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Novas perspetivas sobre a pobreza

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    Disse-vos três coisas, no ano passado.
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    Disse-vos que as estatísticas do mundo
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    não têm sido devidamente disponibilizadas.
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    Por causa disso, ainda temos a velha ideia
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    de desenvolver em países industrializados,
    o que está errado.
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    E que os gráficos animados
    podem fazer a diferença.
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    As coisas estão a mudar
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    e hoje, no website da Divisão Estatística
    das Nações Unidas,
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    diz-se que no dia 1 de Maio haverá
    acesso total às bases de dados.
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    (Aplausos)
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    Gostaria de partilhar convosco a imagem no ecrã.
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    Aconteceram três coisas.
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    A O.N.U. abriu as bases de dados,
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    e temos um novo software
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    a funcionar online em versão beta na internet,
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    portanto, já não têm de o descarregar.
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    E deixem-me repetir o que viram no ano passado.
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    As bolhas são países.
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    Aqui estão as taxas de fertilidade — o número de crianças por mulher —
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    e ali, a duração da vida em anos.
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    É de 1950 — aqueles eram os países industrializados
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    aqueles eram os países em desenvolvimento.
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    Nessa altura, havia um "nós" e um "eles".
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    Havia uma enorme diferença no mundo.
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    Mas, depois, mudou e continuou muito bem.
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    E foi isto que aconteceu.
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    Podem ver a China, a bolha grande vermelha.
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    A azul é a Índia.
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    E eles passam por isto tudo — vou tentar ser
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    um pouco mais sério este ano a mostrar-vos
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    como as coisas realmente mudaram.
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    E é África que se destaca como o problema
    aqui em baixo, não é?
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    Famílias ainda numerosas e a epidemia do VIH
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    trouxeram estes países para baixo.
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    Isto é mais ou menos o que vimos no ano passado,
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    e é assim que vai continuar no futuro.
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    E vou continuar a falar, é possível?
  • 1:44 - 1:47
    Porque, podem ver agora que eu acabei de
    apresentar estatísticas que não existem.
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    Porque é aqui que estamos.
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    Será possível que isto vá acontecer?
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    Eu cubro os anos do meu tempo
    de vida aqui, sabem?
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    Eu espero viver 100 anos.
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    E aqui é onde estamos hoje em dia.
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    Agora, podemos antes olhar para a
    situação económica do mundo?
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    E gostava de o mostrar em comparação com
    a [taxa de] sobrevivência infantil.
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    Trocamos o eixo.
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    Aqui têm a mortalidade infantil — isto é, sobrevivência —
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    4 miúdos a morrer ali, 200 a morrer ali.
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    E isto é o PIB per capita no eixo.
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    E isto foi em 2007.
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    E se for para trás no tempo, adicionei
    algumas estatísticas históricas —
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    vamos, vamos, vamos — não havia tantas
    estatísticas há 100 anos atrás.
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    Alguns países ainda tinham estatísticas.
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    Estamos a ir ao fundo do arquivo,
  • 2:42 - 2:46
    até chegarmos a 1820,
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    quando só a Áustria e a Suécia
    conseguiam produzir dados.
  • 2:50 - 2:53
    (Risos)
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    Mas eles estavam aqui em baixo.
    Tinham 778 euros por pessoa, por ano.
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    E perderam um quinto dos seus filhos
    antes do primeiro aniversário.
  • 3:01 - 3:04
    Isto é o que acontece no mundo, se virmos
    a animação do mundo inteiro.
  • 3:04 - 3:07
    Como progressivamente se tornaram
    cada vez mais ricos,
  • 3:07 - 3:08
    adicionaram estatísticas.
  • 3:08 - 3:10
    Não é bonito quando eles conseguem estatísticas?
  • 3:10 - 3:12
    Vêem a importância disso?
  • 3:12 - 3:14
    E aqui, as crianças não vivem mais tempo.
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    O último século, 1870, foi mau para
    as crianças na Europa,
  • 3:18 - 3:20
    porque a maioria destas estatísticas é na Europa.
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    Foi só no virar do século
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    que mais de 90 % das crianças sobreviveu
    ao primeiro ano de vida.
  • 3:26 - 3:29
    Isto é a Índia a subir, com os
    primeiros dados da Índia.
  • 3:29 - 3:34
    E isto são os Estados Unidos a afastarem-se aqui,
    a ganharem mais dinheiro.
