Sexo com animais: a linha tênue da bestialidade
-
0:00 - 0:05Bestialidade é um assunto tão tabu que a
própria palavra é suficiente para despertar -
0:05 - 0:10reações que vão do desconforto e repulsa
à indignação moral e condenação ética. -
0:10 - 0:15Apesar da sua relevância em diversas áreas,
a bestialidade está totalmente ausente -
0:15 - 0:16do discurso público.
-
0:17 - 0:23Mas e se esses atos tão vilipendiados não forem
uma rara perversão da sexualidade humana, -
0:23 - 0:28relegada para os cantos mais sombrios da Internet,
mas práticas cotidianas comuns -
0:28 - 0:32apoiadas e desfrutadas pela grande
maioria da sociedade? -
0:36 - 0:40Olá, é a Emily do Bite Size Vegan.
Bem-vindo a mais um vegan nugget! -
0:40 - 0:45A definição do termo “bestialidade”,
com "e" aberto para qualquer não-americano -
0:45 - 0:50que prefira pronunciá-lo como está escrito,
evoluiu ao longo do tempo desde a sua origem, -
0:50 - 0:53em que significava
conduta depravada digna de um animal -
0:53 - 0:58para a denotação moderna de
relações sexuais entre seres humanos e animais. -
0:58 - 1:02Gostaria de ressalvar que por uma questão de
clareza e conveniência, usarei maioritariamente -
1:02 - 1:06o termo "animal" em vez do mais preciso
“animal não humano”. -
1:06 - 1:12Uma reflexão posterior decididamente estranha que tenta retificar
uma falsa divisão abordada aqui mesmo neste vídeo. -
1:12 - 1:18E fique tranquilo, não vou mostrar quaisquer
imagens ou representações de bestialidade hoje. -
1:19 - 1:22O que acabou de me fazer perder
algumas das pessoas que estavam assistindo. -
1:23 - 1:27Além disso, você poderá encontrar referências
detalhadas para tudo o que eu afirmo, bem como -
1:28 - 1:32uma bibliografia e muitos recursos adicionais
e coisas que não tive tempo de encaixar neste vídeo, -
1:32 - 1:35na postagem do blog linkada
na descrição abaixo. -
1:35 - 1:39Com isso fora do caminho,
é hora de enfrentar este tabu atemporal! -
1:39 - 1:43A bestialidade pode parecer um assunto
que é bem preto no branco: -
1:43 - 1:45sexo com animais é errado,
ponto final. -
1:45 - 1:49Mas descartar o tema tão rapidamente,
certamente devido ao desconforto que ele causa, -
1:49 - 1:54não leva em conta a presença constante
da bestialidade ao longo da história -
1:54 - 1:55e da nossa vida cotidiana.
-
1:55 - 1:59A mitologia antiga está repleta de deuses
tomando a forma de animais -
1:59 - 2:02para copular com humanos,
entre muitas outras coisas bestiais -
2:02 - 2:05que prontamente ensinamos às crianças
no ensino médio. -
2:05 - 2:10Mas se um professor distribuísse uma história
envolvendo sexo entre humanos e animais -
2:10 - 2:14escrita na atualidade,
uma apreciação culta dos clássicos -
2:14 - 2:18rapidamente se tornaria uma distribuição
potencialmente criminosa de pornografia. -
2:19 - 2:24E embora muitos estados na América tenham aplicado
rigorosas leis contra o ato de meramente fotografar -
2:24 - 2:28uma criança posando com um animal
de uma forma que pareça remotamente sugestiva, -
2:28 - 2:33as crianças nas fazendas da América podem
participar em atividades extracurriculares -
2:33 - 2:38em que aprendem a manejar sêmen de porco
ou a estimular sexualmente uma porca. -
2:39 - 2:44Se tentarmos avaliar esses exemplos objetivamente,
o que o assunto, reconhecidamente, -
2:44 - 2:50torna complicado se não mesmo impossível,
a divisão entre o educacional e o imoral -
2:50 - 2:54ou o criminoso se torna em grande parte
uma questão de contexto cultural. -
2:54 - 2:59O que levanta a questão: o quê exatamente
há de tão ruim na bestialidade? -
3:00 - 3:03O criminologista Piers Beirne aponta para
os mandamentos de Moisés (Êxodo 22:19, -
3:03 - 3:06Levítico 18:23 e 20:15-16 e Deuteronômio 27:21)
como "a justificativa mais antiga e influente -
3:06 - 3:11para a censura da bestialidade",
com a pena recomendada sendo a morte. -
3:11 - 3:14Remanescentes desta origem moral
são evidenciados pela linguagem -
3:14 - 3:19de alguma da legislação secular de hoje,
com vários estados da América, por exemplo, -
3:19 - 3:24retendo terminologia como "crime contra a
natureza", "antinatural", "pervertido", -
3:24 - 3:28"abominável", "detestável" e,
o meu favorito,"sodomia." -
3:29 - 3:33Surpreendentemente, a bestialidade continuou
a ser punível com pena de morte -
3:33 - 3:40no início do período moderno, com a Suécia
executando até 700 pessoas entre 1635 e 1778, -
3:40 - 3:42junto com os animais envolvidos.
