Novas perspetivas sobre a pobreza
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0:00 - 0:02Disse-vos três coisas, no ano passado.
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0:02 - 0:05Disse-vos que as estatísticas do mundo
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0:05 - 0:08não têm sido devidamente disponibilizadas.
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0:08 - 0:10Por causa disso, ainda temos a velha ideia
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0:10 - 0:13de desenvolver em países industrializados,
o que está errado. -
0:14 - 0:18E que os gráficos animados
podem fazer a diferença. -
0:19 - 0:21As coisas estão a mudar
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0:21 - 0:25e hoje, no website da Divisão Estatística
das Nações Unidas, -
0:25 - 0:28diz-se que no dia 1 de Maio haverá
acesso total às bases de dados. -
0:30 - 0:33(Aplausos)
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0:33 - 0:37Gostaria de partilhar convosco a imagem no ecrã.
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0:38 - 0:39Aconteceram três coisas.
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0:39 - 0:42A O.N.U. abriu as bases de dados,
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0:42 - 0:46e temos um novo software
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0:46 - 0:48a funcionar online em versão beta na internet,
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0:48 - 0:50portanto, já não têm de o descarregar.
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0:51 - 0:53E deixem-me repetir o que viram no ano passado.
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0:53 - 0:54As bolhas são países.
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0:54 - 0:58Aqui estão as taxas de fertilidade — o número de crianças por mulher —
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0:58 - 1:01e ali, a duração da vida em anos.
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1:02 - 1:05É de 1950 — aqueles eram os países industrializados
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1:05 - 1:06aqueles eram os países em desenvolvimento.
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1:06 - 1:08Nessa altura, havia um "nós" e um "eles".
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1:08 - 1:10Havia uma enorme diferença no mundo.
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1:10 - 1:14Mas, depois, mudou e continuou muito bem.
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1:14 - 1:15E foi isto que aconteceu.
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1:16 - 1:19Podem ver a China, a bolha grande vermelha.
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1:19 - 1:20A azul é a Índia.
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1:20 - 1:23E eles passam por isto tudo — vou tentar ser
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1:23 - 1:25um pouco mais sério este ano a mostrar-vos
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1:25 - 1:27como as coisas realmente mudaram.
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1:28 - 1:31E é África que se destaca como o problema
aqui em baixo, não é? -
1:31 - 1:34Famílias ainda numerosas e a epidemia do VIH
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1:34 - 1:36trouxeram estes países para baixo.
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1:36 - 1:39Isto é mais ou menos o que vimos no ano passado,
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1:39 - 1:41e é assim que vai continuar no futuro.
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1:42 - 1:44E vou continuar a falar, é possível?
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1:44 - 1:47Porque, podem ver agora que eu acabei de
apresentar estatísticas que não existem. -
1:48 - 1:50Porque é aqui que estamos.
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1:50 - 1:53Será possível que isto vá acontecer?
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1:54 - 1:56Eu cubro os anos do meu tempo
de vida aqui, sabem? -
1:56 - 1:58Eu espero viver 100 anos.
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1:58 - 2:00E aqui é onde estamos hoje em dia.
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2:00 - 2:07Agora, podemos antes olhar para a
situação económica do mundo? -
2:08 - 2:13E gostava de o mostrar em comparação com
a [taxa de] sobrevivência infantil. -
2:13 - 2:14Trocamos o eixo.
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2:15 - 2:19Aqui têm a mortalidade infantil — isto é, sobrevivência —
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2:19 - 2:214 miúdos a morrer ali, 200 a morrer ali.
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2:22 - 2:24E isto é o PIB per capita no eixo.
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2:25 - 2:28E isto foi em 2007.
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2:28 - 2:32E se for para trás no tempo, adicionei
algumas estatísticas históricas — -
2:32 - 2:38vamos, vamos, vamos — não havia tantas
estatísticas há 100 anos atrás. -
2:38 - 2:40Alguns países ainda tinham estatísticas.
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2:40 - 2:42Estamos a ir ao fundo do arquivo,
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2:42 - 2:46até chegarmos a 1820,
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2:46 - 2:50quando só a Áustria e a Suécia
conseguiam produzir dados. -
2:50 - 2:53(Risos)
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2:53 - 2:57Mas eles estavam aqui em baixo.