  • 3:34 - 3:39
    E, brevemente, veremos a China a subir
    no canto mais afastado daqui.
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    E sobe com Mao Tse-Tung a obter saúde,
  • 3:41 - 3:42
    não a ficar tão rico.
  • 3:42 - 3:45
    Ali morreu, e Deng Xiaoping traz dinheiro.
  • 3:45 - 3:46
    Move-se desta forma para aqui.
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    E as bolhas continuam a subir para aqui,
  • 3:49 - 3:51
    e isto é como o mundo se parece hoje em dia.
  • 3:51 - 3:57
    (Aplausos)
  • 3:57 - 4:00
    Vejamos os Estados Unidos.
  • 4:00 - 4:03
    Temos uma função aqui — posso dizer ao mundo:
    "Fiquem onde estão!"
  • 4:04 - 4:07
    E tiro os Estados Unidos — ainda queremos ver
    o pano de fundo.
  • 4:07 - 4:10
    Ponho-os ali em cima assim, e agora
    vamos andar para trás.
  • 4:10 - 4:13
    E podemos ver os Estados Unidos
  • 4:13 - 4:16
    a ir para a direita da corrente principal.
  • 4:16 - 4:18
    Eles estão sempre do lado do dinheiro.
  • 4:19 - 4:24
    E em 1915, os Estados Unidos eram vizinhos da Índia —
  • 4:25 - 4:27
    a Índia actual, contemporânea.
  • 4:27 - 4:29
    E isso significa que os Estados Unidos
    eram mais ricos,
  • 4:29 - 4:33
    mas perdiam mais crianças do que a
    Índia perde hoje, proporcionalmente.
  • 4:34 - 4:37
    Olhem aqui — comparem com
    as Filipinas de hoje.
  • 4:37 - 4:40
    As Filipinas actuais têm quase
    a mesma economia
  • 4:41 - 4:43
    que os Estados Unidos durante a
    Primeira Guerra Mundial.
  • 4:43 - 4:47
    Mas temos de trazer os Estados Unidos
    um bocado para a frente
  • 4:47 - 4:50
    para encontrar a mesma saúde
    nos Estados Unidos
  • 4:50 - 4:51
    como temos nas Filipinas.
  • 4:52 - 4:55
    Cerca de 1957, aqui, a saúde dos E.U.A.
  • 4:55 - 4:57
    é igual à das Filipinas.
  • 4:57 - 5:00
    E este é o drama deste mundo
    que muitos chamam globalizado,
  • 5:00 - 5:03
    é que a Ásia, os países árabes e a América Latina
  • 5:03 - 5:08
    estão muito mais avançados em saúde, educação,
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    e recursos humanos, do que estão
    economicamente.
  • 5:11 - 5:13
    Há uma discrepância no que acontece hoje
  • 5:13 - 5:15
    nos países emergentes.
  • 5:15 - 5:19
    Lá, agora, os benefícios e progressos sociais
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    adiantam-se ao progresso económico.
  • 5:22 - 5:28
    E em 1957 — os E.U.A. tinham a mesma
    economia que o Chile tem hoje.
  • 5:29 - 5:32
    E quanto tempo temos para trazer os E.U.A.
  • 5:32 - 5:34
    até ao nível de saúde do Chile hoje em dia?
  • 5:35 - 5:40
    Acho que temos de ir para ali — temos 2001 ou 2002 —
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    os E.U.A. têm a mesma saúde que o Chile.
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    O Chile está a recuperar!
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    Dentro de alguns anos, o Chile pode ter
    uma maior sobrevivência infantil
  • 5:46 - 5:48
    que os Estados Unidos.
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    Isto é mesmo uma mudança, que tenhamos
    este desfasamento
  • 5:51 - 5:56
    de cerca de 30, 40 anos de diferença na saúde.
  • 5:56 - 5:58
    e atrás da saúde está o nível de educação.
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    E há muitas infraestruturas
  • 6:00 - 6:03
    e os recursos humanos, em geral, estão lá.
  • 6:03 - 6:06
    Agora podemos tirar isto —
  • 6:06 - 6:10
    e queria mostrar-vos a velocidade,
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    o ritmo da mudança, a rapidez
    com que têm andado.
  • 6:13 - 6:20
    Voltamos a 1920, e eu quero ver o Japão.
