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O surgimento da "impressora 4D"

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    Este sou eu montando um protótipo
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    durante seis horas sem parar.
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    Este é um trabalho escravo
    para meu próprio projeto.
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    É assim que são o faça-você-mesmo e
    o Maker Movements de verdade.
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    E esta é uma analogia para o mundo
    de hoje da manufatura e da construção
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    com técnicas de montagem de força bruta.
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    E é por isso exatamente
    que comecei a estudar
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    como programar materiais físicos
    para se autoconstruírem.
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    Mas há um outro mundo.
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    Hoje, nas escalas micro e nano,
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    está acontecendo uma revolução
    sem precedentes.
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    E é a capacidade de programar
    materiais físicos e biológicos
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    para mudar de forma, alterar propriedades
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    e até mesmo computar
    sem componentes feitos de silício.
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    Há inclusive um 'software' chamado cadnano
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    que nos permite projetar
    formas tridimensionais
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    como nanorrobôs e sistemas
    de aplicação de medicamentos
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    e usar o DNA para automontar
    essas estruturas funcionais.
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    Mas, se olharmos na escala humana,
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    há problemas enormes
    que não estão sendo tratados
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    por essas tecnologias em nanoescala.
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    Se olharmos para a construção
    e a manufatura,
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    há enormes ineficiências,
    consumo de energia
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    e técnicas de trabalho excessivas.
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    Na infraestrutura, vamos ver um exemplo.
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    Pegue a canalização.
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    Na canalização da água, temos
    uma capacidade fixa para os encanamento
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    que têm taxas fixas de fluxo,
    com exceção de bombas e válvulas caras.
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    Nós os enterramos no solo.
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    Se algo muda -- se o ambiente muda,
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    o solo se movimenta ou exige mudanças --
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    temos que começar da estaca zero,
    removê-los e substituí-los.
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    Então, gostaria de propor
    que combinássemos esses dois mundos
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    que combinássemos o mundo dos materiais
    adaptativos programáveis da nanoescala
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    e construíssemos o ambiente.
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    E não me refiro a máquinas automáticas.
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    Não me refiro apenas a máquinas
    inteligentes que substituem humanos,
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    mas a materiais programáveis
    que se autoconstroem.
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    E isso é chamado automontagem,
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    que é um processo pelo qual partes
    desordenadas constroem
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    uma estrutura ordenada
    apenas pela interação local.
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    Então, de que precisamos se queremos
    fazer isso na escala humana?
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    Precisamos de uns poucos
    ingredientes simples.
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    O primeiro ingrediente
    é materiais e geometria,
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    e isso precisa estar estreitamente
    ligado com a fonte de energia.
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    E você pode usar energia passiva:
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    calor, tremor, pneumática,
    gravidade, magnética.
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    Então você precisa de interações
    projetadas inteligentemente.
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    E essas interações permitem
    correção de erros,
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    e permitem que formas passem
    de um estado para outro estado.
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    Agora vou mostrar uma série
    de projetos que construímos,
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    de sistemas unidimensionais,
    bidimensionais, tridimensionais
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    e até mesmo quadridimensionais.
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    Em projetos unidimensionais --
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    este é um projeto chamado
    de proteínas autodobráveis.
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    E a ideia é que pegamos a estrutura
    tridimensional de uma proteína,
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    neste caso é a proteína "crambin",
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    pegamos a espinha dorsal,
    portanto sem ligações cruzadas,
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    sem interações ambientais, e quebramos
    isso numa série de componentes.
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    Então acrescentamos elástico.
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    Quando você a joga para
    o alto no ar e a pega,
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    ela tem a estrutura tridimensional
    completa da proteína, toda a complexidade.
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    E isso nos dá um modelo tangível
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    da proteína tridimensional
    e como ela se dobra
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    e toda a complexidade da geometria.
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    Então podemos estudar isto
    como um modelo físico, intuitivo.
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    E estamos transformando
    isso em sistemas bidimensionais,
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    assim, lâminas planas podem autodobrar-se
    em estruturas tridimensionais.
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    Em três dimensões, fizemos um projeto,
    ano passado, no TEDGlobal,
  • 3:34 - 3:36
    com Autodesk e Arthur Olson,
  • 3:36 - 3:38
    no qual observamos partes autônomas,
  • 3:38 - 3:40
    partes individuais,
    não pré-conectadas
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    que podem se juntar sozinhas.
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    Montamos 500 destas provetas.
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    Elas tinham estruturas moleculares
    diferentes dentro
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    e cores diferentes que podiam
    ser misturadas e combinadas.
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    Nós as demos a todos os TEDsters.
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    E esses se tornaram modelos intuitivos
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    para compreender como funciona
    a automontagem molecular na escala humana.
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    Este é o vírus da pólio.