Tinham 778 euros por pessoa, por ano. -
2:57 - 3:00E perderam um quinto dos seus filhos
antes do primeiro aniversário. -
3:01 - 3:04Isto é o que acontece no mundo, se virmos
a animação do mundo inteiro. -
3:04 - 3:07Como progressivamente se tornaram
cada vez mais ricos, -
3:07 - 3:08adicionaram estatísticas.
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3:08 - 3:10Não é bonito quando eles conseguem estatísticas?
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3:10 - 3:12Vêem a importância disso?
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3:12 - 3:14E aqui, as crianças não vivem mais tempo.
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3:14 - 3:18O último século, 1870, foi mau para
as crianças na Europa, -
3:18 - 3:20porque a maioria destas estatísticas é na Europa.
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3:20 - 3:23Foi só no virar do século
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3:23 - 3:26que mais de 90 % das crianças sobreviveu
ao primeiro ano de vida. -
3:26 - 3:29Isto é a Índia a subir, com os
primeiros dados da Índia. -
3:29 - 3:34E isto são os Estados Unidos a afastarem-se aqui,
a ganharem mais dinheiro. -
3:34 - 3:39E, brevemente, veremos a China a subir
no canto mais afastado daqui. -
3:39 - 3:41E sobe com Mao Tse-Tung a obter saúde,
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3:41 - 3:42não a ficar tão rico.
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3:42 - 3:45Ali morreu, e Deng Xiaoping traz dinheiro.
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3:45 - 3:46Move-se desta forma para aqui.
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3:47 - 3:49E as bolhas continuam a subir para aqui,
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3:49 - 3:51e isto é como o mundo se parece hoje em dia.
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3:51 - 3:57(Aplausos)
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3:57 - 4:00Vejamos os Estados Unidos.
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4:00 - 4:03Temos uma função aqui — posso dizer ao mundo:
"Fiquem onde estão!" -
4:04 - 4:07E tiro os Estados Unidos — ainda queremos ver
o pano de fundo. -
4:07 - 4:10Ponho-os ali em cima assim, e agora
vamos andar para trás. -
4:10 - 4:13E podemos ver os Estados Unidos
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4:13 - 4:16a ir para a direita da corrente principal.
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4:16 - 4:18Eles estão sempre do lado do dinheiro.
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4:19 - 4:24E em 1915, os Estados Unidos eram vizinhos da Índia —
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4:25 - 4:27a Índia actual, contemporânea.
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4:27 - 4:29E isso significa que os Estados Unidos
eram mais ricos, -
4:29 - 4:33mas perdiam mais crianças do que a
Índia perde hoje, proporcionalmente. -
4:34 - 4:37Olhem aqui — comparem com
as Filipinas de hoje. -
4:37 - 4:40As Filipinas actuais têm quase
a mesma economia -
4:41 - 4:43que os Estados Unidos durante a
Primeira Guerra Mundial. -
4:43 - 4:47Mas temos de trazer os Estados Unidos
um bocado para a frente -
4:47 - 4:50para encontrar a mesma saúde
nos Estados Unidos -
4:50 - 4:51como temos nas Filipinas.
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4:52 - 4:55Cerca de 1957, aqui, a saúde dos E.U.A.
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4:55 - 4:57é igual à das Filipinas.
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4:57 - 5:00E este é o drama deste mundo
que muitos chamam globalizado, -
5:00 - 5:03é que a Ásia, os países árabes e a América Latina
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5:03 - 5:08estão muito mais avançados em saúde, educação,
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5:08 - 5:11e recursos humanos, do que estão
economicamente. -
5:11 - 5:13Há uma discrepância no que acontece hoje
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5:13 - 5:15nos países emergentes.
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5:15 - 5:19Lá, agora, os benefícios e progressos sociais
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5:19 - 5:22adiantam-se ao progresso económico.
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5:22 - 5:28E em 1957 — os E.U.A. tinham a mesma
economia que o Chile tem hoje. -
5:29 - 5:32E quanto tempo temos para trazer os E.U.A.
