< Return to Video

Quer prever o futuro? Use os dados | Nicolás Loeff | TEDxMontevideo

  • 0:04 - 0:07
    Alguns anos atrás, uma pessoa
    de quem gosto muito
  • 0:07 - 0:10
    tinha um problema que a atormentava
    e estava inconsolável.
  • 0:12 - 0:13
    Apesar de minhas objeções,
  • 0:13 - 0:16
    ela foi ver um bruxo
    para que lesse seu futuro.
  • 0:17 - 0:18
    Por que fazemos isso?
  • 0:19 - 0:22
    Porque vivemos em um mundo
    incerto e complexo,
  • 0:22 - 0:24
    e o futuro nos preocupa.
  • 0:24 - 0:27
    Mas se fosse tão fácil prevê-lo,
  • 0:27 - 0:30
    com certeza leríamos manchetes como esta
    com mais frequência no jornal.
  • 0:33 - 0:37
    A verdade é que, como disse
    um lendário treinador de esportes:
  • 0:37 - 0:39
    "Fazer previsões é muito difícil,
  • 0:40 - 0:42
    especialmente sobre o futuro".
  • 0:46 - 0:48
    Acrescentaria que, na verdade,
    fazer previsões é fácil,
  • 0:48 - 0:50
    o difícil é acertar.
  • 0:53 - 0:56
    (Aplausos)
  • 0:58 - 1:00
    Por que estou aqui hoje?
  • 1:01 - 1:03
    Não sei ler tarô,
  • 1:03 - 1:07
    não tenho um 0800 que podem ligar
    para saber quando encontrarão seu amor,
  • 1:07 - 1:10
    mas me dedico a prever o futuro.
  • 1:10 - 1:12
    Bem, nem tanto.
  • 1:12 - 1:15
    Desenvolvo algoritmos que fazem previsões.
  • 1:17 - 1:20
    Como um nerd como eu foi se meter
    com esse tipo de problema?
  • 1:21 - 1:25
    Sou engenheiro com doutorado
    em inteligência artificial.
  • 1:27 - 1:30
    Sempre me fascinou como o cérebro
    consegue resolver facilmente
  • 1:30 - 1:33
    problemas que são impossíveis
    para os computadores.
  • 1:34 - 1:37
    Temos que programar os computadores,
    mas o cérebro aprende.
  • 1:38 - 1:42
    Por isso me dediquei a como fazer
    os computadores aprenderem sozinhos
  • 1:43 - 1:45
    com base em sua experiência
    e em muitos dados.
  • 1:47 - 1:51
    Vivemos em um mundo onde
    os trabalhos são superespecializados,
  • 1:51 - 1:54
    mas a tecnologia pode ser aplicada
    a quase todos os aspectos de nossas vidas.
  • 1:55 - 1:58
    Tive a sorte de trabalhar em muitos
    problemas com meus colegas.
  • 1:59 - 2:02
    Por exemplo, ajudando médicos
    com as arritmias dos pacientes,
  • 2:03 - 2:06
    colaborando com agrônomos para melhorar
    o rendimento de suas colheitas,
  • 2:07 - 2:10
    e projetando algoritmos que fazem
    transações automaticamente,
  • 2:10 - 2:11
    sem supervisão humana,
  • 2:11 - 2:14
    prevendo movimentos
    em mercados financeiros
  • 2:14 - 2:17
    como Nova Iorque, Londres ou Tóquio.
  • 2:17 - 2:20
    Uma coisa que aprendi
    durante todos esses anos
  • 2:20 - 2:23
    é que os dados têm um poder
    quase especial para descrever o mundo.
  • 2:24 - 2:27
    Mas para entender isso,
    voltemos ao início.
  • 2:28 - 2:31
    Por que é tão difícil fazer previsões?
  • 2:32 - 2:34
    Algumas previsões são
    mais simples que outras.