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    Você o chacoalha fortemente
    e ele se quebra.
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    Então você o chacoalha ao acaso
  • 4:03 - 4:07
    e ele começa a corrigir os erros
    e constrói a estrutura sozinho.
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    E isto está demonstrando
    que pela energia aleatória
  • 4:09 - 4:14
    podemos construir formas não aleatórias.
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    Até mesmo demonstramos que podemos
    fazer isso numa escala muito maior.
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    Ano passado, em TED Long Beach,
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    construímos uma instalação
    que constrói instalações.
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    A ideia era: poderíamos automontar
    objetos na escala de mobília?
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    Então construímos uma grande
    câmara rotatória,
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    e as pessoas apareciam e giravam
    a câmara mais rápido ou mais devagar,
  • 4:32 - 4:34
    acrescentando energia ao sistema
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    e conseguindo uma compreensão intuitiva
    de como funciona a automontagem
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    e de que forma poderíamos usar isso
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    como uma técnica, em macroescala,
    para construção ou manufatura de produtos.
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    Lembrem-se, eu disse 4D.
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    Portanto, hoje, pela primeira vez,
    estamos revelando um novo projeto,
  • 4:48 - 4:50
    que é uma colaboração com Stratasys,
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    e é chamado de impressora 4D.
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    A ideia por trás da impressora 4D
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    é que você pega uma impressora 3D
    de multimateriais,
  • 4:57 - 4:59
    você pode colocar múltiplos materiais,
  • 4:59 - 5:01
    e você acrescenta uma nova capacidade,
  • 5:01 - 5:03
    que é transformação,
  • 5:03 - 5:04
    para que, exatamente na base,
  • 5:04 - 5:09
    as partes se transformem diretamente
    de uma forma para outra sozinhas.
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    Isto é como robótica sem fios ou motores.
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    Assim, você imprime esta parte
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    e ela pode transformar-se em outra coisa.
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    Também trabalhamos com a Autodesk
    num software que estavam desenvolvendo,
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    chamado Projeto Cyborg.
  • 5:22 - 5:25
    E isto nos permite estimular
    esse comportamento de automontagem
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    e tentar otimizar quando
    e quais partes estão se dobrando.
  • 5:28 - 5:31
    Mais importante, podemos
    usar este mesmo software
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    para o projeto de sistemas
    de automontagem em nanoescala
  • 5:33 - 5:36
    e sistemas de automontagem
    na escala humana.
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    Estas são partes sendo impressas
    com propriedades de multimaterial.
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    Eis a primeira demonstração.
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    Um único cordão mergulhado em água
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    que se dobra completamente sozinho
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    nas letras M I T.
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    Estou sendo tendencioso.
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    Esta é uma outra parte, cordão único
    mergulhado em um tanque maior,
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    que se dobra em um cubo,
    uma estrutura tridimensional, sozinho.
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    Sem interação humana.
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    E achamos que esta é a primeira vez
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    que um programa e uma transformação
  • 6:06 - 6:09
    foram introduzidos diretamente
    nos próprios materiais.
  • 6:09 - 6:12
    E isso também poderia ser
    a técnica de manufatura
  • 6:12 - 6:14
    que nos permitiria
    produzir infraestrutura
  • 6:14 - 6:16
    mais adaptativa no futuro.
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    Sei que provavelmente estão pensando:
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    isso é legal, mas como é usado
    para o ambiente de construção?
  • 6:21 - 6:23
    Abri um laboratório no MIT,
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    chamado de Laboratório de Automontagem.
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    E estamos nos dedicando a tentar
    desenvolver materiais programáveis
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    para o ambiente de construção.
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    E há alguns setores chave
    que têm muitas utilizações de curto prazo.
  • 6:34 - 6:36
    Uma dessas é em ambientes extremos.
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    Estes são cenários
    nos quais é difícil construir,
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    nossas técnicas de construção
    atuais não funcionam,
  • 6:41 - 6:45
    é grande demais, é perigoso demais,
    é caro, partes demais.
  • 6:45 - 6:47
    E o espaço é um grande exemplo para isso.
  • 6:47 - 6:49
    Estamos tentando projetar
    novos cenários para o espaço
  • 6:49 - 6:53
    com estruturas completamente
    reconfiguráveis e automontáveis,
  • 6:53 - 6:56
    que possam passar de uns para
    outros sistemas altamente funcionais.
  • 6:56 - 6:58
    Voltemos à infraestrutura.
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    Trabalhamos com uma empresa
    nos arredores de Boston,
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    chamada Geosyntec.
  • 7:02 - 7:05
    E estamos desenvolvendo
    um novo paradigma para encanamentos.
  • 7:05 - 7:09
    Imagine se os encanamentos
    pudessem expandir ou contrair
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    para mudar a capacidade ou o fluxo,
  • 7:11 - 7:15
    ou talvez mover-se em ondulações,
    como movimentos peristálticos,
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    para que eles mesmos conduzam a água.
  • 7:17 - 7:19
    Não são bombas e válvulas caras.
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    Este é um encanamento inteiramente
    programável e adaptativo por si mesmo.
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    Quero lembrá-los, hoje,
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    das difíceis realidades
    de montagem em nosso mundo.
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    Estas são coisas complexas construídas
    com partes complexas
  • 7:32 - 7:34
    que se juntam de formas complexas.
  • 7:34 - 7:37
    Gostaria de convidá-los,
    seja qual for a indústria de onde vêm,
  • 7:37 - 7:42
    a juntar-se a nós para reinventar
    e reimaginar o mundo,
  • 7:42 - 7:45
    como as coisas se unem
    da nanoescala para a escala humana,
  • 7:45 - 7:48
    para que possamos ir de um mundo como este
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    para um mundo que é mais assim.
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    Obrigado.
  • 8:03 - 8:05
    (Aplausos)
Title:
O surgimento da "impressora 4D"
Speaker:
Skylar Tibbits
Description:

A impressão 3D se sofisticou a partir do final da década de 1970; Skylar Tibbits está moldando o próximo desenvolvimento, que ele chama de impressão 4D, em que a quarta dimensão é o tempo. Essa tecnologia emergente nos permitirá imprimir objetos que se reconfiguram ou autoajustam ao longo do tempo. Pense: um cubo impresso que se dobra ante seus olhos, ou um encanamento impresso capaz de perceber a necessidade de expandir-se ou contrair-se.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
08:22

Portuguese, Brazilian subtitles

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