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Tornar os dados mais humanos

  • 0:02 - 0:07
    Eu vou falar-vos de duas das coisas
    mais emocionantes possíveis.
  • 0:08 - 0:10
    Provavelmente já adivinharam
  • 0:10 - 0:12
    — os dados e a História.
  • 0:13 - 0:14
    Certo?
  • 0:16 - 0:18
    Eu não sou historiador.
  • 0:18 - 0:21
    Não vos vou dar
    uma definição de história
  • 0:21 - 0:24
    Ao invés disso, vamos pensar
    na História dentro de uma estrutura.
  • 0:24 - 0:26
    Então, quando fazemos História,
  • 0:26 - 0:28
    ou quando criamos
    documentos históricos,
  • 0:28 - 0:31
    nós agarramos em coisas
    que aconteceram no passado,
  • 0:31 - 0:34
    e juntamo-las,
    costurando-as numa história.
  • 0:34 - 0:36
    Vou começar com um bocadinho
    da minha história.
  • 0:36 - 0:40
    Como todos os da minha idade que
    trabalham criativamente com computadores,
  • 0:40 - 0:44
    eu era um jovem popular,
    socialmente bem ajustado
  • 0:44 - 0:46
    (Risos)
  • 0:47 - 0:49
    — e desportista!
    Um jovem desportista.
  • 0:50 - 0:55
    Tal como muitos da minha idade
    e no meu ramo de atividade,
  • 0:55 - 0:58
    eu fui tremendamente
    influenciado pela Apple.
  • 0:59 - 1:02
    Mas observem a minha
    escolha do logotipo aqui.
  • 1:02 - 1:06
    A Apple da esquerda,
    não a Apple da direita.
  • 1:07 - 1:09
    Eu sou tão influenciado
    pela Apple da direita
  • 1:09 - 1:11
    como qualquer outra pessoa
  • 1:11 - 1:14
    mas a Apple da esquerda...
    olhem para aquele logótipo!
  • 1:14 - 1:16
    É um arco-íris.
    E nem está na ordem correta!
  • 1:16 - 1:17
    (Risos)
  • 1:17 - 1:20
    Isto mostra quão louca era a Apple.
  • 1:20 - 1:21
    (Risos)
  • 1:21 - 1:24
    Mas eu não quero falar
    muito sobre a empresa.
  • 1:24 - 1:26
    Vou começar por falar sobre uma máquina.
  • 1:26 - 1:30
    É fascinante pensar nisso.
    Vou recuar no tempo e pensar nisso.
  • 1:30 - 1:33
    Quarta-feira. Uma quarta-feira,
    quando eu tinha uns 12 anos,
  • 1:33 - 1:36
    não tinha computador.
  • 1:36 - 1:39
    Na quinta-feira, eu tinha um computador.
  • 1:40 - 1:42
    Conseguem imaginar esta mudança?
  • 1:42 - 1:44
    É tão drástica.
  • 1:44 - 1:47
    Não consigo pensar em nada que
    possa mudar tanto a nossa vida.
  • 1:47 - 1:50
    Mas não vou falar no computador.
  • 1:50 - 1:53
    vou falar num programa
    que vinha naquele computador.
  • 1:53 - 1:56
    Fora feito, não pelo homem à esquerda,
  • 1:56 - 1:57
    mas pelo homem à direita.
  • 1:57 - 2:00
    Alguém sabe quem é o homem à direita?
  • 2:01 - 2:04
    Nunca ninguém sabe a resposta
    a esta pergunta.
  • 2:04 - 2:05
    Este é Bill Atkinson.
  • 2:05 - 2:08
    Bill Atkinson foi o responsável
    por muitas das coisas
  • 2:08 - 2:11
    que vemos no nosso computador diariamente.
  • 2:11 - 2:14
    Mas eu quero falar de um programa
    que o Bill Atkinson escreveu,
  • 2:14 - 2:16
    designado HyperCard.
  • 2:17 - 2:19
    Há alguém ali a aplaudir.
  • 2:19 - 2:20
    (Risos)
  • 2:20 - 2:23
    O HyperCard era um programa
    que acompanhava o Mac,
  • 2:23 - 2:26
    e fora desenvolvido para que
    os utilizadores do computador
  • 2:26 - 2:29
    escrevessem programas
    nos seus computadores.
  • 2:30 - 2:31
    Uma ideia louca hoje.
