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Não acredite em tudo o que você pensa | Lauren Weinstein | TEDxPaloAlto

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    Essa elefanta tem uma força incrível.
  • 0:12 - 0:15
    Ela consegue arrancar uma árvore
    usando apenas sua tromba.
  • 0:18 - 0:23
    Porém, permanece em cativeiro
    presa apenas por uma corda fraca.
  • 0:24 - 0:30
    Apesar de sua capacidade para fugir
    facilmente, ela nem sequer tenta.
  • 0:31 - 0:32
    Por quê?
  • 0:33 - 0:35
    Tudo começa quando ela é jovem.
  • 0:35 - 0:38
    Ela foi amarrada pela primeira vez
    quando era pequena
  • 0:38 - 0:40
    e não tinha força suficiente
    para romper a corda.
  • 0:40 - 0:45
    No início, tentou, com toda
    a força que possuía, se libertar,
  • 0:45 - 0:47
    continuou tentando
  • 0:47 - 0:51
    até que finalmente percebeu
    que não conseguia.
  • 0:51 - 0:55
    De repente, algo se fixou nela
  • 0:55 - 1:00
    com mais força do que qualquer
    corda, corrente ou obstáculo:
  • 1:01 - 1:04
    a crença de que não consegue se libertar.
  • 1:05 - 1:08
    É essa crença que a contém,
  • 1:08 - 1:10
    apesar de sua capacidade.
  • 1:11 - 1:13
    Tive essas mesmas crenças
  • 1:14 - 1:16
    e talvez vocês também as tenham;
  • 1:17 - 1:19
    crenças que me limitaram,
  • 1:20 - 1:24
    que me levaram a me sentir
    insatisfeita no trabalho,
  • 1:24 - 1:27
    a ter dificuldades nos relacionamentos
  • 1:27 - 1:32
    e a viver uma vida bem diferente
    da que vivo hoje.
  • 1:33 - 1:37
    Foi somente quando eu tomei
    consciência das minhas amarras
  • 1:37 - 1:40
    e reagi a elas
  • 1:40 - 1:44
    que consegui mudar minha realidade.
  • 1:44 - 1:47
    Como podemos partir
    as cordas que nos amarram?
  • 1:50 - 1:53
    Não acreditem em tudo o que pensam.
  • 1:56 - 2:00
    Quando eu tinha seis anos,
    tinha uma babá favorita, a Amber.
  • 2:01 - 2:04
    Certa manhã, minha mãe me disse
    que não poderia mais contratá-la
  • 2:04 - 2:07
    porque não tinha dinheiro
    suficiente para pagá-la.
  • 2:08 - 2:12
    Então, naquela tarde, eu criei
    minha primeira empresa.
  • 2:13 - 2:17
    Eu juntei pedras pelo bairro,
    que pintei com meu estojo de artes
  • 2:17 - 2:20
    e fui de porta em porta
    para vendê-las aos vizinhos.
  • 2:21 - 2:25
    Naquela noite, Amber pôde
    se sentar no sofá comigo.
  • 2:26 - 2:31
    Quando eu era mais nova,
    era ousada, extrovertida e corajosa.
  • 2:32 - 2:33
    Eu vestia o que quisesse
  • 2:34 - 2:36
    (Risos)
  • 2:36 - 2:37
    ou nada, se não quisesse,
  • 2:37 - 2:39
    (Risos)
  • 2:40 - 2:44
    guiada pela minha própria voz
    que me dizia o que me faria feliz.
  • 2:45 - 2:47
    Eu também estava apaixonada.
  • 2:48 - 2:52
    O nome dele era Fernando
    e ele era maravilhoso.
  • 2:52 - 2:57
    Assim como fazia com todo o resto, eu não
    tinha medo de agarrar uma oportunidade.
  • 2:57 - 2:59
    (Risos)
  • 3:00 - 3:06
    Conforme cresci, isso começou a mudar.
  • 3:06 - 3:11
    Minha exuberância
    foi substituída por timidez,
  • 3:11 - 3:14
    minha liderança por conformidade
  • 3:14 - 3:18
    e minha ousadia por medo.
  • 3:20 - 3:24
    Acho que nenhum de nós sai
    da infância sem algumas amarras,
  • 3:24 - 3:27
    apesar das boas intenções dos nossos pais.
