Casas criativas feitas de material recuperado
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0:08 - 0:09Muito obrigado.
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0:09 - 0:11Tenho algumas fotografias,
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0:11 - 0:13e vou falar um pouco
sobre como sou capaz -
0:13 - 0:15de fazer aquilo que faço.
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0:15 - 0:18Todas estas casas foram construídas
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0:18 - 0:21com cerca de 70 a 80%
de material reciclado, -
0:21 - 0:24coisas que estavam destinadas
à trituradora, ao aterro, à fogueira. -
0:24 - 0:25Estava tudo perdido.
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0:25 - 0:28Esta foi a primeira casa que construí.
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0:28 - 0:30Esta porta da frente dupla envidraçada
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0:30 - 0:32estava destinada ao aterro.
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0:32 - 0:35Tem ali um pequeno torreão.
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0:35 - 0:38E aqueles botões nas mísulas ali,
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0:40 - 0:40mesmo ali,
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0:40 - 0:42são cascas de noz.
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0:42 - 0:44Estes botões aqui,
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0:44 - 0:45são ovos de galinha.
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0:46 - 0:48É claro que primeiro,
tomamos o pequeno-almoço, -
0:48 - 0:51depois enchemos a casca com betume,
pintamos e aplicamos, -
0:51 - 0:55e temos um botão arquitetónico
em pouquíssimo tempo. -
0:56 - 0:58Isto é o aspeto do interior.
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0:58 - 1:02Vemos ali a porta envidraçada
com as vidraças em arco -
1:02 - 1:04certamente uma antiguidade arquitetónica,
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1:04 - 1:05destinada ao aterro.
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1:05 - 1:08Até a fechadura pode valer
cerca de 200 dólares. -
1:08 - 1:10Tudo o que está na cozinha foi recuperado.
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1:10 - 1:12Temos um fogão O'Keefe & Merritt de 1952,
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1:12 - 1:14se gostam de cozinhar — é um fogão fixe.
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1:14 - 1:17Isto é a subida para o torreão.
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1:17 - 1:19Arranjei aquela escada por 20 dólares,
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1:19 - 1:22incluindo a entrega no terreno.
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1:22 - 1:25(Risos)
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1:25 - 1:27Ao olharmos para cima, dentro do torreão,
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1:27 - 1:31vemos que há saliências, protuberâncias
e rugosidades, etc. -
1:31 - 1:32Se isso vos estraga a vida,
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1:32 - 1:34é melhor não viverem ali.
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1:34 - 1:36(Risos)
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1:36 - 1:39Esta é a conduta para a roupa suja,
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1:39 - 1:41e isto aqui é uma forma para sapatos.
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1:41 - 1:44É uma daquelas coisas de ferro fundido
que há em lojas de antiguidades. -
1:44 - 1:46Eu tinha uma coisa daquelas.
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1:46 - 1:48Fiz aqui uma engenhoca low-tech.
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1:48 - 1:50Basta pressionar a forma de sapatos,
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1:50 - 1:52a tampa abre-se e atiramos
a roupa lá para dentro. -
1:52 - 1:55Se forem espertos, a roupa cai num cesto
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1:55 - 1:56em cima da máquina de lavar.
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1:56 - 1:59Caso contrário, cai na sanita.
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1:59 - 2:00(Risos)
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2:00 - 2:02Esta é uma banheira que fiz,
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2:02 - 2:05com sucata, 2 por 4.
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2:05 - 2:08Comecei pelo rebordo
depois colei e fixei-o na parte lisa, -
2:08 - 2:10fiz a parte curvada e virei,
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2:10 - 2:12e depois fiz os dois perfis deste lado.
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2:12 - 2:14É uma banheira para dois.
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2:14 - 2:17Afinal, não é só uma questão de higiene,
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2:17 - 2:20também há a possibilidade de lazer.
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2:20 - 2:22(Risos)
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2:22 - 2:25Esta torneira aqui
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2:25 - 2:28é um bocado de madeira Osage Orange.
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2:28 - 2:30Tem um aspeto um pouco fálico,
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2:30 - 2:32mas afinal de contas, é uma casa-de-banho.