  • 6:21 - 6:24
    E quero ver a Suécia e os E.U.A..
  • 6:24 - 6:26
    E vou fazer uma corrida aqui
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    entre este Ford amarelado aqui,
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    o Toyota vermelho ali em baixo
  • 6:31 - 6:33
    e o Volvo acastanhado.
  • 6:33 - 6:35
    (Risos)
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    E aqui vamos nós. Aqui vamos.
  • 6:37 - 6:40
    O Toyota tem um começo muito mau
    aqui em baixo, como podem ver,
  • 6:40 - 6:43
    e os E.U.A. estão a desviar-se ali.
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    E o Volvo está a sair-se bem.
  • 6:44 - 6:46
    Isto é a guerra. O Toyota desviou-se
    do caminho e agora
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    o Toyota aproxima-se pelo lado
    saudável da Suécia
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    conseguem ver?
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    Apanharam a Suécia,
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    e são agora mais saudáveis que a Suécia.
  • 6:53 - 6:55
    Foi aqui que eu vendi o Volvo e
    comprei o Toyota.
  • 6:55 - 6:58
    (Risos)
  • 6:58 - 7:02
    E agora podemos ver a enorme rapidez
    com que o Japão mudou.
  • 7:02 - 7:04
    Eles apanharam-nos mesmo.
  • 7:04 - 7:06
    E isto muda gradualmente.
  • 7:06 - 7:09
    Temos de ver ao longo de gerações
    para o perceber.
  • 7:09 - 7:14
    E deixem mostrar-vos a minha própria
    história de família —
  • 7:14 - 7:16
    fizemos estes gráficos aqui.
  • 7:16 - 7:20
    E isto é o mesmo, dinheiro aqui em baixo,
    e saúde, sabem?
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    E esta é a minha família.
  • 7:23 - 7:27
    Isto é a Suécia, 1830, quando
    a minha trisavó nasceu.
  • 7:28 - 7:30
    A Suécia era como a Serra Leoa é hoje.
  • 7:31 - 7:34
    E aqui foi quando a minha
    bisavó nasceu, em 1863.
  • 7:35 - 7:37
    E a Suécia era como Moçambique.
  • 7:37 - 7:39
    E aqui foi quando a minha
    avó nasceu, em 1891.
  • 7:39 - 7:41
    Ela tratou de mim quando era criança,
  • 7:41 - 7:43
    por isso não estou a falar
    de estatísticas agora —
  • 7:43 - 7:45
    agora é a história contada na minha família.
  • 7:46 - 7:47
    Só aí é que acredito nas estatísticas,
  • 7:47 - 7:50
    quando são estatísticas verificadas pela avó.
  • 7:50 - 7:53
    (Risos)
  • 7:53 - 7:56
    Penso que é a melhor forma de verificar
    estatísticas históricas.
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    A Suécia era como o Gana.
  • 7:57 - 8:00
    É interessante ver a enorme diversidade
  • 8:00 - 8:02
    dentro da África Subsariana.
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    Disse-vos no ano passado, digo-vos outra vez,
  • 8:05 - 8:08
    a minha mãe nasceu no Egipto,
    e eu — quem sou eu?
  • 8:08 - 8:09
    Eu sou o mexicano na família.
  • 8:10 - 8:12
    E a minha filha, nasceu no Chile,
  • 8:12 - 8:14
    e a minha neta nasceu em Singapura,
  • 8:14 - 8:16
    actualmente o país mais saudável
    à face da Terra.
  • 8:16 - 8:18
    Ultrapassou a Suécia há cerca de
    dois ou três anos,
  • 8:18 - 8:20
    com melhor sobrevivência infantil.
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    Mas eles são muito pequeninos, sabem?
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    Estão tão próximos do hospital que nunca
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    conseguiremos batê-los nestas florestas.
  • 8:24 - 8:27
    (Risos)
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    Mas, uma homenagem a Singapura.
  • 8:28 - 8:30
    Singapura é a melhor.
  • 8:30 - 8:34
    Isto também parece ser uma história muito boa.
  • 8:34 - 8:38
    Mas não é tão fácil que seja tudo uma boa história.
  • 8:38 - 8:41
    Porque tenho de vos mostrar outro dos recursos.
  • 8:41 - 8:46
    Também podemos fazer a cor
    representar a variável
  • 8:46 - 8:47
    e o que vou escolher aqui?