  • 3:28 - 3:33
    Cresci com uma mãe que estava
    determinada a me dar a vida perfeita.
  • 3:34 - 3:36
    Armada de amor e boas intenções,
  • 3:37 - 3:41
    ela fez de tudo
    para me ajudar a ser perfeita.
  • 3:42 - 3:44
    Eu arrumava a mala para uma viagem escolar
  • 3:44 - 3:48
    e ela a desfazia e arrumava melhor.
  • 3:48 - 3:51
    Quando eu ia entregar
    um trabalho de artes na escola,
  • 3:51 - 3:54
    ela adicionava suas próprias
    pinceladas para melhorá-lo.
  • 3:55 - 3:57
    Mais tarde ela me diria
  • 3:57 - 4:01
    que o namorado ou o apartamento
    que eu escolhi não era bom o bastante.
  • 4:03 - 4:06
    Embora ela só quisesse o melhor para mim,
  • 4:06 - 4:09
    eu deixei de saber o que isso seria.
  • 4:10 - 4:13
    Uma amarra inconsciente se formou.
  • 4:14 - 4:19
    Eu não deveria confiar
    em minha própria voz ou habilidade
  • 4:19 - 4:22
    e temia não ser perfeita.
  • 4:24 - 4:27
    Outras amarras também surgiram.
  • 4:28 - 4:33
    Cresci em uma família cheia de gritos,
    vozes altas e opiniões fortes.
  • 4:34 - 4:38
    Para não arrumar brigas,
    aprendi a ficar quieta,
  • 4:38 - 4:41
    a não criar problemas,
  • 4:41 - 4:44
    a me tornar invisível.
  • 4:47 - 4:48
    Na escola, comecei a acreditar
  • 4:48 - 4:52
    que era melhor passar despercebida
    do que me destacar.
  • 4:52 - 4:55
    E, devido à dor de uma separação
    quando muito jovem,
  • 4:55 - 4:58
    eu não me entregava por completo
    nos meus relacionamentos
  • 4:58 - 5:00
    para evitar me magoar.
  • 5:02 - 5:04
    Eu não sou boa o bastante.
  • 5:04 - 5:06
    Não se manifeste.
  • 5:07 - 5:08
    Não se destaque.
  • 5:09 - 5:11
    Tema o fracasso.
  • 5:11 - 5:13
    Essas eram as minhas amarras.
  • 5:15 - 5:17
    Essa não é somente a minha história.
  • 5:18 - 5:22
    Assim como a elefanta, todos nós
    começamos a acreditar em algo na infância
  • 5:22 - 5:24
    que não era verdade,
  • 5:24 - 5:26
    ou ao menos que não é mais verdade.
  • 5:27 - 5:29
    Mas ainda vivemos como se fosse.
  • 5:31 - 5:34
    Se você já sentiu insuficiente,
  • 5:34 - 5:39
    solitário, indesejado, sem amor,
  • 5:40 - 5:44
    invisível, impotente ou inadequado,
  • 5:45 - 5:47
    essas são as suas amarras.
  • 5:48 - 5:52
    Se você já sentiu que não pode
    confiar em si mesmo ou nos outros,
  • 5:52 - 5:55
    fazer-se ouvir, se destacar,
  • 5:55 - 5:58
    pedir ajuda, se mostrar vulnerável,
    ser aceito como você é,
  • 5:59 - 6:01
    essas são as suas amarras.
  • 6:02 - 6:05
    Essas amarras nos limitam.
  • 6:06 - 6:10
    Eu acabava optando pela opinião alheia
  • 6:10 - 6:13
    quando deveria confiar na minha,
  • 6:13 - 6:18
    ficava quieta quando me manifestar
    teria me beneficiado
  • 6:18 - 6:20
    e passava despercebida
  • 6:20 - 6:25
    quando teria sido mais feliz se tivesse
    a coragem de me destacar.
  • 6:27 - 6:33
    Isso me levou a uma série de empregos
    que foram de toleráveis a infelizes.
  • 6:34 - 6:38
    Em um deles, eu torcia para ficar doente
    para não ter que ir trabalhar.
  • 6:39 - 6:42
    Isso me levou a uma série
    de relacionamentos
  • 6:42 - 6:47
    em que eu não confiava em mim,
    na outra pessoa e no relacionamento.