-
3:42 - 3:46E o último enforcamento conhecido por bestialidade
nos Estados Unidos foi realizado -
3:46 - 3:50por ordem do Tribunal Superior de Connecticut
em janeiro de 1800. -
3:50 - 3:55Considerando que esta é uma censura pré-bíblica,
pode ser surpreendente saber que em muitos países -
3:55 - 4:00ainda não existem quaisquer leis que abordem
o contato sexual entre humanos e animais. -
4:00 - 4:05Em 2015, a Dinamarca foi o último país
do Norte da Europa a proibir a bestialidade -
4:05 - 4:09deixando a Finlândia, a Romênia e a Hungria
como os últimos redutos na União Europeia. -
4:09 - 4:14Nos Estados Unidos, a bestialidade continua legal
em pelo menos oito estados e Washington DC, -
4:14 - 4:21e 17 dos 42 restantes só promulgaram
legislação desde 1999. -
4:21 - 4:25Embora na verdade a nova legislação do Ohio,
assinada no mês passado, -
4:25 - 4:28só vá entrar em vigor em março deste ano.
-
4:28 - 4:34E apenas incluiu a proibição da bestialidade
como forma de aprovar um projeto de lei impopular. -
4:34 - 4:37Oba, integridade moral...
-
4:38 - 4:43Dos estados com leis já em vigor,
as penas e sentenças vão desde uma contravenção -
4:43 - 4:47com mínimo não definido no Nebraska
até um crime punido com prisão -
4:47 - 4:51não inferior a 7 anos e que pode ir
até 20 anos em Rhode Island. -
4:51 - 4:55O ressurgimento moderno de legislação
revelou uma mudança na conceptualização -
4:55 - 5:00e na classificação legal da bestialidade,
de “crime contra a moral pública" -
5:00 - 5:04para "ato de crueldade contra os animais",
com a Califórnia e Oregon indo ao ponto -
5:04 - 5:07de designá-lo como
"agressão sexual de um animal." -
5:07 - 5:12A Advogada Rebecca F. Wisch do Animal Legal
& Historical Center propõe que esta terminologia -
5:12 - 5:16“Pode refletir a avaliação desses estados de que
os animais são incapazes de consentir”, -
5:16 - 5:20essencialmente concedendo a animais não humanos
o estatuto de “vítima”. -
5:21 - 5:25Com a variação extrema de estado para estado,
e mais ainda de país para país, -
5:25 - 5:31não só da classificação criminal
e da pena para a bestialidade, mas também -
5:31 - 5:35da própria definição do que o ato implica,
ficamos mais uma vez com a pergunta -
5:35 - 5:39do quê exatamente torna
a bestialidade tão censurável. -
5:39 - 5:44Toda a legislação sobre bestialidade inclui exceções
para as práticas aceitas da indústria animal. -
5:44 - 5:50Portanto, ao eliminar quaisquer ações permitidas,
talvez consigamos entender a raiz -
5:50 - 5:51do que há de errado com a bestialidade.