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2:32 - 2:34(Risos)
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2:34 - 2:37Esta casa é inspirada
na lata da Budweiser. -
2:37 - 2:38Não parece uma lata de cerveja,
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2:38 - 2:41mas os pormenores de design
são absolutamente inconfundíveis. -
2:41 - 2:43O padrão "barley hops" vai até ao beiral,
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2:43 - 2:45o trabalho denticulado vem diretamente
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2:45 - 2:47do vermelho, branco,
azul e prateado das latas. -
2:47 - 2:49E estas mísulas por baixo do beiral
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2:49 - 2:52são as pequenas tampas
que se tiram da lata. -
2:52 - 2:53Coloquei uma lata na copiadora
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2:53 - 2:56e aumentei até obter o tamanho que queria.
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2:57 - 2:58Na lata diz,
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2:58 - 3:02"Esta é a famosa cerveja Budweiser,
não há outra cerveja, blá, blá, blá," -
3:02 - 3:05Então mudámos isso e escrevemos
" Esta é a famosa casa Budweiser. -
3:05 - 3:08"Não há outra casa," etc.
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3:08 - 3:11Isto é um lingueta de um torno de 1930,
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3:11 - 3:14que é uma máquina muito agressiva,
de trabalhar a madeira. -
3:14 - 3:16Deram-me a lingueta,
mas não me deram o torno, -
3:16 - 3:18por isso fizemos dela uma fechadura.
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3:18 - 3:21Garanto que não deixa entrar elefantes.
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3:21 - 3:23Claro que nunca tivemos problemas
com elefantes. -
3:23 - 3:25(Risos)
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3:25 - 3:28O chuveiro foi feito de maneira
a imitar um copo de cerveja. -
3:28 - 3:32Temos bolhas a subir e no topo
camadas salientes de azulejos irregulares. -
3:32 - 3:34Onde é que há azulejos irregulares?
Não existem, claro. -
3:34 - 3:38Mas arranjo muitas sanitas
e depois é só parti-las com um martelo. -
3:38 - 3:40Fico com azulejos irregulares.
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3:40 - 3:42Esta torneira
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3:42 - 3:44é uma torneira de cerveja.
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3:44 - 3:46(Risos)
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3:46 - 3:50E este painel de vidro
é o mesmo painel de vidro -
3:50 - 3:54que existe em todas as portas da frente
da classe média nos EUA. -
3:54 - 3:56Estamos a ficar fartos disso,
tornou-se um cliché. -
3:56 - 3:59Então se o colocamos
na porta da frente, o design falha. -
3:59 - 4:02Então coloquem-no noutro sítio qualquer.
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4:02 - 4:03É um painel de vidro bonito.
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4:03 - 4:06Mas se o puserem na porta,
as pessoas dizem: -
4:06 - 4:09"Estás a tentar ser como aqueles indivíduos
e não conseguiste". -
4:09 - 4:11Então não o ponham ali.
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4:11 - 4:13Aqui, outra casa de banho no piso de cima.
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4:13 - 4:17Esta luz aqui em cima é a mesma
que há em qualquer hall de entrada -
4:17 - 4:18da classe média norte-americana.
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4:18 - 4:21Então não a coloquem no hall de entrada.
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4:21 - 4:23Ponham-na no chuveiro, ou no roupeiro,
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4:23 - 4:25mas não no hall de entrada.
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4:25 - 4:29Houve alguém que me deu um bidé,
por isso fiquei com um bidé. -
4:29 - 4:31(Risos)
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4:32 - 4:33Nesta casinha aqui,
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4:33 - 4:37os ramos são feitos de madeira
Bois D'Arc ou Osage Orange, -
4:37 - 4:39e estas imagens vão continuar a passar
-
4:39 - 4:40enquanto eu falo um pouco.
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4:40 - 4:43Para fazer o que eu faço,
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4:43 - 4:46vocês tem de perceber o que é que causa
desperdício na indústria da construção -
4:46 - 4:49A habitação tornou-se uma mercadoria,
-
4:49 - 4:51e vou falar um pouco sobre isso.
-
4:51 - 4:54Mas a primeira causa do desperdício
está talvez enraizada no nosso ADN. -
4:54 - 4:58Os seres humanos têm necessidade
de manter consistência da massa percetiva. -
4:58 - 5:00O que é que isso significa?
-
5:00 - 5:02Significa que cada perceção que temos,
-
5:02 - 5:05tem que coincidir com uma anterior
que fosse parecida -
5:05 - 5:08ou não temos continuidade
e ficamos um pouco desorientados. -
5:08 - 5:11Posso mostrar-vos um objeto
que nunca viram antes. -
5:11 - 5:13Oh, é um telemóvel.