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5:32 - 5:34até ao nível de saúde do Chile hoje em dia?
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5:35 - 5:40Acho que temos de ir para ali — temos 2001 ou 2002 —
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5:40 - 5:42os E.U.A. têm a mesma saúde que o Chile.
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5:42 - 5:43O Chile está a recuperar!
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5:44 - 5:46Dentro de alguns anos, o Chile pode ter
uma maior sobrevivência infantil -
5:46 - 5:48que os Estados Unidos.
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5:48 - 5:51Isto é mesmo uma mudança, que tenhamos
este desfasamento -
5:51 - 5:56de cerca de 30, 40 anos de diferença na saúde.
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5:56 - 5:58e atrás da saúde está o nível de educação.
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5:58 - 6:00E há muitas infraestruturas
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6:00 - 6:03e os recursos humanos, em geral, estão lá.
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6:03 - 6:06Agora podemos tirar isto —
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6:06 - 6:10e queria mostrar-vos a velocidade,
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6:10 - 6:13o ritmo da mudança, a rapidez
com que têm andado. -
6:13 - 6:20Voltamos a 1920, e eu quero ver o Japão.
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6:21 - 6:24E quero ver a Suécia e os E.U.A..
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6:24 - 6:26E vou fazer uma corrida aqui
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6:26 - 6:29entre este Ford amarelado aqui,
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6:29 - 6:31o Toyota vermelho ali em baixo
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6:31 - 6:33e o Volvo acastanhado.
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6:33 - 6:35(Risos)
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6:35 - 6:37E aqui vamos nós. Aqui vamos.
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6:37 - 6:40O Toyota tem um começo muito mau
aqui em baixo, como podem ver, -
6:40 - 6:43e os E.U.A. estão a desviar-se ali.
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6:43 - 6:44E o Volvo está a sair-se bem.
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6:44 - 6:46Isto é a guerra. O Toyota desviou-se
do caminho e agora -
6:46 - 6:49o Toyota aproxima-se pelo lado
saudável da Suécia -
6:49 - 6:50conseguem ver?
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6:50 - 6:51Apanharam a Suécia,
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6:51 - 6:53e são agora mais saudáveis que a Suécia.
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6:53 - 6:55Foi aqui que eu vendi o Volvo e
comprei o Toyota. -
6:55 - 6:58(Risos)
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6:58 - 7:02E agora podemos ver a enorme rapidez
com que o Japão mudou. -
7:02 - 7:04Eles apanharam-nos mesmo.
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7:04 - 7:06E isto muda gradualmente.
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7:06 - 7:09Temos de ver ao longo de gerações
para o perceber. -
7:09 - 7:14E deixem mostrar-vos a minha própria
história de família — -
7:14 - 7:16fizemos estes gráficos aqui.
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7:16 - 7:20E isto é o mesmo, dinheiro aqui em baixo,
e saúde, sabem? -
7:20 - 7:22E esta é a minha família.
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7:23 - 7:27Isto é a Suécia, 1830, quando
a minha trisavó nasceu. -
7:28 - 7:30A Suécia era como a Serra Leoa é hoje.
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7:31 - 7:34E aqui foi quando a minha
bisavó nasceu, em 1863. -
7:35 - 7:37E a Suécia era como Moçambique.
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7:37 - 7:39E aqui foi quando a minha
avó nasceu, em 1891. -
7:39 - 7:41Ela tratou de mim quando era criança,
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7:41 - 7:43por isso não estou a falar
de estatísticas agora — -
7:43 - 7:45agora é a história contada na minha família.
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7:46 - 7:47Só aí é que acredito nas estatísticas,
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7:47 - 7:50quando são estatísticas verificadas pela avó.
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7:50 - 7:53(Risos)
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7:53 - 7:56Penso que é a melhor forma de verificar
estatísticas históricas. -
7:56 - 7:57A Suécia era como o Gana.
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7:57 - 8:00É interessante ver a enorme diversidade
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8:00 - 8:02dentro da África Subsariana.