-
5:51 - 5:55Vamos começar com os parâmetros
bastante desadequados do que era -
5:55 - 6:00tradicionalmente considerada a referência legal
para violação sexual: penetração. -
6:00 - 6:03Pode parecer que isso apresenta
uma linha divisória bem definida, -
6:03 - 6:09até pensarmos na longa lista de práticas agrícolas,
para não falar na experimentação animal -
6:09 - 6:12e em métodos de obtenção de peles,
que envolvem penetração. -
6:12 - 6:17Então, se a penetração em si não é o problema,
talvez a penetração prejudicial? -
6:17 - 6:22Esse também não pode ser o problema, já que
a experimentação animal, a obtenção de peles -
6:22 - 6:26e práticas agrícolas envolvendo penetração
podem causar, e causam, danos. -
6:26 - 6:31Animais na indústria das peles são frequentemente
mortos por eletrocussão genital e anal. -
6:31 - 6:37E nem temos tempo para listar todas as formas
bizarras nas quais a experimentação animal -
6:37 - 6:42em vários campos de pesquisa envolve uma
gama infinita de penetração prejudicial e dolorosa. -
6:42 - 6:46Até mesmo na indústria de alimentos, por exemplo,
a grande maioria dos animais de criação hoje -
6:46 - 6:49são reproduzidos
por inseminação artificial (IA). -
6:49 - 6:52As vacas na indústria de laticínios são
repetidamente emprenhadas por IA, -
6:52 - 6:55para manter o fluxo de leite
para consumo humano. -
6:55 - 6:58Como nós, elas só produzem leite
para os seus bebês, -
6:58 - 7:00que são tirados de suas mães
imediatamente após o nascimento. -
7:00 - 7:02As fêmeas são mantidas como
futuras produtoras de leite -
7:02 - 7:05e os machos são enviados para uma fazenda
de carne de vitela ou mortos a tiro. -
7:05 - 7:10Além do impacto psicológico e emocional
de ter seus bebês retirados uma e outra vez, -
7:10 - 7:13o próprio processo de inseminação
pode ser fisicamente prejudicial, -
7:13 - 7:18especialmente considerando que a maioria das
inseminações são realizadas por não veterinários. -
7:18 - 7:21Já que o treinamento de IA envolve
praticar em vacas vivas, -
7:21 - 7:24alguns cursos são realizados em matadouros,
embora um veterinário do Reino Unido -
7:24 - 7:28tenha aconselhado que “inseminadores novatos
não devem praticar em vacas, -
7:28 - 7:30a menos que elas vão ser abatidas
no dia do treinamento.” -
7:30 - 7:35Talvez o elemento censurável que separa
práticas agrícolas comuns da bestialidade -
7:35 - 7:39seja o uso deliberado de força
durante a penetração? -
7:39 - 7:42Para isso, recorro ao relato do autor Jim Mason
sobre o tempo em que trabalhou -
7:42 - 7:46em uma fazenda de criação de perus, e à sua
descrição da prática padrão da indústria: -
7:46 - 7:50“Eles me colocaram para trabalhar primeiro
no poço, agarrando e quebrando peruas. -
7:50 - 7:52Quebrar peruas era um trabalho
difícil, rápido e sujo. -
7:52 - 7:55Eu tinha tinha que colocar a mão na calha,
pegar uma perua pelas pernas -
7:55 - 7:57e segurá-la, com os tornozelos cruzados,
com uma mão. -
7:57 - 8:01Então, enquanto eu a segurava na beira do poço,
passava minha outra mão sobre seu traseiro, -
8:01 - 8:04empurrando para cima as penas da cauda
e expondo a abertura de ventilação. -
8:04 - 8:09As aves pesavam de 20 a 30 lbs., estavam
apavoradas, batiam as asas e lutavam em pânico. -
8:09 - 8:12Com a perua assim "quebrada", o inseminador
enfiava o polegar embaixo do buraco -
8:12 - 8:14e empurrava para ele abrir.
-
8:14 - 8:16Aí, inseria o tubo de sêmen.
-
8:16 - 8:20Então os dois homens a soltavam
e a perua se afastava pelo chão da casa. -
8:20 - 8:24Dois quebradores faziam 10 peruas por minuto,
ou cada quebrador 5 peruas por minuto; -
8:24 - 8:26uma perua a cada 12 segundos.”
