A tendência para o otimismo
-
0:01 - 0:04Vou falar-vos de otimismo,
-
0:04 - 0:06concretamente,
da propensão para o otimismo. -
0:06 - 0:08É uma ilusão cognitiva
-
0:08 - 0:11que temos estudado nos últimos anos,
-
0:11 - 0:13e 80% de nós tem-no.
-
0:13 - 0:15É a nossa tendência a sobrestimar
-
0:15 - 0:18a probabilidade de bons momentos na vida
-
0:18 - 0:22e subestimar a probabilidade de maus momentos.
-
0:22 - 0:25Subestimamos a probabilidade
de sofrermos de cancro, -
0:25 - 0:27de termos um acidente de viação.
-
0:27 - 0:30Sobrestimamos a nossa longevidade
e perspetivas laborais. -
0:30 - 0:33Em suma, somos mais otimistas
que realistas, -
0:33 - 0:36mas não temos consciência disso.
-
0:36 - 0:39O casamento, por exemplo.
-
0:39 - 0:41No ocidente, o divórcio
é de cerca de 40%. -
0:42 - 0:45Significa que, em cada cinco casais,
-
0:45 - 0:48dois terminarão em divisão de bens.
-
0:48 - 0:51Mas se perguntamos a recém-casados
sobre a probabilidade de divórcio, -
0:51 - 0:54estimam-na a zero por cento.
-
0:56 - 0:58E até advogados de divórcio,
que já deveriam saber, -
0:58 - 1:02subestimam de forma significativa
a própria probabilidade de divórcio. -
1:03 - 1:06Os otimistas não têm menos
probabilidades de se divorciarem, -
1:06 - 1:08mas têm mais probabilidades
de voltar a casar. -
1:08 - 1:11Como disse Samuel Johnson,
-
1:11 - 1:14"Um novo casamento é o triunfo
da esperança sobre a experiência." -
1:14 - 1:16(Risos)
-
1:17 - 1:21Se somos casados,
é mais provável termos filhos. -
1:21 - 1:24E todos pensamos que os nossos filhos
serão especialmente talentosos. -
1:24 - 1:27A propósito, este é o meu sobrinho
de dois anos, Guy. -
1:27 - 1:29Apenas quero esclarecer
-
1:29 - 1:32que ele é um mau exemplo
da propensão para o otimismo -
1:32 - 1:34porque, de facto, é excecionalmente dotado.
-
1:34 - 1:36(Risos)
-
1:37 - 1:37Eu não sou a única.
-
1:37 - 1:41Em cada quatro britânicos,
três afirmam ser otimistas -
1:41 - 1:44sobre o futuro das suas famílias.
-
1:44 - 1:45Isto é 75%.
-
1:46 - 1:48Mas só 30% disseram acreditar
-
1:48 - 1:50que as famílias em geral
-
1:50 - 1:53estão melhor que há algumas gerações.
-
1:53 - 1:54Isto é realmente importante,
-
1:54 - 1:56porque somos otimistas
sobre nós próprios, -
1:56 - 1:58somos otimistas sobre os nossos filhos,
-
1:58 - 2:00somos otimistas sobre as nossas famílias,
-
2:00 - 2:03mas não somos tão otimistas
sobre a pessoa ao nosso lado, -
2:03 - 2:06e somos algo pessimistas
-
2:06 - 2:09sobre o futuro dos nossos concidadãos
e o destino do nosso país. -
2:09 - 2:14Mas o otimismo
sobre o nosso futuro pessoal -
2:14 - 2:15permanece constante.
-
2:16 - 2:19Não significa que pensamos
que as coisas se resolverão sozinhas, -
2:20 - 2:23mas sim que temos uma capacidade
única para resolvê-las. -
2:24 - 2:27Eu sou cientista, faço experiências.
-
2:27 - 2:30Para exemplificar, vou realizar
uma experiência convosco. -
2:31 - 2:35Vou dar-vos uma lista
de capacidades e características, -
2:35 - 2:38e quero que pensem para cada uma delas
-
2:38 - 2:41qual é a vossa posição relativa
ao resto da população. -
2:43 - 2:46A primeira, dar-se bem com os outros.
-
2:46 - 2:49Quem acredita estar nos 25% inferiores?