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8:03 - 8:05Disse-vos no ano passado, digo-vos outra vez,
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8:05 - 8:08a minha mãe nasceu no Egipto,
e eu — quem sou eu? -
8:08 - 8:09Eu sou o mexicano na família.
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8:10 - 8:12E a minha filha, nasceu no Chile,
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8:12 - 8:14e a minha neta nasceu em Singapura,
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8:14 - 8:16actualmente o país mais saudável
à face da Terra. -
8:16 - 8:18Ultrapassou a Suécia há cerca de
dois ou três anos, -
8:18 - 8:20com melhor sobrevivência infantil.
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8:20 - 8:21Mas eles são muito pequeninos, sabem?
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8:21 - 8:23Estão tão próximos do hospital que nunca
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8:23 - 8:24conseguiremos batê-los nestas florestas.
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8:24 - 8:27(Risos)
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8:27 - 8:28Mas, uma homenagem a Singapura.
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8:28 - 8:30Singapura é a melhor.
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8:30 - 8:34Isto também parece ser uma história muito boa.
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8:34 - 8:38Mas não é tão fácil que seja tudo uma boa história.
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8:38 - 8:41Porque tenho de vos mostrar outro dos recursos.
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8:41 - 8:46Também podemos fazer a cor
representar a variável -
8:46 - 8:47e o que vou escolher aqui?
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8:47 - 8:51Emissões de dióxido de carbono,
tonelada métrica per capita. -
8:52 - 8:57Estamos em 1962 e os E.U.A. emitiam
16 toneladas por pessoa. -
8:57 - 8:59A China emitia 0,6
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8:59 - 9:03e a Índia emitia 0,32 toneladas per capita.
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9:03 - 9:06E o que acontece quando continuamos?
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9:06 - 9:08Bem, podem ver a agradável história
de se enriquecer -
9:08 - 9:09e de se ficar mais saudável —
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9:09 - 9:14todos o fizeram à custa de emissões
de dióxido de carbono. -
9:14 - 9:17Não há ainda ninguém que não tenha feito.
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9:17 - 9:20E não temos todos os dados já actualizados
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9:20 - 9:23porque esta informação ainda é muito recente.
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9:23 - 9:25E aqui estamos, 2001.
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9:26 - 9:30E a discussão a que assisto entre
os líderes mundiais, sabem, -
9:30 - 9:34muitos dizem que o problema é que
as economias emergentes -
9:34 - 9:37estão a emitir muito dióxido de carbono.
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9:37 - 9:39O Ministro do Ambiente da Índia disse,
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9:39 - 9:42"Bem, vocês é que causaram o problema."
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9:42 - 9:45Os países da OCDE -— os países ricos —
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9:45 - 9:47foram eles que causaram a alteração climática.
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9:48 - 9:50"Mas perdoamo-vos porque não sabiam.
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9:50 - 9:53"Mas a partir de agora, calcula-se per capita.
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9:53 - 9:55"A partir de agora, calcula-se per capita.
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9:55 - 9:58"E são todos responsáveis
pelas emissões per capita." -
9:58 - 10:01Isto realmente mostra que ainda não vimos
bom crescimento económico -
10:01 - 10:03e progresso na saúde em lugar nenhum do mundo
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10:03 - 10:07sem a destruição do clima.
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10:08 - 10:10E isto é que precisa mesmo de ser mudado.
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10:11 - 10:14Fui criticado por vos mostrar uma imagem
demasiado positiva do mundo, -
10:14 - 10:16mas não acho que seja assim.
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10:16 - 10:18O mundo é um lugar confuso.
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10:18 - 10:20A isto chamamos a Rua dos Dólares.
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10:20 - 10:22Toda a gente vive nesta rua.
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10:22 - 10:25Quanto ganham aqui — o n.º da porta onde vivem —
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10:25 - 10:26é quanto ganham ao ano.
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10:26 - 10:29Esta família ganha cerca de 1 dólar por dia.
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10:30 - 10:31Subimos a rua aqui,
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10:31 - 10:35temos uma família que ganha cerca de
2 a 3 dólares por dia. -
10:35 - 10:38E vamos até aqui — temos o primeiro
jardim da rua, -
10:38 - 10:40e eles ganham entre 10 a 50 dólares.
