David Pizarro: a estranha política do nojo
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0:01 - 0:05No século XVII, uma mulher chamada Giulia Tofana
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0:05 - 0:08abriu um negócio de perfumes muito bem-sucedido
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0:08 - 0:10Por mais de 50 anos ela administrou esse negócio.
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0:10 - 0:13E meio que terminou repentinamente quando ela foi executada — (Risos) —
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0:13 - 0:18pela morte de 600 homens. Quer dizer, o perfume não era muito bom.
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0:18 - 0:22De fato, não tinha qualquer cheiro, gosto ou cor.
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0:22 - 0:25mas como veneno, era o melhor que o dinheiro podia comprar.
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0:25 - 0:29Então, mulheres vinham correndo a ela para assassinar seus maridos.
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0:29 - 0:35Acontece que envenenadores eram um grupo temido e admirado,
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0:35 - 0:39pois envenenar um ser humano é uma tarefa bastante difícil.
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0:39 - 0:42A razão para isso é que nós temos uma espécie de detector de veneno embutido.
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0:42 - 0:45É possível observá-lo inclusive já em recém-nascidos.
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0:45 - 0:48Se você estiver disposto, você pode pegar algumas gotas
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0:48 - 0:50de uma substância azeda ou amarga,
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0:50 - 0:54e você verá aquela expressão, língua para fora, nariz enrugado,
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0:54 - 0:57como se a pessoa estivesse tentando se livrar do que está na sua boca.
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0:57 - 1:00Essa reação se expande quando crescemos e se torna
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1:00 - 1:04um tipo de resposta bem desenvolvida de nojo, não só
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1:04 - 1:06quando estamos em risco de envenenamento,
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1:06 - 1:09mas sempre que há ameaça de contaminação física
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1:09 - 1:13de alguma fonte. Mas a expressão continua exatamente a mesma.
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1:13 - 1:17Porém, isso evolui não só para nos manter longe
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1:17 - 1:19de contaminantes físico, e há um crescente
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1:19 - 1:23conjunto de evidências que sugerem que, de fato, esse sentimento
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1:23 - 1:26de nojo influencia até nossas crenças morais.
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1:26 - 1:30e até mesmo nossas posições políticas mais íntimas.
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1:30 - 1:33Porque será que isso acontece?
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1:33 - 1:36Podemos entender este processo entendendo
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1:36 - 1:39um pouco sobre sentimentos em geral. Os sentimentos humanos básicos,
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1:39 - 1:43aqueles tipos de sentimentos que compartilhamos com outros seres humanos,
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1:43 - 1:45existem porque nos motivam a fazer coisas boas
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1:45 - 1:48e nos impedem de fazer coisas ruins.
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1:48 - 1:51Portanto, de modo geral, eles são bons para nossa sobrevivência.
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1:51 - 1:54Pegue o sentimento de medo, por exemplo. Ele nos
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1:54 - 1:56impede de fazer coisas muito, muito perigosas.
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1:56 - 2:00Esta foto foi tirada logo antes da morte dele — (Risos) —
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2:00 - 2:03é na verdade uma — Não, uma razão pela qual a foto é interessante
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2:03 - 2:07é que a maioria das pessoas não faria isso, e se fizessem,
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2:07 - 2:09elas não viveriam para contar, pois o medo a um predador
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2:09 - 2:12natural teria entrado em ação há muito tempo.
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2:12 - 2:16Assim como o medo nos dá o benefício da proteção, o nojo parece
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2:16 - 2:18ter o mesmo papel, exceto que o nojo age
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2:18 - 2:21nos mantendo longe não do que pode nos devorar
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2:21 - 2:24ou grandes alturas, mas de coisas que podem nos envenenar
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2:24 - 2:26ou nos passar uma doença.
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2:26 - 2:29Portanto, uma das características do nojo que o faz tão
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2:29 - 2:34interessante sentimento é que ela acontece muito, muito facilmente.
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2:34 - 2:37Na verdade, provavelmente mais do que qualquer outro sentimento básico
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2:37 - 2:39e vou mostrar que com algumas imagens
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2:39 - 2:41posso provavelmente fazer vocês sentirem nojo.
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2:41 - 2:45Portanto tapem os olhos. Aviso quando vocês puderem olhar.
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2:45 - 2:46(Risos)
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2:46 - 2:50Quer dizer, vocês veem isso todos os dias, não? Fala sério. (Risos)
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2:50 - 2:51(Platéia: Ewww.)
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2:51 - 2:54Ok, podem olhar novamente, se você taparam os olhos.
