O poder da vulnerabilidade | Brené Brown | TedxHouston
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0:04 - 0:05Vou começar com isso.
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0:05 - 0:06Alguns anos atrás,
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0:06 - 0:10uma organizadora de eventos me ligou
porque eu ia dar uma palestra num evento, -
0:10 - 0:14e ela disse: "Estou tendo dificuldade
pra escrever sobre você no folheto". -
0:14 - 0:17Perguntei: "Qual é a dificuldade?"
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0:17 - 0:21Ela disse: "Vi você dando uma palestra,
e direi que você é pesquisadora, -
0:21 - 0:23mas receio que, se disser isso,
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0:23 - 0:26ninguém virá, pois pensarão
que é chata e irrelevante". -
0:26 - 0:28(Risos)
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0:28 - 0:29Pensei: "Tudo bem!"
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0:29 - 0:33E ela: "Mas gostei da sua palestra
porque você conta histórias, -
0:33 - 0:37então vou dizer que você
é contadora de histórias". -
0:37 - 0:42E claro que meu lado acadêmico e inseguro
pensou: "Vai dizer que sou o quê?" -
0:42 - 0:45E ela: "Vou dizer que você
é contadora de histórias". -
0:45 - 0:47E pensei: "Por que não 'fada mágica'?"
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0:47 - 0:49(Risos)
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0:50 - 0:53Eu disse: "Deixe-me pensar
sobre isso um segundo". -
0:53 - 0:56E assim, tentei buscar
minha coragem mais profunda -
0:57 - 1:00e pensei: "Eu sou contadora de histórias.
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1:00 - 1:03Sou pesquisadora qualitativa;
eu coleciono histórias, é o que faço. -
1:03 - 1:06Talvez histórias sejam apenas
dados com uma alma, -
1:06 - 1:09e talvez eu seja apenas
uma contadora de histórias". -
1:09 - 1:10Eu disse: "Quer saber?
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1:10 - 1:14Por que não diz apenas que sou
contadora de histórias pesquisadora?" -
1:14 - 1:17E ela riu e disse: "Isso não existe!"
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1:17 - 1:18(Risos)
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1:18 - 1:22Então sou contadora de histórias
pesquisadora, e falarei com vocês hoje, -
1:22 - 1:25sobre expansão de percepção,
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1:25 - 1:27então quero falar com vocês
e contar umas histórias -
1:27 - 1:29sobre parte da minha pesquisa
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1:29 - 1:32que expandiu fundamentalmente
a minha percepção -
1:32 - 1:37e realmente mudou o modo que vivo,
amo, trabalho e sou mãe. -
1:37 - 1:40E é aqui que minha história começa.
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1:40 - 1:43Quando era uma jovem pesquisadora,
estudante de doutorado, -
1:43 - 1:45no meu primeiro ano tive
um professor de pesquisas -
1:45 - 1:49que num de seus primeiros dias
de aula nos disse: -
1:49 - 1:53"É o seguinte: se você não pode
medir algo, ele não existe". -
1:54 - 1:57Achei que ele estava
me passando uma cantada. -
1:57 - 2:00Eu disse: "Sério?"
E ele respondeu: "Com certeza". -
2:00 - 2:03Então vocês precisam entender que tenho
bacharelado em Assistência Social, -
2:03 - 2:06além de mestrado e estava fazendo
meu doutorado em Assistência Social. -
2:06 - 2:09Toda a minha carreira acadêmica
era cercada por pessoas -
2:09 - 2:14que acreditavam em:
"A vida é uma bagunça, ame-a". -
2:14 - 2:18Eu sou mais do tipo:
"A vida é uma bagunça, limpe-a, -
2:18 - 2:19(Risos)
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2:19 - 2:22organize-a, e coloque-a numa caixinha".
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2:22 - 2:24(Risos)
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2:24 - 2:30E pensar que havia encontrado meu caminho,
para fundar uma carreira que me leva... -
2:30 - 2:32um dos grandes ditados
na assistência social -
2:32 - 2:36é: "Apoie-se no desconforto do trabalho",
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2:36 - 2:39e eu pensava: "Golpeie
a cabeça do desconforto, -
2:39 - 2:42mande-o embora e consiga tudo.