-
2:52 - 2:55Ok, mais ou menos 10 pessoas,
entre 1500. -
2:56 - 2:59Quem acredita estar
nos 25% superiores? -
3:01 - 3:03A maioria dos presentes.
-
3:03 - 3:07Agora, o mesmo para
a capacidade de condução. -
3:08 - 3:10Até que ponto vocês são interessantes?
-
3:10 - 3:12Até que ponto são atrativos?
-
3:13 - 3:15Até que ponto são honestos?
-
3:16 - 3:19E finalmente,
até que ponto são modestos? -
3:19 - 3:21(Risos)
-
3:21 - 3:23A maioria de nós
considera-se acima da média -
3:23 - 3:26na maior parte destas capacidades.
-
3:26 - 3:28É estatisticamente impossível.
-
3:28 - 3:30Não podemos ser todos melhores
que os outros. -
3:31 - 3:32(Risos)
-
3:32 - 3:36Mas se cremos ser melhores que os outros,
-
3:36 - 3:40é mais provável sermos promovidos,
permanecer casados, -
3:40 - 3:42porque somos mais sociáveis,
mais interessantes. -
3:42 - 3:44Isto é um fenómeno global.
-
3:44 - 3:47A tendência para o otimismo observa-se
-
3:47 - 3:49em muitos países diferentes,
-
3:49 - 3:51nas culturas ocidentais,
nas culturas não-ocidentais, -
3:51 - 3:53em mulheres e homens,
-
3:53 - 3:55em crianças, em idosos.
-
3:55 - 3:56É bastante generalizada.
-
3:57 - 3:59Mas a questão é,
isto é bom para nós? -
4:00 - 4:02Algumas pessoas dizem que não.
-
4:02 - 4:05Alguns dizem que o segredo da felicidade
-
4:05 - 4:07é baixas expetativas.
-
4:08 - 4:10Acho que a lógica é a seguinte:
-
4:10 - 4:13Se não esperamos grandeza,
-
4:13 - 4:16se não esperamos amor, saúde e êxito,
-
4:16 - 4:19não nos sentiremos desiludidos
quando estas coisas não acontecem, -
4:19 - 4:22E se não nos desiludimos
quando não acontecem coisas boas, -
4:22 - 4:26e nos sentimos agradavelmente
surpreendidos quando elas acontecem, -
4:26 - 4:27seremos felizes.
-
4:27 - 4:28É uma boa teoria,
-
4:28 - 4:31mas revela-se errada, por três razões.
-
4:32 - 4:37Primeira: aconteça o que acontecer,
sucesso ou fracasso, -
4:37 - 4:39quem tem expetativas altas
sente-se sempre melhor. -
4:40 - 4:44Porque o que sentimos se nos abandonam
ou se somos o "empregado do mês", -
4:44 - 4:47depende da nossa interpretação
desse acontecimento. -
4:47 - 4:51Os psicólogos Margaret Marshall
e John Brown -
4:51 - 4:54analisaram estudantes
com altas e baixas expetativas. -
4:54 - 4:58E concluíram que, quando alguém
com altas expetativas tem êxito, -
4:58 - 5:00atribuem esse êxito
às suas próprias qualidades. -
5:01 - 5:03"Sou um génio, por isso tive Excelente,
-
5:03 - 5:06"por isso terei sempre Excelente
no futuro." -
5:06 - 5:09Se fracassavam, não era por serem burros,
-
5:09 - 5:12mas sim porque o exame
simplesmente não tinha sido justo. -
5:12 - 5:14A próxima vez seria melhor.
-
5:14 - 5:17As pessoas com baixas expetativas
fazem o oposto. -
5:18 - 5:20Quando fracassavam
era porque eram burros, -
5:20 - 5:22e quando tinham êxito
-
5:22 - 5:25era porque o exame tinha sido fácil.
-
5:25 - 5:27A próxima vez teriam o que mereciam.
-
5:27 - 5:29Portanto, sentiam-se pior.
-
5:29 - 5:33Segunda:
independentemente do resultado, -
5:33 - 5:36a simples antecipação faz-nos felizes.