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2:54 - 2:57Provavelmente, muitos de vocês na platéia
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2:57 - 3:01sentiram um grande nojo, mas para quem não olhou,
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3:01 - 3:03Posso falar um pouco de outras coisas que foram provadas
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3:03 - 3:06como causa universal de nojo nas pessoas
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3:06 - 3:09coisas como fezes, urina, sangue, carne podre.
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3:09 - 3:11Esse é o tipo de coisa de que faz sentido
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3:11 - 3:15se manter longe, pois elas podem realmente nos contaminar.
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3:15 - 3:17De fato, uma simples aparência doentia
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3:17 - 3:19os estranhos atos sexuais, essas também são
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3:19 - 3:22coisas que nos causam nojo.
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3:22 - 3:25Darwin foi provavelmente um dos primeiros cientistas
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3:25 - 3:27a investigar sistematicamente as emoções humanas
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3:27 - 3:30e ele salientou a natureza universal e a força
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3:30 - 3:32da resposta ao nojo.
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3:32 - 3:35Esta é uma anedota de uma de suas viagens à América do Sul
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3:35 - 3:37"Na Terra do Fogo um nativo tocou com o dedo
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3:37 - 3:40num pedaço de carne preservada enquanto eu estava comendo
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3:40 - 3:43e claramente sentiu nojo pela sua textura macia, enquanto eu sentia
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3:43 - 3:46um grande nojo pela minha comida sendo tocada por um selvagem nu — (Risos) —
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3:46 - 3:48apesar das mãos dele não parecerem sujas."
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3:48 - 3:54Mais tarde ele escreveu, "Não se preocupem, alguns de meus melhores amigos são selvagens nus." (Risos)
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3:54 - 3:56Bom, acontece que não são somente velhos cientistas britânicos
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3:56 - 3:59que são enjoados assim. Recentemente eu tive a chance
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3:59 - 4:01de conversar com Richard Dawkins para um documentário,
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4:01 - 4:05e eu consegui causar nojo algumas vezes.
Aqui minha favorita. -
4:05 - 4:07Richard Dawkins: "Nós evoluímos em torno de namoro e sexo,
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4:07 - 4:10estamos ligados a emoções e reações profundamente enraízadas
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4:10 - 4:15que são difíceis de abandonar da noite pro dia."
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4:15 - 4:19David Pizarro: Minha parte favorita deste vídeo é que
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4:19 - 4:22o Professor Dawkins na verdade sentia ânsias
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4:22 - 4:25Ele pula para trás, e sente ânsias, e ele teve que fazer isso três vezes
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4:25 - 4:29e todas as vezes, ele sentia ânsias. (Risos)
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4:29 - 4:32E ele estava realmente com ânsias. Eu pensei que ele poderia vomitar em mim, de fato.
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4:32 - 4:35Mas uma das características do nojo,
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4:35 - 4:38não é somente sua universalidade e força,
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4:38 - 4:41mas como ele é causado por associação
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4:41 - 4:45pois quando uma coisa nojenta toca uma coisa limpa,
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4:45 - 4:48aquela que era limpa se torna nojenta e não o contrário.
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4:48 - 4:51Isso se torna uma estratégia muito útil se você quiser
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4:51 - 4:53convencer alguém que um objeto ou um indivíduo
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4:53 - 4:57ou um grupo social inteiro é nojento e deve ser evitado.
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4:57 - 4:59A filósofa Martha Nussbaum salienta isto
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4:59 - 5:01nessa frase: "Então através da história, certas propriedades
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5:01 - 5:05do nojo -- coisas viscosas, grudentas, cheiro ruim, podridão, imundície
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5:05 - 5:07tem sido repetida e constantemente associadas com ...
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5:07 - 5:11Judeus, mulheres, homossexuais, intocáveis, pessoas de classe baixa --
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5:11 - 5:14todos são ilustrados como manchados pela sujeira do corpo."
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5:14 - 5:17Só vou dar alguns exemplos de como, alguns bons
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5:17 - 5:20exemplos de como isto tem sido usado historicamente.
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5:20 - 5:23Isto veio de um livro infantil nazista publicado em 1938:
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5:23 - 5:26"Olha só esses caras! As barbas toda piolhentas,
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5:26 - 5:30as orelhas salientes imúndas, aquelas roupas engorduradas e manchadas...
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5:30 - 5:32Judeus normalmente tem um cheiro desagradável de suor.
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5:32 - 5:35Se você tiver um bom nariz, você pode sentir o cheiro deles."
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5:35 - 5:38Um exemplo mais moderno vem de pessoas que tentam
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5:38 - 5:40nos convencer que homossexualidade é imoral.
