O primeiro sistema de monitoramento de tráfego espacial colaborativo do mundo
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0:01 - 0:04Sou especialista em astrodinâmica.
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0:04 - 0:07Sabem, como aquele cara, Rich Purnell,
do filme "Perdido em Marte"? -
0:08 - 0:14Minha tarefa é estudar e prever
o movimento de objetos no espaço. -
0:15 - 0:21Atualmente, rastreamos cerca de 1%
de objetos perigosos em órbita, -
0:22 - 0:25perigosos para serviços como localização,
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0:25 - 0:27agricultura, bancos,
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0:27 - 0:29televisão e comunicações,
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0:29 - 0:31e breve, muito em breve,
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0:31 - 0:33até mesmo a própria internet.
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0:34 - 0:40Esses serviços não estão protegidos
de cerca de meio milhão de objetos -
0:40 - 0:42do tamanho de uma mancha de tinta
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0:43 - 0:45até o tamanho de um ônibus escolar.
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0:46 - 0:48Uma mancha de tinta,
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0:48 - 0:51viajando na velocidade certa,
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0:51 - 0:53impactando um desses objetos,
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0:53 - 0:55poderia inutilizá-lo totalmente.
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0:56 - 1:00Mas não conseguimos rastrear objetos
tão pequenos quanto uma mancha de tinta. -
1:01 - 1:05Só podemos rastrear objetos tão pequenos
quanto, digamos, um smartphone. -
1:06 - 1:10Desses meio milhão de objetos
com os quais deveríamos nos preocupar, -
1:10 - 1:15conseguimos rastrear apenas 26 mil,
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1:15 - 1:21dos quais só 2 mil funcionam na verdade.
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1:22 - 1:23Todo o restante
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1:24 - 1:25é lixo.
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1:26 - 1:28É muito lixo.
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1:28 - 1:30Para piorar um pouco,
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1:31 - 1:36a maior parte do que lançamos
em órbita nunca retorna. -
1:37 - 1:40Colocamos o satélite em órbita,
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1:40 - 1:43ele para de funcionar,
fica sem combustível, -
1:43 - 1:46e mandamos mais algum objeto pra cima...
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1:46 - 1:48e depois enviamos mais outro...
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1:48 - 1:50e mais outro.
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1:50 - 1:51E, de vez em quando,
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1:51 - 1:54dois desses objetos colidem
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1:54 - 1:56ou um deles explode,
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1:56 - 1:57ou até pior:
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1:57 - 2:01alguém pode destruir
um de seus satélites em órbita, -
2:02 - 2:05e isso gera muitos mais fragmentos,
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2:05 - 2:08a maioria dos quais também nunca retorna.
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2:09 - 2:13Esses objetos não só ficam
aleatoriamente dispersos em órbita. -
2:14 - 2:17Acontece que, dada a curvatura
do espaço-tempo, -
2:17 - 2:19há posições ideais
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2:19 - 2:21em que colocamos alguns desses satélites.
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2:21 - 2:24Pensem neles como rodovias espaciais.
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2:25 - 2:27Muito parecidas com as rodovias da Terra,
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2:27 - 2:32essas rodovias espaciais possuem
uma capacidade máxima de tráfego -
2:32 - 2:36para manter operações seguras no espaço.
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2:37 - 2:39Diferente das rodovias da Terra,
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2:39 - 2:42não há, na verdade,
regras de tráfego espacial. -
2:42 - 2:44Absolutamente nenhuma, está bem?
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2:46 - 2:47Uau.
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2:48 - 2:50O que poderia dar errado nisso?
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2:50 - 2:52(Risos)
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2:52 - 2:55Seria muito bom
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2:55 - 2:58se tivéssemos algo
como um mapa de tráfego espacial, -
2:58 - 3:02como um Waze para o espaço,
no qual eu pudesse pesquisar -
3:02 - 3:04e ver as condições atuais
do tráfego no espaço, -
3:04 - 3:06talvez até prevê-las.
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3:06 - 3:08O problema com isso, no entanto,
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3:08 - 3:11é que, se perguntarmos
a cinco pessoas diferentes: -
3:12 - 3:14"O que está havendo em órbita?
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3:14 - 3:15Pra onde vão os objetos?",
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3:15 - 3:17receberemos provavelmente
dez respostas diferentes. -
3:18 - 3:19Por quê?
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3:19 - 3:22Porque a informação
sobre os objetos em órbita -
3:22 - 3:24também não é geralmente compartilhada.
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3:25 - 3:28E se tivéssemos um sistema
de informação de tráfego espacial -
3:28 - 3:31mundialmente acessível,
aberto e transparente -
3:31 - 3:34que pudesse informar ao público
a localização de todo objeto -
3:34 - 3:37para tentar manter o espaço
seguro e sustentável? -
3:37 - 3:41E se o sistema pudesse ser usado
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3:41 - 3:44para formar normas de comportamento
baseadas em evidências: -
3:44 - 3:45essas regras de tráfego espacial?
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3:46 - 3:48Então, desenvolvi ASTRIAGraph,
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3:48 - 3:52o primeiro sistema de monitoramento
de tráfego espacial colaborativo do mundo -
3:52 - 3:54na Universidade do Texas em Austin.
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3:55 - 4:00ASTRIAGraph combina várias fontes
de informação de todo o mundo - -
4:00 - 4:02governo, indústria e mundo acadêmico -
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4:02 - 4:06e representa isso em uma estrutura comum
que qualquer um pode acessar hoje. -
4:07 - 4:12Aqui vocês podem ver
26 mil objetos em órbita na Terra, -
4:12 - 4:14várias opiniões,
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4:14 - 4:16atualizados quase em tempo real.
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4:16 - 4:20Mas, de volta ao meu problema
de mapa de tráfego espacial: -
4:20 - 4:24e se tivéssemos apenas informação
do governo dos EUA? -
4:24 - 4:28Nesse caso, é assim que seria
nosso mapa de tráfego espacial. -
4:28 - 4:31Mas o que os russos acham disso?
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4:33 - 4:36Isso parece significativamente diferente.
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4:36 - 4:38Quem está certo? Quem está errado?
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4:38 - 4:39No que devemos acreditar?
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4:39 - 4:41No que podemos confiar?
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4:41 - 4:43Isso faz parte do problema.
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4:44 - 4:45Na ausência
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4:47 - 4:48dessa estrutura
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4:48 - 4:51para monitorar o comportamento
de objetos no espaço, -
4:51 - 4:54para monitorar a atividade no espaço,
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4:54 - 4:55a localização desses objetos,
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4:55 - 4:58para ajustar essas inconsistências
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4:58 - 5:01e tornar esse conhecimento um lugar-comum,
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5:01 - 5:05arriscamos, na verdade,
perder a capacidade -
5:06 - 5:07de usar o espaço
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5:07 - 5:09para o benefício da humanidade.
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5:10 - 5:12Muito obrigado.
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5:12 - 5:14(Aplausos) (Vivas)
- Title:
- O primeiro sistema de monitoramento de tráfego espacial colaborativo do mundo
- Speaker:
- Moriba Jah
- Description:
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"A maior parte do que mandamos para o espaço sideral nunca volta", diz o especialista em astrodinâmica e bolsista TED Moriba Jah. Nesta palestra inovadora, Jah descreve as rodovias espaciais que orbitam a Terra e como elas estão repletas principalmente de lixo espacial. Saiba mais sobre a missão dele de desenvolver e dimensionar o primeiro sistema de monitoramento de tráfego espacial colaborativo do mundo - e como isso poderia ajudar a resolver o problema dos fragmentos no espaço próximo à Terra.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 05:29