compará-lo com os meme-omes de todas as outras
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    e, se houver similaridades entre eles,
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    podemos criar uma ligação e representá-la
    num gráfico,
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    tal como eu e o Eric estamos interligados.
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    Isto é a teoria, ótimo.
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    Agora vamos ver como funciona na prática.
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    Portanto, o que temos aqui é a pegada global
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    de todas as palestras TED dos útimos quatro anos
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    a explodirem por todo o mundo
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    de Nova Iorque à pequena Nova Zelândia
    ali no canto.
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    O que fizemos foi analisar 25%
    das palestras de topo
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    e começámos a verificar onde ocorriam as ligações,
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    onde é que se ligavam umas às outras.
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    A palestra de Cameron Russell sobre
    a imagem e a beleza
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    tinha ligações em toda a Europa.
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    Depois, havia uma outra conversa bem maior
    acerca de Israel e da Palestina
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    que irradiava desde o Médio Oriente.
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    E obtivemos algo mais lato,
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    uma espécie de grande conjunto de dados com uma verdadeira pegada global,
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    evocando uma conversa
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    que se está a estabelecer em todo o lado.
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    A partir daí, debatemo-nos com
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    o que podemos realmente fazer com
    uma projeção geográfica,
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    mas, felizmente, a tecnologia informática permite-nos
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    chegar ao espaço multidimensional.
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    Assim, pegámos na nossa projeção em rede
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    e aplicámos-lhe um sistema de física,
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    e as palestras semelhantes agruparam-se
    como que em colisão,
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    enquanto as diferentes se afastaram,
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    e chegámos a isto, que é algo bastante bonito.
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    EB: Só quero salientar que cada um dos nós
    é uma palestra,
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    que estão interligados se partilharem
    ideias semelhantes
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    e que isto decorre da leitura mecânica
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    das transcrições integrais de palestras;
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    e que os tópicos que saltam à vista
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    não são nem "tags" nem palavras-chaves.
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    Eles decorrem da estrutura em rede
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    de ideias interligadas. Continua.
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    SG: Claro. Apressei-me um bocado,
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    mas ele faz-me abrandar.
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    Temos a educação ligada à narração de histórias
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    em triangulação junto dos "media" sociais.
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    Temos, como é óbvio, o cérebro humano
    mesmo ao lado dos cuidados de saúde,
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    o que seria de esperar,
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    mas também temos os jogos vídeo,
    que são adjacentes,
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    dado que os dois espaços comunicam entre si.
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    Mas quero mostrar-vos um conjunto
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    que me é particularmente caro, que é o do ambiente.
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    E quero fazer uma ampliação
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    e ver se conseguimos maior resolução.
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    À medida que nos aproximamos,
    o que começamos a ver,
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    aplicamos de novo o sistema de física,
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    vemos que há uma conversa
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    que é composta de muitas outras
    de menor dimensão.
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    A estrutura começa a emergir
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    e vemos como que um comportamento fractal
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    das palavras e da linguagem que usamos
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    para descrever aquilo que achamos importantes
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    em todo o mundo.
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    Assim, no topo, temos economia alimentar
    e alimentação local,
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    temos gases de efeito de estufa, energia solar
    e resíduos nucleares.
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    O que encontramos é uma variedade de
    conversas de menor dimensão,
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    ligadas umas às outras através das ideias
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    e da linguagem que partilham entre si
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    e assim criando um conceito mais abrangente
    de ambiente.
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    E a partir daqui, claro que podemos
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    ampliar para ver o que é que preocupa os jovens.
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    E ver que eles falam de tecnologia energética
    e de fusão nuclear.
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    É esta a sua relevância
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    no que diz respeito à conversa sobre o ambiente.
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    Se fizermos a divisão por sexos,
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    vemos que as mulheres dão grande importância
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    à economia alimentar, mas de uma forma
    otimista e esperançosa.
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    Portanto, podemos fazer muitas coisas espantosas,
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    e agora passo a palavra ao Eric.
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    EB: Bom, quero salientar que
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    não podemos chegar a este tipo de perspetiva
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    a partir de uma simples busca das "tags"
    do YouTube.
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    Regressemos à visão anterior da conversa global
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    e olhemos para todas as palestras.
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    Bom, quando confrontados com conteúdos
    tão vastos, muitas vezes
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    tentamos simplificá-los.