  • 2:35 - 2:37
    Durante milênios, os eclipses solares
  • 2:37 - 2:40
    maravilharam e assustaram
    todas as civilizações.
  • 2:41 - 2:44
    Os feiticeiros e adivinhos
    tentavam desesperadamente
  • 2:44 - 2:47
    interpretar as intenções dos deuses
    todas as vezes que ocorriam.
  • 2:49 - 2:52
    Em 1715, Edmund Halley,
  • 2:52 - 2:55
    que talvez se lembrem por causa
    do cometa famoso de mesmo nome,
  • 2:55 - 2:58
    usou as equações de Newton
    para prever, não somente quando,
  • 2:58 - 3:01
    mas também onde aconteceria
    o próximo eclipse.
  • 3:02 - 3:05
    Hoje em dia ninguém pensa que haja
    algo sobrenatural nos eclipses.
  • 3:05 - 3:09
    Infelizmente, a sociedade
    é um sistema tão complexo
  • 3:09 - 3:12
    que não pode ser explicado por equações
    simples como se faz na física.
  • 3:12 - 3:13
    "Simples."
  • 3:14 - 3:17
    Mas existe algo que pode explicar
    o comportamento humano
  • 3:17 - 3:19
    mesmo quando as equações falham:
  • 3:20 - 3:21
    os dados.
  • 3:21 - 3:24
    Por que só agora nos damos conta
    de que os dados são tão poderosos?
  • 3:25 - 3:27
    Porque estamos numa tempestade perfeita.
  • 3:28 - 3:32
    Por um lado, há um crescimento
    exponencial da quantidade de dados.
  • 3:33 - 3:36
    Imaginem que este gráfico representa
  • 3:36 - 3:38
    a totalidade dos dados gerados
    pela humanidade
  • 3:38 - 3:40
    desde o começo da civilização.
  • 3:41 - 3:45
    A IBM estima que esta é a fração
    gerada somente nos últimos 700 dias.
  • 3:46 - 3:49
    Não a verde; a azul.
  • 3:51 - 3:52
    Por outro lado, por sorte,
  • 3:52 - 3:56
    nossa capacidade de processar estes dados
    também cresce exponencialmente.
  • 3:56 - 3:59
    O telefone que carrego em meu bolso
    é mais de 50 vezes mais rápido
  • 3:59 - 4:03
    que o modelo original,
    lançado somente sete anos atrás.
  • 4:04 - 4:06
    Para que tenham uma ideia
    da velocidade disso,
  • 4:06 - 4:10
    se os carros tivessem avançado
    tanto no últimos sete anos,
  • 4:11 - 4:15
    hoje poderíamos dar uma volta ao mundo
    de carro em umas cinco horas.
  • 4:15 - 4:17
    E isso sem ter de encher o tanque.
  • 4:18 - 4:20
    Hoje em dia tudo é dado.
  • 4:20 - 4:22
    Um tuíte é um dado.
  • 4:22 - 4:24
    Um "like" no Facebook é um dado.
  • 4:25 - 4:28
    Seu celular se localiza no GPS: um dado.
  • 4:28 - 4:31
    Escolher um filme para ver
    no Netflix: outro dado.
  • 4:32 - 4:35
    Esta avalanche de dados não significa
    que tenhamos mais conhecimento.
  • 4:37 - 4:38
    Assim como o petróleo,
  • 4:38 - 4:41
    os dados que extraímos são crus,
  • 4:41 - 4:44
    e só depois de refinados
    através de algoritmos
  • 4:44 - 4:46
    se convertem em algo realmente valioso.
  • 4:48 - 4:50
    Vejamos um exemplo simples disso.
  • 4:51 - 4:54
    Como o telefone prevê a próxima
    palavra que você vai escrever.
  • 4:56 - 4:57
    Se quero escrever:
  • 4:58 - 5:03
    "O futuro é incerto"...
  • 5:05 - 5:07
    Deveria ter aparecido aí, desculpe.
  • 5:08 - 5:11
    O celular antecipa minhas palavras.