  • 2:31 - 2:34
    Estes programas não eram os aplicativos
    em que pensamos hoje,
  • 2:34 - 2:36
    com grandes orçamentos
    e grandes distribuições.
  • 2:36 - 2:39
    Eram pequenas aplicações
    que as pessoas criavam.
  • 2:39 - 2:42
    para seguirem a pontuação
    das equipas de basquete locais
  • 2:42 - 2:45
    ou para organizarem uma pesquisa
  • 2:45 - 2:48
    ou para ensinarem música clássica
    às pessoas
  • 2:48 - 2:52
    ou para calcularem
    datas astronómicas estranhas.
  • 2:52 - 2:54
    E claro, para fazerem
    alguns projetos artísticos.
  • 2:54 - 2:56
    Este é o meu favorito.
  • 2:56 - 2:58
    Chama-se "Se os monges tivessem Macs".
  • 2:58 - 3:02
    É um tipo de ambiente
    de exploração não-linear.
  • 3:02 - 3:07
    Estou eternamente grato às estrelas
    pelo HyperCard.
  • 3:07 - 3:10
    E igualmente grato às estrelas
    por me terem colocado nesta época
  • 3:10 - 3:13
    em que eu pude usar o HyperCard.
  • 3:13 - 3:17
    O HyperCard foi o último programa
    lançado num computador público
  • 3:17 - 3:22
    que foi desenvolvido para os utilizadores
    poderem fazer os seus programas.
  • 3:22 - 3:25
    Se conversássemos
    com os inventores do computador
  • 3:25 - 3:28
    e lhes disséssemos
    que um dia, um dia mágico,
  • 3:28 - 3:33
    todos teriam um computador,
    mas ninguém saberia programar,
  • 3:33 - 3:35
    eles pensariam que estávamos malucos.
  • 3:35 - 3:37
    Vamos avançar uns anos.
  • 3:37 - 3:40
    Estou a começar
    a minha carreira de artista,
  • 3:40 - 3:44
    e construo coisas com o meu
    computador, numa escala pequena,
  • 3:44 - 3:47
    investigando coisas como
    os sistemas de crescimento das plantas.
  • 3:47 - 3:50
    Ou, neste exemplo, construo
    uma economia simulada
  • 3:50 - 3:54
    onde os pixéis estão a negociar
    cores uns com os outros,
  • 3:54 - 3:57
    tentando investigar como funcionam
    estes tipos de sistemas,
  • 3:57 - 3:59
    e a divertir-me um bocado.
  • 3:59 - 4:01
    Então, este projeto levou-me
    a trabalhar com dados
  • 4:01 - 4:04
    e comecei a fazer gráficos como este,
  • 4:04 - 4:07
    que compara "comunismo"
  • 4:07 - 4:10
    — a frequência do uso da palavra
    "comunismo" no New York Times —
  • 4:10 - 4:12
    com "terrorismo", no topo.
  • 4:12 - 4:17
    Vemos que "terrorismo" aparece
    e "comunismo" vai desaparecendo.
  • 4:17 - 4:20
    Com estes gráficos, eu estava
    interessado na estética deles.
  • 4:20 - 4:22
    Estes são o Irão e o Iraque.
  • 4:22 - 4:26
    Lê-se como um relógio.
    Chama-se "gráfico de relógio".
  • 4:26 - 4:31
    Este é outro gráfico de relógio
    que sobrepõe "desespero" e "esperança".
  • 4:31 - 4:35
    Há apenas três momentos
    — é "crise" sobre "esperança" —
  • 4:35 - 4:38
    há apenas três vezes em que
    "crise" eclipsa "esperança".
  • 4:38 - 4:40
    Neste momento, estamos
    no meio de uma delas.
  • 4:40 - 4:42
    Mas não pensem muito nisso.
  • 4:42 - 4:43
    (Risos)
  • 4:43 - 4:47
    Finalmente, culminando este trabalho
    com os dados do New York Times
  • 4:47 - 4:51
    há uns anos tentámos combinar
    o ciclo de notícias de um ano inteiro
  • 4:51 - 4:53
    num único gráfico.
  • 4:53 - 4:56
    Estes gráficos mostram-nos
    um ano inteiro de notícias,
  • 4:56 - 5:00
    todas as pessoas, e como elas
    se interligaram num único gráfico.
  • 5:00 - 5:04
    A partir daí, comecei a interessar-me
    novamente por sistemas mais ativos.