-
5:13 - 5:15Mas nunca viram este.
-
5:16 - 5:18O que estão a fazer aqui
-
5:18 - 5:21é redimensionar o padrão
das caraterísticas estruturais, -
5:21 - 5:24e depois vão à vossa base de dados
— brrr, telemóvel. -
5:24 - 5:26Oh, é um telemóvel.
-
5:26 - 5:28Se eu retirar um bocado à dentada
vocês diriam: -
5:28 - 5:32"Espera aí, isso não é um telemóvel.
-
5:32 - 5:35"É um daqueles novos
telemóveis de chocolate". -
5:35 - 5:36(Risos)
-
5:36 - 5:38E teriam de criar uma nova categoria,
-
5:38 - 5:40entre telemóveis e chocolate.
-
5:41 - 5:44É assim que processamos as informações.
-
5:44 - 5:46Traduzindo isso
para a indústria da construção, -
5:46 - 5:49se tivermos uma parede de painéis
de vidro e um estiver rachado, ficamos: -
5:49 - 5:51"Oh. Está rachado. Vamos repará-lo.
-
5:51 - 5:54"Vamos deitá-lo fora e colocar um novo".
-
5:54 - 5:56Porque é isso que se faz
com um painel rachado. -
5:56 - 6:00Não se preocupem, isso não afeta
em nada a nossa vida, -
6:00 - 6:02apenas desconcerta o padrão esperado
-
6:02 - 6:05e a unidade
das características estruturais. -
6:05 - 6:07Contudo, se pegarmos num martelo,
-
6:07 - 6:10e acrescentarmos pequenas rachadelas
em todas as janelas, -
6:10 - 6:12ficamos com um padrão.
-
6:12 - 6:16Porque a Psicologia Gestalt enfatiza
o reconhecimento do padrão -
6:16 - 6:18em detrimento das partes
que incluem o padrão. -
6:18 - 6:20E nós dizemos: "Oh, é giro".
-
6:20 - 6:22Então, isso serve-me todos os dias.
-
6:22 - 6:24A repetição cria o padrão.
-
6:24 - 6:26Se eu tiver cem destes, cem daqueles,
-
6:26 - 6:28tanto faz estes como aqueles.
-
6:28 - 6:31Se posso repetir qualquer coisa,
tenho a possibilidade de um padrão, -
6:31 - 6:35desde cascas de noz e ovos de galinha,
pedaços de vidro, ramos. -
6:35 - 6:36Não faz qualquer diferença.
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6:36 - 6:39Isso causa muito desperdício
na indústria da construção. -
6:39 - 6:41Friedrich Nietzsche, por volta de 1885
-
6:41 - 6:44escreveu um livro intitulado
"O Nascimento da Tragédia". -
6:44 - 6:48E nele dizia que as culturas tendem
a oscilar entre duas perspetivas. -
6:48 - 6:52Por um lado, temos a perspetiva apoloniana,
-
6:52 - 6:55que é muito bem definida,
premeditada, intelectualizada -
6:56 - 6:58e perfeita.
-
6:58 - 7:02Por outro lado,
temos a perspetiva dionisíaca, -
7:02 - 7:04que é mais dada às paixões e à intuição,
-
7:04 - 7:07tolerante à textura orgânica
e ao gesto humano. -
7:07 - 7:11Então, a maneira como a personalidade
apoloniana tira uma fotografia, -
7:11 - 7:13ou pendura uma fotografia,
-
7:13 - 7:17é que vai utilizar um nível a laser
e um micrómetro. -
7:17 - 7:20"Ok, querido. Um milésimo
de centímetro para a esquerda. -
7:20 - 7:22"É aí que quero a fotografia. Perfeito!"
-
7:22 - 7:25Assente em fio-de-prumo,
enquadrada e centrada. -
7:25 - 7:29A personalidade dionisíaca
tira uma fotografia e... -
7:30 - 7:32(Risos)
-
7:34 - 7:36A diferença é essa.
-
7:36 - 7:38Eu coloco o defeito em destaque.
-
7:38 - 7:41Eu coloco em destaque o processo orgânico.
-
7:41 - 7:43O ponto fulcral de John Dewey.
