Ciência em 5, da OMS, sobre COVID-19: Qual vacina devo tomar e quais são os efeitos colaterais?

Olá e bem-vindos à Ciência em 5.

Eu sou Vismita Gupta-Smith e estas
são as conversas da OMS sobre ciência.

Vamos continuar a nossa conversa
sobre vacinas

com a Dr.ª Katherine O'Brien.

Bem-vinda, Kate.

Obrigada. É um prazer voltar a estar
de novo aqui consigo.

Kate, nos países onde
existe mais do que uma

vacina disponível, as pessoas
hesitam em fazer uma escolha.

Como é que os peritos as podem aconselhar?

Bem, Vismita, sabe,
O mundo, neste momento, não tem

vacinas suficientes para vacinar
todos aqueles que precisam de
ser vacinados.

Por isso, a resposta
a essa pergunta é simples

e é a seguinte: quando as pessoas recebem
a oferta de uma vacina devem

aceitar a vacina que
lhes é oferecida.

Há várias vacinas
que comprovaram ser

seguras, eficazes e fabricadas
com padrões de elevada qualidade.

E, por isso, qualquer dessas vacinas
poderá efetivamente

proteger as pessoas.

Se vivermos num país onde
haja mais do que uma vacina

no programa, devemos dar-nos
por satisfeitos por termos

acesso à vacina.

E quando chegar a nossa vez
de recebermos a vacina,

devemos tomá-la e aceitar

qualquer uma que nos seja oferecida.

Se pertencermos a um grupo
de alto risco e se formos

das primeiras pessoas contempladas
com a vacina, devemos aproveitar

de imediato a oportunidade
para podermos ficar protegidos.

E as pessoas que estiverem mais
atrás na fila, como eu, que trabalho

num escritório e não tenho
grande risco de ficar exposta

ao vírus, o que temos a fazer
é esperar a nossa vez.

Acabaremos por ser vacinados
e devemos aceitar a vacina

que nos for oferecida, independentemente
do fabricante da vacina.

Por isso, Kate, quando alguém
vai ser vacinado, poderá

interrogar-se sobre os efeitos secundários.

Como é que os peritos compreendem
os riscos das vacinas e como

explicariam os efeitos secundários
de que se fala?

Como explicaria isso às pessoas?

Há um método para investigar
os efeitos secundários mais comuns

nos ensaios clínicos e também
os efeitos secundários mais raros
que são constantemente

vigiados no uso de rotina das vacinas.

Uma das coisas que eu acho que
preocupam as pessoas é o

excesso de informação que recentemente
surgiu na imprensa sobre
os coágulos sanguíneos.

E esta é uma questão que a OMS
está a estudar atentamente,

assim como os reguladores da Europa
e de todo o mundo.

Estamos presentemente a
recolher informação acerca

desses eventos muito raros que
parecem estar a ocorrer com

uma frequência de um por milhão
ou 10 por milhão.

Acho importante que as
pessoas se lembrem de que

a razão por que estamos a vacinar
é estarmos no meio de

uma pandemia e todos corrermos
o risco de ser infetados pela COVID

e a doença da COVID exceder
o risco destes eventos muito raros.

No entanto, o que é
importante é avaliar

numa perspetiva de números,
numa perspetiva de risco, o benefício

que a vacina confere e o
ínfimo risco de esses eventos raros

poderem estar associados às vacinas.

Por isso, tanto os reguladores como
Os decisores políticos estão a

analisar atentamente esses dados,
para compreenderem por que

motivo eles estão a ocorrer,
onde estão a ocorrer,

em quem estão a ocorrer,
e tentando identificar se

há grupos específicos de
pessoas que apresentem maior risco

relativamente a alguns desses eventos,
o que não parece acontecer,

e contrapondo esse risco muito raro
e baixo ao benefício

da proteção contra a doença da COVID.

Há pessoas em todo o mundo que estão
a trabalhar em conjunto para se certificarem

de que essa informação
será realmente recolhida

em conjunto em todo o mundo e
nos informe devidamente
sobre os riscos e os benefícios.

Há reguladores em todos
os países e há

decisores políticos em todos os países.

E existe um sistema em que
a informação é comunicada

através dessas comissões
reguladoras e à OMS,

onde também temos um grupo de
peritos externos que examina

os dados de segurança que chegam
de todas as partes do mundo.

Por isso, é sobre essas análises das evidências

e à medida que estas mudam
com o tempo, que essas comissões de peritos

sobre segurança fazem as suas avaliações
de benefício e riscos.

Por outro lado, também temos
decisores políticos que estão

igualmente a examinar esses dados
e a fornecer recomendações, não só

nos próprios países, mas também
a todo o mundo, aqui na OMS,

através do Grupo Consultivo Estratégico
de Peritos em Vacinação,

recomendações para que os países

possam estabelecer esse equilíbrio
de benefício e risco e minimizar

quaisquer riscos que, de outro modo,
possam existir.

Obrigado, Kate.

Foi a Ciência em 5 de hoje.

Então até à próxima.

Fiquem bem, com saúde
e ouçam a ciência.