  • 5:04 - 5:06
    Este é um projeto
    chamado "Acabei de Aterrar,"
  • 5:06 - 5:09
    em que estou a ver as pessoas
    a fazer "tweets" no Twitter.
  • 5:09 - 5:11
    "Olá! Acabei de aterrar no Havai!"
  • 5:11 - 5:15
    — como as pessoas se tentam insinuar
    nas suas conversas do Twitter:
  • 5:15 - 5:18
    "Eu não estou a exibir-me. A sério.
    Mas acabei de aterrar no Havaí."
  • 5:18 - 5:21
    Então eu estou a detetar
    a viagem destas pessoas
  • 5:21 - 5:24
    na esperança de podermos
    usar as redes sociais
  • 5:24 - 5:26
    e os dados que isto nos proporciona
  • 5:26 - 5:28
    para criar um modelo
    da movimentação das pessoas.
  • 5:28 - 5:31
    que pode ser valioso para
    epidemiologistas, entre outros.
  • 5:31 - 5:33
    E, muito divertido
    — este é um projeto similar:
  • 5:33 - 5:36
    olhar para as pessoas que dizem
    "Bom dia" umas para as outras
  • 5:36 - 5:37
    pelo mundo inteiro.
  • 5:37 - 5:39
    O que me ensinou, a propósito,
  • 5:39 - 5:42
    que é verdade que,
    em Vancouver, na Costa Oeste
  • 5:42 - 5:45
    as pessoas acordam mais tarde
    e dizem "bom dia" muito depois
  • 5:45 - 5:47
    das pessoas na Costa Leste,
  • 5:47 - 5:49
    que são mais intrépidas.
  • 5:49 - 5:51
    Este é um projeto mais útil — talvez —
  • 5:51 - 5:54
    em que eu agarrei em todas
    as informações do Projeto Kepler
  • 5:54 - 5:57
    e tentei dar-lhe uma forma visual
    que fizesse sentido para mim.
  • 5:57 - 6:00
    Devo dizer que tudo
    que mostrei até agora
  • 6:00 - 6:02
    são coisas que fiz apenas por prazer.
  • 6:02 - 6:05
    Pode parecer estranho,
    mas isto volta ao HyperCard.
  • 6:05 - 6:07
    Eu estou a construir
    ferramentas para mim.
  • 6:07 - 6:09
    Posso partilhá-las com outras pessoas
  • 6:09 - 6:11
    mas são apenas para diversão,
    são para mim.
  • 6:13 - 6:17
    Todas estas ferramentas que mostrei
    ocupam um espaço estranho
  • 6:17 - 6:20
    entre a ciência, a arte e o "design".
  • 6:20 - 6:22
    É aqui que reside a minha prática.
  • 6:22 - 6:25
    Ainda hoje, a partir da minha
    experiência com o HyperCard,
  • 6:25 - 6:29
    estou a construir ferramentas visuais
    que me ajudam a entender sistemas.
  • 6:30 - 6:32
    Hoje trabalho no New York Times.
  • 6:32 - 6:35
    Eu sou o artista de dados
    residente no New York Times.
  • 6:35 - 6:37
    E tive a oportunidade no Times
  • 6:37 - 6:40
    de trabalhar numa série
    de projetos muito interessantes.
  • 6:40 - 6:42
    dois dos quais vou
    partilhar hoje convosco.
  • 6:42 - 6:45
    No primeiro, tenho trabalhado
    em conjunto com Mark Hansen.
  • 6:45 - 6:50
    Mark Hansen é professor de estatística
    na UCLA e também é artista dos "media".
  • 6:50 - 6:53
    E o Mark veio ao Times
    com uma pergunta muito interessante
  • 6:53 - 6:56
    que pode parecer um problema óbvio:
  • 6:56 - 6:59
    Quando as pessoas partilham
    conteúdos na Internet,
  • 6:59 - 7:03
    como é que o conteúdo vai
    da pessoa A para a pessoa B?
  • 7:03 - 7:08
    Ou talvez, da pessoa A para B,
    para a pessoa C, para a pessoa D?
  • 7:08 - 7:10
    Sabemos que as pessoas
    partilham conteúdos na Internet,
  • 7:11 - 7:13
    mas o que não sabemos
    é o que ocorre nesse intervalo
  • 7:13 - 7:15
    de uma pessoa para a outra.
