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CAI GUO-QING em
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Arte no século 21
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Às vezes meu trabalho é como uma papoula.
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Tem um lado quase romântico,
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mas ao mesmo tempo representa o veneno,
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pólvora.
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Em sua essência, é possível ver
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tanto do poder do universo e como viemos a ser.
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Você pode expressas essas ideias grandiosas sobre o cosmos,
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bastante épicas e heróicas,
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mas ao mesmo tempo isso é usado para a destruição .
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A pólvora possui um perigo físico para qualquer um que estiver próximo.
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Mas com o tempo, você se familiariza com o material.
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Primeiro você deve aceitar que é incontrolável,
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e depois, trabalhar com isso.
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Eu trabalhei com o material por tanto tempo,
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que eu passei a entender como ele funciona.
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A minha maneira de fazê-lo é fluindo com o material.
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Deixá-lo me levar onde quer que eu vá.
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Então eu desejo continuamente que me dê problemas.
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Me dê obstáculos para superar.
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Todo esse processo de desenhar é como fazer amor.
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Desde o começo esticando o papel,
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é como esticar os lençóis de uma cama.
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E é um processo muito longo.
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Sempre trabalhando rumo um objetivo final.
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E o tempo todo há um sentimento de querer
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que exploda, que termine.
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Mas você tem receio de que seja cedo demais,
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talvez ainda não seja o melhor momento,
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talvez seja preciso trabalhar mais um pouco.
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E então depois ou você tem uma grande satisfação
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ou uma decepção com a performance inteira.
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Você pode falar o dia inteiro sobre filosofias antigas e filosofias modernas
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história da arte, crítica, teoria, assunto, contexto histórico,
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contemporâneo, pós-modernismo, forma, representação.
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Tudo isso pode ser discutido
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mas no fim das contas,
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é realmente essa performance in loco
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que realmente faz um trabalho.
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