-
5:37 - 5:40O economista comportamental
George Lowenstein -
5:40 - 5:42pediu a estudantes da sua universidade
-
5:42 - 5:45que imaginassem ser beijados
por uma celebridade -
5:45 - 5:47Depois disse:
-
5:47 - 5:50"Quanto pagariam por ser beijados
por uma celebridade, -
5:51 - 5:53"se o beijo fosse dado agora,
-
5:53 - 5:58"dentro de três horas,
24 horas, três dias, -
5:58 - 6:00"um ano, ou 10 anos?"
-
6:00 - 6:03Verificou que estavam dispostos
a pagar mais, -
6:03 - 6:06não para serem beijados de imediato,
-
6:06 - 6:09mas sim dentro de três dias.
-
6:09 - 6:12Estavam dispostos a pagar mais
por esperar. -
6:13 - 6:15Mas não estavam dispostos a esperar
um ano nem 10. -
6:15 - 6:17Ninguém quer
uma celebridade envelhecida. -
6:17 - 6:19(Risos)
-
6:19 - 6:22Mas três dias parecia ser o tempo ideal.
-
6:23 - 6:24Porque será?
-
6:25 - 6:28Se nos beijam agora, já se acabou.
-
6:28 - 6:30Mas se nos beijam dentro de três dias,
-
6:30 - 6:34são três dias de antecipação nervosa,
a emoção da espera. -
6:34 - 6:36Os estudantes queriam esse tempo
-
6:36 - 6:39para imaginar onde aconteceria,
como aconteceria. -
6:40 - 6:42A antecipação fazia-os felizes.
-
6:43 - 6:46Por certo, esta é a razão
pela qual preferimos sexta a domingo. -
6:46 - 6:48É realmente curioso,
-
6:48 - 6:52sexta é dia de trabalho
e domingo é dia de prazer, -
6:52 - 6:54seria lógico preferir domingo,
-
6:54 - 6:56mas não é o caso.
-
6:57 - 6:59Não é porque gostamos
mesmo de estar no escritório -
6:59 - 7:01e não suportamos passear no parque
-
7:01 - 7:03ou tomar um pequeno-almoço tardio.
-
7:03 - 7:05Quando perguntamos a alguém
-
7:05 - 7:07sobre o seu dia da semana favorito,
-
7:07 - 7:10surpresa das surpresas,
o sábado é o favorito, -
7:10 - 7:13seguido de sexta, e depois domingo.
-
7:13 - 7:15As pessoas preferem a sexta
-
7:15 - 7:19porque traz a antecipação
do fim-de-semana, -
7:19 - 7:21de todos os planos que temos.
-
7:21 - 7:24No domingo, a única coisa
que podemos ansiar -
7:24 - 7:25é a semana de trabalho.
-
7:26 - 7:30Os otimistas são as pessoas
que antecipam mais beijos no futuro, -
7:30 - 7:32mais passeios no parque.
-
7:32 - 7:35E essa antecipação reforça
o seu bem-estar. -
7:36 - 7:40Na realidade, sem a tendência
para o otimismo, -
7:40 - 7:42estaríamos todos um pouco deprimidos.
-
7:43 - 7:45As pessoas com uma depressão leve
-
7:45 - 7:47não têm essa tendência,
ao contemplar o futuro. -
7:48 - 7:51São mais realistas
que as pessoas saudáveis. -
7:52 - 7:54Mas as pessoas com uma depressão grave
-
7:54 - 7:56têm tendência para o pessimismo.
-
7:56 - 7:58Por isso esperam que o futuro
-
7:58 - 8:01seja pior do que acaba por ser.
-
8:01 - 8:04O otimismo modifica a realidade subjetiva.
-
8:04 - 8:07O que esperamos que seja o mundo
modifica como o vemos. -
8:07 - 8:10Mas também modifica a realidade objetiva.
-
8:11 - 8:14É como uma profecia auto-cumprida.
-
8:14 - 8:16E esta é a terceira razão
-
8:16 - 8:19pela qual baixar as expetativas
não nos fará feliz. -
8:19 - 8:21Experiências controladas indicam
-
8:21 - 8:24que o otimismo não só
está ligado ao êxito, -
8:24 - 8:27mas que conduz ao êxito
-
8:27 - 8:30na vida académica, no desporto
e na política. -
8:30 - 8:35O benefício mais surpreendente
talvez seja na saúde. -
8:35 - 8:38Se esperamos que o futuro seja alegre,
-
8:38 - 8:40o stress e a ansiedade reduzem-se.
