Scott Fraser: Por que testemunhas oculares erram
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0:02 - 0:07O assassinato ocorreu há pouco mais de 21 anos,
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0:07 - 0:11em 18 de janeiro de 1991,
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0:11 - 0:13num pequeno
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0:13 - 0:15bairro dormitório
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0:15 - 0:18de Lynwood, na Califórnia, poucos quilômetros
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0:18 - 0:21a sudeste de Los Angeles.
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0:21 - 0:24Um pai saiu de sua casa
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0:24 - 0:27para dizer ao seu filho adolescente e seus cinco amigos
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0:27 - 0:30que já era hora de pararem as brincadeiras
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0:30 - 0:33no gramado e na calçada,
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0:33 - 0:36e irem para casa terminar seus deveres escolares
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0:36 - 0:38e se prepararem para dormir.
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0:38 - 0:42E quando o pai estava dando estas instruções,
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0:42 - 0:45um carro passou, vagarosamente,
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0:45 - 0:48e assim que ele passou pelo pai e pelos adolescentes,
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0:48 - 0:52uma mão saiu da janela do carona,
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0:52 - 0:57e – "Pá, pá!" – matou o pai.
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0:57 - 1:01E o carro acelerou.
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1:01 - 1:02A polícia,
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1:02 - 1:06oficiais de investigação, foram incrivelmente eficientes.
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1:06 - 1:09Eles consideraram todos os culpados usuais
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1:09 - 1:13e, em menos de 24 horas, apontaram o suspeito:
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1:13 - 1:17Francisco Carrilo, um garoto de 17 anos
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1:17 - 1:19que morava dois ou três quarteirões
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1:19 - 1:22de onde os disparos ocorreram.
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1:22 - 1:26Eles encontraram fotos dele. Eles prepararam um conjunto de fotos
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1:26 - 1:30e, no dia seguinte aos disparos,
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1:30 - 1:33eles mostraram para um dos adolescentes, e ele disse:
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1:33 - 1:35"É esta fotografia.
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1:35 - 1:40Este é o atirador que eu vi e que matou o pai."
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1:40 - 1:43Isso era tudo o que um juiz em audiência preliminar tinha
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1:43 - 1:48de ouvir para conduzir o Sr. Carrillo a um julgamento
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1:48 - 1:51por assassinato de primeiro grau.
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1:51 - 1:54Nas investigações que se seguiram antes do julgamento,
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1:54 - 1:57o mesmo conjunto de fotos foi mostrado
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1:57 - 2:02para cada um dos cinco adolescentes.
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2:02 - 2:04A foto que podemos deduzir que foi mostrada
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2:04 - 2:07a eles na série de fotos é provavalmente
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2:07 - 2:10a que aparece no canto inferior esquerdo entre essas fotos policiais.
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2:10 - 2:14Não temos certeza disso por causa
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2:14 - 2:18da natureza de preservação das provas
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2:18 - 2:20no nosso sistema judicial,
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2:20 - 2:25mas isto é assunto para outra palestra inteira no TEDx, em outro momento. (Risos)
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2:25 - 2:28Então, no julgamento real,
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2:28 - 2:31todos os seis adolescentes testemunharam
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2:31 - 2:35e indicaram as identificações que tinham feito
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2:35 - 2:38no conjunto de fotos.
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2:38 - 2:43Ele foi condenado. Foi sentenciado à prisão perpétua
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2:43 - 2:49e transportado para a prisão Folsom.
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2:49 - 2:51Então, o que está errado?
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2:51 - 2:55Julgamento justo, investigação completa.
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2:55 - 2:59Ah... sim, nenhuma arma foi encontrada.
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2:59 - 3:03Nenhum veículo foi identificado como sendo aquele
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3:03 - 3:06no qual o atirador tinha estendido seu braço,
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3:06 - 3:10e ninguém foi jamais acusado de ser o motorista
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3:10 - 3:13do veículo do atirador.
