Os hábitos surpreendentes dos pensadores originais
-
0:01 - 0:05Há sete anos, um aluno veio ter comigo
e pediu-me para investir na empresa dele. -
0:05 - 0:08Disse-me: “Estou a trabalhar
com três amigos, -
0:08 - 0:11"e vamos tentar fazer algo novo
numa indústria vendendo coisas 'online'.” -
0:12 - 0:15Eu disse: “Ok, vocês passaram
o Verão todo nisso, não foi?” -
0:15 - 0:18“Não, todos fizemos estágios
para o caso de isto não resultar.” -
0:18 - 0:22“Está bem, mas vão fazer isso a tempo
inteiro assim que acabarem o curso.” -
0:22 - 0:25“Não propriamente. Todos temos
empregos de reserva em vista.” -
0:25 - 0:27Passaram seis meses,
-
0:27 - 0:29estamos na véspera
do lançamento da empresa, -
0:29 - 0:31e ainda não há um "website" a funcionar.
-
0:31 - 0:34“Vocês têm noção de que
toda a empresa é um 'website'. -
0:34 - 0:35"É literalmente tudo.”
-
0:37 - 0:40Então obviamente declinei investir.
-
0:41 - 0:44E no final, acabaram
por chamar à empresa Warby Parker. -
0:44 - 0:46(Risos)
-
0:46 - 0:48Vendem óculos "online".
-
0:48 - 0:52Foram reconhecidos há pouco tempo
como a empresa mais inovadora do mundo -
0:52 - 0:54e avaliados em mais
de mil milhões de dólares. -
0:54 - 0:57E agora? A minha mulher
é quem gere os nossos investimentos. -
0:59 - 1:01Porque é que eu estava tão enganado?
-
1:01 - 1:05Para descobrir isso, estive a estudar
pessoas a que chamei “originais”. -
1:05 - 1:07Os originais são inconformistas,
-
1:07 - 1:09pessoas que não só têm novas ideias
-
1:09 - 1:11como agem para as defender.
-
1:12 - 1:15São pessoas que se destacam
e defendem aquilo em que acreditam. -
1:15 - 1:18Os originais são o motor
da criatividade e mudança no mundo. -
1:18 - 1:20São as pessoas nas quais queremos apostar.
-
1:20 - 1:22E o aspecto delas
não é nada do que eu estava à espera. -
1:23 - 1:25Quero mostrar-vos hoje
três coisas que aprendi -
1:25 - 1:27acerca de reconhecer os originais
-
1:27 - 1:30e tornar-me um pouco mais como eles.
-
1:30 - 1:34Então, a primeira razão
por que eu não apostei na Warby Parker -
1:34 - 1:37foi por eles terem sido
muito lentos a arrancar. -
1:37 - 1:41Agora, todos conhecemos intimamente
a mente de um procrastinador. -
1:43 - 1:47Bem, tenho uma confissão a fazer.
Eu sou ao contrário. Sou "precrastinador". -
1:47 - 1:48(Risos)
-
1:48 - 1:50Sim, este termo existe mesmo.
-
1:50 - 1:53Sabem como é, aquele pânico
umas horas antes de um prazo importante -
1:53 - 1:55quando ainda não fizeram nada?
-
1:55 - 1:57Eu só sinto isso
com uns meses de antecedência. -
1:57 - 1:59(Risos)
-
2:00 - 2:07Isto começou muito cedo: quando era miúdo,
levava os jogos da Nintendo muito a sério. -
2:07 - 2:09Acordava às 5h da manhã,
-
2:09 - 2:11começava a jogar
e não parava até os ter dominado. -
2:12 - 2:16Isso acabou por se descontrolar tanto
que um jornal local -
2:16 - 2:20fez uma história sobre o lado negro
da Nintendo, em que eu era o protagonista. -
2:20 - 2:23(Risos)
-
2:23 - 2:25(Aplausos)
-
2:29 - 2:32Desde essa altura,
troquei cabelo por dentes. -
2:32 - 2:35(Risos)
-
2:37 - 2:40Mas isto deu-me muito jeito
na universidade, -
2:40 - 2:45porque acabei a minha tese final
quatro meses antes do prazo. -
2:46 - 2:50E sentia-me orgulhoso disso,
até há uns anos. -
2:50 - 2:54Tive uma aluna chamada Jihae,
que veio ter comigo e me disse, -
2:54 - 2:57“Tenho as minhas ideias mais criativas
quando estou a procrastinar.” -
2:57 - 3:01E eu pensei: “Isso é giro, mas onde estão
os quatro trabalhos que te faltam?” -
3:01 - 3:02(Risos)
-
3:02 - 3:04Não, ela era uma
das nossas alunas mais criativas -
3:04 - 3:08e, como psicólogo organizacional,
esse é o tipo de ideias que eu testo. -
3:08 - 3:10Então desafiei-a a obter dados.