  • 7:15 - 7:17
    Assim, decidimos construir
    algo para explorar isso
  • 7:17 - 7:19
    e esta ferramenta chama-se Cascata.
  • 7:19 - 7:22
    Se olharmos para estes sistemas
  • 7:22 - 7:27
    eles começam com um evento
    que leva a outros eventos.
  • 7:27 - 7:29
    Chamamos "cascata" a esta estrutura.
  • 7:29 - 7:31
    Estas cascatas ocorrem ao longo do tempo.
  • 7:31 - 7:33
    Então podemos modelá-las
    ao longo do tempo.
  • 7:33 - 7:37
    O New York Times tem muita gente
    que partilha os nossos conteúdos,
  • 7:37 - 7:41
    por isso a cascata não é parecida
    com esta, mas com esta.
  • 7:41 - 7:43
    Esta é uma cascata típica.
  • 7:43 - 7:46
    No canto inferior esquerdo,
    o primeiro evento.
  • 7:46 - 7:50
    Depois, as pessoas partilham o conteúdo
    de uma pessoa para outra,
  • 7:51 - 7:54
    nós subimos no eixo Y
    — os graus de separação —
  • 7:54 - 7:57
    e avançamos no eixo X — o tempo.
  • 7:57 - 8:00
    Podemos olhar para essa conversa
    e duas maneiras:
  • 8:00 - 8:03
    esta, que nos mostra
    os tópicos da conversa,
  • 8:03 - 8:07
    e esta, que combina
    essa visão empilhada
  • 8:07 - 8:10
    com uma visão
    que nos permite ver os tópicos.
  • 8:10 - 8:14
    O Times publica umas 7000
    peças de conteúdo, todos os meses.
  • 8:15 - 8:17
    Assim, quando estávamos
    a criar esta ferramenta,
  • 8:17 - 8:20
    era importante para nós
    torná-la exploratória,
  • 8:20 - 8:23
    para as pessoas poderem cavar
    este vasto terreno de dados.
  • 8:23 - 8:26
    Penso nisso como um veículo
    que estamos a dar às pessoas
  • 8:26 - 8:29
    para atravessar este terreno de dados
    realmente grande.
  • 8:29 - 8:31
    É este o seu aspeto,
  • 8:31 - 8:34
    e esta é a cascata
    a ocorrer em tempo real.
  • 8:34 - 8:36
    Eu tenho de dizer, isto foi
    um momento tremendo.
  • 8:36 - 8:40
    Tínhamos trabalhado com dados de teste,
    com dados falsos, durante tanto tempo,
  • 8:40 - 8:43
    que, quando vimos isto,
    no primeiro momento
  • 8:43 - 8:48
    foi como um arqueólogo que acabara
    de tirar o pó a ossos de dinossauro.
  • 8:48 - 8:51
    Nós descobrimos esta coisa,
    e estávamos a vê-la pela primeira vez,
  • 8:52 - 8:55
    essas estruturas de partilha
    subjacente à Internet.
  • 8:56 - 8:59
    Talvez a analogia do dinossauro
    seja uma coisa boa,
  • 8:59 - 9:02
    porque estamos a fazer
    suposições probabilísticas
  • 9:02 - 9:03
    sobre como essas coisas se articulam.
  • 9:03 - 9:07
    Olhamos para algumas destas
    peças e a fazer algumas suposições,
  • 9:07 - 9:09
    mas tentamos garantir
    que elas são, estatisticamente,
  • 9:09 - 9:11
    tão rigorosas quanto possível.
  • 9:12 - 9:15
    Os "tweets", neste caso,
    tornam-se partes das histórias.
  • 9:15 - 9:17
    Tornam-se partes das narrativas.
  • 9:17 - 9:20
    Então, estamos a construir histórias aqui,
  • 9:20 - 9:22
    mas são histórias de curto prazo.
  • 9:22 - 9:26
    E às vezes as cascatas muito grandes
    são as mais interessantes,
  • 9:26 - 9:29
    mas às vezes as pequenas
    também são interessantes.
  • 9:29 - 9:32
    Esta é uma das minhas favoritas.
    Chama-se "Cascata Rabino".
  • 9:33 - 9:38
    É uma conversa entre rabinos
    sobre este artigo no New York Times,
  • 9:38 - 9:41
    sobre o facto de os trabalhadores
    religiosos não terem muito tempo livre.
  • 9:41 - 9:45
    Eu acho que os sábados e os domingos
    são maus dias para eles arrancarem.