-
7:43 - 7:46O modo de pensar apoloniano
gera montanhas de desperdício. -
7:46 - 7:48Se algo não é perfeito,
-
7:48 - 7:51se não está alinhado
com o tal modelo premeditado... lixeira. -
7:51 - 7:52"Ops, está riscado? Lixeira.
-
7:52 - 7:55"Ops" isto, "ops" aquilo.
Aterro. Aterro. Aterro." -
7:55 - 7:59A terceira coisa é discutível.
-
7:59 - 8:01A Revolução Industrial começou
durante o Renascimento -
8:01 - 8:03com a ascensão do Humanismo,
-
8:03 - 8:06teve um pequeno desenvolvimento
durante a Revolução Francesa. -
8:06 - 8:08Por volta do século XIX,
estava no auge. -
8:08 - 8:11Temos aparelhos e engenhocas
-
8:11 - 8:14que fazem tudo aquilo
-
8:14 - 8:16que nós, até essa altura,
-
8:16 - 8:17tínhamos de fazer à mão.
-
8:17 - 8:21Então agora nós estandardizámos
os materiais. -
8:21 - 8:23As árvores não crescem
em peças de 2 cm x 4 cm -
8:23 - 8:25até oito, dez e doze metros de altura.
-
8:25 - 8:27Nós criamos montanhas de desperdício.
-
8:27 - 8:31E eles estão a fazer
um bom trabalho na floresta, -
8:31 - 8:33a trabalhar com o subproduto da indústria,
-
8:33 - 8:36com madeira prensada
e contraplacado, etc. -
8:36 - 8:38Mas não vale a pena
-
8:38 - 8:41ser responsável na altura
da colheita na floresta -
8:41 - 8:44se os consumidores desperdiçam
a colheita na altura de consumir, -
8:44 - 8:46e é isso que está a acontecer.
-
8:46 - 8:48Se alguma coisa não está estandardizada,
-
8:48 - 8:50"Ops, lixeira." "Ops" isto. "Ops, torto."
-
8:50 - 8:54Se comprarem um taco 2x4
e não estiver direito, podem devolvê-lo. -
8:54 - 8:57"Ah, desculpe.
Vamos arranjar-lhe um direito." -
8:57 - 9:00Eu coloco em destaque
todas essas coisas tortas, -
9:00 - 9:02porque a repetição cria um padrão,
-
9:02 - 9:04e é de uma perspetiva dionisíaca.
-
9:04 - 9:06A quarta coisa é que o trabalho
-
9:06 - 9:09é desproporcionalmente mais caro
do que os materiais. -
9:09 - 9:10Isso é só um mito.
-
9:10 - 9:14Mais uma história: eu disse
a Jim Tulles, um dos homens que ensinei: -
9:14 - 9:15"Jim, está na altura.
-
9:15 - 9:18Tenho um trabalho para ti como capataz
de uma equipa de madeiramento" -
9:18 - 9:21"Dan, eu acho que ainda não estou pronto."
-
9:21 - 9:23"Jim, está na altura. És o homem certo."
-
9:23 - 9:25Então, ele foi contratado.
-
9:25 - 9:27E lá estava ele, com a sua fita métrica
-
9:27 - 9:29a remexer no monte de lixo,
à procura de material -
9:29 - 9:33para a placa por cima da porta,
a pensar que ia impressionar o chefe. -
9:33 - 9:34Era o que lhe tínhamos ensinado.
-
9:34 - 9:37O empreiteiro disse:
"O que é que estás a fazer?" -
9:37 - 9:39"Estou só à procura de algum material."
-
9:39 - 9:41à espera daquele momento de glória.
-
9:41 - 9:44E ele: "Não te pago para andares
a remexer no lixo. Volta ao trabalho." -
9:44 - 9:46E ele teve a coragem para dizer:
-
9:46 - 9:49"Sabe, se me estivesse a pagar
300 dólares à hora -
9:49 - 9:51"até compreendia que dissesse isso,
-
9:51 - 9:54"mas neste momento,
estou a poupar-lhe 5 dólares por minuto. -
9:54 - 9:56"Faça as contas."
-
9:56 - 9:58(Risos)
-
9:58 - 10:02"Bem visto, Tulles. A partir de agora,
vocês verificam este monte primeiro." -
10:02 - 10:05A ironia é que ele nem era
muito bom em matemática. -
10:05 - 10:07(Risos)
-
10:07 - 10:10Mas, de vez em quando
temos acesso à sala de controlo, -
10:10 - 10:13e nessa altura podemos
armar confusão nos mostradores. -
10:13 - 10:14Foi o que aconteceu.