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3:13 - 3:17E o álíbi do Sr. Carrillo?
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3:17 - 3:22Qual dos pais aqui nesta sala não mentiria
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3:22 - 3:25a respeito do paradeiro do seu filho ou filha
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3:25 - 3:29numa investigação de assassinato?
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3:31 - 3:34Mandado à prisão,
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3:34 - 3:37ele insistiu inflexivelmente em sua inocência,
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3:37 - 3:42por 21 anos.
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3:42 - 3:45Então, qual é o problema?
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3:45 - 3:48Os problemas, na verdade, para este tipo de caso,
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3:48 - 3:52vêm, muitas vezes, de décadas de pesquisas científicas
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3:52 - 3:56envolvendo a memória humana.
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3:56 - 3:59Primeiramente, temos todas as análises estatísticas
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3:59 - 4:01do trabalho do Projeto Inocência,
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4:01 - 4:04onde temos cerca de
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4:04 - 4:07250, 280 casos documentados de pessoas
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4:07 - 4:11que foram erroneamente condenadas e depois absolvidas,
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4:11 - 4:18algumas já no corredor da morte, com base em análises posteriores de DNA.
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4:18 - 4:21E se sabe que mais de três quartos de todos aqueles casos
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4:21 - 4:28de absolvição envolveram somente identificação por testemunhas oculares
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4:28 - 4:31durante os julgamentos que condenaram os suspeitos.
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4:31 - 4:37Nós sabemos que identificações por testemunhas oculares são falíveis.
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4:37 - 4:39Outra questão vem de um aspecto interessante
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4:39 - 4:42da memória humana, que está relacionado a várias funções cerebrais,
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4:42 - 4:44mas, para ser breve, posso resumir aqui
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4:44 - 4:47em uma simples linha:
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4:47 - 4:52O cérebro abomina o vácuo.
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4:52 - 4:56Na melhor das condições de observação,
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4:56 - 4:57o melhor absoluto,
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4:57 - 5:01nós somente detectamos, codificamos e guardamos em nossos cérebros
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5:01 - 5:05pedaços da experiência completa na nossa frente,
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5:05 - 5:07e elas são guardadas em partes diferentes do nosso cérebro.
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5:07 - 5:11Então, quando é importante para nós sermos capazes de relembrar
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5:11 - 5:14o que experienciamos,
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5:14 - 5:20temos um arquivo incompleto, parcial,
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5:20 - 5:22e o que acontece?
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5:22 - 5:25Inconscientemente, sem nenhum tipo de
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5:25 - 5:30processamento deliberado, o cérebro completa a informação
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5:30 - 5:32que não estava lá,
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5:32 - 5:35que não tinha sido originalmente armazenada,
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5:35 - 5:37por inferência, por especulação,
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5:37 - 5:40de fontes de informação que vieram para você,
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5:40 - 5:43como observador, depois da observação.
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5:43 - 5:45Mas isto acontece tão inconscientemente
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5:45 - 5:49que você nem se dá conta de que está acontecendo.
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5:49 - 5:51É o que chamamos de memórias reconstruídas.
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5:51 - 5:56Isto nos acontece em todos os aspectos de nossa vida, o tempo todo.
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6:07 - 6:09para um grupo de advogados de apelação,
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6:09 - 6:12liderados por uma advogada extraordinária, chamada Ellen Eggers,
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6:12 - 6:17que reuniram suas experiências e seus talentos
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6:17 - 6:18para solicitar a um tribunal superior
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6:18 - 6:23um novo julgamento para Francisco Carrillo.
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6:23 - 6:28Eles me contrataram, como neurofisiologista forense,
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6:28 - 6:30porque eu tinha conhecimento
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6:30 - 6:32na identificação das memórias de testemunhas oculares,
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6:32 - 6:35o que obviamente faz sentido neste caso, certo?
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6:35 - 6:39Mas também porque eu tenho conhecimento e testemunho sobre
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6:39 - 6:43a natureza da visão humana noturna.