  • 9:46 - 9:49
    Nesta cascata, há um grupo
    de rabinos a conversar
  • 9:49 - 9:51
    sobre uma história do New York Times.
  • 9:51 - 9:53
    Um deles tem o melhor
    nome do Twitter de sempre,
  • 9:53 - 9:55
    chama-se "O Rabino Velveteen".
  • 9:55 - 9:57
    (Risos)
  • 9:57 - 10:01
    Mas nunca teríamos encontrado isto
    se não fosse esta ferramenta exploratória.
  • 10:02 - 10:03
    Isso estaria apenas algures,
  • 10:03 - 10:06
    e nunca o teríamos visto.
  • 10:06 - 10:10
    Mas esse exercício de agarrar
    em pedaços isolados de informações
  • 10:10 - 10:14
    e construir estruturas narrativas,
    construindo histórias a partir deles,
  • 10:14 - 10:16
    é extremamente interessante,
    quanto a mim.
  • 10:16 - 10:19
    Eu mudei-me para Nova Iorque
    há uns dois anos.
  • 10:19 - 10:21
    Em Nova Iorque,
    toda a gente tem uma história
  • 10:21 - 10:24
    relacionada com aquele acontecimento
    de enorme impacto
  • 10:24 - 10:27
    que ocorreu a 11 de setembro de 2001.
  • 10:27 - 10:34
    A minha história no 11 de Setembro
    tornou-se muito mais complexo,
  • 10:34 - 10:36
    porque passei muito tempo a trabalhar
  • 10:36 - 10:40
    num pedaço do memorial
    do 11 de Setembro, em Manhattan.
  • 10:41 - 10:43
    A ideia central do Memorial
    do 11 de Setembro
  • 10:43 - 10:48
    é que os nomes no memorial
    não estão dispostos por ordem alfabética
  • 10:48 - 10:49
    ou por ordem cronológica.
  • 10:49 - 10:51
    Em vez disso, estão dispostos
    de uma maneira
  • 10:52 - 10:55
    em que as relações
    entre as pessoas que morreram
  • 10:55 - 10:57
    estão incorporadas no memorial.
  • 10:57 - 11:00
    Os irmãos estão colocados
    ao lado de irmãos,
  • 11:00 - 11:02
    os colegas de trabalho
    estão colocados juntos.
  • 11:02 - 11:07
    Este memorial considera
    todas essas inúmeras ligações
  • 11:07 - 11:09
    que faziam parte da vida dessas pessoas.
  • 11:10 - 11:14
    Eu trabalhei com uma empresa
    chamada Local Projects,
  • 11:14 - 11:17
    a trabalhar num algoritmo
    e numa ferramenta de "software"
  • 11:17 - 11:20
    para ajudar os arquitetos a construir
    o "layout" do memorial:
  • 11:20 - 11:22
    quase 3000 nomes
  • 11:22 - 11:26
    e quase 1500 pedidos de vizinhança,
  • 11:26 - 11:28
    esses pedidos de ligação
  • 11:28 - 11:31
    — uma história muito densa,
    uma narrativa muito densa,
  • 11:31 - 11:34
    que se torna numa parte incorporada
    deste memorial.
  • 11:34 - 11:38
    Trabalhando com Jake Barton,
    produzimos a ferramenta de "software",
  • 11:38 - 11:42
    que permitiu aos arquitetos,
    primeiro que tudo, gerar um "layout"
  • 11:42 - 11:45
    que satisfez todos os pedidos
    de vizinhança,
  • 11:45 - 11:48
    e depois, fazer pequenos ajustes
    onde era preciso,
  • 11:48 - 11:51
    para contar as histórias
    que eles queriam contar.
  • 11:51 - 11:55
    Esse memorial, segundo penso,
    tem um conceito extremamente oportuno
  • 11:55 - 11:58
    na nossa era das redes sociais,
  • 11:58 - 12:02
    porque essas redes — as redes da vida real
    que compõem a vida das pessoas —
  • 12:02 - 12:05
    estão incorporados dentro do memorial.
  • 12:05 - 12:09
    Uma das experiências
    mais terrivelmente comoventes
  • 12:09 - 12:10
    é ir ao memorial
  • 12:10 - 12:15
    e ver como essas pessoas
    estão colocadas umas ao lado das outras,
  • 12:15 - 12:18
    para que este memorial
    represente as suas vidas.
