O poder curativo da leitura
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0:01 - 0:06Hoje vou falar sobre como a leitura
pode mudar a nossa vida -
0:06 - 0:09e sobre os limites desta mudança.
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0:10 - 0:14Quero falar sobre como a leitura
nos pode dar um mundo partilhável -
0:14 - 0:17de uma poderosa interligação humana.
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0:18 - 0:21Mas também sobre como esta interligação
é sempre parcial. -
0:21 - 0:27Como a leitura é, afinal,
uma tarefa solitária e idiossincrática. -
0:28 - 0:30O escritor quem mudou a minha vida
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0:30 - 0:35foi James Baldwin,
o grande romancista afro-americano. -
0:35 - 0:38Quando eu era miúda,
em Western Michigan, nos anos 80, -
0:38 - 0:41não havia muitos escritores
asiático-americanos -
0:41 - 0:43interessados em mudança social.
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0:43 - 0:46Assim, voltei-me para James Baldwin
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0:47 - 0:51como uma maneira de preencher esse vazio,
para me sentir racialmente consciente. -
0:52 - 0:56Mas talvez por eu saber
que não era afro-americana, -
0:56 - 1:00também me senti desafiada
e atingida pelas suas palavras, -
1:01 - 1:03em especial por estas palavras:
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1:03 - 1:07"Há liberais que têm
todas as atitudes apropriadas, -
1:07 - 1:10"mas não têm reais convicções.
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1:10 - 1:14"Quando chega a hora da verdade,
e esperamos que eles se apresentem, -
1:14 - 1:16"eles não estão presentes."
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1:17 - 1:19Eles não estão presentes.
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1:19 - 1:22Eu levei estas palavras muito a sério.
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1:22 - 1:24Onde é que me devia colocar?
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1:24 - 1:27Fui para o Delta do Mississippi,
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1:27 - 1:30uma das regiões mais pobres dos EUA.
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1:30 - 1:33É um local formado
por uma poderosa história. -
1:33 - 1:38Em 1960, afro-americanos
arriscaram a vida para lutar pelo ensino, -
1:38 - 1:40para lutar pelo direito ao voto.
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1:41 - 1:43Eu gostava de ter feito parte
dessa mudança, -
1:43 - 1:47ajudar adolescentes a formarem-se
e irem para a faculdade. -
1:48 - 1:51Quando cheguei ao Delta do Mississippi,
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1:51 - 1:53este ainda era um local pobre,
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1:53 - 1:55continuava segregado,
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1:55 - 1:58ainda a necessitar
profundamente de mudança. -
1:59 - 2:02A escola, onde fui colocada,
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2:02 - 2:07não tinha biblioteca, nenhum orientador,
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2:07 - 2:10mas tinha um agente da polícia.
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2:10 - 2:12Metade dos professores eram substitutos
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2:12 - 2:14e quando os alunos se envolviam em lutas,
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2:15 - 2:19a escola podia enviá-los
para a cadeia local. -
2:20 - 2:23Foi nesta escola que conheci Patrick.
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2:23 - 2:28Ele tinha 15 anos e reprovara duas vezes,
por isso, estava no 8.º ano. -
2:28 - 2:31Era calado, introspetivo,
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2:31 - 2:34como se estivesse sempre
profundamente pensativo. -
2:34 - 2:37Detestava ver os outros a lutar.
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2:38 - 2:42Vi-o uma vez saltar entre duas raparigas
que se envolveram numa briga -
2:42 - 2:44e acabou por ser atirado ao chão.
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2:45 - 2:48Patrick só tinha um problema.
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2:48 - 2:50Faltava à escola.