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10:40 - 10:42E como é que eles vivem?
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10:42 - 10:45Se formos ver a cama aqui, vemos
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10:45 - 10:48que dormem num tapete no chão.
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10:48 - 10:50Isto é a linha da pobreza —
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10:50 - 10:5380 % do rendimento da família vai para
as necessidades energéticas, -
10:53 - 10:55a comida do dia.
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10:55 - 10:58Esta é de 2 a 5 dólares. Têm uma cama.
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10:58 - 11:00E aqui um quarto muito melhor,
como podem ver. -
11:01 - 11:03Dei uma aula sobre isto ao Ikea
e eles queriam ver -
11:03 - 11:05o sofá imediatamente aqui.
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11:05 - 11:07(Risos)
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11:07 - 11:11E aqui está o sofá, como aparece aqui.
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11:11 - 11:14E o mais interessante é quando damos
a volta na foto panorâmica, -
11:14 - 11:16vemos a família ainda sentada no chão aqui.
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11:16 - 11:18Apesar de haver um sofá,
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11:18 - 11:20Se virmos a cozinha, podemos ver que
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11:20 - 11:25a grande diferença para as mulheres
não é entre 1 e 10 dólares. -
11:25 - 11:27Aparece a partir daqui, onde
se podem mesmo arranjar -
11:27 - 11:30boas condições de trabalho na família.
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11:30 - 11:32E se quiserem mesmo ver a diferença,
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11:32 - 11:34olhem para a casa de banho aqui.
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11:34 - 11:36Isto pode mudar. Isto pode mudar.
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11:36 - 11:39Estas são fotografias e imagens de África,
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11:39 - 11:41e isto pode melhorar muito.
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11:42 - 11:44Podemos sair da pobreza.
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11:44 - 11:47A minha pesquisa não tem sido só em Tecnologias
de Informação nem nada que se pareça. -
11:47 - 11:50Passei 20 anos em entrevistas a
agricultores africanos -
11:50 - 11:53que estavam à beira da fome.
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11:53 - 11:55E este é o resultado da pesquisa
das necessidades dos agricultores. -
11:55 - 11:57O bom aqui é que não conseguem ver
-
11:57 - 11:59quem são os investigadores nesta foto.
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11:59 - 12:02É quando a investigação funciona
nas sociedades pobres — -
12:02 - 12:04é preciso mesmo viver com as pessoas.
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12:06 - 12:10Quando em pobreza, tudo se resume
à sobrevivência. -
12:10 - 12:12Trata-se de conseguir ter comida.
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12:12 - 12:14E estas duas jovens agricultoras,
são raparigas agora — -
12:14 - 12:18porque os pais morreram de VIH e SIDA —
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12:18 - 12:20falam com um agronómo experiente.
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12:20 - 12:24Este é um dos melhores agrónomos no Malaui,
Junatambe Jumbira, -
12:24 - 12:26e ele discute que tipo de mandioca
irão elas plantar — -
12:26 - 12:30o melhor conversor de luz solar em comida
que o Homem encontrou. -
12:30 - 12:33E elas estão muito, muito interessadas
em receber conselhos, -
12:33 - 12:36e isso para sobreviver na pobreza.
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12:36 - 12:37É um contexto.
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12:37 - 12:39Sair da pobreza.
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12:39 - 12:42As mulheres disseram-nos uma coisa:
"Dêem-nos tecnologia. -
12:42 - 12:45"Detestamos este pilão,
estarmos de pé horas e horas. -
12:45 - 12:48"Dêem-nos um moinho para moermos
a nossa farinha, -
12:48 - 12:51"e, então, poderemos pagar o resto
nós mesmas." -
12:51 - 12:54A tecnologia vai tirar-nos da pobreza,
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12:54 - 12:58mas é preciso ter um mercado
para sair da pobreza. -
12:58 - 13:01E esta mulher está muito feliz agora, a levar
os seus produtos para o mercado. -
13:01 - 13:03Mas ela está muito grata pelo investimento
público na escolarização -
13:03 - 13:06para saber contar e não ser enganada
quando vai ao mercado. -
13:06 - 13:09Ela quer que o seu menino seja saudável,
para poder ir ao mercado -
13:09 - 13:11e não ter de ficar em casa.
