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Os androides vão pegar nossos empregos? | Andrew McAfee | TEDxBoston

  • 0:10 - 0:13
    Outono passado, Eric Brynjolfsson
    e eu publicamos nosso livro
  • 0:13 - 0:15
    "Race Against The Machine"
  • 0:15 - 0:17
    e nos juntamos a uma discussão vibrante.
  • 0:17 - 0:20
    Porque, pelo que parece,
    quando dezenas de milhões de pessoas
  • 0:20 - 0:22
    estão desempregadas, ou subempregadas,
  • 0:22 - 0:27
    há bastante interesse no que a tecnologia
    pode fazer com a força de trabalho.
  • 0:27 - 0:29
    Quando ouço essa conversa,
  • 0:29 - 0:33
    percebo que está focada no assunto certo,
  • 0:33 - 0:36
    mas, ao mesmo tempo,
    não está falando do que importa.
  • 0:36 - 0:37
    O foco do assunto é:
  • 0:37 - 0:44
    essas tecnologias digitais estão
    afetando o ganha-pão das pessoas?
  • 0:44 - 0:48
    Em outras palavras, os androides
    estão pegando nosso emprego?
  • 0:48 - 0:50
    Há algumas evidências de que estão.
  • 0:50 - 0:54
    A Grande Recessão acabou
    quando o PIB norte-americano voltou
  • 0:54 - 0:57
    à sua lenta, mas certa, marcha ascendente,
  • 0:57 - 1:00
    alguns indicadores econômicos
    começaram a se restabelecer
  • 1:00 - 1:02
    e ficaram saudáveis rapidamente.
  • 1:02 - 1:05
    O lucro das grandes empresas está alto.
  • 1:05 - 1:08
    Se incluirmos os lucros dos bancos,
    estão mais altos do que nunca.
  • 1:09 - 1:11
    E o investimento em instalações:
  • 1:11 - 1:15
    equipamentos, hardware e software,
    está em seu ápice.
  • 1:15 - 1:18
    As empresas estão investindo.
  • 1:18 - 1:21
    Mas não estão contratando gente.
  • 1:21 - 1:25
    Essa linha vermelha
    é a proporção de emprego-população,
  • 1:25 - 1:28
    isto é, a porcentagem de pessoas
    economicamente ativas nos EUA
  • 1:28 - 1:30
    e que estão trabalhando.
  • 1:30 - 1:33
    Vemos que despencou
    durante a Grande Recessão
  • 1:33 - 1:36
    e ainda não começou a reagir.
  • 1:36 - 1:39
    Mas essa história não é só sobre recessão.
  • 1:39 - 1:41
    A década que acabou de passar
  • 1:41 - 1:44
    teve aumento fraco de postos de trabalho,
  • 1:44 - 1:47
    especialmente se comparada
    com décadas passadas.
  • 1:47 - 1:50
    Nos anos 2000, registrou-se a única vez
  • 1:50 - 1:54
    em que uma década terminou
    com menos gente trabalhando
  • 1:54 - 1:55
    do que em seu início.
  • 1:55 - 1:57
    Isso não é o que queremos ver.
  • 1:57 - 2:00
    Quando se põe no gráfico
    a quantidade de empregados potenciais
  • 2:00 - 2:03
    versus a quantidade de postos
    de trabalho no país,
  • 2:03 - 2:07
    vemos a lacuna ficar cada vez maior,
  • 2:07 - 2:10
    e durante a Grande Recessão,
    abriu-se de forma gigantesca.
  • 2:10 - 2:12
    Fis uns cálculos rápidos.
  • 2:12 - 2:14
    Peguei os últimos 20 anos
    do crescimento do PIB
  • 2:14 - 2:17
    e os últimos 20 anos
    do crescimento trabalho-produtividade
  • 2:17 - 2:20
    e usei de uma forma bem simples
  • 2:20 - 2:25
    para projetar quantos postos a economia
    precisaria ter para continuar crescendo.
  • 2:25 - 2:27
    Foi isso que encontrei.
  • 2:27 - 2:28
    Isso é bom ou ruim?