-
8:26 - 8:29Na indústria de carne suína,
os leitões são o produto, -
8:29 - 8:34e por isso as porcas-mães, tal como vacas leiteiras,
são sujeitas a um ciclo constante de gestações. -
8:34 - 8:39Mesmo na UE, onde cabines de amarração para
manter os porcos acorrentados foram proibidas, -
8:39 - 8:42a inseminação artificial
é uma das várias exceções incluídas na lei -
8:42 - 8:45em que os porcos podem legalmente
ser acorrentados no lugar. -
8:45 - 8:49Então, se a penetração forçada da vagina,
ânus ou cloaca de um animal, -
8:49 - 8:54resultando em danos físicos e/ou psicológicos
e causando claros sinais de angústia -
8:54 - 8:59não é o que é censurável...
talvez seja quando a ação realizada -
8:59 - 9:05sobre o animal é ela mesma claramente sexual,
não apenas pelas partes do corpo envolvidas. -
9:05 - 9:07Considere o relato seguinte:
-
9:07 - 9:11“Cada porco tinha sua própria pequena perversão
que o homem tinha que fazer para excitá-lo. -
9:11 - 9:15Talvez tivesse que segurar o pênis do porco
exatamente da maneira que o porco gostava, -
9:15 - 9:17talvez tivesse que masturbar alguns deles
exatamente da forma certa. -
9:17 - 9:20Havia um porco, ele me disse, que queria
que brincassem com o ânus dele. -
9:20 - 9:24'Tenho que enfiar meu dedo na bunda dele,
ele realmente adora isso', ele me disse. -
9:24 - 9:26Ele é um dos melhores neste negócio.”
-
9:27 - 9:32Sem contexto, onde você colocaria isto
na linha entre o pornográfico e o permissível? -
9:32 - 9:36Sua resposta mudaria se eu lhe contasse que
esse trecho foi escrito por uma especialista -
9:36 - 9:40renomada e respeitada internacionalmente
em manejo de gado e bem-estar animal? -
9:40 - 9:44Em caso afirmativo,
o que mudou no próprio relato? -
9:44 - 9:49Esse trecho vem do livro da Dra. Temple Grandin
"Animals in Translation", que ela é descrita -
9:49 - 9:54na seção “sobre” como “um modelo
para centenas de milhares de famílias e pessoas". -
9:54 - 9:59Grandin continua seu tour pelas práticas
de reprodução de suínos, descrevendo como, -
9:59 - 10:03ao contrário das vacas, as porcas têm que ser
sexualmente excitadas para conceber, -
10:03 - 10:07então os trabalhadores têm que excitá-las
manualmente antes da inseminação. -
10:07 - 10:14Ok. Se a masturbação manual, altamente
individualizada de porcos até à conclusão -
10:14 - 10:18e a estimulação sexual de porcas antes
da inserção de sêmen de porco -
10:18 - 10:23são atos abertamente narrados por uma
professora respeitada e um modelo para famílias, -
10:23 - 10:28temo que nossa avaliação de bom senso
possa ser um exercício fútil. -
10:28 - 10:32Especialmente quando levamos em consideração
métodos de coleta de sêmen de touros, -
10:32 - 10:37nomeadamente o uso de uma vagina artificial,
eletroejaculação ou massagem transretal. -
10:37 - 10:41O primeiro método costuma usar um touro "teaser",
geralmente um espécime com baixo valor de reprodução, -
10:41 - 10:45que é treinado, às vezes dolorosamente,
através de um anel no nariz -
10:45 - 10:49e serve para que o touro "doador" monte nele,
já que a força pode ferir as fêmeas. -
10:49 - 10:54A técnica mais problemática, eletroejaculação,
envolve a inserção de uma sonda -
10:54 - 10:58no ânus do touro e a aplicação de choques
elétricos para estimular a ejaculação. -
10:58 - 11:02É amplamente sabido que é doloroso
e foi proibido em alguns países da UE. -
11:02 - 11:05No entanto, você pode ver imagens
de eletroejaculação -
11:05 - 11:10no canal do Irish Farm Journal no YouTube,
bem como encontrar, em toda a plataforma, -
11:10 - 11:13centenas de vídeos de aquisição de sêmen
e inseminação, -
11:13 - 11:18incluindo como excitar sexualmente uma porca,
um tema também abordado em profundidade -
11:18 - 11:22nos recursos de educação de jovens
do programa Pork Checkoff. -
11:22 - 11:27No meu vídeo “Os animais querem ser comidos?”
eu forneço exemplos do retrato sexualizado -
11:27 - 11:32de animais na publicidade, muitas vezes seduzindo
os possíveis consumidores da sua carcaça. -
11:32 - 11:35Até mesmo programas de televisão convencionais
apresentam imagens que, -
11:35 - 11:40se o contexto fosse ligeiramente alterado,
poderiam resultar na perda da licença da rede -
11:40 - 11:42e provocar uma onda de processos judiciais.