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2:42 - 2:44Esse era o meu mantra.
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2:44 - 2:46Eu fiquei muito animada com isso,
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2:46 - 2:49e achei que era a carreira pra mim,
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2:49 - 2:51porque sou interessada
em alguns tópicos confusos -
2:51 - 2:54mas quero ser capaz de torná-los fáceis.
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2:54 - 2:56Quero compreendê-los.
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2:56 - 2:59Quero invadir essas coisas
que eu sei que são importantes -
2:59 - 3:02e revelar o código
para que todos possam ver. -
3:03 - 3:06Então eu comecei com conexão,
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3:06 - 3:10porque quando você é
assistente social por dez anos, -
3:10 - 3:14você percebe que estamos aqui
por causa da conexão. -
3:14 - 3:17É isso que dá propósito
e significado a nossas vidas. -
3:18 - 3:19Isto é o que tem a ver.
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3:19 - 3:23Não importa se você fala com pessoas
que trabalham com justiça social, -
3:23 - 3:25saúde mental, abuso e negligência.
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3:25 - 3:29O que sabemos é que a conexão,
a capacidade de se sentir conectado -
3:29 - 3:32é como estamos conectados
neurobiologicamente, -
3:32 - 3:34é por isso que estamos aqui.
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3:34 - 3:37Então pensei: "Quer saber?
Vou começar com conexão". -
3:38 - 3:42Conhecem a situação na qual vocês
são avaliados pela sua chefe? -
3:42 - 3:45Ela te fala sobre 37 coisas
que você é realmente iincrível -
3:45 - 3:48e uma coisa na qual você tem
uma "oportunidade de crescimento"? -
3:48 - 3:49(Risos)
-
3:50 - 3:53Você só consegue pensar nessa
"oportunidade de crescimento", certo? -
3:53 - 3:56Bem, aparentemente,
meu trabalho foi assim, também, -
3:56 - 4:01pois quando você pergunta às pessoas
sobre o amor, elas falam sobre sofrimento. -
4:01 - 4:04Quando você pergunta sobre a pertença,
-
4:04 - 4:08elas falarão sobre suas experiências
mais dolorosas sobre serem excluídas. -
4:08 - 4:10E quando você pergunta
a elas sobre conexão, -
4:10 - 4:13as histórias que me contaram
foram sobre a desconexão. -
4:14 - 4:17Cerca de seis semanas nesta pesquisa,
-
4:17 - 4:22encontrei essa coisa anônima
que absolutamente esclareceu a conexão, -
4:23 - 4:25de uma maneira que não entendi
ou nunca tinha visto. -
4:25 - 4:30E então recuei com a pesquisa e pensei:
"Preciso descobrir o que é isso". -
4:30 - 4:33E, no final das contas, era a vergonha.
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4:37 - 4:41E vergonha é muito fácil de entender
como o medo da desconexão. -
4:41 - 4:43Existe algo sobre mim
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4:43 - 4:45que se outras pessoas souberem ou virem,
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4:45 - 4:49eu não serei digno de conexão?
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4:49 - 4:53O que posso dizer é:
isso é universal, todos nós temos. -
4:53 - 4:57Quem não sente vergonha não é capaz
de sentir empatia humana ou conexão. -
4:57 - 5:02Ninguém quer falar sobre isso, e quanto
menos você falar sobre ela, mais você tem. -
5:03 - 5:06O que sustentou essa vergonha,
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5:06 - 5:09este "Não sou bom o suficiente",
que todos nós já sentimos: -
5:09 - 5:12"Não sou completo o suficiente,
não sou magro, rico, bonito, -
5:12 - 5:15inteligente ou promovido o suficiente".
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5:15 - 5:21O que nos sustentou foi
uma vulnerabilidade dolorosa. -
5:21 - 5:26Esta ideia de que,
para que a conexão aconteça, -
5:26 - 5:29temos que nos permitir
sermos realmente vistos. -
5:31 - 5:34E sabem como me sinto
quanto à vulnerabilidade, eu a odeio. -
5:34 - 5:38Então pensei que esta era minha chance
de rebater com a minha vareta de medição. -
5:38 - 5:42Vou entrar e descobrir essas coisas;
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5:42 - 5:45vou passar um ano destruindo
totalmente a vergonha. -
5:45 - 5:49Entenderei como a vulnerabilidade
funciona e serei mais esperta do que ela. -
5:50 - 5:52Eu estava pronta e realmente animada!