-
3:10 - 3:12Ela foi a umas quantas empresas.
-
3:12 - 3:16Distribuiu inquéritos às pessoas
sobre a frequência com que procrastinavam. -
3:16 - 3:19Depois pediu aos chefes que as avaliassem
quanto à criatividade e inovação. -
3:19 - 3:22E é verdade,
os "precrastinadores" como eu, -
3:22 - 3:24que vão a correr fazer tudo muito cedo
-
3:24 - 3:26são avaliados como menos criativos
-
3:26 - 3:28do que as pessoas
que procrastinam moderadamente. -
3:28 - 3:32Então quis saber o que acontece
aos procrastinadores crónicos. -
3:32 - 3:35Ela disse: “Não sei. Esses
não preencheram o meu inquérito.” -
3:35 - 3:37(Risos)
-
3:37 - 3:39Não, aqui estão os nossos resultados.
-
3:40 - 3:44Na verdade vemos que as pessoas
que esperam até ao último minuto -
3:44 - 3:48estão tão ocupadas a distrair-se
que não têm nenhumas ideias novas. -
3:49 - 3:52E o oposto, as pessoas
que vão a correr fazer tudo -
3:52 - 3:56estão num tal frenesim de ansiedade
que também não têm pensamentos originais. -
3:57 - 4:01Há um local ideal
onde os originais parecem morar. -
4:02 - 4:03Porque acontece isto?
-
4:03 - 4:07Se calhar, as pessoas originais têm
simplesmente maus hábitos de trabalho. -
4:07 - 4:10Se calhar, a procrastinação
não origina criatividade. -
4:10 - 4:13Para descobrir,
concebemos algumas experiências. -
4:13 - 4:16Pedimos às pessoas que gerassem
novas ideias de negócio, -
4:16 - 4:18e depois pedimos a leitores independentes
-
4:18 - 4:21que avaliassem se eram criativas e úteis.
-
4:21 - 4:25A alguns, pedimos
que fizessem a tarefa de imediato. -
4:25 - 4:27A outros, atribuímo-los
ao acaso para procrastinarem -
4:27 - 4:29pondo-lhes à frente o Minesweeper
-
4:30 - 4:32durante uns cinco ou dez minutos.
-
4:32 - 4:35E, sem dúvida,
os procrastinadores moderados -
4:35 - 4:39são 16% mais criativos
do que os outros dois grupos. -
4:40 - 4:43Agora, o Minesweeper é fantástico,
mas não é o motor do efeito, -
4:43 - 4:46porque se jogarmos primeiro,
antes de sabermos qual é a tarefa, -
4:46 - 4:48não há nenhum aumento de criatividade.
-
4:48 - 4:51Só quando nos dizem
que vamos trabalhar neste problema, -
4:51 - 4:52e depois começamos a procrastinar,
-
4:52 - 4:56mas continuamos com a tarefa activa
em pano de fundo no cérebro, -
4:56 - 4:57é que começamos a incubar.
-
4:57 - 5:00A procrastinação dá-nos tempo
para ponderar ideias divergentes, -
5:00 - 5:04para pensar de formas não lineares,
para fazer saltos inesperados. -
5:04 - 5:07Mesmo quando estávamos
a acabar estas experiências, -
5:07 - 5:10eu estava a começar a escrever
um livro sobre os originais, -
5:10 - 5:14e pensei: “É a altura perfeita para
me ensinar a mim mesmo a procrastinar, -
5:14 - 5:17"enquanto estou a escrever
um capítulo sobre a procrastinação.” -
5:17 - 5:19Então meta-procrastinei,
-
5:20 - 5:23e, como qualquer "precrastinador"
digno desse nome, -
5:24 - 5:25acordei cedinho na manhã seguinte
-
5:25 - 5:29e fiz uma lista de coisas a fazer,
com passos sobre como procrastinar. -
5:29 - 5:30(Risos)
-
5:31 - 5:35Depois trabalhei diligentemente
-
5:35 - 5:39para o meu objectivo
de não progredir para o meu objectivo. -
5:40 - 5:42Comecei a escrever
o capítulo da procrastinação, -
5:42 - 5:44e um dia
— já ia a meio — -
5:44 - 5:46pu-lo de lado literalmente
a meio de uma frase -
5:46 - 5:48durante meses.