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2:51 - 2:54Dizia que, às vezes,
a escola era muito deprimente -
2:54 - 2:57porque as pessoas estavam sempre a lutar
e os professores iam-se embora -
2:58 - 3:04e também porque a mãe tinha dois empregos,
estava muito cansada para obrigá-lo a ir. -
3:04 - 3:07Então, eu fiz o meu trabalho,
convencê-lo a ir à escola. -
3:08 - 3:11Como eu era louca, tinha 22 anos
e fanaticamente otimista, -
3:11 - 3:14a minha estratégia era
aparecer em casa dele e dizer: -
3:14 - 3:16" Olá, porque é que não vens à escola?"
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3:17 - 3:18A minha estratégia funcionou.
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3:18 - 3:21Ele começou a ir à escola todos os dias.
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3:21 - 3:23Começou a florescer na minha turma.
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3:23 - 3:26Estava a escrever poesia,
estava a ler livros. -
3:27 - 3:30Estava a ir à escola todos os dias.
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3:31 - 3:33Na mesma altura
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3:33 - 3:35em que eu tinha conseguido
comunicar com o Patrick, -
3:35 - 3:38entrei para a escola de Direito
em Harvard. -
3:40 - 3:42Mais uma vez enfrentava esta questão:
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3:42 - 3:45Onde devia colocar-me,
onde colocar o meu corpo? -
3:45 - 3:48E pensei comigo mesma
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3:48 - 3:52que o Delta do Mississippi
era um lugar onde as pessoas com dinheiro, -
3:52 - 3:54as pessoas com oportunidades,
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3:54 - 3:56se vão embora.
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3:56 - 3:57As pessoas que ficam para trás
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3:58 - 4:01são as pessoas que não têm
a hipótese de se ir embora. -
4:01 - 4:03Eu não queria ser a pessoa
que se ia embora. -
4:03 - 4:06queria ser a pessoa que ficava.
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4:06 - 4:09Por outro lado, eu estava só e cansada.
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4:09 - 4:13Então, convenci-me
que podia fazer mais mudanças -
4:14 - 4:18em larga escala, se tivesse
um prestigiado diploma de Direito. -
4:20 - 4:21Então, fui-me embora.
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4:23 - 4:24Três anos mais tarde,
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4:24 - 4:27quando eu estava perto
de acabar o curso de Direito, -
4:27 - 4:29um amigo meu ligou-me
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4:29 - 4:34e disse-me que o Patrick se tinha
envolvido numa luta e tinha matado alguém. -
4:35 - 4:37Eu fiquei destroçada.
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4:37 - 4:40Parte de mim não acreditava naquilo,
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4:40 - 4:43mas parte de mim sabia que era verdade.
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4:44 - 4:46Apanhei um avião para ir ver Patrick.
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4:47 - 4:50Visitei-o na cadeia.
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4:51 - 4:54E ele contou-me que era verdade,
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4:54 - 4:57que havia matado alguém.
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4:57 - 4:59Mas não queria falar nisso.
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5:00 - 5:02Perguntei-lhe o que tinha
acontecido com a escola -
5:02 - 5:06e ele disse que tinha desistido
um ano depois de eu me ter ido embora. -
5:06 - 5:09Então, quis contar-me outra coisa.
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5:09 - 5:12Baixou os olhos e disse
que tinha tido uma bebé -
5:12 - 5:14que acabara de nascer.
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5:14 - 5:17Sentia-se como se a tivesse dececionado.
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5:19 - 5:22Foi só isso, a nossa conversa
foi apressada e desajeitada. -
5:23 - 5:28Quando saí da cadeia,
uma voz dentro de mim disse: -
5:28 - 5:30"Volta.
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5:30 - 5:34"Se não voltares agora,
nunca mais vais voltar." -
5:36 - 5:40Então, acabei o curso de Direito e voltei.
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5:41 - 5:43Fui novamente ver o Patrick.
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5:43 - 5:46Voltei para ver se podia ajudá-lo
no seu processo jurídico. -
5:47 - 5:50Desta vez, quando o vi pela segunda vez,
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5:50 - 5:53pensei que tinha uma ótima ideia, e disse:
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5:53 - 5:56"Patrick, porque é que não escreves
uma carta para a tua filha, -
5:56 - 6:00"para poderes mantê-la na tua memória?"