-
11:43 - 11:48Como um rápido aparte pessoal,
acho o fato de que a ampla gama de vídeos -
11:48 - 11:52semelhantes a bestialidade no YouTube
permanece irrestrita e até monetizada, -
11:52 - 11:56enquanto o vídeo de uma das minhas palestras
permanece com restrição de idade, -
11:56 - 11:59apesar dessa censura violar as próprias
políticas do YouTube... -
11:59 - 12:02só um pouquinho frustrante.
-
12:02 - 12:08Devo dizer que acho que nossa avaliação comparativa
por exclusão atingiu um beco sem saída. -
12:08 - 12:13O único elemento que ainda não avaliamos é a intenção
e a experiência do humano ao cometer o ato. -
12:13 - 12:18Esse é o fator determinante em várias leis
estaduais de bestialidade, como a de Delaware, -
12:18 - 12:22que especifica que o contato seja
“para fins de gratificação sexual.” -
12:22 - 12:26Mas se essa é realmente a raiz
da nossa objeção à bestialidade, -
12:26 - 12:30então essencialmente voltamos ao princípio,
à base moral original para a sua censura, -
12:30 - 12:33apesar da mudança moderna em direção
à classificação como crueldade contra animais -
12:33 - 12:36e ao estabelecimento de animais como vítimas.
-
12:36 - 12:41Como exatamente a intenção da pessoa envolvida,
ou se o ato é parte do seu trabalho, -
12:41 - 12:46ou realizado em um contexto médico,
ajuda o indivíduo que está sendo violado? -
12:46 - 12:50Eu imagino que o cargo de alguém
não seja grande conforto para a vaca -
12:50 - 12:53imobilizada e penetrada forçosamente
para a sua próxima rodada de desgosto. -
12:53 - 12:58E que o prazer ou falta dele da parte do trabalhador
que opera a sonda anal não sirva de muito -
12:58 - 13:03para diminuir a dolorosa corrente elétrica
dando choques nos nervos pélvicos de um touro. -
13:03 - 13:07Esses absurdos são o resultado da nossa
mudança arbitrária dos animais, -
13:07 - 13:12de propriedade a família, a vítima, a margem
de lucro, dependendo das nossas necessidades. -
13:12 - 13:18E conforme as suas funções mudam, mudam também
os tipos de danos que podemos lhes infligir. -
13:18 - 13:23Em sua resposta à resenha controversa
pelo filósofo Peter Singer do livro Heavy Petting, -
13:23 - 13:28a Dra. Karen Davis, da United Poultry Concerns,
aborda essa mercantilização progressiva: -
13:28 - 13:33“Historicamente, a pecuária facilitou
a bestialidade não apenas pela proximidade -
13:33 - 13:36dos animais de criação, mas porque
controlar os corpos de outras criaturas -
13:36 - 13:40convida a essa extensão
de uma licença que já foi tirada.” -
13:40 - 13:46Em um dos infelizmente numerosos casos de abuso
sexual de animais extremo na indústria alimentar -
13:46 - 13:50que fica tão longe das normas prescritas
que leva a uma acusação criminal, -
13:50 - 13:54imagens secretas e notas detalhadas
dos investigadores mostraram abusos rotineiros -
13:54 - 13:57em um criadouro de porcos em Iowa,
onde milhares de porcas-mães são mantidas -
13:57 - 13:59em caixas de gestação apertadas.