-
5:48 - 5:50Foi uma agonia.
-
5:51 - 5:54Mas quando voltei a pegar-lhe,
tinha todo o tipo de ideias novas. -
5:55 - 5:56Como disse Aaron Sorkin,
-
5:56 - 5:59“Vocês chamam-lhe procrastinar.
Eu chamo-lhe pensar.” -
6:00 - 6:01E pelo caminho,
-
6:01 - 6:05descobri que muitos dos grandes originais
da História eram procrastinadores. -
6:06 - 6:07Vejam o caso do Leonardo da Vinci.
-
6:07 - 6:11Trabalhou intermitentemente
durante 16 anos -
6:11 - 6:13na Mona Lisa.
-
6:13 - 6:14Sentia-se um falhanço.
-
6:14 - 6:16Escreveu isso mesmo no seu diário.
-
6:18 - 6:21Mas algumas das incursões
que ele fez pela óptica -
6:21 - 6:23transformaram a forma
como modelava a luz -
6:23 - 6:25e fizeram dele um pintor muito melhor.
-
6:26 - 6:28Então e o Martin Luther King, Jr.?
-
6:28 - 6:30Na noite antes
do maior discurso da sua vida, -
6:30 - 6:32a marcha de protesto em Washington,
-
6:32 - 6:35já passava das 3h da manhã
e ele ainda estava a reescrevê-lo. -
6:35 - 6:38Estava sentado no público à espera
da sua vez para ir para o palco, -
6:38 - 6:42e ainda continuava
a escrevinhar anotações e a riscar linhas. -
6:43 - 6:45Quando chega ao palco,
passados 11 minutos, -
6:45 - 6:47abandona as suas observações preparadas
-
6:47 - 6:50para proclamar quatro palavras
que mudaram o curso da História: -
6:50 - 6:51“Eu tenho um sonho.”
-
6:52 - 6:54Isso não estava no guião.
-
6:55 - 7:00Mas ao atrasar a tarefa de finalizar
o discurso até mesmo ao último minuto, -
7:00 - 7:03permitiu-se ter uma abertura
para todo o tipo de ideias possíveis. -
7:04 - 7:06E porque o texto
não estava escrito na pedra -
7:06 - 7:08ele teve liberdade para improvisar.
-
7:09 - 7:12A procrastinação é um vício
quando se trata da produtividade, -
7:12 - 7:15mas pode ser uma virtude
para a criatividade. -
7:15 - 7:17O que vemos
com muitos dos grandes originais -
7:17 - 7:21é que são rápidos a começar
mas lentos a terminar. -
7:21 - 7:23E foi isso que eu não percebi
na Warby Parker. -
7:24 - 7:26Quando eles andaram
a engonhar durante seis meses, -
7:26 - 7:28eu olhei para eles e disse:
-
7:28 - 7:32“Sabem, há muitas outras empresas que
estão a começar a vender óculos 'online'.” -
7:32 - 7:34Eles perderam a vantagem
de serem os primeiros a avançar. -
7:34 - 7:37Mas o que eu não percebi foi que
eles usaram esse tempo todo -
7:37 - 7:40a tentar perceber
como as pessoas se sentiriam à vontade -
7:40 - 7:42para encomendar óculos "online".
-
7:42 - 7:44Acontece que a vantagem
de avançar primeiro é um mito. -
7:44 - 7:47Vejam um estudo clássico
de mais de 50 categorias de produtos, -
7:47 - 7:50comparando os que avançaram primeiro
e criaram o mercado -
7:50 - 7:54com os melhoradores, que introduziram
algo de diferente e melhor. -
7:55 - 7:59O que vêem é que os que avançaram primeiro
têm uma taxa de insucesso de 47%, -
7:59 - 8:02em comparação com apenas
8% dos melhoradores. -
8:03 - 8:06Vejam o Facebook, que esperou
para construir uma rede social -
8:06 - 8:09depois do Myspace e Friendster.