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5:40 - 5:44Isto é de um site anti-gay, onde é falado que
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5:44 - 5:47gays são "dignos de morte por suas práticas sexuais depravadas."
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5:47 - 5:51Eles são como "cães comendo seu próprio vômito e porcos chafurdando em suas próprias fezes."
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5:51 - 5:53Estas são propriedades do nojo que estam tentando associar
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5:53 - 5:57diretamente a um grupo social de que não se deveria gostar.
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5:57 - 6:00Quando estávamos primeiramente investigando o papel do nojo
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6:00 - 6:03no julgamento moral, uma das coisas que nos interessou
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6:03 - 6:08foi se esse tipo de apelo é mais provável
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6:08 - 6:11que funcione com indivíduos que sentem nojo mais facilmente.
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6:11 - 6:13Pois já que nojo, como outros sentimentos básicos,
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6:13 - 6:16são fenômenos universais, é simplesmente verdade
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6:16 - 6:18que algumas pessoas sentem nojo mais facilmente que outras
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6:18 - 6:20Você provavelmente pôde ver isto nos membros da platéia
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6:20 - 6:22quando eu mostrei aquelas imagens nojentas.
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6:22 - 6:24O jeito que usamos para medir isto foi por uma escala
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6:24 - 6:27criada por alguns psicólogos
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6:27 - 6:30que só perguntaram a várias pessoas por uma variedade de situações
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6:30 - 6:32Qual a chance de elas sentirem nojo.
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6:32 - 6:33Aqui estão alguns exemplos.
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6:33 - 6:36"Mesmo se eu estivesse com fome, eu não tomaria uma tijela
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6:36 - 6:39da minha sopa favorita, se ela tivesse sido mexida com um mata-moscas usado, porém bem lavado."
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6:39 - 6:41Você concorda ou discorda?" (Risos)
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6:41 - 6:43"Você está caminhando por um túnel sob uns trilhos de trem,
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6:43 - 6:47e você sente cheiro de urina. Você ficaria com muito nojo ou absolutamente não?"
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6:47 - 6:50Se você fizer o suficiente dessas perguntas, você terá um índice
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6:50 - 6:52geral e global de sensibilidade ao nojo.
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6:52 - 6:54Acontece que este índice é realmente útil.
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6:54 - 6:57Quando você traz pessoas ao laboratório e pergunta
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6:57 - 7:01se elas estão dispostas a exercer um comportamento seguro, porém nojento
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7:01 - 7:06como comer chocolate que foi preparado para parecer com cocô de cachorro,
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7:06 - 7:10ou neste caso comer algumas larvas que são perfeitamente saudáveis, mas bastante nojentas,
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7:10 - 7:13seu índice naquela escala, de fato, prediz se você
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7:13 - 7:16estará disposto a ter aqueles comportamentos.
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7:16 - 7:18A primeira vez que saímos para coletar dados sobre isso
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7:18 - 7:20e associá-los com crenças políticas e morais
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7:20 - 7:23nós encontramos um padrão --
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7:23 - 7:26Isto é com os psicólogos Zoel Inbar e Paul Bloom --
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7:26 - 7:30de que, de fato, durante três estudos, continuamos observando
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7:30 - 7:33que as pessoas que apresentaram sentir nojo facilmente
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7:33 - 7:36também apresentaram ser mais politicamente conservadoras.
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7:36 - 7:38Outro modo de dizer isso, é que pessoas
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7:38 - 7:44que são muito liberais não tem nojo de quase nada. (Risos)
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7:44 - 7:48Num estudo mais recente, fomos capazes de observar
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7:48 - 7:51uma amostra muito maior, neste caso,
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7:51 - 7:53aqui são quase 30.000 participantes nos E.U.A.
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7:53 - 7:56e nós encontramos o mesmo padrão. Como vocês podem ver,
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7:56 - 7:58pessoas que estão do lado mais conservador
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7:58 - 8:01respondendo à escala de orientação política também são
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8:01 - 8:03mais propensas a apresentar que sentem nojo mais facilmente.
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8:03 - 8:06Este conjunto de dados também nos permitiu controlar estatisticamente
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8:06 - 8:08uma série de coisas que sabíamos estar relacionadas
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8:08 - 8:11a orientação política e sensibilidade ao nojo.
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8:11 - 8:14Pudemos controlar por gênero, idade, renda,
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8:14 - 8:17educação, até mesmo variáveis básicas em personalidade,
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8:17 - 8:19e o resultado se mantém o mesmo.
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8:19 - 8:23Quando olhamos, de fato, orientação política não somente relatada,
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8:23 - 8:26mas o comportamento nas urnas, fomos capazes de verificar geograficamente
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8:26 - 8:29através da nação. O que descobrimos foi que em regiões
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8:29 - 8:32onde as pessoas reportaram maiores níveis de sensibilidade ao nojo
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8:32 - 8:34McCain tinha mais votos.