  • 6:47 - 6:49
    Eles nunca funcionavam.
  • 6:50 - 6:54
    Minhas crenças afetavam
    minha forma de ver o mundo,
  • 6:54 - 6:58
    o que mudava como eu agia, gerando
    uma profecia que se cumpriu.
  • 6:59 - 7:00
    Eu me sentia pequena
  • 7:01 - 7:03
    e meu mundo se tornou menor.
  • 7:05 - 7:09
    Aquilo em que acreditamos
    tem efeitos poderosos.
  • 7:09 - 7:14
    Décadas de pesquisas
    em psicologia social corroboram isso.
  • 7:15 - 7:18
    Em um estudo realizado
    na Faculdade de Dartmouth,
  • 7:18 - 7:22
    uma cicatriz horrível era colocada
    com maquiagem no rosto dos participantes.
  • 7:22 - 7:25
    Depois, eles eram enviados
    a um cômodo para uma conversa
  • 7:25 - 7:29
    e lhes pediam que relatassem
    como respondiam a eles com a cicatriz.
  • 7:30 - 7:32
    Mas atenção à reviravolta.
  • 7:32 - 7:35
    Pouco antes de saírem,
    o pesquisador dizia:
  • 7:35 - 7:39
    "Espere um minuto! Só queremos
    retocar um pouco a sua cicatriz".
  • 7:39 - 7:43
    Mas, em vez de a retocarem,
    eles a removiam totalmente.
  • 7:44 - 7:46
    Então, sem que soubessem,
  • 7:46 - 7:48
    os participantes iam para as conversas
  • 7:48 - 7:51
    com a aparência inteiramente normal.
  • 7:52 - 7:53
    Apesar disso,
  • 7:53 - 7:57
    eles voltavam e relatavam como
    as conversas foram desconfortáveis,
  • 7:57 - 8:02
    como as pessoas evitam olhar para sua
    cicatriz, não mantinham contato visual
  • 8:02 - 8:05
    e estavam tensas
    e desconfortáveis na conversa.
  • 8:06 - 8:11
    Sua crença sobre a cicatriz os levou
    a ver coisas que não estavam ali
  • 8:11 - 8:14
    e a atribuírem significados
    a comportamentos inocentes.
  • 8:15 - 8:19
    O que poderia ter sido uma conversa
    perfeitamente normal
  • 8:19 - 8:21
    se tornou desconfortável.
  • 8:22 - 8:25
    A crença deles criou sua realidade.
  • 8:28 - 8:31
    Outros estudos exibiram os mesmos efeitos.
  • 8:31 - 8:35
    Destaque a identidade asiática de uma
    mulher antes de uma prova de matemática
  • 8:35 - 8:37
    e ela se sairá melhor.
  • 8:37 - 8:39
    Destaque a identidade feminina dela
  • 8:39 - 8:41
    e ela se sairá pior.
  • 8:42 - 8:43
    Leve um grupo de homens a crer
  • 8:43 - 8:47
    que uma tarefa atlética
    prova inteligência esportiva
  • 8:47 - 8:49
    e os homens brancos se saem melhor.
  • 8:49 - 8:53
    Leve-os a crer que prova
    capacidades atléticas naturais
  • 8:53 - 8:55
    e homens negros se saem melhor.
  • 8:55 - 8:58
    Dê um jaleco branco a alguém
    e diga que é um jaleco de médico,
  • 8:58 - 9:00
    e se sairá melhor
    em tarefas que exigem atenção
  • 9:00 - 9:02
    do que se lhe disserem
    ser um jaleco de pintor.
  • 9:03 - 9:06
    Em todos esses casos,
    são as mesmas pessoas,
  • 9:06 - 9:10
    com as mesmas capacidades e tarefas,
    mas crenças diferentes.
  • 9:10 - 9:15
    E, em cada caso, foi a crença delas
    que aumentou ou diminuiu seu desempenho.
  • 9:16 - 9:20
    A forma como nos vemos
    e a nossas circunstâncias
  • 9:20 - 9:24
    afetam o que vemos, como agimos
  • 9:24 - 9:27
    e o que acontece como resultado.