  • 12:19 - 12:21
    Como é que isso afeta a nossa vida?
  • 12:21 - 12:23
    Eu não sei se vocês se lembram,
  • 12:23 - 12:26
    mas na primavera,
    houve uma controvérsia,
  • 12:26 - 12:28
    porque descobriu-se que, no iPhone,
  • 12:28 - 12:30
    e nos nossos computadores,
  • 12:30 - 12:33
    guardávamos uma quantidade enorme
    de dados sobre localização.
  • 12:33 - 12:37
    Então, a Apple respondeu, dizendo que
    não eram dados de localização sobre nós,
  • 12:37 - 12:40
    eram dados de localização
    sobre as redes sem fios
  • 12:40 - 12:42
    que estavam na área onde vocês estão.
  • 12:42 - 12:45
    Portanto, não é sobre nós,
    é sobre onde nós estamos.
  • 12:45 - 12:47
    (Risos)
  • 12:47 - 12:49
    São dados muito valiosos.
  • 12:50 - 12:54
    São como ouro para os investigadores,
    esses dados da mobilidade humana.
  • 12:55 - 12:58
    Então pensámos: "Bolas!
    Quantas pessoas têm iPhones? "
  • 12:58 - 13:00
    Quantos de vocês têm iPhones?
  • 13:01 - 13:06
    Então, nesta sala, temos uma enorme
    base de dados de localização
  • 13:06 - 13:10
    de que os investigadores
    gostariam muito, muito mesmo.
  • 13:10 - 13:12
    Assim, criámos um sistema
    chamado Open Paths,
  • 13:12 - 13:15
    que permite que as pessoas
    enviem os dados do iPhone
  • 13:15 - 13:17
    e as relações com corretores,
    com investigadores
  • 13:17 - 13:19
    para partilharem esses dados,
  • 13:19 - 13:22
    para doar esses dados às pessoas
    que podem realmente usá-los.
  • 13:22 - 13:25
    O Open Paths foi um ótimo
    sucesso enquanto protótipo.
  • 13:25 - 13:28
    Recebemos milhares
    de conjuntos de dados,
  • 13:28 - 13:29
    e criámos uma interface
  • 13:29 - 13:33
    que permite que as pessoas
    vejam o desenrolar da sua vida
  • 13:33 - 13:36
    a partir desses dados que se mantêm
    nos seus dispositivos.
  • 13:37 - 13:42
    Mas não esperávamos
    quão emocionante seria essa experiência.
  • 13:42 - 13:44
    Quando carreguei os meus dados,
    pensei: "Nada de especial.
  • 13:44 - 13:48
    "Eu sei onde moro. Eu sei onde trabalho.
    O que é que vou ver aqui? "
  • 13:48 - 13:51
    Acontece que o que eu vi
    foi quando saí do avião
  • 13:51 - 13:53
    para começar a minha nova vida
    em Nova Iorque;
  • 13:54 - 13:57
    o restaurante onde eu comera
    comida tailandesa nessa primeira noite
  • 13:57 - 14:00
    a pensar nesta nova experiência
    de estar em Nova Iorque;
  • 14:00 - 14:02
    o dia em que conhecera a minha namorada.
  • 14:03 - 14:05
    Este é o aeroporto de LaGuardia.
  • 14:05 - 14:07
    (Risos)
  • 14:07 - 14:10
    Este é um restaurante tailandês
    na Amsterdam Avenue.
  • 14:11 - 14:14
    Este é o momento em que conheci
    a minha namorada.
  • 14:14 - 14:18
    Vejam como isto muda a primeira vez
    em que contei estas histórias
  • 14:18 - 14:20
    e a segunda vez que eu falei
    sobre estas histórias?
  • 14:20 - 14:23
    Porque o que fazemos é que pomos
    na ferramenta, involuntariamente,
  • 14:23 - 14:27
    estes dados num contexto humano.
  • 14:27 - 14:29
    Quando colocamos dados
    num contexto humano,
  • 14:29 - 14:31
    eles ganham significado.
  • 14:31 - 14:34
    E eu acho que isso é
    extremamente importante,
  • 14:34 - 14:39
    porque estas são nossas histórias
    que estão armazenadas nos dispositivos.