  • 5:14 - 5:17
    Obviamente o celular não sabe
    que estamos falando de TED...
  • 5:18 - 5:19
    do futuro no TED.
  • 5:21 - 5:23
    Nem lê minha mente.
  • 5:23 - 5:25
    Simplesmente, quando o projetaram,
    usaram muitos dados.
  • 5:29 - 5:33
    Quando alguém tem uma quantidade enorme,
    milhões de documentos em castelhano,
  • 5:35 - 5:38
    antecipar qual é a próxima palavra
    que você vai escrever
  • 5:39 - 5:40
    não é tão difícil.
  • 5:40 - 5:44
    Pode-se ver que depois
    de escrever "o futuro é",
  • 5:44 - 5:47
    as pessoas continuam com palavras
    como "incerto" ou "nosso".
  • 5:47 - 5:51
    O telefone simplesmente faz isso
    para todas as combinações de palavras.
  • 5:52 - 5:57
    Além disso, à medida que o usamos,
    ele aprende nosso estilo de escrever.
  • 5:59 - 6:02
    Posso usar este princípio simples
    para coisas muito mais interessantes.
  • 6:03 - 6:07
    A Amazon, a gigante de vendas online,
    faz algo similar para prever
  • 6:07 - 6:10
    quais produtos vão nos agradar
    e quais não vão.
  • 6:11 - 6:14
    Se temos muitos dados sobre
    centenas de milhões de clientes,
  • 6:14 - 6:16
    como tem a Amazon,
  • 6:16 - 6:19
    prever qual é o próximo
    produto que vamos comprar
  • 6:19 - 6:22
    não é tão diferente de prever
    a próxima palavra que vamos escrever.
  • 6:23 - 6:27
    E mais, a Amazon tem tanta certeza
    das suas previsões sobre nossos gostos,
  • 6:27 - 6:29
    que recentemente patenteou um sistema
  • 6:29 - 6:34
    no qual, antes que façamos uma compra,
    ele envia o produto à nossa casa.
  • 6:35 - 6:36
    (Risos)
  • 6:36 - 6:39
    Se recebemos e dizemos
    que não queríamos comprar,
  • 6:39 - 6:41
    a compra pode até sair de graça.
  • 6:42 - 6:44
    Já sei o que estão pensando.
  • 6:44 - 6:46
    A Amazon não vai lançar esse serviço aqui.
  • 6:47 - 6:48
    (Risos)
  • 6:49 - 6:52
    De repente percebemos que há
    muitos problemas parecidos com esse.
  • 6:54 - 6:56
    Pode ser que não haja
    uma fórmula para o amor,
  • 6:56 - 6:58
    mas existem dados.
  • 6:58 - 7:01
    As empresas de encontros online
  • 7:01 - 7:03
    estão usando algoritmos
    para melhorar suas previsões
  • 7:03 - 7:05
    sobre onde encontrar o amor.
  • 7:06 - 7:08
    Explorando os dados
    de milhões de usuários,
  • 7:09 - 7:12
    um desses sites encontrou relações
    verdadeiramente surpreendentes.
  • 7:13 - 7:15
    Por exemplo, vou extrair um dado.
  • 7:16 - 7:18
    Se você for um homem heterossexual
  • 7:18 - 7:21
    e estiver procurando ter relações
    no primeiro encontro,
  • 7:22 - 7:25
    sabem qual é a melhor pergunta
    que podem fazer a ela?
  • 7:27 - 7:30
    É: "Você gosta de cerveja?"
  • 7:30 - 7:33
    Se a resposta for "Sim",
    há 60% mais de chance
  • 7:33 - 7:36
    de que ela não veja problemas
    em ter relações no primeiro encontro.
  • 7:36 - 7:38
    (Risos)
  • 7:39 - 7:43
    Se você for mulher e quiser ter
    relações sexuais no primeiro encontro
  • 7:43 - 7:45
    pode fazer a mesma
    pergunta porque funciona.