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5:55 - 5:57Como sabem isso não vai acabar bem.
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5:57 - 5:59(Risos)
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6:00 - 6:01Vocês sabem.
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6:01 - 6:03Poderia falar muito sobre vergonha,
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6:03 - 6:05mas teria que emprestar
o tempo de todos. -
6:05 - 6:09Mas aqui está o que posso dizer a vocês.
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6:09 - 6:12Esta pode ser uma das coisas
mais importantes que aprendi -
6:12 - 6:14na década que fiz esta pesquisa.
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6:16 - 6:20Meu ano transformou-se em seis anos.
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6:20 - 6:25Milhares de histórias, centenas
de entrevistas longas, grupos focais. -
6:25 - 6:29Num dado momento, as pessoas estavam
me enviando páginas de seus diários, -
6:29 - 6:31suas histórias, milhares de dados
-
6:33 - 6:34em seis anos.
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6:34 - 6:38E eu meio que entendi que isso
é a vergonha, e como ela funciona. -
6:40 - 6:46Escrevi um livro, publiquei uma teoria,
mas algo não estava bem. -
6:46 - 6:50É que se eu considerasse
as pessoas que entrevistei, -
6:50 - 6:53e as dividisse em pessoas
-
6:54 - 6:57que realmente têm um senso de dignidade,
-
6:57 - 7:00e é a isso que se resume,
um senso de dignidade, -
7:00 - 7:03elas têm um forte sentimento
de amor e pertencimento. -
7:04 - 7:05E as pessoas que lutam por isso,
-
7:05 - 7:09que estão sempre se perguntando
se elas são boas o bastante. -
7:09 - 7:11Havia apenas uma variável
que separava as pessoas -
7:11 - 7:17que tinham um forte sentimento de amor
e pertença, e realmente lutavam por ele: -
7:17 - 7:20essas eram as pessoas que tinham
um forte sentimento de amor e pertença, -
7:20 - 7:23acreditam que elas são dignas disso.
-
7:23 - 7:24É isso aí.
-
7:25 - 7:27Elas acreditam que são dignas.
-
7:28 - 7:31E para mim, a parte mais difícil
-
7:32 - 7:34da coisa que nos mantém desconectados,
-
7:34 - 7:38o nosso medo de não sermos
dignos de conexão, era algo -
7:38 - 7:42que pessoalmente e profissionalmente
senti que precisava entender melhor. -
7:42 - 7:47Então peguei todas as entrevistas,
-
7:47 - 7:49nas quais vi dignidade,
-
7:49 - 7:52e vi pessoas vivendo dessa maneira,
e apenas as observei. -
7:52 - 7:55O que essas pessoas tinham em comum?
-
7:55 - 7:59Tenho um pequeno vício de suprimentos
de escritório, mas isso é outra palestra. -
7:59 - 8:00(Risos)
-
8:00 - 8:03Então eu tinha uma pasta manila
e uma "sharpie", -
8:03 - 8:06e pensei: "Como vou chamar essa pesquisa?"
-
8:06 - 8:10As primeiras palavras que me vieram
à mente foram "com todo o coração". -
8:10 - 8:13Essas são pessoas vivendo desse profundo
senso de dignidade com todo o coração. -
8:13 - 8:17Escrevi no topo da pasta manila,
e comecei a observar os dados. -
8:17 - 8:23Na verdade, primeiro fiz uma análise
muito intensa dos dados em quatro dias, -
8:23 - 8:27quando peguei essas entrevistas,
histórias e os incidentes. -
8:27 - 8:30"Qual é o tema? Qual é o padrão?"
-
8:30 - 8:34Meu marido deixou a cidade com as crianças
-
8:34 - 8:37porque eu estava mergulhando
nessa coisa louca de Jackson Pollock, -
8:37 - 8:40quando estou escrevendo
e entro no meu estilo de pesquisadora. -
8:41 - 8:43E aqui está o que encontrei.