  • 9:29 - 9:34
    É como se as nossas crenças colocassem
    óculos de realidade virtual em nós
  • 9:35 - 9:39
    que nos permite ver coisas
    que não estão lá
  • 9:39 - 9:42
    e nos dá uma falsa visão da realidade.
  • 9:44 - 9:49
    Temos essa visão até mesmo quando isso
    está longe de ser realidade.
  • 9:50 - 9:54
    Lembro-me de ouvir a top model
    Cameron Russell mencionar como as modelos,
  • 9:54 - 9:58
    apesar de terem os cabelos
    mais brilhantes e as pernas mais longas,
  • 9:58 - 10:03
    são algumas das pessoas mais
    fisicamente inseguras no planeta.
  • 10:04 - 10:08
    E a autora premiada Lidia Yuknavitch
  • 10:08 - 10:12
    falou sobre como não assinou
    um contrato que lhe ofereceram
  • 10:12 - 10:13
    no início de sua carreira.
  • 10:14 - 10:17
    A razão, em suas palavras:
  • 10:18 - 10:22
    "Nem sempre sabemos
    como ter esperanças ou dizer 'sim'
  • 10:22 - 10:25
    ou escolher algo importante,
  • 10:25 - 10:27
    mesmo se estiver bem à nossa frente.
  • 10:28 - 10:30
    É a vergonha que carregamos.
  • 10:31 - 10:35
    A vergonha de não acreditar
    que somos merecedores".
  • 10:37 - 10:42
    Nossa visão de mundo nos faz
    viver em uma falsa realidade.
  • 10:43 - 10:47
    Ela também faz com que
    ocorram choques entre nós.
  • 10:50 - 10:53
    Certa época, eu estava namorando
    um cara há algumas semanas.
  • 10:53 - 10:54
    Vamos chamá-lo de Ben.
  • 10:55 - 10:56
    Nós nos falávamos todos os dias.
  • 10:57 - 10:59
    Até que ele viajou a trabalho.
  • 10:59 - 11:03
    Por quatro dias, silêncio.
  • 11:04 - 11:06
    Não tive notícias.
  • 11:07 - 11:09
    Como interpretar isso?
  • 11:09 - 11:12
    Qual é o primeiro pensamento
    que vem à mente?
  • 11:13 - 11:15
    Comecei a questionar
    o que eu teria feito ou dito
  • 11:15 - 11:19
    para fazer essa pessoa antes apaixonada
    mudar de ideia a meu respeito.
  • 11:20 - 11:22
    Compartilhei o silêncio dele com amigas.
  • 11:23 - 11:26
    Uma delas, que admite que tem
    dificuldade para confiar nas pessoas,
  • 11:27 - 11:29
    tinha certeza de que ele estava
    viajando com outra mulher.
  • 11:29 - 11:31
    (Risos)
  • 11:31 - 11:34
    Outra, que admite ter medo de rejeição,
  • 11:34 - 11:36
    achava que ele devia estar chateado
  • 11:36 - 11:39
    porque eu não o chamei para ser
    meu acompanhante em um casamento.
  • 11:40 - 11:42
    Para uma terceira, que tem
    problemas com compromisso,
  • 11:42 - 11:45
    ele devia pensar que estávamos
    indo rápido demais
  • 11:45 - 11:47
    e precisava de espaço.
  • 11:48 - 11:53
    Cada pessoa viu a mesma situação
    pelo filtro de sua própria visão de mundo.
  • 11:55 - 11:56
    Quem tinha razão?
  • 11:57 - 11:58
    Como eu deveria responder?
  • 11:59 - 12:02
    Cada uma dessas suposições
    leva a uma resposta diferente.
  • 12:03 - 12:05
    Se estivesse indo muito rápido,
    eu deveria desacelerar.
  • 12:06 - 12:09
    Mas, se ele se sentisse rejeitado,
    isso o magoaria ainda mais.
  • 12:09 - 12:13
    Nesse caso, eu deveria ligar mais
    para ele e convidá-lo para o casamento.
  • 12:13 - 12:17
    Mas se ele achasse que estávamos indo
    rápido demais, eu o afastaria ainda mais.
  • 12:18 - 12:19
    Eu estava tão confusa!