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13:11 - 13:14E ela quer a infraestrutura — a estrada
fica bem com um pavimento. -
13:14 - 13:16Também é bom em relação ao crédito.
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13:16 - 13:19Os micro-créditos deram-lhe
uma bicicleta, sabem? -
13:19 - 13:22E a informação dir-lhe-á quando ir
ao mercado e com que produto. -
13:22 - 13:24Podem fazer isto.
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13:24 - 13:27Na minha experiência de 20 anos
em África, vejo que -
13:27 - 13:30o que parece ser impossível é possível.
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13:30 - 13:32A África não se saiu mal.
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13:32 - 13:35Em 50 anos, eles foram de uma
situação pré-medieval -
13:35 - 13:38para uma muito decente Europa de
há 100-anos-atrás, -
13:38 - 13:41com uma nação e um estado em plenas funções.
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13:41 - 13:44Eu diria que a África Subsariana foi a
que se saiu melhor no mundo -
13:44 - 13:45nos últimos 50 anos.
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13:45 - 13:47Porque não vemos de onde eles vêm.
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13:47 - 13:50É este conceito estúpido de países
em desenvolvimento -
13:50 - 13:53que nos põe a nós, Argentina e Moçambique
juntos há 50 anos atrás, -
13:53 - 13:55e diz que Moçambique se saiu pior.
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13:56 - 13:58Temos de saber um pouco mais sobre o mundo.
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13:58 - 14:01Tenho um vizinho que conhece 200 tipos de vinho.
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14:01 - 14:02Ele sabe tudo.
-
14:02 - 14:04Ele sabe o nome da uva, da temperatura e tudo.
-
14:04 - 14:07Eu só conheço 2 tipos de vinho — tinto e branco.
-
14:07 - 14:09(Risos)
-
14:09 - 14:11Mas o meu vizinho só conhece 2 tipos de países —
-
14:11 - 14:13Industrializados e em desenvolvimento.
-
14:13 - 14:16E eu conheço 200, conheço mais a fundo.
-
14:16 - 14:17Mas vocês podem fazer isso.
-
14:17 - 14:22(Aplausos)
-
14:22 - 14:24Mas tenho de falar a sério. E como é que
ficamos mais sérios? -
14:24 - 14:26Fazemos um PowerPoint, sabem?
-
14:26 - 14:31(Risos)
-
14:31 - 14:33Homenagem ao pacote Office, não?
-
14:35 - 14:37O que é isto, o que é isto, o que estou a dizer?
-
14:37 - 14:40Estou a dizer-vos que há várias dimensões
no desenvolvimento. -
14:40 - 14:42Toda a gente quer o seu animal de estimação.
-
14:42 - 14:45Se vocês estiverem no sector empresarial,
adoram o micro-crédito. -
14:45 - 14:47Se vocês estiverem a lutar numa
organização não-governamental, -
14:47 - 14:50adoram a igualdade de género.
-
14:50 - 14:52Se forem professores, adoram a UNESCO
e por aí em diante. -
14:52 - 14:54A nível geral, temos de ter mais do que
as nossas próprias coisas. -
14:54 - 14:56Precisamos de tudo.
-
14:56 - 14:58Todas essas coisas são importantes
para o desenvolvimento, -
14:58 - 15:00especialmente quando se acabou
de sair da pobreza -
15:00 - 15:03e se devia pensar em segurança social.
-
15:03 - 15:05Agora, o que precisamos de considerar
-
15:05 - 15:08é: o que é um objectivo para o desenvolvimento,
-
15:08 - 15:09e quais os meios para o desenvolvimento?
-
15:09 - 15:12Deixem-me primeiro classificar
os meios mais importantes. -
15:13 - 15:15Crescimento económico para mim, como
professor de saúde pública, -
15:15 - 15:19é o mais importante para o desenvolvimento
-
15:19 - 15:21porque explica 80 % da sobrevivência.
-
15:22 - 15:25Governo. Ter um governo que funcione
-
15:25 - 15:29foi o que tirou a Califórnia da miséria de 1850.