  • 2:28 - 2:34
    Essa é a projeção do governo
    para a população economicamente ativa.
  • 2:34 - 2:39
    Se as previsões forem precisas,
    a lacuna não vai fechar.
  • 2:39 - 2:42
    A questão é: não acho que sejam precisas.
  • 2:42 - 2:45
    Particularmente, acho minha
    projeção muito otimista,
  • 2:45 - 2:49
    porque, quando a fiz,
    estava presumindo que o futuro
  • 2:49 - 2:53
    seria muito parecido com o passado,
    com aumento do trabalho-produtividade.
  • 2:53 - 2:55
    Mas não acredito nisso.
  • 2:55 - 2:58
    Quando olho em volta,
    acho que ainda não temos noção
  • 2:58 - 3:01
    do impacto da tecnologia
    na força de trabalho.
  • 3:02 - 3:06
    Nos últimos anos,
    vimos ferramentas digitais
  • 3:06 - 3:10
    demonstrar habilidades
    que nunca tiveram antes
  • 3:10 - 3:15
    e que tomam grande parte do que nós,
    humanos, fazemos como ganha-pão.
  • 3:15 - 3:17
    Vejamos alguns exemplos.
  • 3:17 - 3:22
    Antigamente, se precisássemos
    de tradução de uma língua para outra,
  • 3:22 - 3:24
    era preciso recorrer a um ser humano.
  • 3:24 - 3:27
    Agora, temos serviços
    instantâneos, poliglotas
  • 3:27 - 3:31
    e automáticos de tradução
    disponíveis gratuitamente,
  • 3:31 - 3:35
    por meio de nossos dispositivos,
    inclusive nossos smartphones.
  • 3:35 - 3:37
    E se já usaram esses serviços,
  • 3:37 - 3:41
    sabem que não são perfeitos,
    mas dão para o gasto.
  • 3:41 - 3:45
    Antigamente, se precisássemos
    de algo escrito, um relatório ou artigo,
  • 3:45 - 3:47
    era necessário contratar alguém.
  • 3:47 - 3:48
    Não é mais assim.
  • 3:48 - 3:51
    Um artigo que apareceu
    na Forbes online, faz um tempo,
  • 3:51 - 3:55
    sobre os ganhos da Apple,
    foi escrito por um algoritmo.
  • 3:55 - 3:58
    Não dá para o gasto: está perfeito.
  • 3:59 - 4:01
    Muitos olham e dizem:
  • 4:01 - 4:03
    "Mas são tarefas muito
    específicas e limitadas.
  • 4:03 - 4:06
    A maioria dos que trabalham
    com conhecimento são generalistas.
  • 4:06 - 4:11
    Eles têm muita experiência e conhecimento
  • 4:11 - 4:14
    e usam isso para reagir, em tempo real,
    a demandas meio imprevisíveis
  • 4:14 - 4:17
    e isso é bem difícil de automatizar".
  • 4:17 - 4:20
    Uma das pessoas mais notáveis
    que trabalham com conhecimento
  • 4:20 - 4:22
    dos últimos tempos, Ken Jennings,
  • 4:22 - 4:26
    ganhou o quiz "Jeopardy!"
    74 vezes seguidas.
  • 4:27 - 4:29
    Ele levou para casa US$ 3 milhões.
  • 4:29 - 4:33
    O Ken é o da direita,
    perdendo de três a um,
  • 4:33 - 4:37
    para Watson, um supercomputador
    da IBM feito para jogar Jeopardy.
  • 4:38 - 4:42
    Diante do que a tecnologia pode fazer
    com generalistas do conhecimento,
  • 4:42 - 4:45
    penso que talvez não haja
    nada de tão especial
  • 4:45 - 4:46
    com essa ideia de ser generalista.
  • 4:46 - 4:50
    Especialmente se fizermos algo
    como ligar a Siri ao Watson
  • 4:51 - 4:54
    e as tecnologias começarem
    a entender o que falamos
  • 4:54 - 4:56
    e a falar de volta conosco.
  • 4:56 - 5:00
    A Siri está longe da perfeição,
    e podemos sacanear suas falhas,
  • 5:00 - 5:01
    mas devemos ter em mente:
  • 5:01 - 5:06
    se tecnologias como Siri e Watson
    se aprimorarem segundo a lei de Moore,
  • 5:07 - 5:08
    e elas vão,
  • 5:08 - 5:12
    em seis anos, não estarão só
    duas ou quatro vezes melhor,
  • 5:12 - 5:15
    mas 16 vezes melhor do que são agora.
  • 5:16 - 5:19
    Então acho que muito dos trabalhos
    com conhecimento serão afetados.
  • 5:19 - 5:23
    Mas as tecnologias digitais
    não influenciam só isso.
  • 5:23 - 5:27
    Elas começam a mostrar sua força
    no mundo físico também.
  • 5:27 - 5:31
    Algum tempo atrás, pude andar
    no carro autônomo do Google,
  • 5:31 - 5:33
    que é tão irado quanto parece,
  • 5:33 - 5:35
    (Risos)
  • 5:35 - 5:39
    E juro que conseguiu lidar
    com o trânsito da estrada US 101
  • 5:39 - 5:41
    sem problemas.
  • 5:41 - 5:43
    Há cerca de 3,5 milhões
    de pessoas dirigindo caminhões
  • 5:43 - 5:45
    como trabalho, nos EUA.
  • 5:45 - 5:49
    Alguns serão afetados por essa tecnologia.
  • 5:49 - 5:52
    Androides ainda são muito primitivos.
  • 5:52 - 5:54
    Não conseguem fazer muita coisa.
  • 5:54 - 5:56
    Mas estão se aprimorando rapidamente
  • 5:56 - 5:59
    e o "DARPA", braço de investimento
    do Ministério de Defesa,
  • 5:59 - 6:01
    está tentando acelerar esse progresso.
  • 6:01 - 6:06
    Em suma: os androides estão
    sim atrás de nossos empregos.
  • 6:07 - 6:10
    No curto prazo, podemos
    estimular o crescimento do trabalho
  • 6:10 - 6:12
    ao encorajar o empreendedorismo
  • 6:12 - 6:14
    e investindo em infraestrutura,
  • 6:14 - 6:18
    porque os robôs ainda
    não conseguem consertar pontes.
  • 6:18 - 6:20
    Mas no futuro não tão distante,
  • 6:20 - 6:24
    acho que no tempo de vida
    da maioria das pessoas nessa sala,
  • 6:24 - 6:27
    haverá a transição
    para uma economia muito produtiva,
  • 6:27 - 6:30
    mas que não precisa
    de muitos trabalhadores humanos.
  • 6:30 - 6:35
    Gerir essa transição será o maior desafio
    enfrentado por nossa sociedade.
  • 6:35 - 6:37
    Voltaire resumiu o porquê. Ele disse:
  • 6:37 - 6:41
    "O trabalho salva de três grandes males:
    tédio, vício e necessidade".
  • 6:42 - 6:45
    Apesar desse desafio,
  • 6:45 - 6:47
    ainda sou um otimista digital,
  • 6:47 - 6:50
    e estou muito confiante
  • 6:50 - 6:52
    que as tecnologias digitais
    desenvolvidas hoje
  • 6:52 - 6:55
    vão nos levar para um futuro utópico,
  • 6:55 - 6:57
    não um futuro distópico.
  • 6:57 - 7:00
    Para explicar, farei uma pergunta
    ridiculamente aberta.
  • 7:00 - 7:01
    Vou perguntar:
  • 7:01 - 7:05
    "Quais foram os desenvolvimentos
    mais importantes na história humana?"
  • 7:05 - 7:09
    Quero compartilhar algumas
    das respostas que recebi a essa pergunta.
  • 7:09 - 7:12
    É uma pergunta maravilhosa para
    começar um debate sem fim,
  • 7:12 - 7:14
    porque algumas pessoas vão mencionar
  • 7:14 - 7:18
    sistemas filosóficos,
    do ocidente e do oriente,
  • 7:18 - 7:21
    que mudaram muito a forma
    como pensamos sobre o mundo.
  • 7:21 - 7:23
    Outros vão dizer:
  • 7:23 - 7:25
    "As grandes histórias,
    os grandes desenvolvimentos,
  • 7:25 - 7:28
    foram as fundações das maiores religiões,
  • 7:28 - 7:31
    que transformaram civilizações,
    e cuja influência mudou
  • 7:31 - 7:34
    como um número incontável
    de pessoas vivem suas vidas".
  • 7:34 - 7:35
    Algumas outras pessoas vão dizer:
  • 7:35 - 7:38
    "Na verdade, o que transforma civilizações
  • 7:38 - 7:42
    e muda as vidas das pessoas
    são os grandes impérios;
  • 7:42 - 7:45
    os grandes desenvolvimentos
    da história da humanidade
  • 7:45 - 7:48
    são histórias de conquista e de guerra".
  • 7:48 - 7:52
    Aí vem um que pensa positivo e diz:
    "Ei, não esqueça das epidemias!"
  • 7:52 - 7:55
    (Risos)
  • 7:56 - 7:59
    Há algumas respostas
    otimistas para a pergunta.
  • 7:59 - 8:03
    Alguns mencionam a Era dos Descobrimentos
    e a expansão do mundo conhecido.
  • 8:03 - 8:07
    Outros falam das conquistas intelectuais
    em ramos como a matemática,
  • 8:07 - 8:09
    que nos ajudou a lidar melhor com o mundo.
  • 8:09 - 8:13
    Outros falam de períodos
    de grande prosperidade
  • 8:13 - 8:14
    das artes e das ciências.
  • 8:14 - 8:16
    O debate segue.
  • 8:16 - 8:20
    É um debate sem fim
    e não há uma resposta definitiva.
  • 8:20 - 8:25
    Mas se você é "geek" como eu,
    vai dizer: "O que dizem os dados?"
  • 8:25 - 8:26
    E começo a fazer coisas
  • 8:26 - 8:29
    como gráficos de coisas
    pelas quais nos interessemos,
  • 8:29 - 8:32
    pelas quais toda a população
    mundial se interessa, por exemplo;
  • 8:32 - 8:34
    ou avaliar o índice
    de desenvolvimento social,
  • 8:34 - 8:37
    ou do nível de avanço de uma sociedade.
  • 8:37 - 8:41
    Começo a fazer o gráfico com os dados,
    pois com essa abordagem
  • 8:41 - 8:44
    as grandes histórias,
    os grandes desenvolvimentos
  • 8:44 - 8:46
    é que vão influenciar bastante a curva.
  • 8:46 - 8:48
    Então, ao fazer isso, ao fazer o gráfico,
  • 8:48 - 8:51
    rapidamente se chega
    a conclusões estranhas.
  • 8:51 - 8:55
    Na verdade, conclui-se
    que nada disso importou muito.
  • 8:55 - 8:58
    (Risos)
  • 8:59 - 9:03
    Não influenciaram quase nada nas curvas.
  • 9:03 - 9:07
    Há uma história, um desenvolvimento,
    na história da humanidade
  • 9:07 - 9:11
    que alterou a curva em quase 90 graus.
  • 9:11 - 9:13
    É uma história sobre tecnologia.
  • 9:13 - 9:18
    O motor a vapor, e outras tecnologias
    associadas da Revolução Industrial,
  • 9:18 - 9:21
    mudaram o mundo
    e influenciaram tanto a história,
  • 9:21 - 9:24
    que, como diz o historiador Ian Morris:
  • 9:24 - 9:28
    "(...) elas ridicularizaram
    tudo o que veio antes".
  • 9:28 - 9:31
    Conseguiram fazer isso ao multiplicar
    infinitamente o poder de nossos músculos,
  • 9:31 - 9:34
    e superando as limitações destes.
  • 9:34 - 9:39
    Agora, estamos superando
    as limitações dos nossos cérebros
  • 9:39 - 9:42
    e multiplicando infinitamente
    nosso poder mental.
  • 9:42 - 9:45
    Como isso não seria tão importante
  • 9:45 - 9:48
    como superar as limitações
    de nossos músculos?
  • 9:48 - 9:51
    Então, sob pena de ser repetitivo,
  • 9:51 - 9:54
    quando vejo o que está acontecendo
    no mundo da tecnologia digital hoje,
  • 9:54 - 9:58
    vejo que estamos longe
    de terminar essa jornada.
  • 9:58 - 10:01
    Quando vejo o que acontece
    com nossas economias e sociedades,
  • 10:01 - 10:04
    minha única conclusão
    é que ainda não vimos nada.
  • 10:04 - 10:06
    O melhor ainda está por vir.
  • 10:06 - 10:09
    Dou alguns exemplos.
  • 10:09 - 10:14
    Economias não são movidas por energia,
    nem por capital, nem por trabalho.
  • 10:14 - 10:17
    Economias são movidas por ideias.
  • 10:17 - 10:20
    O trabalho na inovação,
    de pensar em novas ideias,
  • 10:20 - 10:23
    é o trabalho mais poderoso,
    mais fundamental,
  • 10:23 - 10:25
    que podemos fazer dentro de uma economia.
  • 10:25 - 10:28
    É assim que costumávamos
    fazer a inovação acontecer.
  • 10:28 - 10:31
    Achávamos um monte
    de gente meio parecida...
  • 10:31 - 10:34
    (Risos)
  • 10:35 - 10:37
    Tirávamos essas pessoas
    de instituições de elite
  • 10:37 - 10:40
    colocávamos em outras instituições
    de elite e esperávamos pela inovação.
  • 10:40 - 10:41
    Agora,
  • 10:41 - 10:43
    (Risos)
  • 10:44 - 10:48
    falando como um cara branco
    que passou sua carreira no MIT e Harvard,
  • 10:48 - 10:50
    eu não tenho problemas com isso.
  • 10:50 - 10:52
    (Risos)
  • 10:53 - 10:56
    Mas outro têm, e meio
    que se enfiaram na festa
  • 10:56 - 10:59
    e relaxaram as regras
    de vestimenta da inovação.
  • 10:59 - 11:00
    (Risos)
  • 11:00 - 11:03
    Esses são os vencedores do desafio
    de programação "Topcoder",
  • 11:03 - 11:05
    e garanto que ninguém se importa
  • 11:05 - 11:09
    onde eles cresceram, onde estudaram,
  • 11:09 - 11:11
    ou com sua aparência.
  • 11:11 - 11:14
    Só se importam com a qualidade
    do trabalho, a qualidade das ideias.
  • 11:14 - 11:19
    Várias vezes, vemos isso acontecer,
    num mundo facilitado pela tecnologia.
  • 11:19 - 11:22
    O trabalho de inovação está mais aberto,
  • 11:22 - 11:26
    mais inclusivo, mais transparente
    e mais baseado no mérito,
  • 11:26 - 11:29
    e esse processo vai continuar,
    independente do que pensam MIT ou Harvard,
  • 11:29 - 11:32
    e eu não poderia estar mais feliz
    com esse desenvolvimento.
  • 11:32 - 11:34
    Às vezes escuto:
  • 11:34 - 11:38
    "Tudo bem, mas a tecnologia
    é uma ferramenta para o mundo rico.
  • 11:38 - 11:40
    O que não está acontecendo
    é que essas ferramentas digitais
  • 11:40 - 11:44
    não estão melhorando as vidas
    das pessoas na base da pirâmide".
  • 11:44 - 11:46
    Respondo com todas as letras:
  • 11:46 - 11:50
    "Lorota. A base da pirâmide se beneficia
    enormemente com a tecnologia".
  • 11:50 - 11:53
    O economista Robert Jensen fez
    um estudo maravilhoso há um tempo
  • 11:53 - 11:56
    em que ele observou, com detalhamento,
  • 11:56 - 11:59
    o que aconteceu com uma vila
    de pescadores em Kerala, Índia,
  • 11:59 - 12:02
    quando celulares chegaram
    pela primera vez.
  • 12:02 - 12:05
    Quando se escreve para o
    "Quaterly Journal of Economics"
  • 12:05 - 12:08
    é necessário usar
    linguagem seca e cautelosa,
  • 12:08 - 12:11
    mas quando li esse artigo
    senti que Jensen estava gritando:
  • 12:11 - 12:14
    "Olha, isso foi algo importante.
  • 12:14 - 12:17
    Os preços se estabilizaram,
    então pessoas puderam planejar suas vidas.
  • 12:17 - 12:22
    Desperdício não foi reduzido:
    foi eliminado.
  • 12:22 - 12:24
    E as vidas de vendedores e compradores
  • 12:24 - 12:27
    nessas vilas foram melhoradas
    de forma considerável".
  • 12:27 - 12:33
    Não acho que Jensen deu tanta sorte
    de chegar no grupo específico de vilas
  • 12:33 - 12:35
    em que a tecnologia melhorou as coisas.
  • 12:35 - 12:38
    Ao invés, ele documentou atentamente
  • 12:38 - 12:42
    o que acontece repetidas vezes
    quando a tecnologia chega
  • 12:42 - 12:44
    a um ambiente e a uma comunidade:
  • 12:44 - 12:47
    a vida das pessoas, o bem-estar delas,
    melhora dramaticamente.
  • 12:48 - 12:49
    Vejo todas essas evidências
  • 12:49 - 12:52
    penso no espaço que temos diante de nós,
  • 12:52 - 12:54
    e viro um grande otimista digital
  • 12:54 - 12:59
    e acredito que essa declaração
    do físico Freeman Dyson
  • 12:59 - 13:00
    não é uma hipérbole.
  • 13:00 - 13:03
    É uma avaliação precisa
    do que está acontecendo.
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    Nossas tecnologias são verdadeiras dádivas
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    e nós, agora, temos a grande boa sorte
  • 13:09 - 13:12
    de viver numa época
    de grande progresso tecnológico,
  • 13:12 - 13:17
    quando está se ampliando
    e aprofundando ao redor do mundo.
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    E, sim, os androides estão
    pegando nossos trabalhos,
  • 13:20 - 13:24
    mas se concentrar nisso
    é não olhar para o que importa.
  • 13:24 - 13:28
    O que importa é que estamos
    livres para fazer outras coisas.
  • 13:28 - 13:30
    E o que vamos fazer,
    estou bastante confiante,
  • 13:30 - 13:32
    é reduzir a pobreza,
  • 13:32 - 13:35
    o trabalho desgastante
    e a miséria ao redor do mundo.
  • 13:35 - 13:39
    Estou confiante que iremos aprender
    a viver de forma mais leve no planeta
  • 13:40 - 13:44
    e estou muito confiante que o que faremos
    com as novas ferramentas digitais
  • 13:44 - 13:47
    será tão profundo e tão benéfico
  • 13:47 - 13:50
    que ridicularizará tudo que veio antes.
  • 13:50 - 13:54
    Deixo a última palavra com um cara
    que viu de perto o progresso digital:
  • 13:54 - 13:56
    nosso velho amigo Ken Jennings.
  • 13:56 - 13:58
    Concordo com ele
    e faço eco de suas palavras:
  • 13:58 - 14:01
    "Dou boas-vindas a nossos
    novos soberanos, os computadores".
  • 14:01 - 14:02
    (Risos)
  • 14:02 - 14:04
    Muito obrigado.
  • 14:04 - 14:05
    (Aplausos)
Title:
Os androides vão pegar nossos empregos? | Andrew McAfee | TEDxBoston
Description:

Robôs e algoritmos estão ficando bons em tarefas como construir carros, escrever artigos, traduzir - trabalhos que antes requeriam um ser humano. Diante disso, o que nós, humanos, faremos para ganhar nosso pão? Andrew McAfee percorre dados recentes sobre o trabalho e responde: ainda não vimos nada. Em seguida, porém, ele dá um passo atrás para poder olhar para essa história como um todo, e nos traz uma visão surpreendente e eletrizante do que ainda está por vir.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:09

Portuguese, Brazilian subtitles

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