  • 12:21 - 12:24
    Enquanto eu mudava de ideia toda hora
  • 12:24 - 12:27
    e ouvia a opinião das minhas amigas,
  • 12:27 - 12:31
    o relacionamento morreu aos poucos.
  • 12:33 - 12:36
    Estão prontos para saber
    o que se passava na cabeça de Ben?
  • 12:37 - 12:40
    Ele havia sido profundamente magoado
    em um relacionamento anterior,
  • 12:40 - 12:43
    tinha medo de se magoar de novo
  • 12:43 - 12:46
    e se afastou após ter sido
    dominado pela insegurança.
  • 12:48 - 12:52
    Não era nenhuma das coisas que imaginamos.
  • 12:54 - 12:58
    Às vezes, nossa visão de mundo
    interfere em nossos relacionamentos.
  • 13:02 - 13:05
    Levei muito tempo para aprender isso.
  • 13:09 - 13:15
    Assim como as nossas convicções podem
    nos atrapalhar, também podem nos motivar.
  • 13:15 - 13:18
    Voltemos ao estudo
    da cicatriz por um instante.
  • 13:19 - 13:20
    Imaginem o oposto.
  • 13:21 - 13:24
    Imaginem que os pesquisadores
    colocaram algo no rosto dos participantes
  • 13:24 - 13:27
    que os levou a crer que estavam lindos
  • 13:27 - 13:30
    e que foi removido antes dos participantes
    interagirem com outras pessoas.
  • 13:31 - 13:33
    No que eles acreditariam
    sobre a reação dos outros agora?
  • 13:34 - 13:36
    Como vocês acham que ela varia?
  • 13:38 - 13:43
    Que diferença faz você acreditar
    que está feio ou bonito,
  • 13:43 - 13:46
    que é bom ou horrível em matemática,
  • 13:46 - 13:48
    bom ou ruim em esportes?
  • 13:49 - 13:52
    Ao que parece, faz uma diferença enorme.
  • 13:56 - 13:58
    Finalmente aprendi essa lição.
  • 13:59 - 14:02
    Minha visão de mundo
    me levou à faculdade de Direito.
  • 14:03 - 14:07
    Lá, minhas crenças falsas
    de longa data foram reforçadas:
  • 14:07 - 14:11
    busque a perfeição,
    siga a maioria, tema o fracasso.
  • 14:13 - 14:15
    Era uma estrada conhecida.
  • 14:16 - 14:19
    Até que um dia,
    sem pensar muito sobre isso,
  • 14:19 - 14:22
    eu me inscrevi em um curso fora
    da faculdade de Direito
  • 14:22 - 14:25
    chamado Campo de Treinamento
    de Design Thinking,
  • 14:26 - 14:29
    que prometia liberar
    meu potencial criativo.
  • 14:31 - 14:35
    Eu tinha que elaborar produtos
    e experiências inovadores
  • 14:36 - 14:41
    ou, mais precisamente, me libertar
    de praticamente todas as minhas amarras.
  • 14:45 - 14:49
    Eu tinha que confiar em minha própria voz
    porque, quando se trata de inovação,
  • 14:49 - 14:53
    por definição não há outra pessoa
    para nos dar as respostas.
  • 14:54 - 14:56
    Tinha que fazer um esforço
  • 14:56 - 14:59
    porque a inovação não vem
    do caminho mais seguro.
  • 15:00 - 15:05
    E, talvez mais importante, eu tinha
    que estar disposta a fracassar,
  • 15:05 - 15:08
    a não ser perfeita.
  • 15:09 - 15:14
    Os melhores projetos só vieram
    após múltiplas tentativas fracassadas.
  • 15:15 - 15:20
    Se eu queria acertar, primeiramente
    eu deveria estar disposta a errar.
  • 15:23 - 15:25
    Eu tive dificuldades naquele curso
  • 15:25 - 15:29
    porque todas as coisas
    que me ajudariam a obter êxito
  • 15:29 - 15:33
    eram as mesmas que acreditei
    por muitos anos que não deveria fazer.
  • 15:36 - 15:38
    Finalmente, me entreguei
    a essa abordagem louca
  • 15:39 - 15:42
    e algo incrível aconteceu:
  • 15:42 - 15:46
    eu estava livre para agir,
    brincar, experimentar,
  • 15:46 - 15:50
    viver como vivia antes das minhas amarras.