  • 7:45 - 7:47
    Na verdade, não importa a pergunta,
  • 7:47 - 7:50
    a maioria dos homens vão querer
    ter relações no primeiro encontro.
  • 7:50 - 7:53
    (Aplausos)
  • 7:59 - 8:01
    Essa não é a única relação interessante.
  • 8:01 - 8:03
    Outra que chama a atenção é:
  • 8:03 - 8:05
    qual é a idade mais atraente
    para uma pessoa?
  • 8:06 - 8:09
    Se você for uma mulher de uns 20 anos,
  • 8:09 - 8:15
    em média, os homens mais atraentes
    para você têm uns 22 anos.
  • 8:16 - 8:17
    Para uma mulher de 30,
  • 8:17 - 8:20
    em média, os homens mais atraentes
    têm a mesma idade que ela.
  • 8:21 - 8:22
    Para uma mulher de 50,
  • 8:23 - 8:26
    os homens mais atraentes
    têm, em média, 46.
  • 8:27 - 8:29
    Para os homens, as coisas
    começam bem parecidas.
  • 8:30 - 8:31
    Para um homem de 20 anos,
  • 8:31 - 8:35
    em média, as mulheres
    mais atraentes têm 20 anos.
  • 8:36 - 8:40
    Para um homem de 30, as mulheres
    mais atraentes têm 20 anos.
  • 8:40 - 8:44
    Para um homem de 40,
    as mais atraentes têm 20 anos.
  • 8:44 - 8:47
    (Aplausos)
  • 8:51 - 8:52
    E para os de 50,
  • 8:52 - 8:55
    em média, as mais atraentes têm 22.
  • 8:55 - 8:56
    (Risos)
  • 8:57 - 9:00
    Além destas estatísticas curiosas,
  • 9:00 - 9:03
    os algoritmos estão aprendendo
    algo importante com nossos dados.
  • 9:04 - 9:07
    Um estudo publicado recentemente
    mostrou que nos EUA,
  • 9:07 - 9:11
    um terço dos casamentos
    recentes começaram na web.
  • 9:12 - 9:15
    E tanto a taxa de divórcios
    como a insatisfação dos casais
  • 9:15 - 9:18
    são menores nos casais
    que se conheceram na web
  • 9:18 - 9:20
    do que nos que se conheceram
    de outras formas.
  • 9:22 - 9:25
    Encontrar sua outra metade não é simples,
  • 9:25 - 9:27
    e nem sempre é a pessoa que você esperava.
  • 9:27 - 9:29
    O melhor exemplo disso
  • 9:30 - 9:34
    é o asmático e a fumante
    que se conheceram através do match.com.
  • 9:34 - 9:38
    Parecia que não tinham nada
    em comum, no entanto, vão se casar.
  • 9:39 - 9:41
    Quem teria previsto
    que seriam um bom casal?
  • 9:42 - 9:43
    Um algoritmo.
  • 9:45 - 9:47
    (Risos)
  • 9:48 - 9:50
    Provavelmente como muitos de vocês,
  • 9:50 - 9:51
    eu também não ouço rádio.
  • 9:52 - 9:53
    Por quê?
  • 9:53 - 9:56
    Porque não há nenhuma estação de rádio
    que só toque músicas que eu gosto.
  • 9:57 - 9:59
    O que escuto são serviços
    online como o Spotify,
  • 10:00 - 10:04
    que usam algoritmos para prever
    se uma música vai me agradar ou não.
  • 10:05 - 10:07
    Desta forma montam
    um programa personalizado,
  • 10:09 - 10:11
    que toca somente músicas que gosto.
  • 10:12 - 10:14
    Pode ser que cada um de nós seja único,
  • 10:14 - 10:16
    mas existem bilhões de pessoas neste mundo
  • 10:16 - 10:19
    e muitas têm gostos parecidos aos nossos.