-
8:09 - 8:13Vejam o Google, que esperou anos
depois do Altavista e do Yahoo. -
8:13 - 8:16É muito mais fácil melhorar
uma ideia de outra pessoa -
8:16 - 8:18do que criar algo novo de raiz.
-
8:19 - 8:23A lição que eu aprendi foi que para sermos
originais não temos de ser os primeiros. -
8:23 - 8:25Só temos de fazer diferente e melhor.
-
8:26 - 8:29Mas essa não foi a única razão por que
eu ignorei a oportunidade da Warby Parker. -
8:29 - 8:32Eles também estavam cheios de dúvidas.
-
8:32 - 8:34Tinham planos de reserva prontos,
-
8:34 - 8:37e isso fez-me duvidar que eles
tivessem a coragem de ser originais, -
8:37 - 8:42porque eu esperava que os originais
tivessem este aspecto. -
8:43 - 8:45(Risos)
-
8:47 - 8:48Agora, à superfície,
-
8:48 - 8:51muitas das pessoas originais
têm um ar confiante, -
8:51 - 8:52mas nos bastidores
-
8:52 - 8:54têm os mesmos medos e dúvidas
que todos nós. -
8:54 - 8:56Apenas os gerem de forma diferente.
-
8:56 - 8:59Deixem-me mostrar-vos:
isto é uma representação -
8:59 - 9:02de como o processo criativo funciona
para a maior parte de nós. -
9:04 - 9:06(Risos)
-
9:08 - 9:11Na minha investigação, descobri
que há dois tipos diferentes de dúvida. -
9:11 - 9:13Há o duvidar de nós mesmos
e o duvidar da ideia. -
9:13 - 9:15Duvidar de nós mesmos é paralisante.
-
9:15 - 9:16Faz-nos congelar.
-
9:17 - 9:18Mas duvidar da ideia é energizante.
-
9:19 - 9:21Motiva-nos a testar,
experimentar, refinar, -
9:21 - 9:23tal como a MLK fez.
-
9:23 - 9:26E, portanto, a chave para sermos originais
-
9:26 - 9:28é apenas uma coisa muito simples,
-
9:28 - 9:32evitar o salto da etapa três
para a etapa quatro. -
9:32 - 9:34Em vez de dizermos:
“Eu não presto para nada”, -
9:34 - 9:37dizemos: “os primeiros rascunhos
nunca prestam para nada, -
9:37 - 9:38e eu só ainda lá não cheguei.”
-
9:39 - 9:41Então como chegamos lá?
-
9:41 - 9:42Bem, há uma pista, afinal,
-
9:42 - 9:44no navegador da Internet que utilizamos.
-
9:44 - 9:48Podemos prever o nosso desempenho
profissional e o nosso empenho -
9:48 - 9:50sabendo apenas qual
o navegador "web" que utilizamos. -
9:51 - 9:55Alguns de vocês não vão gostar
dos resultados deste estudo. -
9:55 - 9:56(Risos)
-
9:56 - 10:00Mas há boas evidências de que
os utilizadores do Firefox e do Chrome -
10:00 - 10:04têm um desempenho significativamente
melhor do que os do Explorer e Safari. -
10:04 - 10:05Sim.
-
10:05 - 10:07(Aplausos)
-
10:07 - 10:11Também ficam no mesmo emprego
15% mais tempo, já agora. -
10:11 - 10:13Porquê? Não se trata
de uma vantagem técnica. -
10:13 - 10:17Os quatro grupos de utilizadores têm
uma velocidade média de escrita semelhante -
10:17 - 10:20e também têm níveis semelhantes
de conhecimentos informáticos. -
10:20 - 10:22Trata-se de como chegaram ao navegador.