  • 15:51 - 15:56
    Eu me sentia livre de um jeito que
    desconhecia desde os seis anos de idade
  • 15:57 - 16:01
    e conquistei coisas
    que nunca pensei serem possíveis.
  • 16:04 - 16:07
    Eu estava espantada, orgulhosa, liberta...
  • 16:07 - 16:09
    e confusa.
  • 16:11 - 16:15
    Eu me perguntava se as convicções
    que me atrapalharam nesse curso
  • 16:15 - 16:19
    eram as mesmas que me limitavam
    em outras partes da vida.
  • 16:22 - 16:25
    A semente tinha sido plantada.
  • 16:26 - 16:29
    Talvez eu não devesse acreditar
    em tudo o que pensasse.
  • 16:31 - 16:34
    Tirei os óculos de realidade virtual.
  • 16:35 - 16:37
    Para tirá-los,
  • 16:37 - 16:39
    primeiro eu tinha
    que perceber que eu os usava.
  • 16:40 - 16:42
    Amarras partidas.
  • 16:45 - 16:47
    Novas crenças levam a novas ações.
  • 16:48 - 16:51
    Em meu primeiro ato ousado
    desde os seis anos,
  • 16:51 - 16:54
    recusei trabalhar
    em um escritório de advocacia
  • 16:54 - 16:57
    e me aventurei em uma realidade diferente.
  • 16:58 - 17:02
    Experimentei diferentes empregos
    e assumi vários projetos paralelos,
  • 17:02 - 17:06
    aceitando aqueles que,
    antes, eu teria rejeitado
  • 17:06 - 17:08
    devido à falta de experiência,
  • 17:08 - 17:11
    acreditando que eu daria conta.
  • 17:12 - 17:16
    Eu ainda temia o fracasso e os erros,
  • 17:16 - 17:18
    que às vezes aconteceram.
  • 17:19 - 17:22
    Eu simplesmente não permitia
    mais que isso me parasse.
  • 17:24 - 17:30
    Até que, um dia, eu aceitei um trabalho
    de meio período treinando oradores.
  • 17:31 - 17:33
    Eu me apaixonei por esse trabalho,
  • 17:34 - 17:36
    o mesmo nível de paixão
    que tive por Fernando.
  • 17:36 - 17:38
    (Risos)
  • 17:39 - 17:42
    Sem ter mais medo de agarrar
    as oportunidades,
  • 17:43 - 17:45
    acabei criando minha própria empresa,
  • 17:45 - 17:48
    ajudando líderes a se tornarem
    oradores melhores,
  • 17:49 - 17:52
    e lecionando um curso
    de comunicação em Stanford.
  • 17:53 - 17:56
    Especialmente significativo para mim
  • 17:56 - 18:01
    é que agora posso dar aos outros
    o que havia perdido por tanto tempo:
  • 18:02 - 18:04
    uma voz mais poderosa.
  • 18:07 - 18:09
    Também rompi outras amarras.
  • 18:10 - 18:13
    Quando eu era insegura e tímida,
  • 18:13 - 18:19
    eu nunca poderia imaginar revelar minhas
    inseguranças para vocês em um palco TED.
  • 18:20 - 18:23
    Isso teria parecido um pesadelo.
  • 18:23 - 18:27
    Mas, de algum modo, aqui estou.
  • 18:30 - 18:32
    Esse processo não aconteceu
    de um dia pro outro.
  • 18:33 - 18:38
    Cada novo pensamento e ação
    se desenvolvia sobre o anterior
  • 18:38 - 18:41
    até que me vi em uma nova realidade.
  • 18:44 - 18:46
    Ainda tenho amarras
    que estou tentando partir.
  • 18:47 - 18:50
    Meu objetivo é ter cada vez menos.
  • 18:52 - 18:57
    Para chegar lá, eu me recordo
    do desafio do marshmallow.
  • 18:59 - 19:03
    Equipes de 4 pessoas recebem
    20 fios de espaguete,
  • 19:03 - 19:07
    barbante, fita e um marshmallow.
  • 19:07 - 19:12
    A equipe vencedora é aquela que consegue
    construir a torre mais alta possível
  • 19:12 - 19:13
    em 18 minutos.
  • 19:14 - 19:16
    O marshmallow deve ficar no topo.