  • 10:21 - 10:23
    Com dados suficientes posso aprender
  • 10:23 - 10:26
    se uma música vai agradar ou não
    antes que alguém a ouça.
  • 10:29 - 10:33
    Sabem o que é igual a uma estação de rádio
    que toca músicas que não gostamos?
  • 10:34 - 10:35
    A educação.
  • 10:36 - 10:40
    Os planos de estudo,
    assim como as estações de rádio,
  • 10:40 - 10:43
    assumem que todos temos
    os mesmos interesses e habilidades.
  • 10:44 - 10:46
    Uma escola em Nova Iorque
    está usando algoritmos
  • 10:46 - 10:50
    para prever se uma aula será
    fácil ou difícil para um estudante.
  • 10:51 - 10:53
    Desta forma, se monta
    um programa personalizado,
  • 10:54 - 10:57
    um currículo adaptado
    às necessidades de cada criança.
  • 10:58 - 11:02
    Isso resultou, por exemplo,
    em aumentos de até 50%
  • 11:02 - 11:06
    nos resultados de matemática
    comparado às médias nacionais.
  • 11:08 - 11:11
    No Uruguai damos um notebook
    a cada criança através do programa Ceibal.
  • 11:12 - 11:15
    O que vamos fazer com todos
    esses dados que estamos gerando?
  • 11:17 - 11:21
    De repente nos damos conta
    de que num futuro próximo
  • 11:21 - 11:24
    isso vai se estender a quase
    todos os aspectos de nossas vidas,
  • 11:24 - 11:26
    levando inteligência e personalização
  • 11:26 - 11:28
    a um nível muito difícil
    de imaginar agora.
  • 11:31 - 11:34
    Nossos assistentes eletrônicos
    vão nos conhecer intimamente.
  • 11:34 - 11:37
    Vão saber nossos gostos e onde estamos,
  • 11:37 - 11:41
    e vão nos fazer recomendações de quais
    livros ler ou quais lugares visitar.
  • 11:42 - 11:46
    Vão antecipar nossas necessidades
    e aumentar nossa produtividade
  • 11:46 - 11:49
    a tal ponto, que vamos nos perguntar
    como vivíamos antes sem eles.
  • 11:49 - 11:52
    Da mesma forma que hoje nos perguntamos
  • 11:52 - 11:54
    como podíamos viver sem nossos celulares.
  • 11:54 - 11:58
    Claro que para fazer tudo isso,
    os algoritmos precisam de muitos dados.
  • 11:59 - 12:02
    Por isso todas as grandes empresas
    como Google ou Facebook
  • 12:02 - 12:05
    coletam todos os dados
    que podem sobre vocês.
  • 12:06 - 12:09
    O Facebook, por exemplo,
    conhece vocês tão bem
  • 12:09 - 12:13
    que um estudo publicado recentemente
    pela Academia de Ciências dos EUA
  • 12:13 - 12:16
    mostrou que depois
    de clicar em dez "likes",
  • 12:17 - 12:21
    um algoritmo pode prever
    aspectos da sua personalidade
  • 12:21 - 12:22
    melhor que um colega de trabalho.
  • 12:24 - 12:28
    Depois de uns 70, melhor que seus amigos.
  • 12:28 - 12:32
    Depois de 150, melhor que sua mãe.
  • 12:33 - 12:38
    Depois de uns 300, melhor que seu cônjuge.
  • 12:39 - 12:42
    Para que tenham uma ideia
    do quanto eles conhecem vocês,
  • 12:42 - 12:44
    vou mostrar outra estatística.
  • 12:44 - 12:48
    Cada um de vocês tem
    uns 230 "likes" no Facebook.
  • 12:48 - 12:50
    E este número só está aumentando.
  • 12:54 - 12:57
    Mas esses algoritmos não podem prever
    só aspectos da sua personalidade.
  • 12:57 - 13:01
    Além da educação, outro problema
    que preocupa a nós, uruguaios
  • 13:01 - 13:02
    é a segurança.
