Iguais | Mário D'Andrea | TEDxSãoPauloSalon
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0:07 - 0:11"Uma câmera não julga, apenas fotografa."
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0:12 - 0:14Com esse raciocínio simples,
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0:14 - 0:18eu e a minha equipe
da Dentsu Brasil, a minha agência, -
0:18 - 0:22criamos um projeto
chamado "Exposição Iguais". -
0:23 - 0:27O objetivo da Exposição Iguais é um só:
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0:27 - 0:30celebrar as diferenças entre as pessoas.
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0:30 - 0:35Pra isso, a gente convidou 20 brasileiros,
completamente diferentes, -
0:35 - 0:3920 pessoas que nunca haviam se visto,
que não se conheciam, -
0:39 - 0:42diferentes raças, diferentes cores,
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0:42 - 0:46diferentes credos,
diferentes classes sociais. -
0:46 - 0:49Levamos essas pessoas
pra um estúdio fotográfico -
0:49 - 0:54e entre elas colocamos apenas uma coisa:
uma câmera fotográfica. -
0:54 - 0:57E aí, nós fizemos um pedido pra eles:
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0:57 - 1:02"Conversem, se conheçam,
passem algumas horas juntos -
1:02 - 1:06e tirem foto um do outro, só isso".
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1:06 - 1:08Nós passamos alguns dias fazendo isso.
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1:09 - 1:13Um negra, uma albina,
um judeu, uma muçulmana, -
1:13 - 1:17uma vovó e um estilista punk;
enfim, vários tipos. -
1:18 - 1:21Eu confesso a vocês que foi
uma experiência espetacular, -
1:21 - 1:23não só pra eles como pra nós,
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1:23 - 1:26e essa experiência,
esse quase experimento social, -
1:27 - 1:30produziu uma série de fotos
lindas, maravilhosas, -
1:30 - 1:32algumas estão aqui fora,
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1:32 - 1:35mas, mais importante
do que as fotos em si, -
1:36 - 1:41foram os 20 depoimentos que a gente
conseguiu obter dessas 20 pessoas, -
1:41 - 1:42desses 20 brasileiros,
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1:43 - 1:49um pequeno exemplo de como a diferença
entre as pessoas deveria ser valorizada -
1:49 - 1:51para o bem da construção de uma sociedade.
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1:51 - 1:56E aí, me perguntaram,
o pessoal do [TEDx] me perguntou: -
1:56 - 1:58"De onde veio essa ideia?"
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1:58 - 2:00Aí, eu vou ter que voltar no tempo
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2:00 - 2:03e contar um pouquinho
da minha história pessoal. -
2:03 - 2:06Eu sou filho de italianos.
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2:06 - 2:09Na verdade, sou o primeiro brasileiro
da família D'Andrea. -
2:10 - 2:14Meus pais chegaram
no Brasil noivos, casaram aqui, -
2:14 - 2:18e obviamente eu nasci e morei na Mooca.
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2:18 - 2:20O corte de cabelo não mudou nada, né?
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2:20 - 2:22(Risos)
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2:24 - 2:30O fato de eu ter nascido nesse lugar
me trouxe algumas grandes oportunidades. -
2:30 - 2:32Parecem simples, mas foram muito grandes.
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2:33 - 2:35A minha infância, claro,
foi muito simples. -
2:35 - 2:39Eu morava numa rua cheia de vilas
de operários, pequenas casas, -
2:40 - 2:42e a gente morava sempre perto,
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2:42 - 2:44como todo italiano
que chega em outro país, -
2:44 - 2:46dos outros italianos.
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2:46 - 2:50Então, a gente tinha como língua oficial
em nossa casa o italiano, -
2:50 - 2:54a comida oficial também era a italiana,
- nenhum problema com isso - -
2:54 - 2:57mas, aos meus quatro ou cinco anos,
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2:57 - 3:01eu comecei a brincar com as crianças
das outras vilas da minha rua. -
3:01 - 3:04Aí, eu fiz a minha primeira
grande descoberta. -
3:04 - 3:08Um dia, eu olhei e falei:
"Nossa, nem todo mundo é italiano!" -
3:09 - 3:10E isso pra mim foi muito legal
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3:10 - 3:15porque eu comecei a aprender brincadeiras
diferentes das que eu conhecia, -
3:15 - 3:17a comer coisas diferentes...
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3:19 - 3:22Um dos passeios que eu mais gostava
de fazer quando eu era criança -
3:22 - 3:25era ir com meu pai ao Bom Retiro,
aqui em São Paulo. -
3:25 - 3:28Pro meu pai, era só trabalho.