-
8:46 - 8:49Essas pessoas compartilhavam
uma sensação de coragem -
8:49 - 8:53e quero separar a coragem
da bravura por um minuto. -
8:53 - 8:58Coragem, a definição original da palavra,
quando surgiu pela primeira vez no inglês, -
8:58 - 9:00vem do latim "cor", que significa coração,
-
9:00 - 9:02a definição original era contar
a história de quem você é -
9:02 - 9:04com todo o seu coração.
-
9:05 - 9:10Essas pessoas, muito simplesmente,
tinham a coragem de serem imperfeitas. -
9:12 - 9:16Elas tinham a compaixão
de serem gentis com elas primeiro -
9:16 - 9:18e depois com os outros, pois, no final,
-
9:18 - 9:21não conseguimos praticar
compaixão com os outros -
9:21 - 9:23se não nos tratarmos com bondade.
-
9:23 - 9:25E o último foi que elas tinham conexão,
-
9:25 - 9:27e esta foi a parte difícil.
-
9:27 - 9:30Como resultado de autenticidade,
-
9:30 - 9:33elas estavam dispostas a renunciar
a quem pensavam que deveriam ser -
9:33 - 9:35para serem quem elas eram,
-
9:35 - 9:39o que você tem que fazer,
certamente, para ter conexão. -
9:42 - 9:46A outra coisa que elas tinham
em comum era esta: -
9:49 - 9:52elas abraçavam totalmente
a vulnerabilidade. -
9:54 - 9:57Elas acreditavam
-
9:58 - 10:01que o que as fazia vulneráveis
as tornava lindas. -
10:04 - 10:08Elas não falavam sobre vulnerabilidade
como algo confortável -
10:08 - 10:11nem que era dolorosa
-
10:11 - 10:14como eu havia ouvido antes
na entrevista sobre a vergonha. -
10:14 - 10:17Elas apenas falaram
sobre isso ser necessário. -
10:17 - 10:22Falaram sobre a disposição
de dizer "eu te amo" primeiro. -
10:23 - 10:28A disposição de fazer algo
que não dá garantias. -
10:30 - 10:35A disposição de respirar enquanto aguardam
a ligação do médico após a mamografia. -
10:37 - 10:40Estar dispostas a investir
num relacionamento -
10:40 - 10:42que pode ou não funcionar.
-
10:43 - 10:45Elas achavam que isso era fundamental.
-
10:46 - 10:49Eu pessoalmente achei que era traição.
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10:49 - 10:53Não podia acreditar que havia
prometido lealdade à pesquisa, -
10:54 - 10:55quando nosso trabalho...
-
10:55 - 10:58a definição de pesquisa
é controlar e prever, -
10:58 - 11:02estudar fenômenos pela razão
explícita de controlar e prever. -
11:02 - 11:08E agora minha missão de controlar
e prever tinha provocado a resposta -
11:08 - 11:11que a maneira de se viver
é com a vulnerabilidade. -
11:11 - 11:13E parar de controlar e prever.
-
11:13 - 11:14Isso levou
-
11:16 - 11:17a um pequeno colapso
-
11:17 - 11:19(Risos)
-
11:21 - 11:24que na verdade parecia algo assim:
[Colapso. Despertar espiritual] -
11:24 - 11:25(Risos)
-
11:25 - 11:26E foi isso mesmo.
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11:26 - 11:28E isso levou ao que chamei de colapso,
-
11:28 - 11:31e minha terapeuta chamou
de "despertar espiritual". -
11:31 - 11:32(Risos)
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11:32 - 11:36Despertar espiritual soa melhor,
mas asseguro que foi um colapso. -
11:37 - 11:41Tive que rejeitar meus dados
e procurar um terapeuta. -
11:41 - 11:45Vou dizer uma coisa: você sabe quem você é
quando liga para os amigos e diz: -
11:45 - 11:49"Acho que preciso fazer terapia.
Tem alguém pra recomendar?" -
11:50 - 11:53Porque uns cinco amigos meus disseram:
"Eu não iria querer ser seu terapeuta". -
11:53 - 11:56(Risos)
-
11:57 - 11:58Eu disse: "Como assim?"
-
11:58 - 12:03E eles: "Só estou dizendo, sabe?
Não traga sua vareta de medição!" -
12:03 - 12:05(Risos)
-
12:06 - 12:07E eu: "Tudo bem!"
