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Arnold Böcklin, Self-Portrait with Death Playing the Fiddle, 1872

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    (piano ao fundo)
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    Steven: Normalmente, ao ver
    um autorretrato,
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    você vê um artista encarando a si mesmo
    diretamente no espelho,
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    mas em Autorretrato com a Morte
    de Böcklin,
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    ele parece não estar vendo
    e sim escutando.
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    Beth: A figura ameaçadora da morte
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    está, não só, tocando o violino,
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    mas parece estar sussurrando
    algo em seu ouvido.
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    Steven: Ele parece estático,
    você pode ver claramente
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    o crânio, com todos os dentes
    parece estar sorrindo diabolicamente.
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    Beth: Um sorriso largo, eu diria.
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    Steven: Sim, ansioso e animado.
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    Vemos as mão de ossos como garras
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    que seguram o arco,
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    e o violino está sendo tocado,
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    mas apenas em uma única
    corda remanscente,
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    como se Böcklin estivesse
    a um fio da morte.
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    Parece tão..final.
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    Beth: A Morte sabe que venceu aqui.
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    Steven: A arte dura mais que
    a vida do artista
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    portanto existe algo
    muito consciente sobre
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    o ato de fazer uma obra de arte
    e especialmente sobre
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    fazer um autorretrato.
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    Beth: A morte está presente em retratos,
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    no geral, não apenas em autorretratos.
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    Retratos podem fazer dos mortos, vivos.
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    por isso, muitas vezes,
    ao vermos retratos,
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    temos a sensação de voltar ao tempo
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    e ver alguém que viveu.
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    Mas você está certo, é algo mais forte
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    em autorretratos, especialmente
    na maneira com que Böcklin
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    desmoronou o espaço aqui.
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    Steven: A personificação da morte,
    o esqueleto,
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    é tão íntima, tão próxima.
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    Você disse "sussurrando na orelha dele",
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    é quase como se Böcklin
    onseguisse sentir seu hálito,
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    se existisse tal coisa.
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    Beth: O próprio artista está
    próximo de nós.
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    Sua palheta está metade no nosso espaço.
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    Steven: Você vê a tinta bruta,
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    uma representação de que
    a tinta fez a si mesma,
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    que fala sobre a mentira da pintura.
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    Os materiais crus que criam essa pintura,
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    se tornam presentes.
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    Beth: Feitos honestos.
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    Steven: Feitos honestos. Exatamente.
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    Removendo os véus da vida,
    véus da sociedade.
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    A palheta e a retratação bruta da tinta
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    é uma espécie de lembrança do essencial.
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    Böcklin está nos mostrando
    tanto a representação
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    de carne e osso do artista,
    do homem
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    trajando as vestes de seu tempo,
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    mas também nos mostra seu esqueleto,
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    de certo modo, a essência
    de quem ele se tornará.
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    A pintura como um todo
    é belamente manipulada
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    para mostrar-nos a ilusão dessas figuras,
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    mas também sobre o que está
    sendo revelado.
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    Beth: A ideia do homem retornando ao pó,
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    da onde ele foi criado.
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    É isso que me vem quando você
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    falou sobre a materialidade da tinta.
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    Steven: Ele está segurando
    um pano sob seu dedão.
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    Beth: Para limpar seu pincel.
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    Steven: Para limpar seu pincel,
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    mas da maneira com que vida no remove.
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    Existe uma maneira maravilhosa em que
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    o ato da pintura é ecoada
    pela maneira com que
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    a morte nos transforma.
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    (piano ao fundo)
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    Legendado por: Larissa Enohata
Title:
Arnold Böcklin, Self-Portrait with Death Playing the Fiddle, 1872
Description:

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Video Language:
English
Duration:
02:59

Portuguese, Brazilian subtitles

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