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6:00 - 6:03Arranjei-lhe uma caneta e papel
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6:04 - 6:06e ele começou a escrever.
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6:07 - 6:10Mas quando vi o papel
que ele me entregou, -
6:10 - 6:12fiquei chocada.
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6:13 - 6:15Não reconheci a sua caligrafia,
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6:15 - 6:19tinha feito erros ortográficos simples.
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6:19 - 6:22Pensei que, enquanto professora,
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6:22 - 6:26eu sabia que um aluno
podia melhorar profundamente -
6:26 - 6:28num curtíssimo período de tempo,
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6:28 - 6:33mas nunca pensara que um aluno
pudesse regredir profundamente. -
6:34 - 6:36O que ainda mais me chocou,
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6:36 - 6:39foi ver o que ele tinha escrito à filha.
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6:40 - 6:41Ele tinha escrito:
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6:41 - 6:46"Desculpa-me pelos meus erros,
Desculpa-me por não estar aí contigo." -
6:47 - 6:50Era tudo o que ele sentia
que havia para lhe dizer. -
6:50 - 6:55Perguntei a mim mesma como convencê-lo
de que ele tinha mais para dizer, -
6:55 - 6:58contar coisas das quais
não precisava de pedir desculpa. -
6:59 - 7:00Eu queria que ele sentisse
-
7:00 - 7:04que tinha algo de valor
a partilhar com a filha. -
7:06 - 7:09Todos os dias dos sete meses seguintes
-
7:09 - 7:12visitei-o e levei-lhe livros.
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7:12 - 7:15A minha mala passou a ser
uma pequena biblioteca. -
7:16 - 7:18Levei-lhe James Baldwin,
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7:18 - 7:22levei-lhe Walt Whitman, C.S Lewis.
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7:23 - 7:27Levei-lhe manuais de árvores, de pássaros,
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7:28 - 7:31e o que passou a tornar-se
o seu livro favorito, o dicionário. -
7:32 - 7:33Nalguns dias,
-
7:33 - 7:37sentávamo-nos durante horas,
em silêncio, ambos a ler. -
7:38 - 7:40Noutros dias,
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7:40 - 7:43líamos juntos, líamos poesia.
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7:44 - 7:48Começámos por ler "haikus",
centenas de "haikus", -
7:48 - 7:50obras-primas aparentemente simples.
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7:50 - 7:53Eu perguntava-lhe:
"Diz-me qual é o teu 'haiku' favorito." -
7:54 - 7:56Alguns deles são bem divertidos.
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7:57 - 7:58Havia este, de Issa:
-
7:58 - 8:02"Não se preocupem, aranhas,
eu só limpo a casa de vez em quando." -
8:03 - 8:08e este: " Dormitei metade do dia,
e ninguém me puniu!" -
8:09 - 8:13E este lindo, que é
sobre o primeiro dia de neve: -
8:13 - 8:18"Cervos lambendo a primeira geada
dos casacos um dos outros." -
8:19 - 8:22Há algo misterioso e maravilhoso
-
8:22 - 8:25no aspeto de um poema.
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8:25 - 8:30O espaço vazio é tão importante
como as suas palavras. -
8:31 - 8:34Lemos aquele poema de W.S Merwin,
-
8:34 - 8:38que ele escreveu depois de ver
a mulher a trabalhar no jardim -
8:38 - 8:42e percebera que iam passar juntos
o resto da vida. -
8:43 - 8:46"Deixa-me imaginar
que voltaremos novamente -
8:46 - 8:49"quando quisermos e será primavera.
-
8:49 - 8:52"Não seremos mais velhos
do que já fomos. -
8:52 - 8:56"As tristezas desgastadas ter-se-ão
amenizado, como a primeira nuvem -
8:56 - 9:00"através da qual a manhã
desponta lentamente". -
9:00 - 9:03Perguntei a Patrick qual era
o seu verso favorito, e ele disse: -
9:03 - 9:07"Não seremos mais velhos
do que já fomos". -
9:08 - 9:13Disse que isto lhe lembrava
um lugar onde o tempo parara, -
9:13 - 9:16onde o tempo já não era importante.