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12:08 - 12:11E então encontrei uma terapeuta.
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12:11 - 12:13E no meu primeiro encontro com ela, Diana,
-
12:14 - 12:18levei na minha lista do modo
de viver com o todo coração. -
12:18 - 12:21E ela se sentou e disse: "Como você está?"
-
12:21 - 12:24E eu disse: "Estou ótima, estou bem".
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12:24 - 12:26E ela disse: "O que está acontecendo?"
-
12:26 - 12:28E essa é uma terapeuta
que atende terapeutas, -
12:28 - 12:32pois temos que ir àqueles
cujos medidores de besteiras são bons. -
12:33 - 12:35(Risos)
-
12:36 - 12:41Então eu disse: "É o seguinte:
estou com dificuldades". -
12:41 - 12:43E ela disse: "Qual é a dificuldade?"
-
12:44 - 12:46Eu disse: "Tenho um problema
de vulnerabilidade. -
12:46 - 12:51Sei que a vulnerabilidade é o cerne
da vergonha e do medo -
12:51 - 12:54e nossa luta pela dignidade,
mas parece que é também -
12:54 - 12:57a fonte da alegria,
-
12:57 - 13:01criatividade, pertença, amor,
-
13:01 - 13:03e acho que tenho um problema,
-
13:03 - 13:06e preciso de ajuda".
-
13:06 - 13:11Eu disse: "É o seguinte: nenhuma questão
de família ou merda da infância. -
13:11 - 13:13(Risos)
-
13:13 - 13:17Só preciso de algumas estratégias".
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13:17 - 13:19(Risos)
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13:21 - 13:24(Aplausos)
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13:24 - 13:25Obrigada.
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13:28 - 13:30Então ela faz assim...
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13:30 - 13:32(Risos)
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13:33 - 13:35Então, eu disse: "É ruim, né?"
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13:35 - 13:39E ela disse: "Não é bom nem ruim.
-
13:39 - 13:41(Risos)
-
13:41 - 13:42É o que é".
-
13:43 - 13:47E pensei: "Oh meu Deus,
isso vai ser horrível!" -
13:47 - 13:48(Risos)
-
13:49 - 13:51E foi e não foi.
-
13:51 - 13:53E isso durou cerca de um ano.
-
13:53 - 13:56E sabem como há pessoas
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13:56 - 13:59que, quando percebem que vulnerabilidade
e ternura são importantes -
13:59 - 14:02elas se rendem e entram nessa:
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14:03 - 14:05a) Essa não sou eu.
-
14:05 - 14:07b) Eu nem saio com gente assim.
-
14:07 - 14:09(Risos)
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14:09 - 14:13Para mim foi uma briga de rua de um ano.
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14:13 - 14:15Foi um festival de socos.
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14:15 - 14:17Vulnerabilidade empurrava,
eu empurrava de volta. -
14:17 - 14:22Perdi a luta, mas eu, provavelmente,
ganhei minha vida de volta. -
14:22 - 14:25Então voltei para a pesquisa
e passei os anos seguintes -
14:25 - 14:29tentando entendê-las,
as pessoas com o coração todo, -
14:29 - 14:31que escolhas estavam fazendo
-
14:31 - 14:35e o que estamos fazendo
com a vulnerabilidade. -
14:35 - 14:37Por que lutamos tanto contra ela?
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14:37 - 14:40Estou sozinha lutando
com a vulnerabilidade? -
14:41 - 14:42Não.
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14:42 - 14:44Então isso é o que aprendi.
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14:45 - 14:47Nós entorpecemos a vulnerabilidade.
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14:48 - 14:50Quando estamos esperando pela chamada...
-
14:52 - 14:57É engraçado, na quarta-feira, eu acho,
enviei algo pelo Twitter e Facebook: -
14:57 - 15:01"Como você define vulnerabilidade
e o que te faz se sentir vulnerável?" -
15:01 - 15:04E em uma hora e meia tive 150 respostas.
-
15:05 - 15:08Eu queria saber o que as pessoas achavam.
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15:10 - 15:14"Ter que pedir ajuda ao meu marido porque
estou doente e somos recém-casados." -
15:14 - 15:16"Ter iniciativa no sexo com meu marido."