Ele ia visitar os clientes dele. -
3:28 - 3:29Pra mim, era pura diversão.
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3:29 - 3:35Eu passava horas ouvindo as conversas
entre meu pai e os clientes dele, -
3:35 - 3:37principalmente as piadas entre eles.
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3:37 - 3:39Claro, todos os clientes dele eram judeus.
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3:40 - 3:44Eu ficava ali horas ouvindo aquilo
e é engraçado que, na mesma época, -
3:44 - 3:47ao lado da minha casa,
tinha uma família de libaneses -
3:47 - 3:50e, com esses libaneses,
eu aprendi a amar comida árabe. -
3:50 - 3:53Aliás, eu sou louco
por comida árabe até hoje. -
3:55 - 3:59Havia sim uma divisão entre os meninos
do meu bairro, eu confesso a vocês, -
3:59 - 4:03mas era uma só:
os bons de bola e os ruins. -
4:03 - 4:09Eu nasci ruim, mas, de teimoso,
de tanto aprender com os outros garotos, -
4:09 - 4:11eu comecei a ser pelo menos razoável,
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4:11 - 4:16e aí, eu comecei a participar de todos
os campeonatos possíveis e imagináveis. -
4:16 - 4:21Lugares que eu nem conhecia, a gente
ia até lá só pra jogar uma bolinha. -
4:21 - 4:25Um dos caras que mais me ensinou
esse esporte foi o Marquinhos. -
4:25 - 4:27O Marquinhos era mais velho do que eu.
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4:27 - 4:31Eu tinha meus 16 anos
- ele devia ter uns 21, 22 - -
4:31 - 4:33e ele me deu na época
todas as dicas que sei até hoje -
4:33 - 4:35e lembro até hoje do que ele me ensinou
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4:35 - 4:38pra praticar decentemente
esse jogo de bola. -
4:38 - 4:42Uma vez, o Marquinhos
foi pra praia com a família dele, -
4:42 - 4:44passar o fim de semana,
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4:44 - 4:46e lá nessa praia ele morreu afogado.
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4:47 - 4:48Aquilo pra mim foi um choque,
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4:48 - 4:52eu não tinha tido contato
com a morte até ali, -
4:52 - 4:56mas o segundo choque
foi no velório do Marquinhos, -
4:56 - 4:57porque, quando cheguei lá,
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4:57 - 5:00notei que eu era um dos pouquíssimos
brancos no velório dele. -
5:00 - 5:04Ele era mestiço, filho de pai negro.
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5:04 - 5:09Ali, eu comecei a notar que a tal
convivência não era tão simples assim. -
5:10 - 5:13A vida foi me ensinando mais...
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5:14 - 5:19Eu casei aos 23, o primeiro filho aos 24,
o segundo filho aos 29, -
5:19 - 5:22separei, casei de novo,
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5:23 - 5:26e aí, aos 40 anos,
eu achava que eu sabia tudo. -
5:27 - 5:28Só que aí veio uma filha.
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5:28 - 5:35Pra quem havia convivido com irmãos,
sobrinhos, primos e filhos homens, -
5:35 - 5:36a vida toda,
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5:36 - 5:39aos 40 e poucos anos,
eu tenho uma menina na minha frente, -
5:39 - 5:42e aí, eu tive que reaprender
absolutamente tudo. -
5:42 - 5:44Reaprendi a dialogar,
reaprendi a convencer -
5:44 - 5:48e principalmente, cá entre nós,
reaprendi a ser convencido. -
5:48 - 5:49(Risos)
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5:49 - 5:52Confesso a vocês que em alguns momentos
da minha relação com minha filha -
5:52 - 5:56eu tinha a nítida sensação de estar
descobrindo regiões do meu cérebro -
5:56 - 5:58que eu não sabia nem que existiam.
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5:58 - 5:59(Risos)
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6:01 - 6:04Mas, com a chegada da minha filha,
eu comecei a ver algumas coisas -
6:04 - 6:07que me trouxeram outro sentimento,
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6:07 - 6:10basicamente dois:
primeiro medo, depois raiva. -
6:10 - 6:13O medo eu lembro bem
quando foi a primeira vez que eu senti. -
6:13 - 6:20Foi quando eu vi essa matéria na televisão
e em todos os órgãos de imprensa da época. -
6:20 - 6:24Vários anos atrás, um rapaz,
andando pela Av. Paulista, -
6:24 - 6:30foi atacado por um outro grupo de rapazes
com uma lâmpada fluorescente no rosto, -
6:30 - 6:31só porque ele era gay.