-
9:16 - 9:18Eu perguntei-lhe
se ele tinha um lugar igual àquele, -
9:18 - 9:20em que o tempo dura para sempre,
-
9:20 - 9:23E ele disse: " A minha mãe."
-
9:24 - 9:28Quando lemos um poema
juntamente com alguém, -
9:28 - 9:31o poema muda de sentido.
-
9:31 - 9:37Porque torna-se pessoal para essa pessoa,
torna-se pessoal para nós. -
9:38 - 9:40Depois líamos livros,
lemos um monte de livros, -
9:40 - 9:43lemos as memórias de Frederick Douglas,
-
9:43 - 9:47um escravo americano que aprendeu
sozinho a ler e a escrever -
9:47 - 9:51e que conquistou a liberdade
por causa da sua alfabetização. -
9:52 - 9:55Eu tinha crescido a pensar
em Frederick Douglas como um herói -
9:55 - 9:59e achava aquela história
uma inspiração e esperança. -
9:59 - 10:02Mas este livro colocou Patrick
num estado de pânico. -
10:03 - 10:08Fixou-se numa história que Douglas contou
como, durante o Natal, -
10:08 - 10:11os amos dão gim aos escravos
-
10:11 - 10:15como uma forma de lhes provar
que eles não podem lidar com a liberdade, -
10:15 - 10:18porque os escravos andavam
a cambalear pelos campos. -
10:20 - 10:22Patrick disse que percebia bem isso
-
10:22 - 10:26porque havia pessoas na cadeia
que, tal como os escravos, -
10:26 - 10:28não querem pensar na sua situação
-
10:28 - 10:30porque é muito doloroso.
-
10:30 - 10:32É muito doloroso pensar no passado,
-
10:32 - 10:36muito doloroso pensar
até onde temos de ir. -
10:37 - 10:40A sua parte favorita era esta:
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10:40 - 10:44"Qualquer coisa, seja o que for,
que nos livre dos pensamentos! -
10:44 - 10:49"Era esse pensamento eterno
da minha situação que me atormentava." -
10:50 - 10:55Patrick disse que Douglas era corajoso
para escrever, para continuar a pensar. -
10:55 - 11:01Mas Patrick nunca soube como eu o achava
parecido com o Douglas. -
11:01 - 11:05Como ele continuava a ler,
mesmo que ficasse em pânico. -
11:05 - 11:08Acabou o livro antes de mim,
-
11:08 - 11:12lendo-o numa escada
de cimento sem luz. -
11:14 - 11:16Depois, prosseguimos,
lendo um dos meus livros favoritos, -
11:17 - 11:19"Gilead", de Marilynne Robinson,
-
11:19 - 11:23que é uma extensa carta
de um pai para o filho. -
11:23 - 11:25Ele gostou muito desta frase:
-
11:25 - 11:27"Estou a escrever
com o objetivo de te dizer -
11:28 - 11:31"que, se já pensaste
no que fizeste na vida... -
11:31 - 11:33"tens sido para mim uma graça de Deus,
-
11:33 - 11:36"um milagre, algo maior
que um milagre." -
11:37 - 11:43Algo nesta linguagem,
no seu amor, na sua saudade, na sua voz, -
11:43 - 11:46reacendeu o desejo de Patrick de escrever.
-
11:46 - 11:49Preenchia cadernos e cadernos
-
11:49 - 11:52com cartas para a filha.
-
11:53 - 11:56Nessas cartas bonitas e sofisticadas,
-
11:56 - 12:01ele imaginava-se com a filha
a fazer canoagem rio Mississippi abaixo. -
12:02 - 12:05Imaginava-se com ela
a encontrar um riacho na montanha -
12:05 - 12:07com água muito límpida.