-
10:22 - 10:24Porque se usarmos
o Internet Explorer ou o Safari, -
10:24 - 10:27estes vêm pré-instalados no computador,
-
10:27 - 10:30e aceitamos a opção predefinida
que nos foi entregue. -
10:30 - 10:34Se quisemos o Firefox ou o Chrome,
tivemos de duvidar da predefinição -
10:34 - 10:36e perguntar se haveria
alguma opção diferente, -
10:36 - 10:39e depois ser um pouco engenhocas
e descarregar um novo navegador. -
10:40 - 10:42Então as pessoas
ouvem falar deste estudo e dizem: -
10:42 - 10:45“Boa, então se eu quiser melhorar
só tenho de mudar de navegador?” -
10:45 - 10:47(Risos)
-
10:47 - 10:49Não, trata-se de ser o tipo de pessoa
-
10:49 - 10:51que toma a iniciativa
de duvidar da predefinição -
10:51 - 10:54e procurar uma melhor opção.
-
10:54 - 10:55E se fizermos isso bem
-
10:55 - 10:58iremos abrir-nos ao oposto do "déjà vu".
-
10:59 - 11:02Há um nome para isso.
Chama-se "vujá dé". -
11:02 - 11:04(Risos)
-
11:05 - 11:08"Vujá dé" é quando olhamos para algo
que já vimos muitas vezes -
11:08 - 11:11e, de repente, o vemos com um novo olhar.
-
11:12 - 11:15É um argumentista que olha
para o guião de um filme -
11:15 - 11:18que não consegue ter luz verde
há mais de meio século. -
11:18 - 11:22Em todas as versões anteriores,
a personagem principal foi a rainha má. -
11:22 - 11:25Mas a Jennifer Lee começa a questionar
se isso faz sentido. -
11:25 - 11:27Reescreve o primeiro acto,
-
11:27 - 11:30reinventa a vilã
como uma heroína torturada -
11:30 - 11:33e Frozen torna-se o filme animado
com maior sucesso de sempre. -
11:33 - 11:36Portanto, há uma mensagem simples
nesta história. -
11:36 - 11:38Quando em dúvida,
não achem que já passou. -
11:39 - 11:41(Risos)
-
11:42 - 11:43Então e o medo?
-
11:43 - 11:45Os originais também têm medo.
-
11:46 - 11:47Têm medo de falhar,
-
11:47 - 11:50mas o que os distingue do resto de nós
-
11:50 - 11:52é que têm ainda mais medo
de não conseguirem tentar. -
11:52 - 11:56Sabem que podemos falhar começando
um negócio que vai para a bancarrota -
11:56 - 11:58ou falhar em sequer começar um negócio.
-
11:58 - 12:02Sabem que, a prazo, os nossos maiores
arrependimentos não são as nossas acções -
12:02 - 12:04mas sim as nossas inacções.
-
12:04 - 12:07As coisas que gostaríamos
de poder refazer, olhando para a ciência, -
12:07 - 12:09são as oportunidades não aproveitadas.
-
12:10 - 12:13O Elon Musk disse-me que não esperava
que a Tesla tivesse sucesso. -
12:13 - 12:16Tinha a certeza de que
os primeiros lançamentos do SpaceX -
12:16 - 12:19não iriam conseguir entrar em órbita,
quanto mais regressar, -
12:19 - 12:22mas que era demasiado importante
para não tentar. -
12:22 - 12:25E para tantos de nós,
quando temos uma ideia importante, -
12:25 - 12:27não nos damos ao trabalho de tentar.
-
12:27 - 12:29Mas tenho boas notícias para vos dar.
-
12:29 - 12:32Vocês não vão ser criticados
pelas vossas más ideias. -
12:32 - 12:33Muitas pessoas acham que sim.
-
12:33 - 12:35Se olharmos para as várias indústrias
-
12:35 - 12:39e perguntarmos às pessoas pela sua
maior ideia, sugestão mais importante, -
12:39 - 12:4385% não dizem nada,
em vez de falarem. -
12:43 - 12:47Têm medo de fazer figura de urso,
ou de parecerem estúpidos. -
12:47 - 12:50Mas sabem que mais? Os originais
têm muitas, muitas más ideias, -
12:50 - 12:52toneladas delas, na verdade.
-
12:53 - 12:55Olhem para o tipo que inventou isto.
-
12:55 - 12:58Importam-se que ele tenha inventado
uma boneca falante tão assustadora -
12:58 - 13:01que meteu medo não só aos miúdos
como também aos adultos? -
13:02 - 13:06Não. Comemoram o Thomas Edison
por ser o inventor da lâmpada. -
13:06 - 13:08(Risos)
-
13:09 - 13:11Se olharmos para as várias áreas,
-
13:11 - 13:14os maiores originais
são os que falharam mais, -
13:14 - 13:16porque são os que tentaram mais.