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6:31 - 6:35Quando eu vi as cenas daquele vídeo,
mostrando essa agressão, -
6:35 - 6:39eu confesso que eu tomei um susto
e, na hora, eu fiquei pensando: -
6:39 - 6:40"Como assim?
-
6:40 - 6:43Por que uma pessoa ataca
outra pessoa dessa maneira -
6:43 - 6:46apenas porque essa outra
pessoa é diferente? -
6:46 - 6:51Qual é o mecanismo, qual é o prazer
mórbido que move uma pessoa -
6:51 - 6:52a fazer algo assim?"
-
6:52 - 6:54O meu pensamento não parava.
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6:54 - 6:57Eu pensava: "À luz do dia,
na Av. Paulista? -
6:57 - 6:59Meus filhos passam ali todo dia.
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7:00 - 7:05E se fosse um outro tipo de preconceito,
digamos, um preconceito contra carecas?" -
7:06 - 7:09Não sei se vocês notaram,
mas eu tenho pouco cabelo. -
7:10 - 7:14"Eu estaria andando na Paulista,
no mesmo dia, no mesmo horário, -
7:14 - 7:17e provavelmente eu seria
agredido por aqueles meninos -
7:17 - 7:20com uma lâmpada fluorescente no meu rosto.
-
7:20 - 7:23É isso. É isso que nos resta".
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7:23 - 7:26E aquilo começou a me dar
um sentimento de raiva, -
7:26 - 7:29principalmente porque todos
os dias, todos os dias, -
7:29 - 7:33a imprensa começou a mostrar
exemplos e mais exemplos, -
7:33 - 7:37casos e mais casos de intolerância,
-
7:37 - 7:40de preconceito estúpido,
de violência gratuita, -
7:40 - 7:42de machismo sem limites.
-
7:43 - 7:46E aí, olhando isso,
eu comecei a sentir muita raiva, -
7:46 - 7:49e aí, eu caí em mim, pensando o seguinte:
-
7:49 - 7:52"Raiva é exatamente a ferramenta
utilizada por esses preconceituosos. -
7:52 - 7:54Ela não vai resolver nada.
-
7:55 - 7:57Então, acho que está na hora
de a gente fazer alguma coisa -
7:57 - 7:59pra pautar a imprensa de outra maneira,
-
7:59 - 8:03pra colocar algumas
notícias mais agradáveis -
8:03 - 8:06pelo menos pra combater aquela minoria
que faz esse estrago todo". -
8:06 - 8:10E daí, sim, veio a ideia de sentar
com a minha equipe -
8:10 - 8:14e criar alguma coisa que replicasse,
nem que fosse por algumas horas, -
8:14 - 8:17a experiência que eu tive
quando era menino. -
8:21 - 8:23Mais do que as fotos,
-
8:24 - 8:25lindas...
-
8:25 - 8:28lembrando, tiradas pelos 20 brasileiros...
-
8:28 - 8:33Não havia fotógrafo profissional,
não há Photoshop, nenhum truque. -
8:33 - 8:37Mais que as fotos que
os brasileiros tiraram entre si, -
8:38 - 8:41esse experimento, essa exposição,
nos deu a oportunidade -
8:41 - 8:45de colher 20 depoimentos,
depoimentos muito marcantes, -
8:45 - 8:48vários deles com histórias dolorosas,
-
8:48 - 8:51mas muitos deles
com histórias de esperança -
8:51 - 8:54e de bons exemplos
de convivência com as diferenças. -
8:54 - 8:58Por exemplo, a vovó simpaticíssima,
a Leonor, dona Leonor, -
8:58 - 9:00que fala, no meio do depoimento dela:
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9:00 - 9:04"Meu filho, todos nós
nascemos do mesmo jeito -
9:04 - 9:09e vamos morrer do mesmo jeito.
Às vezes, as pessoas se esquecem disso". -
9:09 - 9:12Ou então, o do estilista punk
que fez a sessão de fotos com ela, - -
9:12 - 9:16aliás, uma das sessões
mais divertidas de todas - -
9:16 - 9:19que diz: "O metrô pode estar lotado.
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9:19 - 9:22Se tiver lugar do meu lado,
ninguém senta". -
9:24 - 9:25A Divina Raio-Laser...