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6:43 - 6:46Bem, o que uma coisa tem a ver com a outra?
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6:46 - 6:49Bem, quando se lê o material do caso
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6:49 - 6:52Carrillo,
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6:52 - 6:55uma das coisas que subitamente chama a atenção é que
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6:55 - 6:58os oficiais de investigação disseram que a luz era boa
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6:58 - 7:02na cena do crime, no tiroteio.
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7:02 - 7:05Todos os adolescentes testemunharam durante o julgamento
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7:05 - 7:09que eles podiam ver muito bem.
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7:09 - 7:12Mas isto aconteceu no meio de janeiro,
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7:12 - 7:18no hemisfério Norte, às 7 horas da noite.
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7:18 - 7:21Então, quando eu fiz os cálculos
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7:21 - 7:23para os dados lunares e solares
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7:23 - 7:26naquela localidade na Terra, na hora do incidente
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7:26 - 7:28dos disparos, certo,
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7:28 - 7:31já tinha passado o fim do crepúsculo
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7:31 - 7:33e não havia lua naquela noite.
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7:33 - 7:35Então toda a luz naquela área, do sol e da lua,
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7:35 - 7:38é o que vocês veem na tela bem aqui.
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7:38 - 7:41A única claridade naquela área tinha que vir
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7:41 - 7:44de fontes artificiais,
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7:44 - 7:47e é aí que eu saio e faço a reconstrução
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7:47 - 7:50da cena com fotômetros, com várias medidas
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7:50 - 7:52de iluminação e várias outras medidas de
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7:52 - 7:56percepção de cor, com câmeras especiais
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7:56 - 7:58e filmes de alta velocidade, certo?
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7:58 - 8:01Pego todas as medidas e as registro, certo?
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8:01 - 8:03E então tiro fotografias, e assim estava a cena
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8:03 - 8:05no momento dos disparos,
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8:05 - 8:07da posição em que os adolescentes viram
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8:07 - 8:11o carro passando e disparando.
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8:11 - 8:13Esta é a visão direta do outro lado da rua,
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8:13 - 8:16de onde eles estavam parados.
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8:16 - 8:18Lembrem-se, o registro dos oficiais de investigação dizia
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8:18 - 8:20que a luz era boa.
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8:20 - 8:23Os adolescentes disseram que podiam ver muito bem.
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8:23 - 8:26Esta é a visão para o leste,
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8:26 - 8:30onde o veículo que disparou acelerou,
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8:30 - 8:35e esta é a luz direta atrás do pai
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8:35 - 8:37e dos adolescentes.
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8:37 - 8:41Como vocês podem ver, é muito pobre.
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8:41 - 8:45Ninguém diria que é uma boa iluminação,
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8:45 - 8:48e, de fato, por melhores que sejam estas fotos –
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8:48 - 8:51e a razão pela qual nós as tiramos é que eu sabia que iria ter que testemunhar no tribunal,
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8:51 - 8:55e uma imagem vale mais do que mil palavras
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8:55 - 8:57quando você está tentando comunicar números,
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8:57 - 9:00conceitos abstratos como lux, a medida internacional
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9:00 - 9:05de iluminação, os valores do teste de percepção de cores Ishihara.
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9:05 - 9:09Quando se apresenta isto a pessoas que não são versadas
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9:09 - 9:12naqueles aspectos da ciência, elas se tornam
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9:12 - 9:14salamandras ao sol do meio-dia. É como
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9:14 - 9:17falar sobre a tangente do ângulo visual, certo?
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9:17 - 9:20Os olhos delas ficam vidrados, certo?
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9:20 - 9:24Um bom especialista forense tem que ser também um bom educador,
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9:24 - 9:26um bom comunicador, e esta é parte da razão
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9:26 - 9:29pela qual nós tiramos as fotos, para mostrar não apenas
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9:29 - 9:31onde estão as fontes de luz, e o que chamamos de
difusão, -
9:31 - 9:34a distribuição, mas também para que fique mais fácil
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9:34 - 9:38para o juiz compreender as circunstâncias.