-
13:16 - 13:19Vejam os compositores clássicos,
os melhores dos melhores. -
13:19 - 13:23Porque é que alguns têm mais páginas
nas enciclopédias do que outros -
13:23 - 13:26e também têm as suas composições
gravadas mais vezes? -
13:26 - 13:27Um dos melhores indicadores
-
13:27 - 13:30é o mero volume de composições que criam.
-
13:31 - 13:34Quanto maior o volume de criação,
maior a variedade que temos -
13:34 - 13:38e melhores as probabilidades
de encontrar algo de realmente original. -
13:38 - 13:42Mesmo os três ícones da música clássica
— Bach, Beethoven, Mozart — -
13:42 - 13:45tiveram de criar centenas
e centenas de composições -
13:46 - 13:49até chegarem a um número
muito menor de obras-primas. -
13:50 - 13:51Agora, podem estar a pensar,
-
13:51 - 13:55como é que este tipo se tornou grande
sem fazer muita coisa? -
13:56 - 13:58Não sei como
é que o Wagner conseguiu isso. -
13:58 - 14:01Mas, para a maior parte de nós,
se queremos ser originais, -
14:01 - 14:04temos de criar mais ideias.
-
14:05 - 14:08Os fundadores da Warby Parker, ao tentarem
arranjar um nome para a empresa, -
14:08 - 14:11precisavam de algo sofisticado, único,
sem associações negativas -
14:11 - 14:13para construir uma marca de comércio,
-
14:13 - 14:16e testaram mais de 2000 possibilidades
-
14:16 - 14:17antes de chegarem finalmente a
-
14:17 - 14:19Warby e Parker.
-
14:20 - 14:23Portanto, se juntarem isto tudo,
o que vêem é que os originais -
14:23 - 14:25não são assim tão diferentes
do resto de nós. -
14:26 - 14:29Têm medos e dúvidas. Procrastinam.
-
14:29 - 14:31Têm más ideias.
-
14:31 - 14:34E às vezes não é apesar dessas qualidades
mas sim por causa delas, -
14:34 - 14:36que têm sucesso.
-
14:36 - 14:39Portanto, quando virem estas coisas,
não cometam o mesmo erro que eu. -
14:39 - 14:40Não os ignorem.
-
14:40 - 14:43E quando forem vocês, não se ignorem
a vocês mesmos também. -
14:43 - 14:46Saibam que ser rápidos a começar
mas lentos a terminar -
14:46 - 14:48pode melhorar a vossa criatividade,
-
14:48 - 14:51que podem motivar-se
duvidando das vossas ideias -
14:51 - 14:53e aceitando o medo
de falharem na tentativa, -
14:53 - 14:56e que é preciso ter muitas más ideias
para conseguir algumas boas. -
14:57 - 14:59Oiçam, ser original não é fácil,
-
14:59 - 15:01mas não tenho dúvidas sobre isto:
-
15:01 - 15:04é a melhor maneira
de melhorar o mundo à nossa volta. -
15:04 - 15:05Obrigado.
-
15:05 - 15:09(Aplausos)
- Title:
- Os hábitos surpreendentes dos pensadores originais
- Speaker:
- Adam Grant
- Description:
-
Como é que as pessoas criativas arranjam ideias fabulosas? O psicólogo organizacional estuda os "originais": pensadores que sonham com novas ideias e agem para as colocar no mundo. Nesta apresentação, saiba quais são os três hábitos inesperados das pessoas originais — incluindo aceitar o insucesso. "As pessoas mais originais são as que falham mais, porque são as que tentam mais", diz Grant. "É preciso muitas más ideias para conseguir ter algumas boas."
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:25
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The surprising habits of original thinkers | |
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Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The surprising habits of original thinkers | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The surprising habits of original thinkers | |
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Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for The surprising habits of original thinkers | |
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The surprising habits of original thinkers | |
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The surprising habits of original thinkers | |
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H Maria Castro edited Portuguese subtitles for The surprising habits of original thinkers | |
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H Maria Castro edited Portuguese subtitles for The surprising habits of original thinkers |