  • 8:47 - 8:51
    Emissões de dióxido de carbono,
    tonelada métrica per capita.
  • 8:52 - 8:57
    Estamos em 1962 e os E.U.A. emitiam
    16 toneladas por pessoa.
  • 8:57 - 8:59
    A China emitia 0,6
  • 8:59 - 9:03
    e a Índia emitia 0,32 toneladas per capita.
  • 9:03 - 9:06
    E o que acontece quando continuamos?
  • 9:06 - 9:08
    Bem, podem ver a agradável história
    de se enriquecer
  • 9:08 - 9:09
    e de se ficar mais saudável —
  • 9:09 - 9:14
    todos o fizeram à custa de emissões
    de dióxido de carbono.
  • 9:14 - 9:17
    Não há ainda ninguém que não tenha feito.
  • 9:17 - 9:20
    E não temos todos os dados já actualizados
  • 9:20 - 9:23
    porque esta informação ainda é muito recente.
  • 9:23 - 9:25
    E aqui estamos, 2001.
  • 9:26 - 9:30
    E a discussão a que assisto entre
    os líderes mundiais, sabem,
  • 9:30 - 9:34
    muitos dizem que o problema é que
    as economias emergentes
  • 9:34 - 9:37
    estão a emitir muito dióxido de carbono.
  • 9:37 - 9:39
    O Ministro do Ambiente da Índia disse,
  • 9:39 - 9:42
    "Bem, vocês é que causaram o problema."
  • 9:42 - 9:45
    Os países da OCDE -— os países ricos —
  • 9:45 - 9:47
    foram eles que causaram a alteração climática.
  • 9:48 - 9:50
    "Mas perdoamo-vos porque não sabiam.
  • 9:50 - 9:53
    "Mas a partir de agora, calcula-se per capita.
  • 9:53 - 9:55
    "A partir de agora, calcula-se per capita.
  • 9:55 - 9:58
    "E são todos responsáveis
    pelas emissões per capita."
  • 9:58 - 10:01
    Isto realmente mostra que ainda não vimos
    bom crescimento económico
  • 10:01 - 10:03
    e progresso na saúde em lugar nenhum do mundo
  • 10:03 - 10:07
    sem a destruição do clima.
  • 10:08 - 10:10
    E isto é que precisa mesmo de ser mudado.
  • 10:11 - 10:14
    Fui criticado por vos mostrar uma imagem
    demasiado positiva do mundo,
  • 10:14 - 10:16
    mas não acho que seja assim.
  • 10:16 - 10:18
    O mundo é um lugar confuso.
  • 10:18 - 10:20
    A isto chamamos a Rua dos Dólares.
  • 10:20 - 10:22
    Toda a gente vive nesta rua.
  • 10:22 - 10:25
    Quanto ganham aqui — o n.º da porta onde vivem —
  • 10:25 - 10:26
    é quanto ganham ao ano.
  • 10:26 - 10:29
    Esta família ganha cerca de 1 dólar por dia.
  • 10:30 - 10:31
    Subimos a rua aqui,
  • 10:31 - 10:35
    temos uma família que ganha cerca de
    2 a 3 dólares por dia.
  • 10:35 - 10:38
    E vamos até aqui — temos o primeiro
    jardim da rua,
  • 10:38 - 10:40
    e eles ganham entre 10 a 50 dólares.
  • 10:40 - 10:42
    E como é que eles vivem?
  • 10:42 - 10:45
    Se formos ver a cama aqui, vemos
  • 10:45 - 10:48
    que dormem num tapete no chão.
  • 10:48 - 10:50
    Isto é a linha da pobreza —
  • 10:50 - 10:53
    80 % do rendimento da família vai para
    as necessidades energéticas,
  • 10:53 - 10:55
    a comida do dia.
  • 10:55 - 10:58
    Esta é de 2 a 5 dólares. Têm uma cama.
  • 10:58 - 11:00
    E aqui um quarto muito melhor,
    como podem ver.
  • 11:01 - 11:03
    Dei uma aula sobre isto ao Ikea
    e eles queriam ver
  • 11:03 - 11:05
    o sofá imediatamente aqui.
  • 11:05 - 11:07
    (Risos)
  • 11:07 - 11:11
    E aqui está o sofá, como aparece aqui.