-
10:14 - 10:17A quinta coisa é que
talvez ao fim de 2500 anos, -
10:17 - 10:20Platão ainda nos leva a melhor
com a sua ideia de formas perfeitas. -
10:20 - 10:22Ele disse que temos na nossa mente
-
10:22 - 10:24a ideia perfeita daquilo que queremos,
-
10:24 - 10:27e forçamos os recursos naturais
a corresponder a isso. -
10:27 - 10:30Então, todos temos na nossa cabeça
a casa perfeita, -
10:30 - 10:32o "sonho americano", que é uma casa,
-
10:32 - 10:34uma casa de sonho.
-
10:34 - 10:35O problema é que não podemos pagá-la.
-
10:35 - 10:38Então temos algo parecido
com o "sonho americano", -
10:38 - 10:39que é uma casa móvel.
-
10:39 - 10:42Agora há um flagelo no nosso planeta.
-
10:43 - 10:44É a hipoteca,
-
10:44 - 10:46tal como a mobília, tal como um carro.
-
10:46 - 10:50Vocês assinam o cheque, e imediatamente
a casa desvaloriza 30%. -
10:50 - 10:53Um ano depois, só conseguem fazer
um seguro a 70% do que têm lá dentro, -
10:54 - 10:56Normalmente, com cabos de bitola 14.
-
10:56 - 10:57Não há nada de errado nisso,
-
10:57 - 11:00a menos que queiram que ele
faça o mesmo que um de bitola 12. -
11:01 - 11:03Liberta tanto formaldeído
-
11:03 - 11:07que há uma lei federal em vigor
-
11:07 - 11:09para avisar novos compradores
de casas móveis -
11:09 - 11:11do perigo da atmosfera de formaldeído.
-
11:11 - 11:13Estamos a ser puramente estúpidos?
-
11:13 - 11:15As paredes são desta espessura.
-
11:15 - 11:18A casa toda tem
o valor estrutural do milho. -
11:18 - 11:20(Risos)
-
11:20 - 11:23"Pensava que a aldeia
de Palm Harbor era ali." -
11:23 - 11:25"Não, não. Houve vento a noite passada.
-
11:25 - 11:26"Desapareceu."
-
11:27 - 11:29(Risos)
-
11:29 - 11:32E quando se degradam,
o que é que fazemos com elas? -
11:32 - 11:34Agora, tudo isso,
-
11:34 - 11:37é nesse modelo apoloniano, platónico,
-
11:37 - 11:40que a indústria da construção
está assente, -
11:40 - 11:43e há certas coisas que a tornam pior.
-
11:43 - 11:45Uma é que todos os profissionais,
-
11:45 - 11:47todos os comerciantes, vendedores,
-
11:47 - 11:49inspetores, engenheiros, arquitetos
-
11:49 - 11:51todos pensam assim.
-
11:51 - 11:54E depois isso chega até ao consumidor,
-
11:54 - 11:55que exige o mesmo modelo.
-
11:55 - 11:58É uma profecia que se autoconcretiza.
Não podemos escapar-lhe. -
11:58 - 12:01Depois aparecem os técnicos
de marketing e os publicitários. -
12:01 - 12:03"Huh. Huh."
-
12:03 - 12:06Compramos coisas
que não sabíamos que precisávamos. -
12:06 - 12:09Basta olharmos para o que uma empresa fez
-
12:09 - 12:11com sumo de ameixa gaseificado.
-
12:11 - 12:13Que nojento!
-
12:13 - 12:14(Risos)
-
12:14 - 12:16Sabem o que é que eles fizeram?
-
12:16 - 12:19Acrescentaram uma metáfora
e disseram: "Eu bebo Dr. Pepper..." -
12:19 - 12:21Pouco tempo depois,
estávamos a encher-nos disso, -
12:21 - 12:24aos milhões de litros.
-
12:24 - 12:27Nem sequer leva ameixas verdadeiras.
Nem sequer o mantêm normal. -
12:27 - 12:28(Risos)
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12:28 - 12:30Oh, oh, isso torna-o pior.