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8:34 - 8:38Então, não só previa relatos próprios a orientação política,
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8:38 - 8:40mas o real comportamento nas urnas. E também pudemos,
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8:40 - 8:43com essa amostra, olhar através do mundo,
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8:43 - 8:46em 121 países diferente fizemos as mesmas perguntas,
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8:46 - 8:50e como vocês podem ver, estes são os 121 países separados
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8:50 - 8:52em 10 regiões geográficas diferentes.
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8:52 - 8:55Não importa onde você olhe, o que isso nos mostra é o tamanho
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8:55 - 8:59da relação entre sensibilidade ao nojo e orientação política,
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8:59 - 9:02e não importa onde olhássemos, sempre víamos um efeito simliar.
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9:02 - 9:06Outros laboratórios também fizeram esta observação
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9:06 - 9:08usando medidas diferentes de sensibilidade ao nojo,
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9:08 - 9:10e em vez de perguntar às pessoas quão facilmente elas sentem nojo,
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9:10 - 9:13eles as conectavam a medidas fisiológicas,
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9:13 - 9:14neste caso condutância da pele.
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9:14 - 9:17E o que eles demonstraram é que as pessoas
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9:17 - 9:21mais politicamente conservadoras são também mais estimuladas fisiologicamente
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9:21 - 9:24quando você mostra a elas imagens nojentas como as que mostrei a vocês.
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9:24 - 9:26Curiosamente, o que eles mostraram numa descoberta
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9:26 - 9:30que nós também tivemos em estudos passados
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9:30 - 9:34foi que uma das maiores influências aqui é que
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9:34 - 9:36indivíduos que são muito sensíveis ao nojo não só são
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9:36 - 9:38mais propensos a ser politicamente conservadores, mas
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9:38 - 9:41eles também são contrários ao casamento gay
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9:41 - 9:44e homossexualidade e basicamente vários
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9:44 - 9:47assuntos sócio-morais no quesito sexualidade.
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9:47 - 9:51Estímulos fisiológicos predisseram, neste estudo,
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9:51 - 9:53atitudes a favor do casamento gay.
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9:53 - 9:56Mas mesmo com todos esses dados associando sensibilidade ao nojo
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9:56 - 9:59e orientação política, uma das questões que resta é
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9:59 - 10:02qual é a relação de causa aqui? É este o caso em que
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10:02 - 10:05o nojo está mesmo moldando crenças políticas e morais?
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10:05 - 10:08Temos que recorrer a métodos experimentais para responder isto,
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10:08 - 10:11e o que podemos mesmo fazer é trazer gente ao laboratório
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10:11 - 10:13causar-lhes nojo e compará-los a um grupo de controle
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10:13 - 10:15que não sentiu nojo. Acontece que
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10:15 - 10:18nos últimos cinco anos, um número de pesquisadores fez isso,
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10:18 - 10:21e de modo geral os resultados todos foram os mesmos,
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10:21 - 10:23que quando pessoas estão com nojo, suas atitudes
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10:23 - 10:26tendem para o lado direito do espectro político,
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10:26 - 10:28mais para o lado do conservadorismo moral.
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10:28 - 10:32Portanto, caso você use um cheiro podre, um gosto ruim,
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10:32 - 10:37desde trailers de filmes, desde insinuações pós-hipnóticas de nojo
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10:37 - 10:40imagens como as que mostrei a vocês, mesmo somente
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10:40 - 10:42lembrando os outros que a doença prevalece e eles devem
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10:42 - 10:45ser cuidadosos e se lavar bem, se manterem limpos,
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10:45 - 10:48Isso tudo tem efeitos semelhantes na opinião.
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10:48 - 10:50Vou mostrar a vocês um exemplo de um estudo recente
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10:50 - 10:53que nós conduzimos. Nós pedimos aos participantes
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10:53 - 10:58para dar sua opinião sobre vários grupos sociais,
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10:58 - 11:02a eventualmente fizemos o ambiente cheirar muito mal ou não.
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11:02 - 11:06Quando o ambiente estava cheirando mal, o que observamos foi que
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11:06 - 11:09os indivíduos reportaram atitudes mais negativas em relação aos gays.
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11:09 - 11:11Nojo não inflluenciou atitudes em relação aos outros
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11:11 - 11:14grupos sociais que perguntamos, incluindo afroamericanos,
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11:14 - 11:18idosos. Realmente se tratava das atitudes que eles tinham
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11:18 - 11:19em relação aos gays.