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9:38 - 9:41Então estas são algumas das fotos que
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9:41 - 9:43eu usei quando testemunhei,
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9:43 - 9:45mas, para mim, como cientista, mais importantes foram
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9:45 - 9:47aquelas leituras do fotômetro,
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9:47 - 9:52que eu posso converter em predições reais
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9:52 - 9:55da capacidade visual do olho humano
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9:55 - 9:58naquelas circunstâncias,
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9:58 - 10:01e das leituras que gravei na cena,
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10:01 - 10:04sob as mesmas condições solares e lunares,
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10:04 - 10:07ao mesmo tempo etc. e tal,
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10:07 - 10:08eu pude prever
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10:08 - 10:10que não poderia haver percepção confiável de cores,
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10:10 - 10:12o que é fundamentall para o reconhecimento de um rosto,
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10:12 - 10:15e que poderia haver apenas visão escotópica,
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10:15 - 10:17o que significa que haveria pouquíssima resolução,
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10:17 - 10:19o que nós chamamos de limite de detecção,
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10:19 - 10:21e, além disso, como os olhos estariam
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10:21 - 10:25totalmente dilatados sob esta luz, a profundidade de campo,
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10:25 - 10:28a distância à qual se pode focar e ver detalhes,
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10:28 - 10:34teria sido menor que 46 centímetros.
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10:34 - 10:36Eu testemunhei isto no tribunal,
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10:36 - 10:39e o juiz estava muito atento –
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10:39 - 10:41foi uma longa audiência
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10:41 - 10:46para a petição de um novo julgamento – e, como resultado,
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10:46 - 10:48eu percebi, com o canto do olho,
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10:48 - 10:52que talvez o juiz precisasse
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10:52 - 10:54de um empurrãozinho
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10:54 - 10:56além de apenas mais números.
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10:56 - 10:59E aqui eu fui um pouco audacioso,
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10:59 - 11:00me virei
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11:00 - 11:03e perguntei ao juiz:
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11:03 - 11:05"Meritíssimo, eu penso que o Sr. deveria sair
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11:05 - 11:08e olhar a cena por si mesmo."
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11:08 - 11:11Eu devo ter usado um tom que era mais como um desafio
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11:11 - 11:13do que uma solicitação - (Risos) -
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11:13 - 11:18mas, apesar de tudo, e para o crédito desse homem e sua coragem,
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11:18 - 11:21ele disse: "Sim, eu vou."
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11:21 - 11:25Uma história comovente na jurisprudência americana.
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11:25 - 11:28Então, de fato, nós encontramos as mesmas condições,
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11:28 - 11:30reconstruímos a coisa toda de novo,
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11:30 - 11:34ele veio com uma brigada completa de agentes policiais
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11:34 - 11:39para protegê-lo nesta comunidade, certo? (Risos)
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11:39 - 11:44Nós o colocamos na rua ligeiramente mais próximo
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11:44 - 11:47do veículo suspeito, o veículo do atirador,
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11:47 - 11:50do que os adolescentes estavam,
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11:50 - 11:52então ele permaneceu a poucos centímetros do meio-fio,
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11:52 - 11:55em direção ao meio da rua.
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11:55 - 11:58Nós tinhamos um carro que vinha,
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11:58 - 12:03um carro idêntico ao descrito pelos adolescentes, certo?
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12:03 - 12:05Ele tinha um motorista e um passageiro,
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12:05 - 12:08e depois que o carro passou pelo juiz,
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12:08 - 12:12o passageiro estendeu sua mão,
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12:12 - 12:16e a apontou para o juiz à medida que o carro seguiu,
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12:16 - 12:19exatamente como os adolescentes tinham descrito, certo?