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    Podemos, por exemplo, perguntarmo-nos
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    quais são as palestras com maior popularidade.
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    E assim emergem algumas delas.
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    Há uma sobre gratidão.
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    Há uma outra sobre nutrição e saúde pessoal.
  • 4:59 - 5:02
    E claro que tinha de haver uma sobre
    a pornografia, não é?
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    E podíamos dizer, bom, gratidão foi no ano passado.
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    E agora? O que é que está mais na berra?
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    E assim chegamos à conclusão de que
    o tema mais popular agora
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    tem a ver com a privacidade digital.
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    É ótimo. Simplifica as coisas.
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    Mas há tanto material criativo
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    enterrado no fundo.
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    O que eu detesto.
    Como é que podemos trazer à superfície
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    aquilo que talvez seja realmente
    criativo e interessante?
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    Bom, podemos voltar à estrutura em rede das ideias
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    para o fazermos.
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    Lembrem-se, é essa estrutura em rede
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    que cria estes tópicos emergentes.
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    Digamos que pegamos em dois deles,
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    por exemplo cidades e genética,
    e vemos se existem palestras
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    que façam, de uma forma criativa, a ponte entre
    estas duas disciplinas tão diferentes.
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    Bom — essencialmente este tipo de "remix" criativo
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    é uma das marcas da inovação.
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    Aqui está uma palestra de Jessica Green
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    acerca da ecologia microbiana dos edifícios,
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    que define literalmente um novo campo.
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    E podíamos voltar àqueles tópicos e,
    por exemplo, ver
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    quais são as palestras que são essenciais
    para aquelas conversas.
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    No grupo das cidades, uma das mais importantes
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    foi a de Mitch Joachim acerca das cidades ecológicas
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    e, no grupo sobre genética,
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    temos uma palestra sobre biologia sintética
    de Craig Venter.
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    Ambas são palestras que ligam muitas outras
    dentro da sua área disciplinar.
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    Podíamos ir noutra direção e, por exemplo, ver
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    quais são as palestras que sintetizam,
    de uma forma geral,
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    muitos tipos diferentes de áreas.
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    Para isto usámos uma medida de
    diversidade ecológica.
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    Por exemplo, uma palestra de Steven Pinker
    sobre a história da violência,
  • 6:20 - 6:22
    muito sucinta.
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    E, claro, depois há umas que são tão
    únicas e especiais
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    que estão numa espécie de estratosfera,
    num local especial que lhes é próprio,
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    a que chamamos o índice Colleen Flanagan.
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    E para quem não sabe quem ela é,
    a Colleen é uma artista.
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    Perguntei-lhe: "Como é que é estares
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    "na estratosfera do nosso espaço de ideias?"
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    E, aparentemente, cheira a bacon.
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    Não faço ideia.
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    Portanto, usamos estes temas centrais em rede
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    para descobrirmos palestras únicas,
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    as que sintetizam criativamente
    muitos campos diferentes,
  • 6:47 - 6:48
    as que são essencias para o seu tema,
  • 6:48 - 6:52
    e as que são realmente criativas a fazer a ponte
    entre campos díspares.
  • 6:52 - 6:54
    Ok? Nunca as teríamos encontrado
    com a nossa obsessão
  • 6:54 - 6:56
    com o que está mais na berra.
  • 6:56 - 6:59
    E tudo isto advém da arquitetura da complexidade
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    ou dos modelos de como as coisas se ligam entre si.
  • 7:02 - 7:04
    SG: É isso mesmo.
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    Encontramo-nos num mundo
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    que é de uma complexidade monumental
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    e temos estado a usar algoritmos para o filtrar
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    e assim podermos navegar através dele.
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    E esses algoritmos, se bem que úteis,
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    são também muito, muito estreitos,
    e podemos fazer melhor,
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    porque nos apercebemos de que
    a sua complexidade não é aleatória.
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    Tem uma estrutura matemática,
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    e podemos utilizar essa estrutura
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    para explorarmos coisas como o mundo das ideias
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    para ver o que anda a ser dito,
    o que não anda a ser dito,
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    e a sermos um pouco mais humanos
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    e, com sorte, um pouco mais inteligentes.
  • 7:33 - 7:34
    Muito obrigado.
  • 7:34 - 7:39
    (Aplausos)
Title:
Mapas de Grandes Ideias
Speaker:
Eric Berlow e Sean Gourley
Description:

Qual será a aparência de 24 000 ideias? O ecologista Eric Berlow e o físico Sean Gourley aplicam algoritmos a todo o arquivo das palestras TEDx, conduzindo-nos através de uma viagem visual estimulante que nos mostra como as ideias se interligam a um nível global.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
07:55
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for Mapping ideas worth spreading
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Mapping ideas worth spreading
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Mapping ideas worth spreading
Christof Pereira accepted Portuguese subtitles for Mapping ideas worth spreading
Christof Pereira edited Portuguese subtitles for Mapping ideas worth spreading
Helena Sobral edited Portuguese subtitles for Mapping ideas worth spreading
Helena Sobral edited Portuguese subtitles for Mapping ideas worth spreading
Helena Sobral edited Portuguese subtitles for Mapping ideas worth spreading

Portuguese subtitles

Revisions

  • Revision 5 Edited (legacy editor)
    Isabel Vaz Belchior