-
13:59 - 14:02Trabalhadores batiam em porcas grávidas
com objetos duros de metal, -
14:02 - 14:06as chutavam no estômago e na cabeça,
enfiavam varões em suas vaginas e ânus -
14:06 - 14:11e atacavam porcas feridas com um bastão elétrico,
entre outras infrações. -
14:11 - 14:15O vídeo também captou trabalhadores cortando
as caudas e arrancando os testículos de leitões -
14:15 - 14:19“incluindo alguns com hérnias escrotais,
cujos intestinos ficaram totalmente protuberantes -
14:19 - 14:21após o corte” -
tudo sem qualquer anestesia. -
14:21 - 14:25E, em uma das infrações mais citadas na mídia,
trabalhadores foram mostrados jogando leitões -
14:25 - 14:30doentes ou deformados contra o solo, deixando-os,
segundo os investigadores, morrendo lentamente, -
14:30 - 14:34com seus “crânios esmagados,
esperneando e se contorcendo, -
14:34 - 14:37ofegando por ar, enquanto outros eram
empilhados em cima deles em caixas gigantes”. -
14:38 - 14:43Um artigo na NBC News incluiu comentários
de ninguém menos que Temple Grandin, descrita como -
14:43 - 14:45"uma especialista de topo
em bem-estar animal", que disse que -
14:45 - 14:50"embora essas sejam práticas padrão da indústria,
o tratamento das porcas no vídeo -
14:50 - 14:53estava longe disso”,
chamando-o de “abuso atroz de animais”. -
14:53 - 14:58Só para esclarecer, caso não fosse óbvio,
bater e violar as porcas-mães -
14:58 - 15:00era o "abuso atroz de animais".
-
15:00 - 15:05As “práticas padrão da indústria” a que Grandin
se refere são a mutilação não anestesiada -
15:05 - 15:11de leitões recém-nascidos e jogar brutalmente
bebês defeituosos contra o chão de concreto. -
15:11 - 15:14Essas práticas não apenas são legais,
como são aprovadas pelos governos -
15:13 - 15:19em países como os Estados Unidos, Canadá,
União Europeia e não só." -
15:20 - 15:25Veja, é isso que as práticas padrão têm de bom:
não sei quanto a você, mas se eu visse esse vídeo -
15:25 - 15:32e me perguntassem o que era abuso
e o que era normal, eu diria tudo errado!" -
15:32 - 15:35Quando se trata da nossa relação
com os animais não humanos, -
15:35 - 15:41possuímos um nível notável de dissonância
cognitiva, somada a vários pontos cegos. -
15:41 - 15:46Basta observar como designamos indivíduos
como "amigo" ou "comida" baseados em fatores -
15:46 - 15:51tão arbitrários como a localização geográfica
ou a posse de um nome dado por humanos. -
15:51 - 15:55Em um país, um cachorro é visto como um
"animal de estimação" - até um membro da família. -
15:55 - 15:59Mas nascido em uma parte diferente do mundo,
o mesmo cachorro seria visto como "jantar". -
15:59 - 16:05Nada mudou sobre o cachorro em si - apenas
a sua localização geográfica e, mais importante, -
16:05 - 16:09a percepção do seu papel e valor
pelos humanos decidindo o seu destino. -
16:10 - 16:16Essa mudança subjetiva de valor atribuído é a base
do antropocentrismo, um sistema de crenças que -
16:16 - 16:20"vê os humanos como separados
de e superiores à natureza e sustenta que -
16:20 - 16:26a vida humana tem valor intrínseco, enquanto
outras entidades, incluindo animais, plantas, etc. -
16:26 - 16:31são recursos que podem justificadamente
ser explorados para o benefício da humanidade.” -
16:31 - 16:36Nossa visão de mundo antropocêntrica explica muitas
demonstrações bizarras de pensamento duplo dos humanos. -
16:36 - 16:40Um exemplo que cobri no meu discurso
“O melhor que temos a oferecer”, -
16:40 - 16:43sobre questões legislativas relacionadas com
a crueldade contra os animais, -
16:43 - 16:48foi quando a União Europeia assinou o Tratado
de Lisboa, reconhecendo os animais não humanos -
16:48 - 16:53como legalmente sencientes, merecendo liberdade
da fome, sede, desconforto, dor, lesão, doença, -
16:53 - 16:58medo, angústia e sofrimento mental.
