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O brilho da bioluminescência — Leslie Kenna

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    Imaginem um local tão escuro
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    que não vemos a ponta do nariz.
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    De olhos abertos ou fechados, é igual
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    porque o sol ali nunca brilha.
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    À distância, vemos uma luz.
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    Quando nos aproximamos para investigar,
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    somos envolvidos numa luz azul.
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    "Podia observar isto eternamente",
    pensamos.
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    Mas não podemos
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    porque aparece a boca
    aberta de um xarroco
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    que nos engole vivos.
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    Somos uma das muitas criaturas
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    no fundo do oceano
    que aprendem, tarde demais,
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    a apreciar o poder da bioluminescência.
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    A bioluminescência é a capacidade
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    de alguns seres vivos criarem luz.
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    O corpo humano produz coisas
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    como cera dos ouvidos e unhas dos pés
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    mas estes organismos
    conseguem transformar
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    partes do corpo em bastões luminosos.
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    É como se a Natureza
    os dotasse para festas.
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    Porquê?
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    Desta ou daquela forma,
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    a bioluminescência melhora as hipóteses
    de sobrevivência de um ser vivo.
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    Reparem no pirilampo.
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    A sua capacidade de brilhar verde
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    ajuda-o a atrair um parceiro
    numa noite quente de verão,
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    mas é apenas um dos muitos
    seres vivos que brilham.
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    O Phrixothrix hirtus
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    pode iluminar o corpo com duas cores:
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    vermelho e verde.
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    Comeriam uma coisa que parece
    uma pista de aviação?
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    Nenhum predador sensato o faria.
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    As luzes cintilantes
    mantêm-no em segurança.
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    Depois, há o camarão de profundidade,
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    o Acantherphyra purpurea,
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    Quando se sente ameaçado,
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    cospe uma nuvem de goma
    luminosa pela boca.
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    Quem não foge na direção oposta
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    quando isto acaba de ser vomitado?
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    Mais, aquele vomitado atrai
    predadores maiores
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    que querem comer
    o inimigo do camarão.
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    Então e os que não
    têm bioluminescência?
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    Não há problema!
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    Há outras formas de os seres vivos
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    porem a bioluminescência ao seu serviço,
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    mesmo que não tenham nascido
    com o equipamento para brilhar.
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    Vamos voltar ao xarroco
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    momentos antes de ter tentado comer-nos.
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    Aquele engodo luminoso
    no topo da cabeça?
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    Provém de uma bolsa de pele
    chamada esca.
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    A esca contém bactérias bioluminescentes.
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    O xarroco não brilha por si próprio,
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    em vez disso, tem um saco
    de bactérias brilhantes.
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    Lembram-se do pirilampo?
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    Esse brilha por si mesmo.
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    Dentro da sua lanterna
    há dois químicos,
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    uma luciferina e uma luciferase.
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    Quando a luciferase e a luciferina
    do pirilampo se misturam
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    na presença do oxigénio,
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    e alimentam a célula, chamada ATP,
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    a reação química
    liberta energia sob a forma de luz.
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    Quando os cientistas perceberam
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    como o pirilampo cria
    a luciferase e a luciferina,
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    usaram a engenharia genética
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    para fazer com que esta reação
    que produz luz
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    ocorra no interior de outros
    seres vivos que não brilham.
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    Por exemplo, inseriram os genes,
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    ou seja, as instruções, numa célula
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    para criarem luciferase e luciferina
    de pirilampo numa planta do tabaco.
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    A planta do tabaco seguiu as instruções,
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    inseridas no seu ADN
    e iluminou-se como uma árvore de Natal.
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    A beleza da bioluminescência,
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    ao contrário da luz do sol
    ou de uma lâmpada incandescente,
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    é que não é quente.
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    Ocorre num intervalo de temperaturas
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    que não queima um ser vivo.
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    Ao contrário de um bastão fluorescente,
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    que se apaga quando
    os químicos lá dentro se vão gastando,
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    as reações bioluminescentes
    usam recursos recarregáveis.
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    É uma das razões por que os engenheiros
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    estão a tentar desenvolver
    árvores bioluminescentes.
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    Pensem só, se as plantarmos
    dos lados das autoestradas,
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    podem iluminar a via,
    gastando apenas oxigénio
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    e outros recursos disponíveis
    e limpos para funcionarem.
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    Falemos de vantagens de sobrevivência!
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    Isto pode ajudar o nosso planeta
    a viver mais tempo.
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    Será que encontram outras formas
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    de dar um bom uso à bioluminescência?
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    O bastão fluorescente
    que agitamos numa festa
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    pode ajudar-nos a encontrar um parceiro,
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    mas o que pode fazer a bioluminescência
    para a nossa sobrevivência?
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    Se começarem a pensar nisso,
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    é porque viram a luz.
Title:
O brilho da bioluminescência — Leslie Kenna
Speaker:
Leslie Kenna
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/the-brilliance-of-bioluminescence-leslie-kenna

Há animais sortudos dotados de bioluminescência natural, ou seja, a capacidade de criar luz. O pirilampo, o xarroco e algumas criaturas surpreendentes usam esta capacidade de muitas formas, incluindo a sobrevivência, a caça e o acasalamento. Leslie Kenna investiga este brilho mágico e a nossa procura em repeti-lo.

Lição de Leslie Kenna, animação de Cinematic Sweden.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:09
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The brilliance of bioluminescence
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The brilliance of bioluminescence
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for The brilliance of bioluminescence
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for The brilliance of bioluminescence
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The brilliance of bioluminescence
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The brilliance of bioluminescence

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