-
12:30 - 12:33Ficamos apanhados nisso
mais depressa do que esperávamos. -
12:33 - 12:36Jean-Paul Sartre
escreveu um livro -
12:36 - 12:38intitulado "O Ser e o Nada"
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12:38 - 12:39É de leitura rápida.
-
12:39 - 12:42Podemos terminá-lo talvez em dois anos,
-
12:42 - 12:45se lermos oito horas por dia.
-
12:45 - 12:47Nesse livro falou sobre o ser dividido.
-
12:47 - 12:50Disse que o ser humano,
quando está sozinho, -
12:50 - 12:53age de modo diferente do que
quando sabe que há alguém por perto. -
12:53 - 12:55Se estou a comer esparguete
e sei que estou sozinho, -
12:55 - 12:57posso comer como uma escavadora,
-
12:57 - 13:00posso limpar a mão à manga,
-
13:00 - 13:03mastigar com a boca aberta,
fazer pequenos barulhos, -
13:03 - 13:06coçar onde me apetecer.
-
13:06 - 13:07(Risos)
-
13:07 - 13:09Mas assim que vocês entram, eu fico:
-
13:09 - 13:11"Oh. Tenho aqui molho de esparguete."
-
13:11 - 13:13Guardanapo no colo, pequenas dentadas,
-
13:13 - 13:15mastigo com a boca fechada,
nada de me coçar. -
13:15 - 13:18O que estou a fazer neste momento
-
13:18 - 13:20é corresponder às vossas expetativas
-
13:20 - 13:23de como devo viver a minha vida.
-
13:23 - 13:27Sinto essa expetativa,
e acomodo-me a ela, -
13:27 - 13:30e vivo a minha vida de acordo
com o que esperam que eu faça. -
13:30 - 13:33Isto também acontece
na indústria da construção. -
13:33 - 13:36É por isso que as nossas divisões
parecem todas iguais. -
13:36 - 13:40Às vezes, ainda temos as tais expetativas
culturais formalizadas. -
13:40 - 13:42Aposto que todos
os vossos sapatos combinam. -
13:42 - 13:44De certeza, todos caímos nisso,
-
13:44 - 13:47e em comunidades fechadas,
-
13:47 - 13:50temos uma expetativa formalizada
-
13:50 - 13:52de uma associação de donos de casas.
-
13:52 - 13:54Às vezes esses tipos são nazis,
-
13:54 - 13:55Oh! oh!
-
13:56 - 13:59Isso estimula e continua este modelo.
-
14:00 - 14:02A última coisa é a socialização.
-
14:02 - 14:04Os seres humanos são uma espécie social.
-
14:04 - 14:06Gostamos de andar em grupos,
-
14:06 - 14:09como os gnus, como os leões.
-
14:09 - 14:12Os gnus não andam com leões
porque os leões comem gnus. -
14:12 - 14:14Os seres humanos são assim.
-
14:14 - 14:16Fazemos o que faz o grupo
-
14:16 - 14:19com quem estamos
a tentar identificarmo-nos. -
14:19 - 14:21Vemos muito isso na escola preparatória.
-
14:21 - 14:25Aqueles miúdos trabalham o verão todo,
-
14:25 - 14:26matam-se,
-
14:26 - 14:30para conseguirem comprar
um par de calças de ganga de marca. -
14:30 - 14:32Para que, em setembro,
-
14:32 - 14:34possam entrar e dizer:
-
14:34 - 14:36"Hoje sou importante.
-
14:36 - 14:39"Vês? Olha, não toques
nos meus jeans de marca. -
14:39 - 14:41"Estou a ver que não tens jeans de marca.
-
14:41 - 14:43"Não és um dos bonitos.
-
14:43 - 14:46"Vês? Eu sou dos bonitos.
Vês os meus jeans?" -
14:46 - 14:49Logo aí, já é razão suficiente
para haver uniformes. -
14:49 - 14:52E isso também acontece
na indústria da construção. -
14:52 - 14:55Confundimos um pouco
-
14:55 - 14:58a pirâmide das necessidades de Maslow.
-
14:58 - 15:00Na camada de baixo
-
15:00 - 15:02temos as necessidades básicas
-
15:02 - 15:05— abrigo, roupa, comida, água,
acasalamento etc. -
15:05 - 15:08Em segundo lugar, a segurança.