-
8:41 - 8:45Em suma, o otimismo tem muitos benefícios.
-
8:45 - 8:48Mas a questão que me confundia era:
-
8:48 - 8:52como manter o otimismo
perante a realidade? -
8:53 - 8:56Como neurocientista, isto
era particularmente confuso -
8:56 - 8:59porque, de acordo com todas as teorias,
-
8:59 - 9:02quando as expetativas não se realizam,
deveríamos alterá-las. -
9:03 - 9:04Mas isto não é o que acontece.
-
9:04 - 9:08Pedimos a pessoas que
viessem ao laboratório -
9:08 - 9:11para tentar compreender
o que estava a acontecer. -
9:11 - 9:13Pedimos-lhes que estimassem
a sua probabilidade -
9:13 - 9:16de passar por várias situações
terríveis na vida. -
9:16 - 9:19Por exemplo, a probabilidade
de sofrer de cancro? -
9:20 - 9:22De seguida, informámos
da probabilidade média -
9:22 - 9:26de alguém semelhante a elas
sofrer esses infortúnios -
9:26 - 9:28Para o cancro, por exemplo,
é cerca de 30%. -
9:30 - 9:32Depois voltámos a perguntar:
-
9:32 - 9:34"Que probabilidade tem
de sofrer de cancro?" -
9:35 - 9:37O que queríamos saber
-
9:37 - 9:40era se as pessoas tomavam
as informações que lhes déramos -
9:40 - 9:42para modificar as suas crenças.
-
9:42 - 9:44E foi o que aconteceu,
-
9:44 - 9:47mas principalmente quando as informações
-
9:47 - 9:49eram melhores do que tinham esperado.
-
9:50 - 9:51Por exemplo, se alguém diz:
-
9:51 - 9:54"A minha probabilidade de sofrer de cancro
-
9:54 - 9:56"é de cerca de 50%,"
-
9:56 - 9:57e nós dizíamos:
-
9:57 - 10:02"Boas notícias:
a probabilidade média é só de 30%", -
10:02 - 10:03na vez seguinte diriam:
-
10:03 - 10:06"Bom, talvez a minha seja de 35%."
-
10:06 - 10:09Aprendiam rápida e eficazmente.
-
10:09 - 10:11Mas se alguém começava por dizer:
-
10:11 - 10:15"A minha probabilidade
de sofrer de cancro é de 10%" -
10:15 - 10:16e nós dizíamos:
-
10:16 - 10:20"Más notícias:
a probabilidade média é de 30%", -
10:20 - 10:23na vez seguinte diriam:
-
10:23 - 10:25"Ainda acho que é
de cerca de 11%." -
10:25 - 10:28(Risos)
-
10:28 - 10:31Não é que não aprendessem
— aprendiam — -
10:31 - 10:33mas muito menos
do que quando lhes davam -
10:33 - 10:35informações positivas sobre o futuro.
-
10:35 - 10:39Não significa que não recordassem
os dados que lhes déramos, -
10:39 - 10:42todos se lembram que
a probabilidade média de cancro -
10:42 - 10:43é de cerca de 30%
-
10:43 - 10:46e que a média de divórcio é de 40%.
-
10:46 - 10:49Mas não achavam que os números
se aplicavam a eles. -
10:50 - 10:55Isto significa que avisos deste tipo
-
10:55 - 10:57poderão ter só um efeito limitado.
-
10:57 - 11:01Sim, fumar mata,
mas principalmente mata os outros. -
11:02 - 11:04O que eu queria saber
-
11:04 - 11:07era o que acontecia no interior
do cérebro humano -
11:07 - 11:10que nos impedia de tomar estes avisos
de forma pessoal. -
11:11 - 11:12Mas também,
-
11:12 - 11:14ao ouvir que o setor imobiliário
está positivo, pensamos: -
11:14 - 11:18"O preço da minha casa duplicará."
-
11:18 - 11:20Para tentar averiguar,
-
11:20 - 11:22pedi aos participantes na experiência
-
11:22 - 11:25que passassem
por um "scanner" ao cérebro. -
11:25 - 11:26Tem este aspeto.