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9:25 - 9:29é o nome da drag queen,
nome maravilhoso, exuberante... -
9:29 - 9:35ela só pede uma coisa no depoimento dela:
"Eu existo, eu estou aqui. Me respeite". -
9:35 - 9:39E quem fez a sessão com ela
é um pacato pai de família, 58 anos, -
9:39 - 9:41o Nino, um italianinho.
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9:43 - 9:47Ele fala: "Se só existisse
um tipo de ser humano, -
9:47 - 9:50provavelmente a gente já estaria extinto".
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9:52 - 9:56A bailarina clássica Isabela disse
uma frase que eu achei impressionante. -
9:56 - 10:02Ela diz: "As pessoas confundem
características pessoais com atitude. -
10:02 - 10:05Características não ofendem
e não machucam ninguém; -
10:05 - 10:07atitudes, sim".
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10:07 - 10:11Sem dúvida, dos 20 depoimentos
que a gente teve, -
10:11 - 10:14o que mais me marcou,
não só a mim, mas a toda a equipe, -
10:14 - 10:16foi o da síria Rasha,
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10:16 - 10:20uma muçulmana que fugiu
da guerra em seu país, -
10:20 - 10:25está no Brasil há menos de dois anos,
fala um português razoável. -
10:25 - 10:30No meio do depoimento dela, ela falou:
"Eu só conhecia judeu por televisão". -
10:31 - 10:35Aí, eu falei: "Será que eu estou
entendendo direito? Deixa eu confirmar. -
10:35 - 10:37A senhora está dizendo que, até hoje,
-
10:37 - 10:42a senhora nunca tinha visto
fisicamente um judeu na sua frente? -
10:42 - 10:46Aqui, no estúdio fotográfico, com a gente,
foi a primeira vez na sua vida?" -
10:46 - 10:48Ela falou: "É, hoje foi a primeira vez".
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10:48 - 10:52Aí, eu não resisti e eu perguntei pra ela:
"E como é que foi a sensação?" -
10:52 - 10:56Ela olha pra mim, abre um sorriso lindo
e fala assim: "Normal, né? -
10:56 - 11:01Ele tem outras roupas, tem outra religião,
mas é uma pessoa como eu". -
11:01 - 11:04Falei: "Não precisava falar mais nada.
Era isso que eu queria ouvir de você". -
11:04 - 11:07Essa exposição ficou em São Paulo
por duas semanas, -
11:08 - 11:11teve grande cobertura da imprensa,
que era exatamente o que a gente queria, -
11:12 - 11:14está rodando algumas cidades do nosso país
-
11:14 - 11:19e esteve agora, pouco tempo atrás,
durante três semanas, em Curitiba. -
11:19 - 11:22Em Curitiba, aconteceu um negócio
que me tocou muito pessoalmente. -
11:22 - 11:27Algumas escolas de Curitiba
levaram seus alunos pra essa exposição, -
11:28 - 11:30e não só mostraram a exposição,
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11:30 - 11:33como fizeram os alunos assistirem
a todos os depoimentos -
11:34 - 11:38e fizeram os alunos fazerem
trabalhos e discussão em classe -
11:38 - 11:42sobre a importância da diversidade
na construção de uma sociedade. -
11:43 - 11:45Eu confesso a vocês
que, quando eu vi essas fotos, -
11:46 - 11:50eu não consegui deixar de lembrar
de um italianinho, muitos anos atrás, -
11:51 - 11:55convivendo e aprendendo com crianças
completamente diferentes dele. -
11:56 - 11:59Essa exposição pra mim
trouxe uma grande certeza: -
12:00 - 12:03quanto mais a gente convive
com os diferentes, -
12:03 - 12:06mais a gente se torna parecidos
como seres humanos. -
12:06 - 12:07Muito obrigado.
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12:07 - 12:10(Aplausos) (Vivas)
- Title:
- Iguais | Mário D'Andrea | TEDxSãoPauloSalon
- Description:
-
Será que somos tão diferentes assim? Mário D'Andrea fala sobre a "Exposição Iguais".
Publicitário de grandes marcas globais e executivo de agências multinacionais, Mario é presidente e CCO da Dentsu Brasil, a maior rede de agências de publicidade da Ásia.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- Portuguese, Brazilian
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 12:15
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Leonardo Silva approved Portuguese, Brazilian subtitles for Iguais | Mário D'Andrea | TEDxSãoPauloSalon | |
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Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Iguais | Mário D'Andrea | TEDxSãoPauloSalon | |
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Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Iguais | Mário D'Andrea | TEDxSãoPauloSalon | |
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Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Iguais | Mário D'Andrea | TEDxSãoPauloSalon | |
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