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11:19 - 11:23Em outro grupo de estudos, nós só sugerimos às pessoas --
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11:23 - 11:25isto foi na época que a gripe suína estava por aí --
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11:25 - 11:27nós sugerimos que para prevenir a disseminação
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11:27 - 11:31da gripe, eles tinham que lavar as mãos.
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11:31 - 11:35Para alguns participantes, nós realmente pedimos que respondessem a questionários
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11:35 - 11:38ao lado de um aviso lembrando de lavar as mãos.
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11:38 - 11:41E descobrimos que somente por responder um questionário
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11:41 - 11:44próximo a esse lembrete sobre lavar as mãos fez com que os indivíduos
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11:44 - 11:48apresentassem ser mais politicamente conservadores.
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11:48 - 11:50E quando fizemos várias perguntas se
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11:50 - 11:53certos atos eram certos ou errados, o que também
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11:53 - 11:55descobrimos foi que só por serem lembrados que deviam
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11:55 - 11:59lavar as mãos fez deles mais moralmente conservadores.
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11:59 - 12:01Particularmente, quando fizemos perguntas sobre
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12:01 - 12:05práticas sexuais meio que tabu, mas relativamente inofensivas,
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12:05 - 12:07só por serem lembrados que eles deviam lavar as mãos
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12:07 - 12:10os fez pensar que elas eram mais moralmente erradas.
-
12:10 - 12:12Deixe-me dar um exemplo do que quero dizer com práticas
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12:12 - 12:15inofensivas, mas tabu. Apresentamos cenários.
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12:15 - 12:19Um deles era um rapaz cuidando da casa para sua avó.
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12:19 - 12:21E quando a avó estava fora, ele fez sexo com a namorada
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12:21 - 12:23na cama da avó.
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12:23 - 12:25Em outro era uma mulher que gostava de se masturbar
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12:25 - 12:29com seu ursinho de pelúcia favorito abraçado ao seu lado. (Risos)
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12:29 - 12:32As pessoas acham isso mais repugnante moralmente
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12:32 - 12:36quando lembradas de lavar as mãos. (Risos)
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12:36 - 12:39(Risos)
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12:39 - 12:43Ok. O fato de que sentimentos influenciam nossa opinião
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12:43 - 12:45não deveria ser uma surpresa. Quer dizer,
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12:45 - 12:46é assim que os sentimentos funcionam.
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12:46 - 12:48Eles não somente o motivam a se comportar de certa maneira,
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12:48 - 12:50mas eles mudam o modo como você pensa.
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12:50 - 12:53No caso do nojo, o que é mais surpreendente
-
12:53 - 12:56é o escopo dessa influência. Faz muito sentido,
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12:56 - 12:59e é um ótimo sentimento para termos, que o nojo
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12:59 - 13:02me faria mudar o jeito em que percebo
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13:02 - 13:05o mundo físico sempre que há contaminação iminente.
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13:05 - 13:08Faz menos sentido que um sentimento que foi construído
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13:08 - 13:10para me impedir de ingerir veneno deveria predizer
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13:10 - 13:14em quem ou vou votar nas próximas eleições presidenciais.
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13:14 - 13:17A questão de se nojo deve influenciar
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13:17 - 13:19nossa opinião política e moral
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13:19 - 13:22certamente tem que ser complexa, e pode depender de
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13:22 - 13:25qual opinião estamos falando exatamente, e como cientistas,
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13:25 - 13:27temos que concluir às vezes que o método científico
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13:27 - 13:30só é mal-preparado para responder esse tipo de questão.
-
13:30 - 13:32Mas uma coisa de que estou relativamente certo é,
-
13:32 - 13:35pelo menos, o que podemos fazer com essa pesquisa é
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13:35 - 13:38apontar a qual questão devemos responder a princípio
-
13:38 - 13:42Obrigado. (Aplausos)
- Title:
- David Pizarro: a estranha política do nojo
- Speaker:
- David Pizarro
- Description:
-
O que uma imagem nojenta tem a ver com como você vota? Equipado com pesquisas e experimentos, o psicólogo David Pizarro demonstra a correlação entre sinais de sensibilidade ao nojo -- uma imagem de fezes, um cheiro desagradável -- e conservadorismo moral e político. (Filmado em TEDxEast.)
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:02
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Rafael Eufrasio approved Portuguese, Brazilian subtitles for The strange politics of disgust | |
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Wanderley Jesus accepted Portuguese, Brazilian subtitles for The strange politics of disgust | |
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Wanderley Jesus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The strange politics of disgust | |
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Wanderley Jesus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The strange politics of disgust | |
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