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15:16 - 15:19"Ter iniciativa no sexo com minha esposa."
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15:19 - 15:22"Ser rejeitado."
"Convidar alguém pra sair." -
15:22 - 15:24"Esperar o médico retornar a ligação."
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15:24 - 15:25"Ser demitido."
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15:25 - 15:27"Demitir pessoas."
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15:27 - 15:29Este é o mundo em que vivemos.
-
15:29 - 15:31Vivemos num mundo vulnerável.
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15:32 - 15:35E uma das maneiras de lidar com ele
é que atenuamos a vulnerabilidade. -
15:35 - 15:39E acho que há provas,
e não é a única razão -
15:39 - 15:42que essas provas existem,
mas é um motivo enorme. -
15:42 - 15:46Nós somos o maior grupo
de adultos individados, -
15:46 - 15:49obesos,
-
15:49 - 15:50viciados,
-
15:50 - 15:54e medicados da história dos EUA.
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15:58 - 16:00O problema é,
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16:02 - 16:04e aprendi isso com a pesquisa,
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16:04 - 16:08que você não pode atenuar
a emoção seletivamente. -
16:08 - 16:11Você não pode dizer:
"Aqui está o que está ruim. -
16:11 - 16:14Aqui está a vulnerabilidade,
aqui está a dor, a vergonha, -
16:14 - 16:17o medo, a decepção;
eu não quero sentir isso. -
16:17 - 16:21Eu vou tomar umas cervejas
e comer bolinhos de bacalhau". -
16:21 - 16:22(Risos)
-
16:23 - 16:25Eu não quero sentir isso!
-
16:25 - 16:27E sei que esse riso é de reconhecimento,
-
16:27 - 16:30meu trabalho é invadir suas vidas,
eu sei: "Haha, meu Deus!" -
16:30 - 16:32(Risos)
-
16:33 - 16:39Você não pode atenuar esses ressentimentos
sem atenuar os outros afetos, ou emoções. -
16:39 - 16:41Não se atenua algo seletivamente.
-
16:41 - 16:44Então, quando nós os atenuamos,
-
16:44 - 16:45atenuamos a alegria,
-
16:46 - 16:49a gratidão e a felicidade.
-
16:50 - 16:54E então, ficamos infelizes,
buscando um propósito e significado, -
16:54 - 16:56e, depois, nos sentimos vulneráveis,
-
16:56 - 17:00e por isso tomamos umas cervejas
e comemos bolinhos de bacalhau. -
17:00 - 17:02E torna-se um ciclo perigoso.
-
17:04 - 17:09Acho que precisamos pensar
no porquê e como nós atenuamos, -
17:09 - 17:12e não tem que ser apenas um vício.
-
17:13 - 17:16A outra coisa que fazemos
é tornar certo tudo o que é incerto. -
17:18 - 17:23Religião passou de uma crença
na fé e mistério para a certeza. -
17:23 - 17:26"Estou certo, e você errado. Cale a boca."
-
17:27 - 17:28É isso aí.
-
17:29 - 17:31Simplesmente certo.
-
17:31 - 17:33Quanto mais medo temos,
mais vulneráveis somos, -
17:33 - 17:35mais medo temos.
-
17:35 - 17:37É o que a política parece ser hoje.
-
17:37 - 17:40Não há mais diálogo; não há conversa.
-
17:40 - 17:42Só existe a culpa.
-
17:42 - 17:45Sabem como a culpa é descrita na pesquisa?
-
17:45 - 17:48"Uma maneira de descarregar
dor e desconforto." -
17:51 - 17:53Nós nos aperfeiçoamos.
-
17:53 - 17:57Se há alguém que quer ter
uma vida assim, seria eu. -
17:57 - 17:59Mas não funciona.
-
17:59 - 18:02Porque tiramos gordura das nossas bundas
e colocamos nas nossas bochechas. -
18:02 - 18:04(Risos)
-
18:06 - 18:10Espero que em cem anos as pessoas
olhem pra trás e digam: "Uau!" -
18:10 - 18:11(Risos)
-
18:13 - 18:16E nós aperfeiçoamos,
mais perigosamente, nossos filhos. -
18:16 - 18:20Deixem-me dizer muito rapidamente
o que pensamos sobre as crianças. -
18:20 - 18:22Elas são programadas para lutar
quando chegam aqui. -
18:22 - 18:26Quando seguramos esses bebês perfeitos
no colo, nosso trabalho não é dizer: -
18:26 - 18:29"Olhe pra essa criança; ela é perfeita.