-
11:26 - 11:29Usando um método
chamado IRM funtional, -
11:29 - 11:33conseguimos identificar regiões no cérebro
-
11:33 - 11:35que reagiam a informações positivas.
-
11:35 - 11:39Uma destas regiões é o giro frontal
inferior esquerdo. -
11:39 - 11:43Se alguém diz: "A minha probabilidade
de cancro é de 50%." -
11:43 - 11:44E nós dizemos:
-
11:44 - 11:47"Boas notícias,
a probabilidade média é de 30%," -
11:47 - 11:50o giro frontal inferior
esquerdo reagia ferozmente. -
11:51 - 11:55Não importava se eram otimistas
radicais, moderados -
11:56 - 11:57ou ligeiramente pessimistas.
-
11:57 - 12:00Em todos eles o giro frontal
inferior esquerdo -
12:00 - 12:02funcionava perfeitamente,
-
12:02 - 12:04quer fôssemos Barack Obama
ou Woody Allen. -
12:05 - 12:06No outro lado do cérebro,
-
12:06 - 12:11o giro frontal inferior direito
reagia a más notícias. -
12:11 - 12:14Mas acontece que não muito bem.
-
12:15 - 12:17Quanto mais otimistas fôssemos,
-
12:17 - 12:19menos provável era que esta região
-
12:19 - 12:22reagisse a informações negativas
inesperadas. -
12:23 - 12:25E se o cérebro é incapaz
-
12:25 - 12:29de integrar más notícias
sobre o futuro, -
12:29 - 12:32teremos sempre postos
os óculos cor-de-rosa. -
12:34 - 12:37Queríamos saber se era possível
mudar isto. -
12:38 - 12:42Seria possível alterar
a tendência para o otimismo -
12:42 - 12:45ao interferir com a atividade cerebral
nestas regiões? -
12:45 - 12:48Existe uma forma de o fazer.
-
12:48 - 12:51Este é meu colaborador Ryota Kanai.
-
12:51 - 12:54Está a fazer correr
um ligeiro impulso magnético -
12:54 - 12:57através do crânio dum participante
no nosso estudo -
12:57 - 12:59até ao seu giro frontal inferior.
-
12:59 - 13:01Ao fazer isto,
-
13:01 - 13:04está a interferir com
a atividade desta região do cérebro -
13:04 - 13:05durante uma meia hora.
-
13:05 - 13:08Juro que tudo voltará ao normal.
-
13:08 - 13:10(Risos)
-
13:10 - 13:12Vamos ver o que acontece.
-
13:14 - 13:15Primeiro, vou mostrar-vos
-
13:15 - 13:18a quantidade média de tendência que vemos.
-
13:18 - 13:20Se vos analisasse agora,
-
13:21 - 13:23esta seria a quantidade que aprenderiam
-
13:23 - 13:26mais de boas notícias que de más notícias.
-
13:26 - 13:28Agora interferimos com a região
-
13:28 - 13:33que integra informações negativas
nesta tarefa, -
13:33 - 13:36e a tendência para o otimismo
aumenta ainda mais. -
13:36 - 13:41Tornámos as pessoas mais condicionadas
ao processar as informações. -
13:41 - 13:44Depois interferimos
com a região do cérebro -
13:44 - 13:48que integra as boas notícias nesta tarefa,
-
13:48 - 13:51e a tendência para o otimismo desapareceu.
-
13:52 - 13:54Ficámos admirados com estes resultados
-
13:54 - 13:57porque pudemos eliminar
-
13:57 - 13:59uma tendência arraigada nos seres humanos.
-
14:01 - 14:04Aqui parámos e perguntámo-nos:
-
14:05 - 14:09Queremos despedaçar a ilusão do otimismo?
-
14:10 - 14:14Se pudéssemos, quereríamos eliminar
a tendência para o otimismo? -
14:15 - 14:20Já vos expliquei os benefícios
da tendência para o otimismo, -
14:20 - 14:23que provavelmente nos faz querer
mantê-lo para sempre. -
14:23 - 14:26Mas claro que também existem perigos
-
14:26 - 14:28e seria insensato ignorá-los.
-
14:29 - 14:32Por exemplo, este e-mail que recebi
-
14:32 - 14:35dum bombeiro da Califórnia.