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12:19 - 12:22Agora, ele não usou uma arma de verdade na mão,
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12:22 - 12:24então ele tinha um objeto preto em sua mão que era semelhante
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12:24 - 12:26à arma que tinha sido descrita.
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12:26 - 12:29Ele apontou e isto foi o que o juiz viu.
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12:29 - 12:36Este é o carro 10 metros distante do juiz.
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12:36 - 12:39Há um braço esticado para fora do lado do passageiro
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12:39 - 12:41e apontando para você.
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12:41 - 12:43Isto é a 10 metros de distância.
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12:43 - 12:45Alguns dos adolescentes disseram que, na verdade, o carro
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12:45 - 12:48estava a 5 metros de distância quando ele atirou.
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12:48 - 12:52Ok. Aqui está: 5 metros.
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12:52 - 12:56Neste ponto, eu fiquei um pouco preocupado.
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12:56 - 13:00Este juiz é uma pessoa com a qual você jamais quereria jogar pôquer.
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13:00 - 13:05Ele estava totalmente indiferente. Eu não podia ver um movimento das suas sobrancelhas.
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13:05 - 13:08Eu não podia ver o mais leve movimento de sua cabeça.
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13:08 - 13:12Eu não tinha a menor ideia de como ele estava reagindo a isto,
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13:12 - 13:15e, depois que ele observou a reconstituição,
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13:15 - 13:16ele se voltou para mim e disse:
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13:16 - 13:19"Tem mais alguma coisa que você quer que eu veja?"
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13:19 - 13:23Eu disse: "Meritíssimo", e eu não sei se eu estava
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13:23 - 13:26entusiasmado pelas medições científicas que eu tinha
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13:26 - 13:30no bolso e meu conhecimento de sua exatidão,
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13:30 - 13:32ou se foi somente pura estupidez,
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13:32 - 13:35que é o que os advogados de defesa pensaram ( Risos)
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13:35 - 13:37quando eles me ouviram dizer:
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13:37 - 13:40"Sim, Meritíssimo, eu quero que o Sr. fique bem aqui,
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13:40 - 13:44e eu quero que o carro dê uma volta no quarteirão de novo,
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13:44 - 13:47volte e pare
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13:47 - 13:51bem na sua frente, a um metro ou um metro e meio de distância,
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13:51 - 13:55e eu quero que o passageiro estenda sua mão
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13:55 - 13:57com um objeto preto e o aponte diretamente para o Sr.,
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13:57 - 14:03e o Sr. pode olhar pelo tempo que quiser."
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14:03 - 14:07E isto é o que ele viu. (Risos)
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14:07 - 14:11Pode-se notar, o que também estava no meu relatório,
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14:11 - 14:14que toda a luz dominante está vindo do lado norte,
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14:14 - 14:15o que significa que o rosto do atirador
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14:15 - 14:18estaria na sombra. Ele estaria na contraluz.
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14:18 - 14:20Além disso, o teto do carro
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14:20 - 14:24está provocando o que chamamos de nuvem de sombra dentro do carro,
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14:24 - 14:27o que o torna mais escuro.
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14:27 - 14:32E isto é um metro a um metro e meio de distância.
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14:32 - 14:35Por que eu corri o risco?
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14:35 - 14:39Eu sabia que a profundidade de campo era 45 centímetros ou menos.
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14:39 - 14:41Um metro a um metro e meio, que bem poderia ter sido
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14:41 - 14:45a um campo de futebol de distância.
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14:45 - 14:47Isto é o que ele viu.
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14:47 - 14:51Ele voltou, houve mais alguns dias de provas
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14:51 - 14:53que foram ouvidas. No final,
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14:53 - 14:56ele sentenciou que iria conceder
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14:56 - 14:59a petição para um novo julgamento.
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14:59 - 15:02E além disso, ele libertou o Sr. Carrillo
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15:02 - 15:05para que pudesse ajudar na preparação de sua própria defesa
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15:05 - 15:11se o promotor decidisse julgá-lo novamente.