-
18:29 - 18:31Meu trabalho é mantê-la perfeita,
-
18:31 - 18:35e garantir que entre para o time de tênis
no quinto ano e na Yale no sétimo". -
18:35 - 18:38Mas não é; nosso trabalho
é observar e dizer: -
18:38 - 18:41"Você é imperfeita
e programada para lutar, -
18:41 - 18:43mas é digna de amor e de pertença".
-
18:44 - 18:45Esse é o nosso trabalho.
-
18:45 - 18:48Mostre-me uma geração
de crianças criadas assim, -
18:48 - 18:51e acabaremos com os problemas
que vemos hoje. -
18:51 - 18:52Nós fingimos
-
18:54 - 18:57que o que fazemos não tem
um efeito sobre as pessoas. -
18:58 - 19:00Fazemos isso em nossas vidas pessoais,
-
19:00 - 19:01no mundo corporativo
-
19:01 - 19:04seja em empréstimos,
ou um derramamento de óleo, -
19:04 - 19:06ou um recall.
-
19:06 - 19:10Fingimos que o que estamos fazendo não tem
um enorme impacto sobre outras pessoas. -
19:10 - 19:14Gostaria de dizer para as empresas:
"Esta não é a nossa primeira vez, gente". -
19:15 - 19:19Só precisamos que vocês
sejam autênticos e reais e digam: -
19:19 - 19:22"Sentimos muito, vamos corrigir isso".
-
19:25 - 19:27Mas há outra maneira,
e deixarei vocês com isso. -
19:27 - 19:29Isto é o que descobri:
-
19:29 - 19:34permitir que sejamos vistos,
profunda e vulneravelmente vistos. -
19:36 - 19:40Amar com nossos corações inteiros,
mesmo que não haja garantias. -
19:40 - 19:42E isso é realmente difícil,
-
19:42 - 19:46eu posso dizer a vocês como mãe,
isso é dolorosamente difícil. -
19:48 - 19:50Praticar gratidão e alegria
-
19:50 - 19:54naqueles momentos de horror
quando estamos querendo saber: -
19:54 - 19:57"Posso te amar tanto assim?
Posso acreditar nisso com paixão? -
19:57 - 19:59Posso ser tão fervorosa com isso?"
-
19:59 - 20:02Apenas pausar e, em vez de dramatizar
sobre o que poderia acontecer, -
20:02 - 20:05dizer: "Eu sou muito grata,
-
20:05 - 20:08porque me sentir vulnerável
assim significa que estou viva. -
20:08 - 20:11E o último, que acredito ser,
provavelmente, o mais importante, -
20:12 - 20:14é acreditar que somos suficientes.
-
20:14 - 20:19Porque quando chegamos a um ponto
em que dizemos: "Eu sou o suficiente", -
20:20 - 20:24então paramos de gritar,
e começamos a ouvir. -
20:24 - 20:28Somos mais bondosos e gentis
com pessoas ao nosso redor e conosco. -
20:29 - 20:31É tudo o que tenho. Obrigada.
-
20:31 - 20:33(Aplausos)
- Title:
- O poder da vulnerabilidade | Brené Brown | TedxHouston
- Description:
-
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
Brené Brown estuda a conexão humana - nossa capacidade de sentir empatia, pertencer, amar. Nessa conversa pungente e engraçada, ela compartilha uma visão profunda de sua pesquisa, que a envolveu numa busca pessoal para conhecer a si mesma e compreender a humanidade. Uma conversa para compartilhar.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 20:45
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Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for The power of vulnerability | Brené Brown | TEDxHouston | |
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Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The power of vulnerability | Brené Brown | TEDxHouston | |
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Custodio Marcelino accepted Portuguese, Brazilian subtitles for The power of vulnerability | Brené Brown | TEDxHouston | |
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Custodio Marcelino edited Portuguese, Brazilian subtitles for The power of vulnerability | Brené Brown | TEDxHouston | |
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