-
12:08 - 12:10Enquanto eu via Patrick a escrever,
-
12:11 - 12:13pensava comigo mesma,
-
12:13 - 12:16e agora pergunto a vocês todos:
-
12:16 - 12:21Quem aqui já escreveu uma carta a alguém
que sentiu ter dececionado? -
12:22 - 12:28É muito mais fácil afastar
essa pessoa do pensamento. -
12:28 - 12:32Mas Patrick mostrava-se
todos os dias à sua filha, -
12:33 - 12:36mantendo-se responsável por ela,
-
12:36 - 12:40palavra por palavra
com intensa concentração. -
12:42 - 12:45Eu queria, na minha vida,
-
12:46 - 12:49correr o risco daquele modo.
-
12:49 - 12:53Porque esse risco revela
a força do coração de uma pessoa. -
12:57 - 13:00Vou recuar um pouco
e fazer uma pergunta desconfortável: -
13:01 - 13:05Quem sou eu para contar esta história,
como esta história do Patrick? -
13:06 - 13:09Patrick é um ser que viveu com a sua dor
-
13:09 - 13:13e eu nunca passei fome
um só dia da minha vida. -
13:15 - 13:17Pensei muito nesta questão,
-
13:17 - 13:19mas o que eu quero dizer
é que esta história -
13:19 - 13:22não é sobre o Patrick, é sobre nós,
-
13:22 - 13:25é sobre a desigualdade entre nós.
-
13:26 - 13:28O mundo de abundância
-
13:28 - 13:33de que Patrick, os seus pais e avós
foram excluídos, -
13:34 - 13:37Nesta história, eu represento
esse mundo de abundância. -
13:38 - 13:42Ao contar esta história,
eu não queria esconder-me, -
13:42 - 13:45esconder o poder que eu tenho.
-
13:45 - 13:49Eu estou a contar esta história,
porque queria mostrar este poder -
13:49 - 13:51e depois perguntar:
-
13:51 - 13:55Como diminuímos a distância entre nós?
-
13:56 - 14:00A leitura é uma maneira
de reduzir essa distância. -
14:00 - 14:04Dá-nos um universo silencioso,
que podemos partilhar juntos, -
14:04 - 14:07que podemos partilhar em igualdade.
-
14:08 - 14:12Provavelmente estarão a perguntar
o que aconteceu ao Patrick. -
14:12 - 14:14A leitura salvou-lhe a vida?
-
14:15 - 14:17Salvou e não salvou.
-
14:18 - 14:21Quando Patrick saiu da prisão,
-
14:21 - 14:24o seu percurso foi intensamente doloroso.
-
14:24 - 14:28Os empregadores rejeitavam-no
por causa do seu cadastro, -
14:28 - 14:31a sua melhor amiga, a sua mãe,
morrera aos 43 anos -
14:31 - 14:33com uma doença cardíaca e diabetes.
-
14:34 - 14:37Ele esteve sem abrigo, passou fome.
-
14:39 - 14:43As pessoas dizem muitas coisas
sobre a leitura que me parecem exageradas. -
14:44 - 14:48Ser alfabetizado não o impediu
de ser discriminado. -
14:48 - 14:51Não impediu que a mãe morresse.
-
14:52 - 14:55Então, o que é que a leitura pode fazer?
-
14:55 - 14:59Eu tenho algumas respostas
para terminar. -
15:01 - 15:04A leitura preencheu a sua vida interior
-
15:05 - 15:08de mistério, de imaginação,
-
15:08 - 15:10de beleza.
-
15:10 - 15:15A leitura deu-lhe imagens
que lhe deram alegria: -
15:15 - 15:21montanhas, oceanos, cervos, geada.