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15:11 - 15:13O que eles decidiram não fazer.
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15:13 - 15:18Ele agora é um homem livre. (Aplausos)
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15:18 - 15:22(Aplausos)
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15:22 - 15:27Este é ele abraçando a avó da sua namorada.
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15:27 - 15:31Ele - sua namorada estava grávida quando ele foi a julgamento –
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15:31 - 15:35certo? E ela teve um menino.
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15:35 - 15:38Ele e seu filho estão agora estudando na Cal State Long Beach.
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15:38 - 15:44(Aplausos)
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15:44 - 15:48E o que este exemplo –
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15:48 - 15:52o que é importante para nós termos em mente?
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15:52 - 15:56Primeiro de tudo, há uma longa história de antipatia
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15:56 - 15:58entre a ciência e a lei
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15:58 - 16:01na jurisprudência americana.
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16:01 - 16:04Eu poderia entreter vocês com histórias horríveis de ignorância
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16:04 - 16:08ao longo de décadas de experiência como perito forense
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16:08 - 16:13tentando levar a ciência para dentro do tribunal.
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16:13 - 16:18O conselho de oposição sempre combatia e se opunha a isto.
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16:18 - 16:21Uma sugestão é que todos nós nos tornemos muito mais
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16:21 - 16:24sintonizados à necessidade, através da política,
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16:24 - 16:26através dos procedimentos,
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16:26 - 16:29de se ter mais ciência nos tribunais,
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16:29 - 16:32e eu penso que um grande passo nessa direção
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16:32 - 16:33seria requerer mais,
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16:33 - 16:36com todo o devido respeito às escolas de Direito,
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16:36 - 16:41de ciência, de tecnologia, de engenharia, de matemática
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16:41 - 16:43de qualquer um que se dedique à jurisprudência,
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16:43 - 16:47porque eles se tornam os juízes.
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16:47 - 16:50Pensem em como nós selecionamos os juízes neste país.
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16:50 - 16:53É muito diferente da maioria das outras culturas. Certo?
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16:53 - 16:55A outra coisa que eu quero sugerir,
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16:55 - 16:58a cautela que todos nós temos que ter,
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16:58 - 17:00eu constantemente tenho que lembrar a mim mesmo
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17:00 - 17:03sobre quão precisas são as memórias
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17:03 - 17:08que nós tomamos como verdadeiras, em que nós acreditamos.
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17:08 - 17:12Há décadas de pesquisas,
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17:12 - 17:16exemplos e exemplos de casos como este,
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17:16 - 17:18onde indivíduos
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17:18 - 17:21realmente, realmente acreditam. Nenhum daqueles adolescentes
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17:21 - 17:23que o identificaram
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17:23 - 17:26pensou que estava apontando a pessa errada.
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17:26 - 17:30Nenhum deles pensou que não podia ver o rosto da pessoa.
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17:30 - 17:32Nós todos temos que ser muito cautelosos.
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17:32 - 17:35Todas as nossas memórias são memórias reconstruídas.
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17:35 - 17:38Elas são o produto do que nós experenciamos originalmente
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17:38 - 17:41e de tudo que aconteceu depois.
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17:41 - 17:43Elas são dinâmicas.
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17:43 - 17:45Elas são maleáveis. São voláteis,
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17:45 - 17:49e por isso, nós precisamos nos lembrar de sermos cautelosos,
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17:49 - 17:52a precisão das nossas memórias
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17:52 - 17:56não é medida pelo quanto elas são vívidas,
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17:56 - 18:01nem pelo quanto de certeza se tem de que elas são corretas.
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18:01 - 20:30Muito obrigado. (Aplausos)
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Not Synced(Aplausos)
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Not Synced(Risos)
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Not SyncedE eu sei que vi a segunda torre vir abaixo
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Not SyncedE todas as pesquisas que temos indicam que
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Not SyncedE vocês sabem de uma coisa?