E depois usou esse mesmo reconhecimento -
16:58 - 17:03da sua capacidade de sentir as mesmas
emoções e sensações que nós sentimos -
17:03 - 17:07para estabelecer a maneira exata
como os humanos podem legalmente -
17:07 - 17:11violá-los, aprisioná-los, cortá-los,
queimá-los, modificá-los e assassiná-los. -
17:11 - 17:16Um relatório preliminar para a nova legislação
comparou o custo financeiro de gasear -
17:16 - 17:22contra triturar vivos os estimados 335 milhões
de pintinhos machos indesejados -
17:22 - 17:25nascidos na indústria de ovos da UE
a cada ano. -
17:25 - 17:31Como descobriram que a trituração, ou maceração,
era muito mais econômica, ela foi codificada -
17:31 - 17:37como o método preferencial na legislação de
proteção animal "revolucionária" criada depois. -
17:37 - 17:41Em seu artigo “Animais de estimação ou carne”,
a professora de Direito Marry Anne Case destaca -
17:41 - 17:47as complicações decorrentes da condenação da
bestialidade com base na incapacidade de consentir. -
17:47 - 17:51Mencionando como até o treinamento dos animais
de estimação é uma forma de persuasão -
17:51 - 17:55difícil de diferenciar em termos de consentimento",
Case conclui que: -
17:55 - 18:00“Se achamos que deveria existir um controle legal
mais apertado ou rigoroso sobre o treinamento de pets -
18:00 - 18:04para fazer algo que viole as leis anti-bestialidade
do que para fazer outros truques idiotas, -
18:04 - 18:08devemos admitir claramente que é a nossa
atitude perante o sexo, mais do que a nossa -
18:08 - 18:13preocupação com a liberdade de escolha ou
o bem-estar dos animais, que nos motiva." -
18:13 - 18:19Longe de ter os interesses dos animais em conta,
parece que, como o Dr. Davis escreveu, -
18:19 - 18:24“A principal e mais comum objeção à bestialidade...
é que sexo entre humanos e não humanos, -
18:24 - 18:30independentemente das circunstâncias em que ocorre,
incluindo estupro, é 'uma ofensa ao nosso status -
18:30 - 18:33e dignidade como seres humanos'.”
-
18:33 - 18:36Esse é o poder da percepção humana.
-
18:36 - 18:43Que a nossa violação dos seus corpos
é uma afronta à nossa dignidade. -
18:43 - 18:48Davis descreve como, em relação à bestialidade,
alguns defensores dos animais apresentaram -
18:48 - 18:52o argumento de que "animais não humanos não estão
em condições de dar consentimento informado, -
18:52 - 18:57dada a sua presumível inferioridade intelectual
inerente perante os seres humanos.” -
18:57 - 19:01Mesmo em sua suposta defesa,
nós os insultamos. -
19:01 - 19:06É por isso que, em "Repensando a bestialidade",
um dos poucos ensaios abordando o assunto -
19:06 - 19:11da bestialidade do ponto de vista dos direitos
dos animais, o criminologista Piers Beirne clama -
19:11 - 19:16por "um conceito de agressão sexual entre espécies",
independente da indignação moral, -
19:16 - 19:20de alusões vazias ao estatuto de vítima e da
falta de consentimento devida à idiotice. -
19:20 - 19:24Referenciando Carol J. Adams, Beirne
estabelece a base para uma abordagem -
19:24 - 19:28à agressão sexual de animais
realmente centrada na vítima: -
19:28 - 19:33“... na tentativa de substituir o antropocentrismo
com um reconhecimento da senciência dos animais, -
19:33 - 19:37devemos começar pelo fato de que,
em quase todas as situações, -
19:37 - 19:41humanos e animais existem em uma relação
de potencial ou real coerção. -
19:41 - 19:46Para que consentimento genuíno de relações sexuais
esteja presente, ambos os participantes devem estar -
19:46 - 19:49conscientes, totalmente informados
e certos dos seus desejos. -
19:49 - 19:54A bestialidade envolve coerção sexual porque
os animais são incapazes de genuinamente dizer -
19:54 - 19:58sim ou não para humanos de uma forma
que possamos prontamente compreender. -
19:58 - 20:01Se não conseguimos saber se os animais
consentem as nossas abordagens sexuais, -
20:01 - 20:05então somos tão culpados quando toleramos
relações sexuais entre espécies -
20:05 - 20:10como quando deixamos de condenar adultos
que têm relações sexuais com bebês ou com crianças -
20:10 - 20:15ou com outros que, por alguma razão,
não são capazes de recusar a participação.” -
20:15 - 20:20Espero que esta análise bastante intensiva da
bestialidade tenha dado a você algo em que pensar. -
20:20 - 20:21Por favor, compartilhe-a.