  • 19:18 - 19:20
    Esse desafio foi feito em todo o mundo
  • 19:20 - 19:25
    com estudantes de administração,
    advogados, CEOs, diretores, engenheiros.
  • 19:27 - 19:29
    Quem vocês acham que tem
    o melhor desempenho?
  • 19:31 - 19:34
    Crianças recém-saídas
    do jardim de infância.
  • 19:34 - 19:36
    (Risos)
  • 19:37 - 19:38
    Pela seguinte razão:
  • 19:38 - 19:42
    os outros grupos pegam
    o que acham que sabem,
  • 19:42 - 19:45
    o que acham que é a única resposta certa,
  • 19:45 - 19:47
    e acabam indo na direção errada.
  • 19:48 - 19:53
    Por outro lado, crianças pequenas
    estão abertas a múltiplas possibilidades.
  • 19:53 - 19:55
    Elas testam diferentes opções,
  • 19:55 - 20:00
    coletam informações experimentando
    até descobrirem o melhor caminho.
  • 20:01 - 20:03
    Elas se divertem.
  • 20:05 - 20:09
    O que nos torna tão incríveis na infância
  • 20:09 - 20:12
    é que vivemos em um mundo
    anterior às amarras.
  • 20:13 - 20:16
    Um mundo anterior a "o que é conhecido",
  • 20:16 - 20:19
    onde existe "o que é possível".
  • 20:20 - 20:22
    Um mundo anterior ao "não posso",
  • 20:22 - 20:25
    onde existe o "como eu poderia?"
  • 20:26 - 20:30
    Um mundo anterior ao cair e ficar no chão,
  • 20:30 - 20:36
    quando caímos e nos levantamos
    logo em seguida, inabaláveis.
  • 20:37 - 20:43
    Um mundo em que nada nos impede
    de alcançar nossa capacidade total.
  • 20:45 - 20:51
    Espero que esta palestra seja para vocês
    o que a aula de design foi para mim:
  • 20:51 - 20:53
    uma semente
  • 20:54 - 20:59
    que leve vocês a questionarem
    o que antes aceitavam como verdade,
  • 21:00 - 21:03
    que torne vocês mais
    conscientes de suas amarras,
  • 21:04 - 21:10
    que ajude vocês a verem que sempre
    puderam se libertar delas.
  • 21:12 - 21:15
    Não importa quem você seja ou onde esteja,
  • 21:15 - 21:17
    neste momento,
  • 21:18 - 21:23
    há uma vida à sua espera
    se você partir suas amarras.
  • 21:25 - 21:28
    Você pode chegar lá
    um novo pensamento de cada vez,
  • 21:28 - 21:30
    uma nova ação de cada vez,
  • 21:31 - 21:35
    até que, um dia, você se vê
    em uma nova realidade.
  • 21:36 - 21:38
    Obrigada.
  • 21:38 - 21:40
    (Aplausos)
Title:
Não acredite em tudo o que você pensa | Lauren Weinstein | TEDxPaloAlto
Description:

Lauren Weinstein apresenta uma palestra inspiradora sobre como se libertar de crenças limitadoras.

Lauren Weinstein é professora na Faculdade de Administração da Universidade Stanford, lecionando uma das matérias mais populares de lá: Fundamentos da Comunicação Estratégica. Além disso, ela já trabalhou como professora convidada e coach de habilidades específicas na Stanford: na Faculdade de Direito, no programa de graduação e no Instituto de Design. Além de seu trabalho em Stanford, Lauren é fundadora do Resonate Coaching. Como diretora do Resonate, Lauren trabalha com clientes que vão de palestrantes TED a fundadores de start-ups e executivos de alto nível, e os ajuda a conquistar uma melhor capacidade de falar em público e de comunicação interpessoal. Anteriormente, Lauren trabalhou como estrategista de comunicação para equipes de alto nível em empresas Fortune 500 e no programa de treinamento de mediação e habilidades de comunicação do condado de Santa Clara.

Lauren completou em Stanford o doutorado na Faculdade de Direito e o bacharelado em Psicologia na Universidade. Ela também é coach de formação de líderes, certificada pelo Coaches Training Institute.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
21:56

Portuguese, Brazilian subtitles

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