  • 13:03 - 13:07
    Em "Minority Report", a polícia do futuro
    acaba com os assassinatos
  • 13:07 - 13:10
    prendendo os criminosos
    antes que cometam o delito.
  • 13:12 - 13:13
    Com certeza o Philip Dick,
  • 13:13 - 13:16
    autor do romance que inspirou o filme,
  • 13:16 - 13:19
    nunca imaginou que haveria
    um pouquinho de ciência nessa ficção.
  • 13:21 - 13:25
    Como dizia Mark Twain:
    "A história não se repete, mas rima".
  • 13:26 - 13:28
    Os criminosos seguem padrões,
  • 13:28 - 13:31
    e os algoritmos podem analisar
    esses padrões nos dados
  • 13:32 - 13:35
    e estimar onde é provável
    que ocorra um novo delito.
  • 13:35 - 13:39
    Armada com esta informação,
    a polícia pode enviar patrulheiros
  • 13:39 - 13:42
    para as áreas onde é possível
    que os criminosos estejam agindo.
  • 13:43 - 13:45
    Claro que estas previsões não são tão boas
  • 13:45 - 13:47
    como as dos videntes de "Minority Report".
  • 13:47 - 13:49
    Mas esses algoritmos existem sim.
  • 13:50 - 13:54
    Resultados preliminares de várias
    cidades dos EUA e da Europa
  • 13:54 - 13:56
    mostram resultados realmente alentadores.
  • 13:56 - 14:00
    Ainda que seja muito cedo para saber
    quanto podem reduzir o número de crimes.
  • 14:03 - 14:05
    Parece que não sobrou nenhum
    canto da experiência humana
  • 14:05 - 14:08
    que tenha escapado do poder
    preditivo dos algoritmos.
  • 14:08 - 14:11
    Um grupo de investigadores da Microsoft
  • 14:11 - 14:13
    usou os algoritmos
    para prever corretamente
  • 14:13 - 14:16
    20 das 24 categorias do Oscar deste ano.
  • 14:16 - 14:19
    Incluindo todas as categorias principais
  • 14:19 - 14:22
    como melhor filme, melhor diretor,
    atores principais e coadjuvantes.
  • 14:23 - 14:26
    Nas quatro categorias que erraram
  • 14:26 - 14:28
    ganhou a sua segunda opção.
  • 14:28 - 14:29
    Não foi coincidência.
  • 14:29 - 14:31
    No ano anterior,
  • 14:31 - 14:34
    previram corretamente
    21 das 24 categorias.
  • 14:34 - 14:36
    No ano anterior a esse, 19.
  • 14:38 - 14:41
    E não podem prever só o resultado
    das competições artísticas.
  • 14:41 - 14:43
    O mesmo grupo da Microsoft
  • 14:43 - 14:46
    usou algoritmos para prever corretamente
  • 14:46 - 14:48
    o resultado de todos os jogos
    da fase eliminatória
  • 14:48 - 14:49
    do mundial no Brasil em 2014.
  • 14:50 - 14:53
    E não usaram polvos
    nem outros animais videntes.
  • 14:53 - 14:54
    (Risos)
  • 14:56 - 14:59
    Tudo isto quer dizer que o futuro
    deixou de ser incerto?
  • 15:00 - 15:01
    Que nada.
  • 15:01 - 15:04
    Ainda é muito fácil errar
    quando se fazem previsões.
  • 15:05 - 15:09
    Mas quanto mais e melhores forem
    os dados, menores serão as incertezas.
  • 15:10 - 15:13
    Existem alguns problemas
    que entendemos muito bem.
  • 15:13 - 15:15
    Existem outros, como mercados financeiros,
  • 15:15 - 15:18
    onde somos simplesmente
    um pouco melhores que o acaso.
  • 15:19 - 15:23
    E infelizmente, existem muitos outros,
    como terremotos ou epidemias,
  • 15:23 - 15:25
    nos quais avançamos muito pouco.