  • 11:11 - 11:14
    E o mais interessante é quando damos
    a volta na foto panorâmica,
  • 11:14 - 11:16
    vemos a família ainda sentada no chão aqui.
  • 11:16 - 11:18
    Apesar de haver um sofá,
  • 11:18 - 11:20
    Se virmos a cozinha, podemos ver que
  • 11:20 - 11:25
    a grande diferença para as mulheres
    não é entre 1 e 10 dólares.
  • 11:25 - 11:27
    Aparece a partir daqui, onde
    se podem mesmo arranjar
  • 11:27 - 11:30
    boas condições de trabalho na família.
  • 11:30 - 11:32
    E se quiserem mesmo ver a diferença,
  • 11:32 - 11:34
    olhem para a casa de banho aqui.
  • 11:34 - 11:36
    Isto pode mudar. Isto pode mudar.
  • 11:36 - 11:39
    Estas são fotografias e imagens de África,
  • 11:39 - 11:41
    e isto pode melhorar muito.
  • 11:42 - 11:44
    Podemos sair da pobreza.
  • 11:44 - 11:47
    A minha pesquisa não tem sido só em Tecnologias
    de Informação nem nada que se pareça.
  • 11:47 - 11:50
    Passei 20 anos em entrevistas a
    agricultores africanos
  • 11:50 - 11:53
    que estavam à beira da fome.
  • 11:53 - 11:55
    E este é o resultado da pesquisa
    das necessidades dos agricultores.
  • 11:55 - 11:57
    O bom aqui é que não conseguem ver
  • 11:57 - 11:59
    quem são os investigadores nesta foto.
  • 11:59 - 12:02
    É quando a investigação funciona
    nas sociedades pobres —
  • 12:02 - 12:04
    é preciso mesmo viver com as pessoas.
  • 12:06 - 12:10
    Quando em pobreza, tudo se resume
    à sobrevivência.
  • 12:10 - 12:12
    Trata-se de conseguir ter comida.
  • 12:12 - 12:14
    E estas duas jovens agricultoras,
    são raparigas agora —
  • 12:14 - 12:18
    porque os pais morreram de VIH e SIDA —
  • 12:18 - 12:20
    falam com um agronómo experiente.
  • 12:20 - 12:24
    Este é um dos melhores agrónomos no Malaui,
    Junatambe Jumbira,
  • 12:24 - 12:26
    e ele discute que tipo de mandioca
    irão elas plantar —
  • 12:26 - 12:30
    o melhor conversor de luz solar em comida
    que o Homem encontrou.
  • 12:30 - 12:33
    E elas estão muito, muito interessadas
    em receber conselhos,
  • 12:33 - 12:36
    e isso para sobreviver na pobreza.
  • 12:36 - 12:37
    É um contexto.
  • 12:37 - 12:39
    Sair da pobreza.
  • 12:39 - 12:42
    As mulheres disseram-nos uma coisa:
    "Dêem-nos tecnologia.
  • 12:42 - 12:45
    "Detestamos este pilão,
    estarmos de pé horas e horas.
  • 12:45 - 12:48
    "Dêem-nos um moinho para moermos
    a nossa farinha,
  • 12:48 - 12:51
    "e, então, poderemos pagar o resto
    nós mesmas."
  • 12:51 - 12:54
    A tecnologia vai tirar-nos da pobreza,
  • 12:54 - 12:58
    mas é preciso ter um mercado
    para sair da pobreza.
  • 12:58 - 13:01
    E esta mulher está muito feliz agora, a levar
    os seus produtos para o mercado.
  • 13:01 - 13:03
    Mas ela está muito grata pelo investimento
    público na escolarização
  • 13:03 - 13:06
    para saber contar e não ser enganada
    quando vai ao mercado.
  • 13:06 - 13:09
    Ela quer que o seu menino seja saudável,
    para poder ir ao mercado
  • 13:09 - 13:11
    e não ter de ficar em casa.
  • 13:11 - 13:14
    E ela quer a infraestrutura — a estrada
    fica bem com um pavimento.
  • 13:14 - 13:16
    Também é bom em relação ao crédito.
  • 13:16 - 13:19
    Os micro-créditos deram-lhe
    uma bicicleta, sabem?
  • 13:19 - 13:22
    E a informação dir-lhe-á quando ir
    ao mercado e com que produto.
  • 13:22 - 13:24
    Podem fazer isto.
  • 13:24 - 13:27
    Na minha experiência de 20 anos
    em África, vejo que
  • 13:27 - 13:30
    o que parece ser impossível é possível.
  • 13:30 - 13:32
    A África não se saiu mal.
  • 13:32 - 13:35
    Em 50 anos, eles foram de uma
    situação pré-medieval
  • 13:35 - 13:38
    para uma muito decente Europa de
    há 100-anos-atrás,
  • 13:38 - 13:41
    com uma nação e um estado em plenas funções.
  • 13:41 - 13:44
    Eu diria que a África Subsariana foi a
    que se saiu melhor no mundo
  • 13:44 - 13:45
    nos últimos 50 anos.
  • 13:45 - 13:47
    Porque não vemos de onde eles vêm.
  • 13:47 - 13:50
    É este conceito estúpido de países
    em desenvolvimento
  • 13:50 - 13:53
    que nos põe a nós, Argentina e Moçambique
    juntos há 50 anos atrás,
  • 13:53 - 13:55
    e diz que Moçambique se saiu pior.
  • 13:56 - 13:58
    Temos de saber um pouco mais sobre o mundo.
  • 13:58 - 14:01
    Tenho um vizinho que conhece 200 tipos de vinho.
  • 14:01 - 14:02
    Ele sabe tudo.
  • 14:02 - 14:04
    Ele sabe o nome da uva, da temperatura e tudo.
  • 14:04 - 14:07
    Eu só conheço 2 tipos de vinho — tinto e branco.
  • 14:07 - 14:09
    (Risos)
  • 14:09 - 14:11
    Mas o meu vizinho só conhece 2 tipos de países —
  • 14:11 - 14:13
    Industrializados e em desenvolvimento.
  • 14:13 - 14:16
    E eu conheço 200, conheço mais a fundo.
  • 14:16 - 14:17
    Mas vocês podem fazer isso.
  • 14:17 - 14:22
    (Aplausos)
  • 14:22 - 14:24
    Mas tenho de falar a sério. E como é que
    ficamos mais sérios?
  • 14:24 - 14:26
    Fazemos um PowerPoint, sabem?
  • 14:26 - 14:31
    (Risos)
  • 14:31 - 14:33
    Homenagem ao pacote Office, não?
  • 14:35 - 14:37
    O que é isto, o que é isto, o que estou a dizer?
  • 14:37 - 14:40
    Estou a dizer-vos que há várias dimensões
    no desenvolvimento.
  • 14:40 - 14:42
    Toda a gente quer o seu animal de estimação.
  • 14:42 - 14:45
    Se vocês estiverem no sector empresarial,
    adoram o micro-crédito.
  • 14:45 - 14:47
    Se vocês estiverem a lutar numa
    organização não-governamental,
  • 14:47 - 14:50
    adoram a igualdade de género.
  • 14:50 - 14:52
    Se forem professores, adoram a UNESCO
    e por aí em diante.
  • 14:52 - 14:54
    A nível geral, temos de ter mais do que
    as nossas próprias coisas.
  • 14:54 - 14:56
    Precisamos de tudo.
  • 14:56 - 14:58
    Todas essas coisas são importantes
    para o desenvolvimento,
  • 14:58 - 15:00
    especialmente quando se acabou
    de sair da pobreza
  • 15:00 - 15:03
    e se devia pensar em segurança social.
  • 15:03 - 15:05
    Agora, o que precisamos de considerar
  • 15:05 - 15:08
    é: o que é um objectivo para o desenvolvimento,
  • 15:08 - 15:09
    e quais os meios para o desenvolvimento?
  • 15:09 - 15:12
    Deixem-me primeiro classificar
    os meios mais importantes.
  • 15:13 - 15:15
    Crescimento económico para mim, como
    professor de saúde pública,
  • 15:15 - 15:19
    é o mais importante para o desenvolvimento
  • 15:19 - 15:21
    porque explica 80 % da sobrevivência.
  • 15:22 - 15:25
    Governo. Ter um governo que funcione
  • 15:25 - 15:29
    foi o que tirou a Califórnia da miséria de 1850.
  • 15:29 - 15:32
    Foi o governo que fez a lei finalmente funcionar.
  • 15:33 - 15:35
    A educação, os recursos humanos são importantes.
  • 15:35 - 15:39
    A saúde é importante, mas
    não tanto como um meio.
  • 15:39 - 15:41
    O ambiente é importante.