Em terceiro, as relações. -
15:08 - 15:11Em quarto, o estatuto, a autoestima
— ou seja, a vaidade. -
15:11 - 15:14E estamos a pegar na vaidade
e a colocá-la aqui em baixo. -
15:15 - 15:19E assim acabamos
por tomar decisões vãs -
15:19 - 15:22e nem sequer conseguimos pagar a hipoteca.
-
15:22 - 15:25Só temos dinheiro para comer feijões.
-
15:25 - 15:28Isto é, as nossas casas
tornaram-se uma mercadoria. -
15:29 - 15:32É preciso ter um pouco de coragem
-
15:32 - 15:37para chegar ao fundo dessa parte
primária e assustadora de nós mesmos -
15:37 - 15:40e tomar as nossas próprias decisões.
-
15:40 - 15:43Não transformar a casa numa mercadoria,
-
15:43 - 15:46mas fazê-lo a partir de algo
que vem de dentro, das fontes seminais. -
15:46 - 15:48Para isso é preciso coragem,
-
15:48 - 15:50e, caramba, de vez em quando falhamos.
-
15:51 - 15:52Mas não faz mal.
-
15:52 - 15:54Se o falhanço vos destrói,
-
15:54 - 15:56não podem fazer isto.
-
15:56 - 15:59Eu falho a toda a hora, todos os dias.
-
15:59 - 16:02Já tive alguns falhanços enormes, juro,
-
16:02 - 16:04foram falhanços grandes, em público,
-
16:04 - 16:06humilhantes e embaraçosos.
-
16:06 - 16:08Toda a gente aponta e ri e diz:
-
16:08 - 16:10"Ele tentou pela quinta vez
e mesmo assim não resultou. -
16:10 - 16:11"Que idiota!"
-
16:11 - 16:14Logo de início, os empreiteiros disseram:
-
16:14 - 16:15"Dan, és um coelhinho bonito,
-
16:15 - 16:18"mas sabes, isto não vai resultar.
-
16:18 - 16:21"Porque é que não fazes isto,
porque é que não fazes aquilo?" -
16:21 - 16:22O nosso instinto é dizer:
-
16:22 - 16:25"Vai pregar a outra freguesia".
-
16:25 - 16:27Mas não o dizemos,
-
16:27 - 16:30porque eles são os tipos
a quem queremos chegar. -
16:30 - 16:32Então, o que fizemos?
-
16:33 - 16:35Isto não acontece só com as casas.
-
16:35 - 16:37Acontece com a roupa, a comida
-
16:37 - 16:40e as nossas necessidades
de transporte, de energia. -
16:40 - 16:42Espalhamo-nos só um pouco.
-
16:42 - 16:46Quando recebo um pouco
de atenção da imprensa, -
16:46 - 16:48sou contactado
por pessoas de todo o mundo. -
16:48 - 16:51Nós podemos ter inventado o excesso,
-
16:51 - 16:54mas o problema do desperdício é mundial.
-
16:56 - 16:58Estamos em apuros.
-
16:58 - 17:01E não estou a usar
cintos cruzados no peito -
17:01 - 17:03nem um lenço vermelho,
-
17:03 - 17:06mas estamos claramente em apuros.
-
17:06 - 17:09Precisamos de voltar a ligar-nos
-
17:09 - 17:12com aquelas partes realmente primárias
-
17:12 - 17:15e tomar algumas decisões e dizer:
-
17:15 - 17:20"Sabes que mais? Gostava de pôr CDs
naquela parede ali. -
17:20 - 17:22"O que é que te parece, querida?"
-
17:22 - 17:24"Se não funcionar, tirem-nos."
-
17:25 - 17:28Temos de voltar a ligar-nos
com quem realmente somos, -
17:28 - 17:31e isso é de facto emocionante.
-
17:31 - 17:33Muito obrigado.
-
17:33 - 17:36(Aplausos)
- Title:
- Casas criativas feitas de material recuperado
- Speaker:
- Dan Phillips
- Description:
-
Neste vídeo engraçado e esclarecedor da TEDxHouston, o construtor Dan Phillips mostra-nos uma dúzia de casas que construiu no Texas, utilizando materiais reciclados e recuperados de formas surpreendentemente criativas. Pormenores de design incríveis e tecnologicamente simples que vão refrescar a vossa veia criativa.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:37
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Creative houses from reclaimed stuff | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Creative houses from reclaimed stuff | ||
Lúcia Antunes added a translation |