  • 15:26 - 15:29
    Mas estamos vivendo uma época maravilhosa.
  • 15:29 - 15:32
    A inteligência artificial finalmente
    está começando a cumprir sua promessa.
  • 15:33 - 15:36
    Hoje em dia, pode-se ligar
    para alguém na China via Skype
  • 15:36 - 15:39
    e falar, você em castelhano,
    e ele em mandarim,
  • 15:39 - 15:42
    e o Skype traduz automaticamente.
  • 15:42 - 15:45
    Pode-se entrar num carro
    do Google e falar para onde quer ir
  • 15:45 - 15:47
    e o carro leva você até lá.
  • 15:47 - 15:49
    Isto é ciência, não é ficção.
  • 15:50 - 15:52
    Mas há dez anos isso parecia impossível.
  • 15:53 - 15:55
    Esta área avança tão rápido
  • 15:55 - 15:58
    que até para nós, que trabalhamos nisto,
    nos surpreendemos todo o tempo.
  • 16:00 - 16:02
    Prever o futuro é importante
  • 16:02 - 16:07
    não para satisfazer essa necessidade
    tão humana de saber o que vai acontecer,
  • 16:08 - 16:10
    mas pelo poder quase mágico de mudá-lo.
  • 16:11 - 16:13
    Sou só um nerd com um computador,
  • 16:13 - 16:15
    mas esse é o nosso superpoder.
  • 16:16 - 16:20
    Não somos o Batman,
    mas podemos acabar com os crimes.
  • 16:20 - 16:21
    Não somos o Doutor House,
  • 16:21 - 16:25
    mas podemos prevenir
    doenças antes que surjam.
  • 16:25 - 16:29
    Apesar dos problemas
    que essa tecnologia possa trazer,
  • 16:29 - 16:32
    como a falta de privacidade,
    ou um possível desemprego,
  • 16:33 - 16:35
    o potencial que tem
    para melhorar nossas vidas
  • 16:35 - 16:37
    está limitado somente à nossa imaginação.
  • 16:39 - 16:41
    Ajudar a prevenir suicídios,
  • 16:41 - 16:43
    a melhorar o tráfego,
  • 16:43 - 16:46
    a acabar com epidemias, a melhorar
    a produtividade de nossas colheitas
  • 16:46 - 16:49
    é só a ponta do iceberg
    do que é possível fazer.
  • 16:51 - 16:54
    Gostemos ou não,
    essa tecnologia chegou para ficar.
  • 16:54 - 16:58
    Mas, para que o impacto seja positivo,
    somente depende de como escolhemos usá-la.
  • 16:58 - 17:00
    Muito obrigado.
  • 17:00 - 17:03
    (Aplausos)
Title:
Quer prever o futuro? Use os dados | Nicolás Loeff | TEDxMontevideo
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

Admitamos, adoramos previsões. Mas nosso apetite por conhecer o futuro somente é comparável aos nossos imensos fracassos em prevê-lo. Recentemente, novos algoritmos que processam grandes quantidades de dados revolucionaram nossa habilidade de modelar o mundo. Passaram de curiosidades científicas a ferramentas imprescindíveis que mudaram indústrias inteiras em pouco tempo. Assim, os algoritmos preveem que vamos comprar antes de fazê-lo, que ocorrerá um crime antes que aconteça, e conhecem aspectos de nossa personalidade melhor até que nossos parceiros. Estes algoritmos terão um enorme impacto em nossas vidas em um futuro próximo.

Nicolás ensina computadores a prever o futuro usando algoritmos e grandes quantidades de dados. Nicolás tem PhD em engenharia, é pesquisador, foi docente universitário e empreendedor. Depois de vários anos morando nos Estados Unidos, voltou ao Uruguai há um ano; atualmente, projeta algoritmos preditivos usados em diversos problemas do mercado financeiro em Nova York e Tóquio.

more » « less
Video Language:
Spanish
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:16

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions