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A poeira cósmica que formou o nosso planeta - Lorin Matthews

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    Pense no lugar em que você está agora.
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    Se voltasse no tempo,
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    provavelmente estaria
    no fundo de um mar raso,
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    enterrado sob milhares de rochas
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    ou flutuando em meio
    a uma paisagem fundida e infernal.
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    Mas, se voltasse ainda mais no tempo,
    cerca de 4,6 bilhões de anos,
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    estaria no meio de uma enorme
    nuvem de poeira e gás,
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    na órbita de uma estrela
    que acabou de nascer.
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    Este é o cenário de alguns dos pequenos
    grandes mistérios da física:
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    a poeira cósmica.
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    As regiões do espaço, aparentemente
    vazias entre as estrelas,
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    na verdade contêm nuvens de gás e poeira,
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    normalmente levadas
    até lá pelas supernovas.
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    Quando uma nuvem densa atinge
    um certo limiar chamado de massa de Jeans,
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    entra em colapso consigo mesma.
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    A nuvem reduzida gira
    cada vez mais rápido e aquece;
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    por fim, torna-se aquecida o bastante
    para queimar hidrogênio em seu interior.
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    Nesse momento, nasce uma estrela.
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    Conforme a fusão começa na nova estrela,
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    são lançados jatos de gás
    que rompem o topo e a base da nuvem,
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    deixando pra trás um anel de gás e poeira,
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    chamado de disco protoplanetário.
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    Venta muitíssimo lá;
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    redemoinhos de gás separam as partículas
    e fazem com que elas se choquem.
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    A poeira é formada de fragmentos de metal,
    pedaços de rochas e, mais além, de gelo.
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    Milhares desses discos
    podem ser observados no céu,
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    em vários estágios de desenvolvimento
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    à medida que a poeira se agrupa
    em massas cada vez maiores.
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    Grãos de poeira 100 vezes menores
    que um fio de cabelo humano
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    unem-se uns aos outros
    pela "Força de Van der Waals".
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    Ocorre quando uma nuvem de elétrons
    se desloca para um lado de uma molécula,
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    criando uma carga negativa
    em um extremo, e uma positiva no outro.
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    Os opostos se atraem, mas Van der Waals
    consegue unir apenas pequenos objetos.
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    E há um problema: quando os aglomerados
    de poeira atingem um certo tamanho,
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    a atmosfera de muito vento do disco
    deveria parti-los constantemente,
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    já que colidem.
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    O fato de continuarem a crescer
    é o primeiro mistério da poeira cósmica.
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    Uma teoria recorre à carga eletrostática
    para solucionar a questão.
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    Raios gama, raios X
    e fótons UV energéticos
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    repelem os elétrons dos átomos
    de gás dentro do disco,
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    criando íons positivos
    e elétrons negativos.
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    Os elétrons colidem
    com a poeira e unem-se a ela,
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    que também fica com carga negativa.
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    Agora, quando o vento
    empurra os aglomerados,
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    os semelhantes repelem os semelhantes
    e os desacelera quando colidem.
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    Com colisões mais suaves,
    eles não se fragmentarão,
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    mas se a repulsão for muito forte,
    nunca crescerão.
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    Uma teoria sugere
    que partículas de alta energia
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    podem repelir mais elétrons
    de algumas aglomerações de poeira,
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    gerando uma carga positiva.
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    Os opostos se atraem de novo
    e os aglomerados crescem rapidamente.
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    Mas, em breve, trataremos
    de outra série de mistérios.
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    Há evidências encontradas em meteoritos
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    de que essas nuvens de poeira esponjosas
    finalmente aquecem, derretem
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    e então se resfriam em grânulos
    sólidos chamados côndrulos.
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    Não temos ideia de como
    ou por que isso acontece.
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    Além disso, quando esses grânulos
    se formam, como se unem?
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    As forças eletrostáticas de outrora
    eram muito fracas
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    e a gravidade não poderia manter
    as rochas pequenas unidas.
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    A gravidade aumenta proporcionalmente
    à massa dos objetos envolvidos.
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    É por isso que se pode facilmente fugir
    de um asteroide do tamanho
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    de uma montanha pequena
    usando apenas a força das pernas.
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    Se não é a gravidade, o que é então?
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    Talvez seja a poeira.
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    Uma borda de poeira esponjosa
    coletada do exterior dos grânulos
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    poderia atuar como Velcro.
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    Há evidência disso em meteoros,
    nos quais são encontrados muitos côndrulos
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    envoltos por uma borda fina
    de um material delicado,
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    possivelmente poeira condensada.
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    Por fim, os grânulos de côndrulos
    se unem dentro de rochas maiores,
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    as quais têm cerca
    de um quilômetro de extensão,
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    e são grandes o bastante para se unirem
    pela força da gravidade.
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    Elas continuam a colidir e se tornam
    corpos cada vez maiores,
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    formando os planetas que conhecemos hoje.
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    Por fim, as origens
    de tudo o que conhecemos,
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    o tamanho do nosso planeta,
    a posição que ocupa no sistema solar
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    e a composição elementar
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    foram determinados por inúmeras
    séries de colisões aleatórias.
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    Se a nuvem de poeira tivesse sido
    mudada só um pouquinho,
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    talvez as condições
    não teriam sido favoráveis
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    para a formação da vida no nosso planeta.
Title:
A poeira cósmica que formou o nosso planeta - Lorin Matthews
Speaker:
Lorin Matthews
Description:

Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-dust-bunnies-that-built-our-planet-lorin-swint-matthews

Pense no lugar em que você está agora. Se voltasse no tempo, provavelmente estaria submerso, no fundo de um mar raso, sob milhares de rochas ou flutuando em meio a uma paisagem fundida e infernal. Mas, se voltasse ainda mais no tempo, cerca de 4,6 bilhões de anos, estaria no meio de uma enorme nuvem de poeira e gás, na órbita de uma estrela que acabou de nascer. O que exatamente é essa poeira cósmica? Lorin Matthews investiga.

Lição de Lorin Swint Matthews, dirigido por Frederic Siegel (Team Tumult)

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:15

Portuguese, Brazilian subtitles

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