  • 15:41 - 15:43
    Os direitos humanos também são importantes,
    mas têm só uma cruz.
  • 15:43 - 15:46
    E em relação aos objectivos? Para onde vamos?
  • 15:46 - 15:48
    Não estamos interessados no dinheiro.
  • 15:48 - 15:49
    Dinheiro não é um objectivo.
  • 15:49 - 15:52
    É o melhor meio, mas dou-lhe zero
    como objectivo.
  • 15:53 - 15:56
    Governo, bem, é bom votar em alguma coisa,
  • 15:56 - 15:58
    mas não é um objectivo.
  • 15:58 - 16:02
    E ir à escola, não é um objectivo, é um meio.
  • 16:02 - 16:04
    À saúde dou 2 pontos. Quero dizer,
    é bom ser-se saudável
  • 16:04 - 16:06
    — na minha idade especialmente — podem
    estar aqui, são saudáveis.
  • 16:06 - 16:08
    E isso é bom, leva 2 pontos positivos.
  • 16:08 - 16:10
    O ambiente é muito, muito crucial.
  • 16:10 - 16:12
    Não há nada para o neto se não pouparem.
  • 16:12 - 16:14
    Mas onde estão os objectivos importantes?
  • 16:14 - 16:16
    Claro, são os direitos humanos.
  • 16:16 - 16:18
    Os direitos humanos são o objectivo,
  • 16:18 - 16:21
    mas não um meio muito forte para alcançar
    o desenvolvimento.
  • 16:22 - 16:26
    E cultura. Cultura é a coisa
    mais importante, eu diria,
  • 16:26 - 16:28
    porque é isso que traz alegria à vida.
  • 16:28 - 16:30
    É esse o valor da vida.
  • 16:30 - 16:33
    Então o que parece ser impossível é possível.
  • 16:33 - 16:35
    Até os países africanos podem conseguir isto.
  • 16:36 - 16:42
    Já vos mostrei a imagem onde o que
    parece ser impossível, é possível.
  • 16:42 - 16:46
    E lembrem-se, por favor, lembrem-se da
    minha mensagem principal,
  • 16:46 - 16:49
    que é esta: o que parece ser
    impossível, é possível.
  • 16:49 - 16:51
    Podemos ter um bom mundo.
  • 16:51 - 16:54
    Eu mostrei-vos as fotos, provei-o em PowerPoint,
  • 16:54 - 17:00
    e penso que também vos convenço pela cultura.
  • 17:00 - 17:04
    (Risos)
  • 17:04 - 17:05
    (Aplausos)
  • 17:05 - 17:07
    Tragam-me a minha espada!
  • 17:11 - 17:16
    Engolir espadas vem da Antiga Índia.
  • 17:16 - 17:21
    É uma expressão cultural que
    durante milhares de anos
  • 17:21 - 17:27
    inspirou os humanos a pensar
    para além do óbvio.
  • 17:27 - 17:29
    (Risos)
  • 17:29 - 17:34
    E vou agora provar-vos que o que parece
    ser impossível, é possível
  • 17:34 - 17:37
    ao tirar esta peça de aço — aço maciço —
  • 17:38 - 17:41
    esta é a baioneta do Exército sueco, de 1850,
  • 17:41 - 17:43
    o último ano em que tivemos guerra.
  • 17:44 - 17:47
    E é aço maciço — podemos ouvir aqui.
  • 17:47 - 17:53
    E vou tirar esta lâmina de aço,
  • 17:53 - 17:58
    e enfiá-la no meu corpo de sangue e carne,
  • 17:58 - 18:02
    e provar-vos que o que parece ser
    impossível, é possível.
  • 18:03 - 18:07
    Posso pedir um momento de absoluto silêncio?
  • 18:18 - 18:40
    (Aplausos)
Title:
Novas perspetivas sobre a pobreza
Speaker:
Hans Rosling
Description:

O investigador Hans Rosling usa os seus dados divertidos para mostrar como é que os países estão a sair da pobreza. Ele faz uma demonstração da Rua do Dólar, comparando lares com vários níveis de rendimento à volta do mundo. E depois, faz uma coisa realmente incrível.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
18:40
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for New insights on poverty
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for New insights on poverty
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for New insights on poverty
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for New insights on poverty
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for New insights on poverty
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for New insights on poverty
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for New insights on poverty
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