  • 14:41 - 14:43
    Ao pensarmos neles desta maneira,
  • 14:44 - 14:46
    ao colocá-los num contexto humano
  • 14:46 - 14:48
    — primeiro de tudo, o que fazemos
    com os nossos dados
  • 14:48 - 14:51
    é entender melhor o tipo de informação
    que estamos a partilhar.
  • 14:52 - 14:54
    Mas se pudermos fazer isso
    com outros dados,
  • 14:54 - 14:56
    se pudermos colocar dados
    num contexto humano,
  • 14:56 - 15:00
    acho que podemos mudar muitas coisas,
  • 15:01 - 15:05
    porque cria, automaticamente, empatia
    com as pessoas envolvidas nesses sistemas.
  • 15:06 - 15:09
    Isso, por sua vez, resulta
    num respeito fundamental,
  • 15:09 - 15:12
    que, segundo creio, falta
    em grande parte da tecnologia,
  • 15:12 - 15:16
    quando começamos a lidar
    com questões como a privacidade,
  • 15:17 - 15:20
    ao percebermos que esses números
    não são apenas números,
  • 15:20 - 15:23
    mas estão interligados,
    amarrados a pedaços do mundo real.
  • 15:23 - 15:25
    Têm peso.
  • 15:25 - 15:28
    Se entendermos isso, a caixa de diálogo
    torna-se muito diferente.
  • 15:30 - 15:32
    Quantos de vocês já clicaram num botão
  • 15:32 - 15:37
    que permite que terceiros tenham acesso
    aos dados de localização do telefone?
  • 15:38 - 15:39
    Muitos de vocês.
  • 15:39 - 15:41
    Então, a terceira parte é o programador,
  • 15:41 - 15:43
    a segunda parte é a Apple.
  • 15:44 - 15:49
    A única parte que nunca tem acesso
    a esta informação é a primeira parte!
  • 15:50 - 15:53
    Acho que é porque pensamos
    nesses dados
  • 15:53 - 15:55
    de forma isolada e abstrata.
  • 15:55 - 15:57
    Não os colocámos em contexto
  • 15:57 - 16:00
    o que, segundo creio, os torna
    muito mais importante.
  • 16:00 - 16:02
    Assim, o que vos peço que façam
    é muito simples:
  • 16:02 - 16:05
    comecem a pensar em dados
    num contexto humano.
  • 16:05 - 16:07
    Não é preciso nada.
  • 16:07 - 16:10
    Quando lerem os preços das ações,
    pensem nelas num contexto humano.
  • 16:10 - 16:14
    Quando pensarem em relatórios de hipoteca,
    pensem neles num contexto humano.
  • 16:14 - 16:17
    Não há dúvida de que os grandes dados
    são um grande negócio.
  • 16:18 - 16:20
    Há uma indústria em desenvolvimento.
  • 16:22 - 16:23
    Pensem em como fizemos bem
  • 16:23 - 16:26
    em indústrias anteriores
    em que desenvolvemos recursos envolventes.
  • 16:26 - 16:28
    Não foi lá muito bem.
  • 16:28 - 16:30
    Eu acho que parte do problema
  • 16:30 - 16:32
    é que tivemos falta de participação
    nesses diálogos
  • 16:32 - 16:37
    de várias partes da sociedade humana.
  • 16:37 - 16:39
    Então a outra coisa que eu peço
  • 16:40 - 16:44
    é a inclusão neste diálogo
    de artistas, de poetas, de escritores
  • 16:44 - 16:48
    de pessoas que podem contribuir
    com um elemento humano para esta análise.
  • 16:49 - 16:51
    Porque acredito que este mundo de dados
  • 16:51 - 16:54
    vai ser transformador para nós.
  • 16:55 - 16:58
    Ao contrário das nossas tentativas
    com a indústria de recursos
  • 16:58 - 17:00
    e as nossas tentativas
    com o setor financeiro,
  • 17:00 - 17:03
    ao introduzir o elemento humano
    nesta história,
  • 17:03 - 17:06
    podemos levá-lo a locais maravilhosos.
  • 17:06 - 17:08
    Obrigado.
  • 17:08 - 17:11
    (Aplausos)
Title:
Tornar os dados mais humanos
Speaker:
Jer Thorp
Description:

Jer Thorp cria belas visualizações de dados para colocar dados abstratos em contexto humano. No TEDxVancouver, ele partilha os seus projetos atuais, da representação gráfica de um ciclo inteiro de um novo ano até ao mapeamento do modo como as pessoas partilham os artigos pela Internet.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:22
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