-
20:21 - 20:26Gostaria de agradecer aos meus patronos de $50 ou mais
e a toda a minha família Nugget Army no Patreon -
20:26 - 20:31por tornar possível que eu faça estas pesquisas,
dê palestras por todo o mundo -
20:31 - 20:33e crie centenas de vídeos
educacionais gratuitos. -
20:34 - 20:37Se você gostaria de ajudar a apoiar
os esforços educacionais do Bite Size Vegan, -
20:37 - 20:40por favor veja os links de apoio abaixo
ou o link na barra lateral. -
20:40 - 20:44Inscreva-se no canal e clique no sino para
receber notificações de mais conteúdo vegano. -
20:44 - 20:49Agora viva vegano, questione a sua percepção,
e até breve! -
20:50 - 20:53Vamos ver quanto tempo
isso vai durar no YouTube...
- Title:
- Sexo com animais: a linha tênue da bestialidade
- Description:
-
Bestialidade. Até a própria palavra é tabu! A maioria das pessoas pensa que a bestialidade é uma perversão rara nos cantos mais sombrios da Internet. Mas e se a bestialidade for afinal parte da nossa vida cotidiana? Algo que você apoia e de que desfruta com sua família e amigos? Será que as fronteiras não são tão claras como pensávamos? Nesta análise profunda do mundo do sexo entre humanos e animais, explore as formas como a bestialidade está presente na nossa vida.
▶︎➤Por favor COMPARTILHE este vídeo para que outras pessoas possam aprender sobre as nossas relações com os animais não humanos desse mundo.
➤➤TWEETS PRÉ-FEITOS:
➣ Fronteiras pouco claras: http://ctt.ec/nOm8W
➣ O que há de tão errado com a bestialidade?: http://ctt.ec/f828d
➣ Enfrente o tabu: http://ctt.ec/6IEJH▶︎➤VÍDEOS E RECURSOS EM DESTAQUE:
➣ Mais sobre laticínios: http://bit.ly/DarkSideOfDairy
➣ Mais sobre ovos: http://bit.ly/All_About_Eggs
➣ O melhor que temos a oferecer [discurso]: http://bit.ly/2d8e1tg
➣ Os animais querem ser comidos?: http://bit.ly/1VpPxMd
➣ Mais aulas impróprias sobre porcos para crianças: http://bit.ly/2awsf7U
➣ O extremismo do veganismo [discurso censurado]: http://bit.ly/VeganExtreme
➣ Fumar é vegano? [Exemplos de testes em animais]: http://bit.ly/1OjtqnZ
➣ AO VIVO em um matadouro de perus em Iowa: http://bit.ly/2hr33yi
➣ Resgate de perus: http://bit.ly/2gq33ia
➣ Abra os olhos: http://bit.ly/OpenYourEyesToSee
➣ Amigo vs comida: http://bit.ly/1UgvLkD
▶︎➤ Referências e recursos adicionais na postagem do blog: http://www.BiteSizeVegan.org/Bestiali...
▶︎➤ MARCADORES PARA NAVEGAÇÃO POR TEMA:
Introdução 0:00
Definição de bestialidade 0:40
Nota inicial 0:57
O preto e branco da bestialidade 1:38
Indignação moral e censura legal 2:59
Pena de morte 3:28
Legislação moderna 3:50
O que há de tão errado com a bestialidade? 5:20
Penetração? 5:51
Penetração prejudicial? 6:15
Penetração forçada? 7:30
Natureza sexual perversa? 8:56
E a intenção? 12:02
A intenção afeta a vítima? 12:36
Mudança arbitrária dos papéis dos animais 13:03
Abuso ou prática padrão: você consegue distinguir? 13:40
A resposta revelada 14:52
Amigo ou comida? 15:32
Tudo é sobre nós 16:09
Os interesses dos animais são mesmo levados em conta? 17:37
O que a bestialidade realmente é 19:01
Obrigado e conclusão 20:14★
- Video Language:
- English
- Duration:
- 20:53
Fernanda Roxo edited Portuguese, Brazilian subtitles for Sex With Animals: The Blurred Lines of Bestiality | ||
Fernanda Roxo edited Portuguese, Brazilian subtitles for Sex With Animals: The Blurred Lines of Bestiality |