-
14:35 - 14:38Ele diz: "As investigações sobre mortes
de bombeiros -
14:38 - 14:42"incluem muitas vezes:
'Não pensámos que o fogo fizesse isso', -
14:42 - 14:45"mesmo quando toda a informação disponível
-
14:45 - 14:47"estava lá para garantir decisões seguras".
-
14:48 - 14:51O capitão tentará utilizar estes resultados
sobre a tendência para o otimismo -
14:51 - 14:53para tentar explicar aos bombeiros
-
14:53 - 14:55porque pensam como pensam,
-
14:55 - 15:01para sensibilizá-los para esta tendência
para o otimismo nos seres humanos. -
15:03 - 15:08O otimismo irrealista pode conduzir
a um comportamento arriscado, -
15:08 - 15:11ao colapso financeiro,
ao planeamento deficiente. -
15:11 - 15:14O governo britânico, por exemplo,
-
15:14 - 15:16reconheceu que a tendência para o otimismo
-
15:16 - 15:19pode tornar as pessoas mais propensas
-
15:19 - 15:23a subestimar os custos
e a duração dos projetos. -
15:24 - 15:27Por isso ajustaram o orçamento
para as Olimpíadas de 2012 -
15:27 - 15:30em função da tendência para o otimismo.
-
15:30 - 15:32Um amigo meu, que se casa
dentro de semanas, -
15:32 - 15:34fez o mesmo com o orçamento
para o casamento. -
15:34 - 15:37A propósito, ao perguntar-lhe sobre
a probabilidade de divórcio, -
15:37 - 15:40disse ter a certeza que
seria de zero por cento. -
15:42 - 15:47O ideal seria que nos protegêssemos
dos perigos do otimismo, -
15:48 - 15:51mas mantendo a esperança,
-
15:51 - 15:54beneficiando das muitas
vantagens do otimismo. -
15:54 - 15:57Acredito que existe uma forma.
-
15:57 - 15:59O essencial aqui é o conhecimento.
-
15:59 - 16:02Não nascemos conhecendo
os nossos preconceitos. -
16:02 - 16:06Têm que ser identificados através
de investigações científicas. -
16:06 - 16:10Felizmente, ter consciência
da tendência para o otimismo -
16:10 - 16:12não destrói a ilusão.
-
16:12 - 16:13É como as ilusões óticas:
-
16:13 - 16:16compreendê-las não as faz desaparecer.
-
16:16 - 16:19Isto é bom, porque significa
-
16:19 - 16:21que deveríamos poder encontrar
um equilíbrio, -
16:21 - 16:24encontrar planos e regras
-
16:24 - 16:27para proteger-nos do otimismo irrealista,
-
16:27 - 16:29ao mesmo tempo
mantendo a esperança. -
16:30 - 16:33Acho que esta ilustração
é uma boa representação. -
16:33 - 16:37Porque se formos
um destes pinguins pessimistas -
16:37 - 16:39que não acredita que possa voar,
-
16:39 - 16:41certamente não o faremos.
-
16:41 - 16:43Para podermos progredir
-
16:43 - 16:45temos que imaginar
uma realidade diferente -
16:45 - 16:49e temos que acreditar
que essa realidade é possível. -
16:49 - 16:52Mas se formos um pinguim
muito otimista, -
16:52 - 16:56que salta cegamente à espera do melhor,
-
16:56 - 17:00talvez nos encontremos numa
má situação ao aterrar. -
17:00 - 17:02Mas se formos um pinguim otimista
-
17:02 - 17:04que acredita que pode voar,
-
17:04 - 17:06mas põe um paraquedas
-
17:06 - 17:10para o caso de imprevistos,
-
17:10 - 17:11voaremos como uma águia,
-
17:11 - 17:14mesmo se só formos um pinguim.
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17:14 - 17:16Obrigada.
-
17:16 - 17:19(Aplausos)
- Title:
- A tendência para o otimismo
- Speaker:
- Tali Sharot
- Description:
-
Nascemos para ser otimistas e não realistas? Tali Sharot partilha as novas investigações que indicam como o nosso cérebro está ligado de forma a ver sempre o lado positivo — e como isso tanto pode ser perigoso como vantajoso.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:40
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The optimism bias | |
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