-
15:21 - 15:26Palavras com sabor
a um mundo livre, natural. -
15:28 - 15:31A leitura deu-lhe uma linguagem
para o que ele tinha perdido. -
15:31 - 15:35Quão preciosas foram aqueles versos
do poeta Derek Walcott? -
15:36 - 15:38Patrick memorizou este poema:
-
15:38 - 15:40"Dias que retive,
-
15:40 - 15:42"dias que perdi,
-
15:42 - 15:46"dias que superam, como filhas,
-
15:46 - 15:48"os meus braços de abrigo."
-
15:49 - 15:52A leitura ensinou-lhe
a sua própria coragem. -
15:52 - 15:55Lembrem-se que ele continuou a ler
Frederick Douglas, -
15:55 - 15:57apesar de isso ser doloroso.
-
15:57 - 16:02Ele manteve-se consciente,
apesar de a consciência o magoar. -
16:02 - 16:05A leitura é uma forma de pensamento,
-
16:05 - 16:09é por isso que é difícil ler
porque temos de pensar. -
16:09 - 16:14E Patrick escolheu pensar,
em vez de não pensar. -
16:16 - 16:20Por último, a leitura deu-lhe
uma linguagem para falar com a filha. -
16:21 - 16:24A leitura inspirou-o a querer escrever.
-
16:25 - 16:29A ligação entre ler e escrever
é muito poderosa. -
16:29 - 16:31Quando começamos a ler,
-
16:31 - 16:34começamos a encontrar as palavras.
-
16:34 - 16:38Ele encontrou as palavras
para imaginar os dois juntos. -
16:39 - 16:41Ele encontrou as palavras
-
16:42 - 16:45para lhe dizer quanto a amava.
-
16:46 - 16:49A leitura também mudou
a nossa relação. -
16:50 - 16:52Deu-nos ocasião para intimidade,
-
16:52 - 16:55para ver além dos nossos pontos de vista.
-
16:55 - 16:58A leitura baseou-se numa relação desigual
-
16:58 - 17:01e deu-nos uma igualdade momentânea.
-
17:02 - 17:05Quando conhecemos alguém que é um leitor,
-
17:05 - 17:07conhecemo-lo pela primeira vez,
-
17:07 - 17:10de uma nova forma, mais fresca.
-
17:10 - 17:14Não temos hipótese de saber
qual será a sua frase favorita, -
17:14 - 17:18que lembranças
e mágoas particulares ele tem. -
17:19 - 17:23Enfrentamos a privacidade derradeira
da sua vida interior. -
17:24 - 17:27E começamos a pensar,
"De que é feita a minha vida interior? -
17:27 - 17:31"O que é que eu tenho que vale a pena
partilhar com alguém?" -
17:33 - 17:35Eu quero finalizar
-
17:36 - 17:41com algumas das minhas frases favoritas
das cartas de Patrick para a filha: -
17:41 - 17:44"O rio é sombrio nalguns sítios
-
17:44 - 17:47"mas a luz brilha
através dos intervalos das árvores". -
17:47 - 17:51"Nalguns ramos estão suspensas
muitas amoras. -
17:51 - 17:55"Esticamos o braço para apanhar algumas."
-
17:56 - 17:59E esta carta adorável,
em que ele escreve: -
17:59 - 18:03"Fecha os olhos e ouve
o som das palavras. -
18:03 - 18:05"Eu sei este poema de cor
-
18:05 - 18:09"e gostava que tu também soubesses."
-
18:09 - 18:11Muito obrigada a todos.
-
18:11 - 18:14(Aplausos)
- Title:
- O poder curativo da leitura
- Speaker:
- Michelle Kuo
- Description:
-
Ler e escrever podem ser atos de coragem que nos aproximam dos outros e de nós mesmos. A autora Michelle Kuo compartilha como ensinar habilidades de leitura a seus alunos no Delta do Mississippi revelou o poder de ligação da palavra escrita - assim como as limitações do seu poder.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:27
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Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The healing power of reading | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The healing power of reading | |
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Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for The healing power of reading | |
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Thiago Santos edited Portuguese subtitles for The healing power of reading | |
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