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Not SyncedEntão eu não tinha nada para fazer a não ser sentar e olhar
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Not SyncedEsta é uma memória totalmente falsa.
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Not SyncedEu estava na parte de baixo do Aeroporto Internacional de Los Angeles (LAX), no terminal
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Not SyncedEu estou certo de que vi a segunda torre cair
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Not SyncedEu lembro vividamente onde eu estava.
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Not SyncedForam estas duas considerações, entre outras,
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Not SyncedIsto é uma memória reconstruída,
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Not SyncedMas, de fato, vocês sabem, intelectualmente, cognitivamente,
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Not SyncedNão havia absolutamente nenhuma filmagem da imprensa
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Not SyncedNão é algo que vocês poderiam ter experienciado.
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Not SyncedPensem sobre quando vocês tiveram a informação
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Not SyncedSe vocês são como a maioria dos americanos, incluindo eu mesmo,
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Not SyncedVou pedir a vocês que considerem os horríveis eventos de 11 de setembro.
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Not Synceda maioria dos americanos também, com exceção de umas poucas pessoas que
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Not Syncedas colocou juntas,
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Not Syncedas transmissões
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Not Syncedaté cerca de 24 horas depois do evento.
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Not Syncedda American Airlines,
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Not Syncedda segunda torre desabando
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Not Synceddepois que a primeira torre já tinha caído?
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Not Synceddos horríveis acontecimentos.
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Not Syncede vocês acreditam que as viram muito próximas no tempo.
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Not Syncede vocês viram a segunda,
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Not Syncede, claro, todo o tráfego tinha sido suspenso.
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Not Syncede, mais importante:
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Not Syncedesperando para embarcar num voo para San Diego,
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Not Syncedfinalmente desabar, depois que o outro avião se chocou com ela,
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Not Syncedimplodir e desabar,
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Not Syncedmas eu sei que isto pode não ter acontecido.
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Not Syncedmas o cérebro, sem que vocês tenham percebido,
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Not Syncedmas vocês não a viram até um dia depois da primeira,
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Not Syncedmemórias reconstruídas,
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Not Syncednão importa o quanto seja vívida, não importa o quanto você esteja certo disso.
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Not Syncednão uma memória precisa,
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Not Syncedo fato sobre a falibilidade das testemunhas oculares,
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Not Syncedos monitores de televisão repetindo sem parar
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Not Syncedquando foi a primeira vez que vocês viram a segunda torre
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Not Syncedque as duas coisas aconteceram muito próximas no tempo,
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Not Syncedque foram parte da motivação
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Not Syncedsobre a catástrofe, como vocês se sentiram,
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Not Synceduma hora depois,
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Not Synceduma hora ou duas depois da primeira.
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Not Synceduma ou duas horas depois.
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Not Syncedvir abaixo e então viram a segunda torre
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Not Syncedvivem em certos lugares em Nova York, certo?
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Not Syncedvocês souberam a respeito e viram a primeira torre,
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Not Syncedvocês têm uma memória muito clara de que viram a primeira torre
- Title:
- Scott Fraser: Por que testemunhas oculares erram
- Speaker:
- Scott Fraser
- Description:
-
Scott Fraser estuda como as pessoas lembram crimes – e testemunham sobre eles. Nesta poderosa palestra, que enfoca um assassinato ao anoitecer, ele sugere que mesmo testemunhas muito próximas a um crime podem criar "memórias" que nunca viram. Por quê? Porque o cérebro abomina o vácuo.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 20:50
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Rafael Eufrasio edited Portuguese, Brazilian subtitles for Why eyewitnesses get it wrong | |
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Dimitra Papageorgiou approved Portuguese, Brazilian subtitles for Why eyewitnesses get it wrong | |
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Renata Paes accepted Portuguese, Brazilian subtitles for Why eyewitnesses get it wrong | |
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Renata Paes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Why eyewitnesses get it wrong | |
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