-
15:29 - 15:32Foi o governo que fez a lei finalmente funcionar.
-
15:33 - 15:35A educação, os recursos humanos são importantes.
-
15:35 - 15:39A saúde é importante, mas
não tanto como um meio. -
15:39 - 15:41O ambiente é importante.
-
15:41 - 15:43Os direitos humanos também são importantes,
mas têm só uma cruz. -
15:43 - 15:46E em relação aos objectivos? Para onde vamos?
-
15:46 - 15:48Não estamos interessados no dinheiro.
-
15:48 - 15:49Dinheiro não é um objectivo.
-
15:49 - 15:52É o melhor meio, mas dou-lhe zero
como objectivo. -
15:53 - 15:56Governo, bem, é bom votar em alguma coisa,
-
15:56 - 15:58mas não é um objectivo.
-
15:58 - 16:02E ir à escola, não é um objectivo, é um meio.
-
16:02 - 16:04À saúde dou 2 pontos. Quero dizer,
é bom ser-se saudável -
16:04 - 16:06— na minha idade especialmente — podem
estar aqui, são saudáveis. -
16:06 - 16:08E isso é bom, leva 2 pontos positivos.
-
16:08 - 16:10O ambiente é muito, muito crucial.
-
16:10 - 16:12Não há nada para o neto se não pouparem.
-
16:12 - 16:14Mas onde estão os objectivos importantes?
-
16:14 - 16:16Claro, são os direitos humanos.
-
16:16 - 16:18Os direitos humanos são o objectivo,
-
16:18 - 16:21mas não um meio muito forte para alcançar
o desenvolvimento. -
16:22 - 16:26E cultura. Cultura é a coisa
mais importante, eu diria, -
16:26 - 16:28porque é isso que traz alegria à vida.
-
16:28 - 16:30É esse o valor da vida.
-
16:30 - 16:33Então o que parece ser impossível é possível.
-
16:33 - 16:35Até os países africanos podem conseguir isto.
-
16:36 - 16:42Já vos mostrei a imagem onde o que
parece ser impossível, é possível. -
16:42 - 16:46E lembrem-se, por favor, lembrem-se da
minha mensagem principal, -
16:46 - 16:49que é esta: o que parece ser
impossível, é possível. -
16:49 - 16:51Podemos ter um bom mundo.
-
16:51 - 16:54Eu mostrei-vos as fotos, provei-o em PowerPoint,
-
16:54 - 17:00e penso que também vos convenço pela cultura.
-
17:00 - 17:04(Risos)
-
17:04 - 17:05(Aplausos)
-
17:05 - 17:07Tragam-me a minha espada!
-
17:11 - 17:16Engolir espadas vem da Antiga Índia.
-
17:16 - 17:21É uma expressão cultural que
durante milhares de anos -
17:21 - 17:27inspirou os humanos a pensar
para além do óbvio. -
17:27 - 17:29(Risos)
-
17:29 - 17:34E vou agora provar-vos que o que parece
ser impossível, é possível -
17:34 - 17:37ao tirar esta peça de aço — aço maciço —
-
17:38 - 17:41esta é a baioneta do Exército sueco, de 1850,
-
17:41 - 17:43o último ano em que tivemos guerra.
-
17:44 - 17:47E é aço maciço — podemos ouvir aqui.
-
17:47 - 17:53E vou tirar esta lâmina de aço,
-
17:53 - 17:58e enfiá-la no meu corpo de sangue e carne,
-
17:58 - 18:02e provar-vos que o que parece ser
impossível, é possível. -
18:03 - 18:07Posso pedir um momento de absoluto silêncio?
-
18:18 - 18:40(Aplausos)
- Title:
- Novas perspetivas sobre a pobreza
- Speaker:
- Hans Rosling
- Description:
-
O investigador Hans Rosling usa os seus dados divertidos para mostrar como é que os países estão a sair da pobreza. Ele faz uma demonstração da Rua do Dólar, comparando lares com vários níveis de rendimento à volta do mundo. E depois, faz uma coisa realmente incrível.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:40
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for New insights on poverty | |
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